Trabalho de Campo - 33: Davam a Gonçalo Teixeira

May 31, 2017 | Autor: Fernando Brito | Categoria: Genealogia
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dauão a Gonçalo teyxeira

Em nome de ds̃ amẽ Saibão quantos este pubriquo instromento de emprazamento de tres vidas uirem q no ano do nacimento de noSso Snõr Jesu christo de mil e quinhentos e sessenta e quatro anos aos oyto dias do mes de feuereiro na villa

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não nos convencem que os telhados e a inclinação da telhas nos telhados e as antenas que restam nos telhados prestes a cair entre velhas telhas soltas nos telhados que se vêem tortos do terraço que serão chão para episódios seguintes e não só isso há na vida dividida pedaços de outra

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e ainda para a sensibilidade das gengivas e para o desalinho permanente dos dentes para a ideia de que a coisa se resolve com o tempo e para o casaco que foi para o prego para a caca acumulada nos beirais da frente e para o gesto de picar o ponto pelas oito para o rasgão irreversível do casaco de plástico barato e para os despedimentos em massa à segunda de manhã para os produtos de toilette descontinuados e para as escadas de serviço dos hotéis de luxo para as lendas sobre a ascensão da classe média e para as caves onde foi morrer gente ainda hoje para os alicates com que se corta a luz e para os gritos quando ela volta de vez para as dores e doçuras da auto-ajuda e para os canos a roncar por dentro das paredes para o passo lento de quem leva a mãe pela mão ao médico e para as histórias de sucesso dos produtores de cogumelos para o vidro espalhado no chão das lojas fechadas da baixa e para os panos de cozinha já muito desfiados para o dom ocasional da música para distrair da sede para os nervos desfeitos as farmácias as marquises para a tristeza granulada das câmaras de vigilância para a bateria gasta para a sombra das acácias para o ferro velho e o figo ainda verde e até para estes toscos abre-latas com que tento abrir a fruta haverá para isso para os dias para os fotogramas riscados da nossa graça interrompida outros usos a dar

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dauão a Gonçalo teyxeira MIGUEL CARDOSO, Víveres, TINTA DA CHINA, 2016, pp 138-139

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dauão a Gonçalo teyxeira Trabalho de Campo - 33: davam a Gonçalo Teixeira

Em nome de ds̃ amẽ Saibão [quantos este pubriquo instromento d]e emprazamẽto de tres vidas [uirem] q no ano do nacimento de noSso Snõr Jesu christo de mil [e quinhentos e sessent]a e quatro anos aos oyto dias do [mes] de feuereiro na villa darouqua na caSa da grade do despa[cho do dito mostr.o] da dita villa q̃ he de freiras da ordẽ de Sam bernardo eStando preSentes da parte de dentro a Srã dona lyanor dalbuquerque abbã do dito moStro, e dona isabel de caStro prio reSsa e felipa brandoa SoprioreSsa e outras muytas donas e cõuento do dito moStro chamadas p são de campã tangida Segundo Seu antiguo coStume loguo p ellas Srãs foi dito ẽ preSença de mj eScriuão e teStemunhas tudo adiante nomeado q̃ ellas ẽ Seus nomes e do dito Seu mostro emprazauão e per titulo de prazo de tres vidas dauão a Gonçalo teyxeira tabalião e mor neSta e mor neSta villa darouqua .f. pa elle ẽ sua vida ẽ primeira peSoa e q̃ elle ẽ Sua vida ou ate a hora de Sua morte nomee e poSsa nomear a Segunda pa q̃ Sera hũ filho ou filha dantre elle e felipa vieyra Sua molher qual elle quiSer eScolher e nomear e eSa Segunda pa pllã meSma ma neyra podera nomear e fazer a terceira pa aSi q̃ Seião tres pas e tres vidas compridas e acabadas e mais não nẽ de maior condicão q̃ elle e não tendo filhos q̃ poSsa nomear por Segunda pa hũ pa huã pa leigua qual elle quiSer a qual polla dita maneira, nomeara a terceira .f. de hũ terra e mato q̃ eSta nas redondas q̃ Se chama o lameiro da ribeira aSi e da manra q̃ o comprou a anto p ĩ z e a domĩguianes damilo e a Suas mulheres q̃ eSta si tuada no freigueSia de Santa ouaya do termo deSta villa darouqua q̃ parte cõ o rio pubriquo e cõ trrãs do casal de menhãos q̃ he de baltaSar diz e cõ trrãs dos ditos caSaes damilo e cõ as mais confrontaçoes com q̃ de dto deue partir cõ condicão q̃ tire no dito rio pubriquo huã leuada de aguoa p o dito mato e trrã a qual paSsara pello campo de pero piz da touta e pellã leira de Jorge anes de menhãos e pellas trrãs dos ditos anto pĩz e domĩguianes e pellã trrã de João pĩz de menhãos e aleuara ẽ inuerno e verão a dita trrã e mato aSi pera reguar como p a amumiar e pera fazer moendas e toda qualquer outra couSa de Seu proueito fazendo na dita terra muytas benfeitorias e melhoramentos de maneira q̃ melhore e não peiore e darão e pagarão ẽ cada hũ ano de renda e penSão per dia de São miguel de Setembro da dita trrã e aguoa e bẽfeitorias q̃ nella fizer ao dito moSteiro dentro ẽ elle em paz e ẽ Saluo dez reaes de boa moeda corrente neStes reinos e não o po derão vender partir troquar nẽ de Si ẽ outrẽ tresmudar p qualquer titulo q̃ seia sẽ licença e autoridade do dito moSteiro e querendo o vender q̃ primeiro frontẽm o dito moStro se o quer tanto por tanto e não o querendo q̃ então o vendão a pa de q̃ o dito moStro Seia contente e não Sera das pas defesas em drto e pagarão de do minio ao dito moSteiro a quarẽtena. / e Socedendo auer alguã demanda antre o dito moStr.º e os ditos CaSr.os per razão da dita trrã e aguoa e rendas della ou couSa q̃ toque a eSte prazo q̃ serão os ditos caseiros ainda [……………..] obriguados a responder pante os Juizes e juStiças da dita villa darouqua e Se não [o fizerẽm]

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[…]Suas cartas e mandados e prante elles [Se obrgrauão(?)] a todo o comprimento de [JuS…..] he Sẽ Se poderẽ chamar o [………………..…...] nẽ a priuileguo nhũ q̃ saubão e q̃ comprindo elles caSeiros todas as ditas clauSulas e [con]dições e obrigações q̃ o dito moSteiro lhes não poSa ir contra eSte prazo ẽ Juizo nẽ fora delle du rando as ditas tres vidas e q̃ não comprindo todas ou cada huã das ditas clauSulas condições e obrigações q̃ per eSe meSmo feito perquão a dita terra e benfeitorias della e aSi eSte prazo e tudo fique deuoluto e vaguo pa o dito moStro de tudo fazer o q̃ quiSer e q̃ a parte q̃ contra eSte prazo for pague a parte q̃ por elle eStiuer vinte cruzados douro a qual pena leuada ou não q̃ Se deuia eSte prazo fique ẽ Si firme e valioSo durando as ditas tres vidas / e o dito gonçalo teixeira q̃ tambẽ hi eStaua preSente dixe q̃ em Seu nome e das peSoas apos elle reçebia e açeitaua ẽ Si da mão das ditas Srãs e do dito Seu moStro o dito mato e trrã e agua e aSi eSte prazo e Se obrigaua por si e p Seus bẽs moueis e de raiz auidos e por auer a comprir e guardar e paguar todas as condicões clauSulas e obriga cões contiudas neSte prazo So as penas nelle contiudas e eu eScriuão ẽ nome das pas auSentes a q̃ toquar açeitei eSte prazo cõ todas Suas obrigações ./ e em teStemunho de fe e verdade aSi o contratarão e outorgarão e mandarão Ser feito esto eStromẽto e pedirão deSta nota cada hũ Seu trelado e hũs a outros o mandarão dar e o aSinarão com teStemunhas q̃ a tudo forão preSentes João roiz carualho e pº anẽS malfrade criados da dita Srã abbã e eu gonçalo de beça eScriuão do dito mostro per Special puiSão delrej, noSso Snõr p q̃ ha porbẽ q̃ Sem embarguo da ordenação ẽ contrairo os prazos feitos pllo eScriuão do dito moStro e aSsellados cõ Seus dous Sellos valhão e fação fe ẽ Juizo e fora delle como Se foSsẽ eScrituras pubriquas feitas p tabaliães pubriquoS q̃ o eScreui e bẽ e fielmẽte o tresladej do meu liuro de notas onde fiquão aSinadas as partes e teStemunhaS e o aSinej do meu Sinal acuStumado q̃ tal he. .//. (a) Go de beça pg dos Sellos --------------------------------- xx r̃s e deSto e nota e outro pa o mostro ---- mil r̃S

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Pois dizem que os deuses esconderam as coisas e que um dia estas te acertam de lado sem aviso MIGUEL CARDOSO, Víveres, TINTA DA CHINA, 2016, p68

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