TESTES DE TOXICIDADE AGUDA: FERRAMENTAS ÚTEIS PARA DEFINIR O ESTADO AMBIENTAL DOS ECOSSISTEMAS. Ramos, M.L.N.1,2; Quintero, E.C.H.1; Campos Junior, J.J.F.1,2 1-TECNOCEANIC – Núcleo de Pesquisa, Transferência Tecnológica e Desenvolvimento Sócio Ambiental. Rua Tuiuti 161/202, Centro, CEP 40.060-020. Salvador – Bahia. E-mail:
[email protected] 2-TECLIM/UFBA – Rede de Tecnologias Limpas, Escola Politécnica, UFBA. Palavras chave: meio ambiente, peixes, elementos-traço, riscos ambientais, biomonitoramento.
Introdução Existe um déficit de técnicas sensíveis de avaliação da toxicidade nas quais se utilizem espécies nativas que apontem para o dano real do meio ambiente sejam eles: marinhos, costeiros e/ou de transição. O estudo da poluição em ecossistemas aquáticos é de grande importância, uma vez que estes ambientes são fontes de alimento para a população humana, que se contaminada, torna-se a principal via de transferência de diversos poluentes afetando a saúde humana com todas as conseqüências sociais e econômicas (1). Os testes de toxicidade avaliam o grau de sensibilidade (ou resistência) de diferentes espécies de animais e plantas a uma ou várias substâncias tóxicas ou potencialmente tóxicas, a um efluente ou a uma amostra ambiental suspeita de contaminação. O potencial tóxico de uma substância é calculado através do estabelecimento de vários parâmetros que caracterizam sua ação, não em um individuo isolado, mas sobre uma amostra representativa de uma população. Organismos vivos podem exibir diferentes reações a uma mesma substância tóxica, dependendo das quantidades absorvidas e do tempo de exposição, desta forma, os parâmetros de avaliação da toxicidade podem compreender desde mortalidade até alterações fisiológicas, bioquímicas e histológicas (2). O objetivo deste trabalho foi avaliar a toxicidade aguda de sais de cobre, zinco e potássio em juvenis de tilápia do nilo.
Material e Métodos Foram realizados testes de toxicidade aguda utilizando juvenis de Oreochromis niloticus (7,5 + 0,8 cm de cumprimento) como organismo teste, os quais foram expostos a diferentes concentrações de dicromato de potássio (K2Cr2O7), sulfato de zinco (Zn2SO4.7H2O) e sulfato de cobre (CuSO4), como mostra a Tabela 1. O método utilizado para o desenvolvimento dos testes foi baseado na 18° edição do Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater (3). Os testes foram realizados em sistema semi-estático com renovação de solução teste a cada 24 h em inanição. Foi calculada a concentração letal mediana (CL50;96h) mediante programa estatístico Sperman-Karber, os resultados obtidos foram analisados mediante análise de variância (ANOVA) e teste de comparação múltipla de Tukey. Para melhor visualização dos resultados foram calculadas as unidades tóxicas (UT) calculadas da seguinte maneira: UT = 100 CL50;96h N° de Réplicas
Teste
N° de peixes por tratamento
Duração (h)
K2Cr2O7 (mg/L)
3
20
96
Zn2SO4.7H2O (mg/L)
3
20
96
CuSO4 (µg/L)
3
20
96
3
20
96
Controle
Concentração 10,0 20,0 40,0 80,0 120,0 1,0 5,0 10,0 20,0 40,0 25,0 50,0 100,0 150,0 200,0 Sem adição de substâncias tóxicas
Tabela 1: Tratamentos a que os peixes foram submetidos
Resultados e Discussão Os resultados observados nos diferentes testes realizados indicaram variação significativa entre as substâncias testadas (p