Todo Nordeste que couber a gente publica: o The New York Times e as representações do Nordeste brasileiro na Era da Política de Boa Vizinhança (1933-1945)

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O Nordeste brasileiro foi um tema constante para os jornalistas de um dos principais veículosde imprensa do mundo – o The New York Times – entre 1933 e 1945. Nesse recorte, ogoverno dos Estados Unidos implementou uma nova política externa para a América Latina –conhecida como Política de Boa Vizinhança. Ela pregava, entre outros pontos, mais respeito eatenção para os países ao sul das suas fronteiras. Dada sua importância geoestratégica, oBrasil foi um dos países que mais recebeu atenção do corpo burocrático e imprensaestadunidense. Esta pesquisa investiga as múltiplas representações do Nordeste formuladasnas páginas do diário nova-iorquino nesse momento em que os holofotes estadunidensesestiveram sobre a região. Este trabalho delineia aproximações e distanciamentos entre o NYT,a imprensa e os governos dos Estados Unidos e do Brasil a partir das formas de se conceberessa parte específica do seu território brasileiro. Por meio da análise de textos, fotografias emapas, essa dissertação se dedica a estabelecer conexões entre espaços, jornais e política dosanos 1930 e 1940. Nessas décadas houveram relevantes transformações no cenário político deambos os países que permearam as notícias, reportagens e artigos do jornal. Conjunturascomo as insurreições armadas de 1935 – conhecidas como Intentona Comunista -, a instalaçãoe funcionamento do Estado Novo, e especialmente, a participação brasileira e norte-americanana Segunda Guerra e as negociações bilaterais em torno da instalação de bases estadunidensesno Brasil foram cardeais para as distintas imagens do Nordeste que circularam na publicação.A região foi reiteradamente tema do correspondente do diário nova-iorquino no Brasil, FrankM. Garcia, mas também esteve presente nas matérias de profissionais responsáveis por seçõesvariadas: resenha de livros, editorial, turismo, assuntos exteriores, etc. Ao longo do recortetemporal investigado, as visões da região formuladas nas matérias publicadas no jornalsofreram metamorfoses profundas que também foram identificadas e analisadas. Do Nordesteda estiagem, fome e morte recorrente na literatura brasileira de então a ponto mais perigosopara a defesa hemisférica, passando com representações do Oeste norte-americano sem lei doséculo XIX e as da América Latina demarcada pelo domínio da natureza exótica e daestagnação, um espaço para ser transformado pelo conhecimento técnico norte-americano
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