Trabalho de Campo - 35: QUINTA DE BOCO e CASA DE SÃO PEDRO

May 31, 2017 | Autor: Fernando Brito | Categoria: Genealogia
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Pinto

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V - QUINTA DE ROMARIZ

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As Três Irmãs Olga, Irina e Macha

Imagem disponibilizada em:

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IIIVIIIXII QUINTA DE BOCO CASA DE SÃO PEDRO

Fernando Brito

4 Reformulação de Agosto de 2016

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TECENDO A MANHÃ

Um galo sozinho não tece uma manhã: ele precisará sempre de outros galos. De um que apanhe esse grito que ele e o lance a outro; de um outro galo que apanhe o grito que um galo antes que com muitos outros galos se cruzem os fios de sol de seus gritos de galo, para que a manhã, desde uma teia tênue, se vá tecendo, entre todos os galos. E se encorpando em tela, entre todos, se erguendo tenda, onde entrem todos, se entretendendo para todos, no toldo (a manhã) que plana livre de armação. A manhã, toldo de um tecido tão aéreo que, tecido, se eleva por si: luz balão.

João Cabral de Melo Neto Poesia Completa. 1940-1980. Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1996, p. 137.

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QUINTA DE BOCO CASA DE SÃO PEDRO PARÁGRAFO PRIMEIRO - QUINTA DO BOCO Boco não será dos lugares menos afortunados em referência nos registos, embora se adivinhe que o assento de suas gentes não viria de muito longe. Parece contudo, e sem contradição, que já por lá moravam FERNANDES havia algum tempo. Outrossim, FURTADOTAVARES. Nas primeiras folhas dos assentos da vila figura um apadrinhamento de Francisca Fernandes do Boco (1566), outro de João Tavares, filho de Francisca Fernandes (1572)1; no mesmo ano, 1572, de outro João Tavares fº de Maria Furtada moradores no Boco; da mesma feita, Francisca Fernandes do Boco (1573) e também Joana Furtada fª de [N]... Furtada, do Boco (1573); de novo João Tavares fº de Francisco Fernandes (1573 e 1575) e ainda Pedro Furtado do Boco (1577). Seguem-se mais referências a Joana Furtada ou Joana Tavares, já então casada, e a Pedro Furtado ou Pedro Tavares, etc, que seguiremos a seu tempo. Estas primeiras notícias podem visualizar-se no esquema seguinte: esquema 1 Francisca Fernandes do Boco mad. 1566, 1572, 1573 I João Tavares pad. 1572 com sua mãe Francisca Fernandes

1

Francisco Fernandes x Maria Furtada do Boco ______________________________________________ I I I João Tavares Joana Furtada Pedro Furtado pad. 1572, 1573, 1575 mad. 1573 pad. 1577 ou Joana Tavares ou Pedro Tavares

Livro Antigo; igualmente VILA, livro 1 B. 1581-1596. Sabe-se também de uma Maria Tavares casada com João Roque e mor.s na rua d´Arca (pais de Jerónimo, 1574; Bernardo, 1577; Maria, 1579; António, 1584; Francisco, 1588, e Filipa, 1595) talvez dos mesmos Tavares, mas não relacionados com o BOCO.

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Acontece muitas vezes que a mulher, não só transmite a casa aos descendentes, como lhes oferece apelido de melhor efeito. É assim que se explica a inexplicável, à primeira vista, sucessão de apelidos dos Senhores do Boco: 1. Francisco Fernandes casado com Maria Furtada// 2. Joana Furtada ou Tavares casada com Manuel Mendes// 3. Maria Furtada casada com Aires da Fonseca// 4. Francisco da Fonseca Furtado casado com Maria de Azevedo// 5. Jerónimo de Escobar Pinto da Fonseca casado com D. Joana de Melo// 6. Jerónimo Telles de Menezes// 7. José Telles de Menezes// 8. D. Joaquim Lourenço Ciais Ferraz da Cunha casado com D. Margarida Angélica de Azevedo e Melo// 9. D. Emília Augusta Gromwell de Melo casada com o Dr. José Augusto Vaz da Fonseca Pinto// ... Vai ver-se: Foi a Casa primeiro de Furtados Tavares no decurso de três gerações; segundo de Pintos da Fonseca durante outras três; terceiro de duas gerações de Teles de Meneses. Passara aos segundos pelo casamento com Aires da Fonseca; passara aos terceiros pelo casamento com D. Joana de Melo. Primeiro, de FURTADOS; no meio, de FONSECAS; no fim, de TELES DE MENESES. FRANCISCO DA FONSECA FURTADO, que bem podia encabeçar a monografia do Boco, é posto em o nº 4. Quem era FFF? Que relações tinha? Falta-nos o assento de seu B; não sabemos que padrinhos teve. Casado no alvorecer de 1636, terá um filho – Jerónimo – nascido no final deste ano, afilhado de Domingos Malafaia (CASA GRANDE DOS MALAFAIAS) e de Maria Furtada, m.er de André Lopes (a conhecer adiante). Não tendo havido mais crianças na Quinta, ignoramos as preferências que a escolha dos padrinhos subsequentes poderia expressar. Por isso havemos de nos limitar às simpatias da estirpe no decurso das primeiras e das intermédias gerações da Casa. Nas últimas décadas de quinhentos, as poucas notícias apontam para personalidades da vila – como vimos – aliás presentes em todos os baptizados dos notaveizinhos de então. As décadas seguintes parecem mais significantes: Concretamente, os padrinhos verificados nas duas ou três primeiras dezenas de seiscentos: Os Aires, da vila (Filipa Aires e o licenciado Francisco Aires2); os Tavares, de São Pedro3 (Inácio Tavares e 2

Ver ABERTURA, nomes e sobrenomes, Os AIRES. Do Licenciado Francisco Aires constam filhos a partir de 1602; Filipa Aires c. em 1607 c. Francisco de Almeida, o novo (provavelmente o Francisco, b. 1571, f.º de

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Maria Tavares); os Vieiras, da Lapa4 (Francisco Vieira) e um Vieira da vila (André Vieira); ainda, uma referência a Inácio da Fonseca que só cai após o casamento de Aires da Fonseca, no Boco: Tais eram os afectos da família nos anos de criança, de adolescente e de jovem de FRANCISCO DA FONSECA FURTADO. Voltarei adiante aos apadrinhamentos sopesando o pormenor. Com o seu casamento em 1636, vai dar-se nítida mutação; mas antes de aí chegar, guardemos as primeiras três décadas de seiscentos (esquema 2, grafando os padrinhos em maiúsculas):

esquema 2 Francisco Fernandes x Maria Furtada (Mendes de Vasc.os) do Boco _________________________ I I Joana Ana Francisco Furtada Tavares Vieira I, ou Tavares casada da Lapa do Boco em São Pedro de São Pedro ___________ ___________ I I I I I I Rodrigo Maria INÁCIO MARIA FRANCISCO Mendes Furtada TAV.S TAV.S VIEIRA II, x x x x da Lapa Isabel Aires Isabel Sebastião b.1581 Ferraz da Fonseca de Aguiar Velho I I ___________________ FFF Isabel NICOLAU Mª Tava.s de Aguiar VELHO Reimão de af.ª de FFF Vasc.os cc Bart-meu P.ra Lopes Godinho i Mariana da Trindade P.ra de Vasc.os

Maria ANDRÉ Vieira VIEIRA, x da vila Pedro Fern.des, da Cabreira ___________ I I BRÁS ISABEL FER.S * VIEIRA b.1576 ambos da Cabreira I ___________________ Maria ISABEL VIEIRA Vieira mad. 1682,34 e 36 x 1633 BRÁS COELHO mor.s na Cabreira I Fr.co, 1636, af.º de FFF

* Brás Fernandes vai casar com Maria Dias de Eiriz e descendentes seus figuram no reconhecimento do prazo da Porta em 1556

Com efeito, diferente do apurado para Quinhentos, os padrinhos vão ser agora membros da família residentes no vizinho lugar de São Pedro, ou simplesmente vizinhos do lugar da Lapa; mais à frente, virão outros Cristovão de Almeida Cabral e de sua m.er Catarina Ferraz): pertencem pois aos nados por 1570. Teria havido outros Aires da geração anterior: Sabe-se do P.e Pedro Aires e de sua irmã Maria Aires em 1572. GAYO, “Barbozas”, & 146, N 26, onde, mais atrás, se conhece apontamento de uma Jerónima Aires casada e com geração em Ovar, "f.ª de Francisco Ayres da Casa do Patim em Arouca" . 3

Ver ABERTURA, nomes e sobrenomes, Os FONSECAS, Os FURTADOS TAVARES.

4

Ver ABERTURA, nomes e sobrenomes, Os VIEIRAS DE SANTA EULÁLIA, Os VIEIRAS DA LAPA.

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Vieiras, figurados desde já neste esquema. O dia de casamento de FRANCISCO DA FONSECA FURTADO é testemunhado por uma tia dele (Isabel Ferraz, m.er de Rodrigo Mendes) e pelo herdeiro da CASA GRANDE, Domingos Malafaia Mascarenhas, quase vizinho (o caminho era pela Cabreira), nesse inverno de 1636..., e porque se fala de vizinhança, convém atentar no trecho de mapa de Arouca aqui junto, onde figuram o Boco, a Cabreira e a Lapa de São Pedro, tudo da freg. da vila.

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Trecho de uma Carta Topográfica dos serviços técnicos da CM de Arouca. A posição relativa não é muito dissemelhante. A CASA DE SÃO PEDRO implantase a 45 metros acima da (cota baixa da) Vila e a QUINTA DO BOCO a 70 metros, e distam entre si (em linha recta) cerca de 210 metros.

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Do casamento de FRANCISCO DA FONSECA FURTADO com uma filha de SÃO PEDRO vão surgir novas preferências de apadrinhamento com esta Casa e próximos parentes dela. As relações com o capitão-mor da vila, Domingos Malafaia, se era já do gosto da generalidade dos pais dos neófitos de Arouca, se virão a estreitar após o seu casamento com uma Tavares Teixeira, de Roças, prima direita de Manuel Teixeira Tavares, de Eiriz que, por sua vez, virá a casar com Antónia de Quadros, cunhada de FRANCISCO. Assim, novas preferências vão surgir, sem prejuízo dos laços anteriores ao casamento de FRANCISCO: Ainda os Vieiras (desta vez, Isabel Vieira, da Cabreira; depois, um filho de Brás Fernandes, também da Cabreira – Ver esquema anterior); continuam os Furtados (Maria Furtada, da Praça, sua provável irmã) e os Tavares (Maria de Almeida, sobrinha de Nicolau Velho, que era filho de Sebastião Velho e Maria Tavares) e, óbvia e privilegiadamente, os próprios filhos da QUINTA DE SÃO PEDRO, porque eram sobrinhos de sua mulher. FFF parece ter sido

pessoa

afável,

sem

rigidez

de

preferências

ou

soberbas

exclusividades, cultivando ora os seus próprios laços, ora tolerando a vizinhança geográfica, ora aproveitando as relações familiares ganhas pelo casamento. Entretanto, nascera o herdeiro do Boco, 1636, Jerónimo do mesmo nome de seu avô materno de SÃO PEDRO – apadrinhado por Domingos Malafaia da CASA GRANDE e por Maria Furtada, da Praça – e que virá a casar em 1661 com uma filha da QUINTA DE ROMARIZ. Destes nascerá mais outro Jerónimo, 1670.

esquema 3

legenda:

João de Pinho, de Roças

Padrinhos Afilhados

Catarina Vieira, de Roças ________________ ______________ I I I I Marquesa Jeronima x Jerónimo Catarina Gonçalo Jerónimo Teix. de Quadros de Pinho de Pinho Tavares Vieira, Teixeira x Maria de Azevedo I I I de Sela I ________________________ I I I I I I I Ant.a de Pinho Maria Tav.s Fr.co Tav.s x Maria Vieira I I I Brandão de Pinho de Pinho I I I I I I I I I I ____c.c._____________________________________ I I I I I I I I Domingos Malafaia x Mª Teixeira Tavares M.el Teix. c.c. Ant.a Teix. Mª de Azevedo x Fr.co da Fonseca Mascarenhas Tavares de Quadros Furtado _______________________________ tª Domingos Malafaia I I I I I Lourenço Jerónimo Maria João Jerónimo de Escobar Pinto, 1636 de Escobar af.º de Domingos Malafaia I Jerónimo b. 1670

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Uma vez mais, embora mantendo relações com os Teixeiras e os Tavares de Pinho, a família irá acrescentar, às suas velhas simpatias e desta vez, o próprio ROMARIZ. Em suma, pôde ser verificado que o compadrio não foi unidireccional: mas sim distribuído pela vizinhança e pelos laços familiares anteriores ao casamento de FRANCISCO, e alargado, após o seu matrimónio, aos novos parentes. Uma última referência irá caber aos Fonseca – que se veem por Arouca, provavelmente os mesmos de Aires da Fonseca, do Boco – a fazer-se em o nº 5., quando for chegado Jerónimo de Escobar Pinto ou Jerónimo Pinto da Fonseca. FRANCISCO DA FONSECA FURTADO é uma primeira figura: porque falta a prova documental de sua filiação; mas também porque se evidencia nesta cadeia de gerações: podia tê-lo figurado à cabeça da QUINTA DO BOCO. No estamento de Arouca do seu tempo foi, sem dúvida, membro da "nobreza da vila" e nessa qualidade virá a acompanhar o cunhado Manuel Teixeira Tavares nos depoimentos do processo de canonização de Santa Mafalda. Todavia, algumas notícias significativas, anteriores ao seu aparecimento, permitem não só formular uma hipótese de filiação, como apontam para o tronco da árvore dos antecedentes que fundamentam a QUINTA. Em genealogia, a secura da prova é menos fecunda do que a precaridade das conjecturas, porque as deduções são mais estimulantes. O exposto leva a suspeitar que – muito antes do enlace de FFF com a QUINTA DE SÃO PEDRO – os Furtados Tavares do lugar de São Pedro, parentes de FFF e provindos do BOCO, tenham sido os próprios e primeiros senhores da CASA DE SÃO PEDRO, que iremos ver no PARÁGRAFO SEGUNDO.

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A casa actual e a sua envolvência devem imenso ao Eng.º Ernesto Queiroz Ribeiro, recentemente falecido.

QUINTA DO BOCO 1. FRANCISCO FERNANDES e MARIA FURTADA, casados, moravam em Boco – lugar junto e parte integrante da freg. da vila de Arouca. Três de seus filhos, pelo menos, adoptaram o apelido Tavares – João, Joana e Pedro. Por sua vez, sabe-se de uma Francisca Fernandes, do Boco, que foi mãe de outro João Tavares, pad. em 1572 com a referida Francisca. Teríamos, então, dois primos coirmãos, segundo parece, de nome João Tavares, ambos do Boco: Um deles, filho de FRANCISCO FERNANDES e de sua m.er MARIA FURTADA; outro, filho de Francisca Fernandes e de progenitor desconhecido. Assim sendo, viviam no Boco personagens do apelido Fernandes, do apelido Furtado, e do apelido Tavares. Com efeito, logo no início das primeiras notícias paroquiais, faz-se menção a Francisca Fernandes do Boco na qualidade de madrinha de um neófito da vila (1566); segue-se uma referência a João Tavares, f.º de Maria Furtada, do Boco, em 1572; a Joana Furtada, f.ª de Maria Furtada, do Boco, em 1573; a Pedro Furtado, do Boco, em 1577; e a Joana Tavares

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c. c. Manuel Mendes, moradores no Boco, pais de António em 1577, ou Joana Furtada c. c. Manuel Mendes, moradores no Boco, pais de Manuel em 1579; etc. esquema 4 FRANCISCA FERNANDES do Boco mad. 1566, 1572, 1573 I

JOÃO TAVARES5 pad. 1572 com sua mãe Francisca Fernandes

FRANCISCO FERNANDES X MARIA FURTADA do Boco

~1520

______________________________________________ I I I JOÃO TAVARES pad. 1572, 1573, 1575

JOANA FURTADA PEDRO FURTADO mad. 1573 pad. 1577 ou JOANA TAVARES ou PEDRO TAVARES X MANUEL MENDES __________________ I I ANTÓNIO MANUEL b. 1577 b. 1579

~1550

Sem dúvida que os Furtados eram Tavares: Num dos prazos concedidos 6

pelo Mosteiro no ano de 1540 figura António Tavares e sua m.er Maria Furtada, da vila de Arouca7, casal atribuível aos nados por volta de 1490, podendo admitir-se que deles proviessem dois rebentos da geração seguinte, casados em Boco. Não temos prova concludente disso, embora a hipótese seja tentadora: Qual é a de filiar MARIA FURTADA, com filhos do apelido Tavares (e ela própria Tavares também), no referido casal da vila, António Tavares e Maria Furtada. Quanto aos FERNANDES, seria estultícia especular mais do que fiz, pois se trata de apelido do tipo patronímico. Se tantas dúvidas persistem com personalidades portadoras de apelido – tal como hoje os entendemos – a dificuldade é imensa com nomes de família que meros patronímicos foram: Houve FERNANDES e houve GONÇALVES, jornaleiros; há FERNANDES e há GONÇALVES, pessoas principais. Em certas ocasiões é

5

VILA, livro 16 C. 1619-1670, primeiras folhas de S.S. Crisma, 1576. Advirto que se poderá tratar de má leitura do nome do lugar, pois mais claramente se lê beqº [rua do Beco?] na qualidade de pad. de Crisma.

6

PRAZOS, Livros de Prazos, livro 6, fl. 280, agora fls. 274v [As folhas estão indicadas desta maneira no respectivo Índice], III, 1ªD, 13, 2, 3 (antigo n.º ordem 129).

7

No mesmo livro 6, fl. 464, agora 457v, encontra-se António Tavares e sua m.er Maria Furtada da quinta dos cavaleiros, freg. de Silva Escura; e no Índice Geral dos Prazos, III, 1ªD, 13, 4, 11, em Silva Escura, figuram muitos outros Tavares e, o primeiro, é António Tavares da quinta dos cavaleiros, em 1541 (livro 5, III, 1ªD, 13,2,2, fl. 414), em 1545 (livro 6, cit., fl. 280), em 1548 (livro 6, cit., fl. 464) e em 1567 (livro 12, III, 1ªD, 13,2,7, fl. 25).

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possível arriscar a qualidade do sujeito, como escreveu Mattoso8 a propósito dos chegados às vésperas de Aljubarrota (...“quais eram os critérios que permitem dizer que um determinado indivíduo pertence ou não à nobreza? Ora bem, para mim é extremamente simples – são os nomes” [etc.]). Mas a ignorância nestas coisas é grande, ainda hoje: Num livro – aliás a mais de um título notável – lê-se este pasmoso parágrafo: “Nada se sabe sobre a família de Rodrigues [José Rodrigues, jesuíta do séc. XVI] e sobre a sua juventude em Portugal. É possível, naturalmente, tecer conjecturas sobre a sua eventual ligação a Dona Flamula Rodrigues, Senhora do castelo de Sernancelhe no século X, mas deve ter-se presente que o nome Rodrigues é extremamente comum em Portugal e Espanha.”9 Embora o trabalho, traduzido em 1993, date de 1974 – e daí para cá o desenvolvimento da antroponímia tenha sido espectacular – logo se lembram duas obras pioneiras: a de Leite de Vasconcelos, Antroponímia Portuguesa, 1928 e a de Paiva Boleo, Os Estudos de Antroponímia e de Toponímia em Portugal, 1953. E são quanto basta! Rodrigues, na célebre condessa, é patronímico; mas Rodrigues, em José Rodrigues, é nome de família de tipo patronímico: enquanto Dona Flámula era f.ª de Dom Rodrigo, José Rodrigues era filho de pai ou mãe Rodrigues, fosse de um Manuel Rodrigues ou de um Manuel José e de sua m.er Maria Rodrigues!... FRANCISCO FERNANDES teve de sua m.er MARIA FURTADA, nascidos no Boco, os seguintes filhos: 2. Ana Tavares casada em São Pedro com Manuel Gonçalves, o Verde, pais de Inácio Tavares e de Maria10 Tavares, adiante mencionados, e também de Ana, filha que foy de Manuel Gonçalves o Verde, mãe de Maria b. em 158911; 2. Maria Tavares c. c. Francisco de Almeida Cabral (ou Francisco de Almeida, o Velho), f.º de Duarte de Almeida e de sua m.er Catarina 8

MATTOSO - 1303/1305 e a Crise Geral dos séculos XIV/XV..., p. 415. Ver CASA DA PORTA, Introdução aos Teixeira de Arouca. É o caso em Arouca, por certo, de uma tal Micia Gonçalves do Burgo, ao tempo da demarcação de São Salvador em 1496.

9

COOPER S.J., Michael - Rodrigues o Intérprete. Um Jesuíta no Japão e na China. Lisboa: Quetzal, 1993, p. 19.

10

Duas de nome Maria, uma b. em 1566 e outra b. em 1576: A avaliar pela data dos nasc. de seus filhos, esta Ana Tavares seria o primogénito, logo seguida de Maria Tavares. Ver ABERTURA, nomes e sobrenomes, Os FURTADOS TAVARES.

11

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Ferraz, moraram na rua dos Currais e foram pais de Francisco (1571), Duarte (1572), Joana (1577), Mateus (1579) e Ana (1584)12; 2. Frutuoso Fernandes, senhor do prazo de Valmelhorado, no Burgo (1593), parece casado com Ana Pinta, 1.ª vida do prazo de Roças (1570), prazo que vai passar a Joana Pinta e desta a António Tavares e sua m.er Antónia Teixeira, reconhecentes em 165513; pais, possivelmente também, de Manuel Pinto Furtado com larga geração14 e de António Tavares [ou António Tavares Pinto, um dos instituidores da Santa Casa em 1610], pai por sua vez de Luís Pinto, ou Luís Pinto de Miranda (pad. em 1623)15; nos Crismados de 1596 consta Frutuoso f.º de Frutuoso Fernandes, sendo pad. Manuel Pinto; e Frutuoso Fernandes, pad. de [seu sobrinho] Inácio, f.º de Ana [Tavares].

inaçio f.º de ana [Tavares]

p[adrinho, seu tio] frutuoso Fernandes

esquema 5 Filhos de M.ª Furtada e de FRANCISCO FERNANDES, da Quinta do Boco (Ver ABERTURA, Os Fonsecas, Os Furtados Tavares) ________________________________________________________________________________________________ Ana Tav.s M.ª Tav.s Frutuoso Fz Joana Furtada Pedro Furtado João Tavares An.to Tav.s c.c. c.c. c.c. ou Tav.s c.c. ou Tav.s c.c. pad. 1572, 73 c.c. M.el Glz Fr.co de Ana Pinta M.el Mendes M.ª de Andrade e 1575 Marta Barbosa Alm.ª, o Velho [de Beça] pad. do Boco 1579, 1600 e 1618 I JOANA, 1577 OUTROS Com dificuldade se reconstitui o rol de filhos de Fr.co Fz do Boco havidos em sua m.er M.ª Furtada. Teriam nascido, os primeiros, por 1540. Alinharei estes: Ana Tavares, que casou no lugar de São Pedro, talvez por 1560, cuja geração irá testemunhar os actos festivos do Boco; outra Tavares, Maria Tavares, que casou com um Almeida Cabral, da rua dos Currais, presentes no Boco desde 12

Ver ABERTURA, nomes e sobrenomes, Os ALMEIDAS; igualmente, Os FURTADOS TAVARES.

13

AUC; MSMA, Livro da Comenda de Rossas, antigo n.º ordem 131, fl. 21.

14

Ver ABERTURA, nomes e sobrenomes, Os FONSECAS, Os FURTADOS TAVARES.

15

Idem, ibidem, esquema "Maria Furtada" e esquema "Ana Pinta".

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1579; Joana Furtada ou Tavares, a herdeira do BOCO; Frutuoso Fz, provavelmente um pouco mais velho do que Joana, pad. de Crisma de [seu sobrinho] Inácio, f.º de Ana Tavares e pai de outra Joana e avô de um Aires, tal como outro Aires veio de [sua irmã] Ana Tavares; Pedro Furtado ou Tavares, que se mantém no Boco, casado; João Tavares, com notícia nos assentos de B. de 1572 e 1575, ora declarado f.º de M.ª Furtada, ora de Fr.co Fz; por fim, possivelmente, António Tavares que casou com Marta Barbosa [de Beça], do mesmo nome de mais dois da geração seguinte: António Tavares f.º de Ana Tavares e António Tavares f.º de Joana Tavares.

2. Joana Furtada ou Tavares, que segue; 2. Pedro Furtado, que também se diz Pedro Tavares, casado com Maria de Andrade, moradores no Boco; ele, pad. em 1577, e depois, em 1582 e 1583; ela, mad. em 1587; 2. João Tavares, f.º de Maria Furtada mor. no Boco, apadrinha em 1572 e como f.º de Francisco Fernandes, de novo, em 1573 e em 1575; (2). António Tavares c.c. Marta Barbosa, pai de Natália (1588)16, Francisco (1590), Domingos (1595)17, António (1600), Antónia (1603) e de outro António (1607)18; veio a falecer na vila, onde sempre residiu, aos 12.01.163019. Eram porém muitos os Tavares na Arouca quinhentista e não devem ser enxertados na mesma cepa, mas sim reportados a três árvores. Quase coincidentes no tempo. Dos primeiros a chegar teria sido o casal António Tavares / Maria Furtada – que escolhi para avós destes aqui – progenitores dos Tavares da vila (de São Pedro e do Boco, incluídos): são os TAVARES DA VILA, com raízes na quinta dos cavaleiros de Sever do Vouga. Outro Tavares bem conhecido é Ayres Tavares Pereira da quinta do Ramalhal de Castelões de Cambra, casado em Arouca com Maria Escobar de Barros, mas que se mostra com descendência ora 16

Mais tarde Natália de Beça, o que mostra que a mãe era dos Barbosa-de-Beça de Arouca.

17

AZEVEDO - Historia Eclesiastica da Cidade e Bispado de Lamego, p. 237, onde diz: "DOMINGOS BARBOSA, de Arouca, bispado de Lamego, filho de António Tavares e Martha Barbosa; vestiu em Coimbra a roupeta da Companhia de Jesus em 1610. Foi insigne professor de lettras humanas, e grande poeta latino, de que deixou algumas composições em louvor de S. Xavier, e outras." PEREIRA; RODRIGUES - Portugal Diccionário..., entrada “Bardosa (Domingos)”. Lisboa: João Romano Torres & Cª, 1907, acrescenta que n. em Jan.º de 1595 e fal. a 25 de Março de 1659. Ver, igualmente, ABERTURA, nomes e sobrenomes, Os BEÇAS, Os BARBOSAS.

18

Ver ABERTURA, nomes e sobrenomes, Os FONSECAS, Os FURTADOS TAVARES.

19

VILA, livro 20 O. 1613-1690.

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pela Feira, ora pelo Porto: são os TAVARES PEREIRA DO PORTO, tratados pelo genealogista Cristóvão Alão de Morais20. Por fim, outro Tavares, Francisco Tavares, f.º de Branca Tavares de Sandim, Feira (hoje, Vila Nova de Gaia) donde veio para casar em Santa Eulália de Chave, lá pelos anos de 1530/40: são os TAVARES DE AROUCA do mesmo tratadista genealógico, na origem das mais ilustres casas de Arouca – em Roças, em Urrô, em São Salvador, em Santa Eulália, e na vila (Malafaias). Com o merecido desenvolvimento, os três braços acima figuram no Caderno XI QUINTA DE TERÇOSO e CASAS DE SELA: Ancorados um pouco mais atrás no tempo, afiguram-se parentes ou oriundos de um troco comum, se não o de Castelões de Cambra, os chamados “Tavares de Mira”. 2. JOANA FURTADA, ou JOANA TAVARES, estava já casada em 1575 com MANUEL MENDES. Este, com notícia de apadrinhamento em 1579 e em 1596, seria um dos MENDES DE VASCONCELOS (irmão ou primo de Tristão Mendes [de Vasconcelos c. c. Joana de Abreu, moradores na rua dos Currais], e de Cristóvão Mendes de Vasconcelos, filhos ambos de Duarte Mendes de Vasconcelos e netos de Rui Mendes de Vasconcelos, todos de Arouca21). Com efeito, sua filha Maria Furtada anda como Maria Furtada de Vasconcelos enquanto mad. de Maria, 1611, fª de António Francisco e Leonor de Almeida. Uma JOANA TAVARES vem mencionada numa enfiteuse de 1579 da comenda de Rossas, bem como seu filho António Tavares, no reconhecimento a seu neto Luís Tavares de Miranda, em 165522. Constam por seus filhos: 3. António, nascido no Boco e b. aos 2.04.1577, af.º de Gaspar Teixeira 23 e de sua f.ª Maria de Abreu; parece ser o António Tavares, f.º de Joana Tavares e pai de Luís Tavares de Miranda; (4). Luís Tavares de Miranda que sabemos casado com Luísa Aranha Brava, referenciados em QUINTA DE ROMARIZ24; 20

ALÃO.

21

Ver ABERTURA, nomes e sobrenomes, Os ABREUS; ABERTURA, nomes e sobrenomes, Os MENDES.

22

AUC, MSMA, Livro da Comenda de Rossas, fls. 152v; ver também ABERTURA, nomes e sobrenomes, Os FURTADOS TAVARES.

23

Ver ABERTURA, nomes e sobrenomes, Os ABREUS.

24

Ver QUINTA DE ROMARIZ, 5. D. Serafina de Melo.

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V - QUINTA DE ROMARIZ

3. Manuel, nascido no Boco e b. 17.01.1579, af.º de Gonçalo Tavares clérigo de Evãgelho, f.º de Gonçalo Fernandes, de Alvarenga, e af.º de Maria de Almeida, solteira, f.ª de Duarte de Almeida [Cabral] já defunto25; (3). Ana Furtada, religiosa no Mosteiro e testª em 1649 no processo de beatificação da rainha Mafalda, contando 70 anos, nascida portanto por 157926; 3. Rodrigo Mendes, crismado aos 12.06.159627, pad. em 1607 com sua irmã Maria Furtada, abaixo; virá a casar com Isabel Ferraz, a reencontrar adiante; 3. Maria Furtada, nascida no Boco em 1584, referida imediatamente acima, segue:

Vejamos de modo simplificado o esquema 6:

António Tavares

x

Maria Furtada prazo de 1540 : Francisco Fernandes x Maria Furtada do Boco _______________________________________________________________________________ I I I I João Tavares Joana Furtada Pedro Furtado Ana Pad. 1572, 1573, 1575 mad. 1573 pad. 1577 Tavares ou Joana Tavares ou Pedro Tavares casada em x a.1575 x São Pedro Manuel Mendes Maria de Andrade I pad. 1579, 1596 mad. 1587 I _________________________________ ___________ I I I I I I António Manuel Rodrigo MARIA Inácio Maria Mendes FURTADA Tav.s Tav.s b. 1577 b. 1579 p. 1607 b. 15845 ver atrás, esquema 2 m. 1607

25

Ver ABERTURA, Os ALMEIDAS. Maria de Almeida e seu irmão Diogo de Almeida, filhos de Duarte de Almeida, constam em apadrinhamentos nos primeiros assentos da VILA.

26

Beatificationis, & Canonizationis..., p. 63 e p. 81.

27

VILA, livro 16, primeiras folhas de S.S. Crisma, cit.

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V - QUINTA DE ROMARIZ

3. MARIA FURTADA, nascida no Boco e b. aos 18.12.1585, af.ª de Jácome de Barros [pai de Maria de Azevedo da QUINTA DE ROMARIZ] e de Dorotea de Coadros [irmã de Maria Henriques da QUINTA DE SÃO PEDRO]28, parece ser a mesma deste nome casada c. AIRES DA FONSECA, sempre referenciado ao mesmo Boco. MARIA FURTADA aparece também chamada Maria Furtada de Vasconcelos - na qualidade de mad. de Maria, fª de António Francisco e Joana de Almeida, em 1611 - mostrando ser seu pai um Mendes de Vasconcelos.

Veremos adiante que AIRES DA FONSECA era Aires Pinto da Fonseca

Antes de prosseguir, vejamos um esquema alargado da parentela do BOCO:

28

Paroquiais, L.º 1581-1596. fls. 62v.

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V - QUINTA DE ROMARIZ

esquema 7

TAVARES DA VILA, esquema provável (simplificado)

ANTÓNIO TAVARES X MARIA FURTADA, da vila, foreiros da quinta dos cavaleiros *Pedro Furtado cc Guiomar de Escobar : em Sever do Vouga fª Ana Descobar MARIA FURTADA X FRANCISCO FERNANDES, moradores no Boco ______________________________________________________________________________________________________________________

ANA TAVARES MARIA TAVARES FRUTUOSO FZ JOANA FURTADA PEDRO FURTADO JOÃO TAVARES ANTONIO TAVARES X X (Ver ABERTURA, OU TAVARES X pad. 1577 pad. 1572 X M.el Gonçalves Francisco de Almeida Cabral Os Furtados Tav.s) Manuel Mendes ou PEDRO TAVARES 1573, 1575 Marta Barbosa de São Pedro da rua dos Currais do Boco X Maria de Andrade (Ver ABERTURA, Os Barbosas) ______________________ ___________________________________________ _____________________________________________ ____________________________________________ Ana Inácio Maria Fr.co Duarte Joana Mateus Ana An.to M.el Ana Rodrigo Maria Natália Fr.co D.gos An.to An.ta An.to Tav.s Tav.s de Alm.ª de Alm.ª Tav.s Furtada Mendes Furtada de Beça Barbosa 1576 1571 1572 1577 1579 1584 1577 1579 1579 crism. 1596 1585 1588 1590 1595 1600 1603 1607 c.c. c.c. c.c. c.c. p. 1607 X Aires c.c. Isabel Seb.ão Filipa An.to Fr.co da Fonseca Nicolau Velho de Aguiar Velho ** Aires

* Provavelmente, nascido por 1460 ** Também Sebastião Velho era de São Pedro, f.º de Rodrigo Velho de São Pedro que para aqui trouxe sua mãe Inácia Varela, da vila, v.iúva de Cristovão Dias, estes, com prazo em São Pedro

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V - QUINTA DE ROMARIZ

AIRES DA FONSECA residiu no Boco até ao seu falecimento a 28.12.1626; entretanto dele ficara notícia em 1614(?) e 1625; casou duas vezes, a primeira com Maria Furtada que faleceu a 11.10.161329 e a segunda com Maria Tavares. MARIA FURTADA teve, de seu marido AIRES DA FONSECA, filha conhecida: 4. Maria, fal. menor em finais de 1613; 4. Maria, nascida no Boco e b. a 19 de Junho(?) dos começo de seiscentos30, af.ª de João da Fonseca mor. no Porto, e de Filipa Aires, m.er de Francisco de Almeida o novo31, todos da vila. Parece ser a Maria Furtada que vai morar na Praça, casada com André Lopes. Teve: (5). Maria Furtada que casou em 1649 com António da Fonseca da QUINTA DA LAMEIRA, irmão de Luís da Fonseca Varela II que virá a casar em ROMARIZ (1652), filhos de outro António da Fonseca e de sua m.er Isabel de Pinho da referida QUINTA DA LAMEIRA; 5. Manuel, b. aos 20.05.1627, af.º de Francisco Teles de Melo [da QUINTA DE ROMARIZ] e de Maria Pereira m.er de Francisco de Azevedo da vila; 5. António, b. a 19.07.1629, af.º de Diogo Lopes e de Antónia Descobar da vila, virá a ser o Moço de Câmara António da Fonseca Furtado, por alvará de 13 da Março de 164732; 5. Isabel, fª de Maria Furtada moradora na Praça, b. em 1638, af.ª de Domingos da Fonseca m.or em Minhãos33, e de Maria de Azevedo m.er de [seu tio] Francisco da Fonseca [Furtado] m.or no Boco; Daquela Maria teria sido irmão: (4). FRANCISCO DA FONSECA FURTADO que segue a seu tempo.

29 30

VILA, livro 20, cit. VILA, livro 2 B. 1603-1640, que tem as primeiras folhas em muito mal estado. Todavia, como a madrinha Filipa Aires tinha casado em 1607, é de admitir que sua afilhada Maria tivesse nascido por estes anos.

31

Ver ABERTURA, nomes e sobrenomes, Os ALMEIDAS. Igualmente, Os AIRES.

32 33

Archivo Nacional da Torre do Tombo Inventário dos Livros de Matrícula dos Moradores da Casa Real..., vol. I. Ver QUINTA DE MINHÃOS, para Domingos da Fonseca.

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V - QUINTA DE ROMARIZ

Do 2º matrimónio de AIRES DA FONSECA constam filhos nascidos igualmente no Boco, tidos de Maria Tavares.

esquema 8

Quem era Maria Tavares?

____________________________________________________________ Ana Tavares Maria Furtada de São Pedro do BOCO I I Inácio Tavares, 1566 Maria Furtada, 1585 Crismado 1596 + 1613 c.c. c.c. Isabel de Aguiar Aires da Fonseca ____________________________________ ___________ I I I I I I Aires Pascoal Isabel de Aguiar Maria FFF* M.ª Furtada 1601 1603 1606 [Tavares] _____ 1603, c.c. André Lopes de São Pedro mad. 1615(?) mad. 1644 2.ª m.er de Aires da Fonseca? m.er de João Aranha de Pinho * FFF leia-se Francisco da Fonseca Furtado

4. António, b. 27.12.1616, af.º de licenciado Domingos Brandão34 e de Catarina de Aguiar; 4. Manuel, b. em 31.05.1618, af.º de Inácio Tavares e de Maria Tavares, m.er de Sebastião Velho, todos de São Pedro [filhos de Ana Tavares e de seu marido Manuel Gonçalves, de São Pedro: ela, Maria Tavares, tinha nascido em 1567 (Ver esquema 2); 4. Maria, b. a 4.12.1619, af.º do licenciado Francisco Aires e sua f.ª Maria Aires, moradores na rua d´Arca35; 4. João, b. a 7.05.1622, af.º de Francisco Vieira, da Lapa [f.º de outro Francisco Vieira, da Lapa de São Pedro, e nasc. em 1581], e de Maria, f.ª de Inácio da Fonseca (esquema 9); parece tratar-se de João da Fonseca Pinto, avô de Brás José de Miranda Pinto, no PARÁGRAFO SEGUNDO;

34

Irmão de Antónia de Pinho Brandão, documentado em CASA GRANDE DOS MALAFAIAS.

35

Ver ABERTURA, nomes e sobrenomes, Os AIRES.

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V - QUINTA DE ROMARIZ

4. Francisco, b. aos 29.09.162636, af.º de André Vieira da vila37, e de Isabel de Aguiar, f.ª de Inácio Tavares de São Pedro (esquema 2 e esquema 8). 4. FRANCISCO DA FONSECA FURTADO deixa notícia em apadrinhamentos vários, tais o de uma f.ª natural de Manuel de Andrade, de Alvarenga, em 1636, na companhia de Isabel Vieira, da Cabreira [f.ª de Maria Vieira e de seu marido Pedro Fernandes, nascida em 1576, vizinhos com quem vai estar relacionado inúmeras vezes – Ver esquema 2]; é padrinho por outras duas vezes no mesmo ano, uma delas, de uma f.ª de Isabel de Aguiar, de São Pedro, e outra, de Francisco, f.º de Brás Coelho e de sua m.er Maria Vieira, na companhia de Isabel Vieira, Fª que ficara de Brás Fernandes, da mesma Cabreira (Ver todos no esquema 238); ainda, outras duas vezes: em 1643 com Maria de Almeida, sobrinha de Nicolau Velho39 e em 1644, com sua m.er; de novo, no mesmo ano; uma vez mais, em 1646 de um dos filhos de seus cunhados de SÃO PEDRO. Mas, para o nosso propósito, o mais significativo, porventura, de todos os apadrinhamentos de Francisco da Fonseca do dito boco, fora um de Janeiro de 1631, na companhia de Maria, f.ª de Brás Fernandes da Cabreira, porque estava ainda solteiro, e se dizia já do Boco. Também um prazo no concelho de Penafiel, freg. de Gelhufe [Guilhufe], fora concedido no ano de 1635 a Francisco da fonseca furtado do Boco40, data em que ainda não casara, conforme se verá. FRANCISCO DA FONSECA FURTADO residia então no Boco e o Mosteiro recorda, em 1680, a concessão do prazo do Boco cabendolhe já a 3ª vida: O mesmo prazo virá a passar a seu filho Jerónimo e a seu neto, outro Jerónimo, a encontrar adiante: Consta, deste modo, em uma nota à margem: Pai de Jerónimo de escobar casado que foi com D. Joana de Melo de quem nasceu Jerónimo41. Casou a 5.01.1636 com MARIA DE AZEVEDO PEREIRA42, f.ª de Jerónimo Teixeira de Quadros e de 36

VILA, livro 2 B. 1603-1640.

37

Ver ABERTURA, nomes e sobrenomes, Os VIEIRAS DE SANTA EULÁLIA, Os VIEIRAS DA LAPA.

38

Ver igualmente ABERTURA, nomes e sobrenomes, os VIEIRAS DE SANTA EULÁLIA, Os VIEIRAS DA LAPA.

39

Ver ABERTURA, nomes e sobrenomes, Os VELHOS REIMÕES. A qualidade, sobrinha de Nicolau Velho, devia-a provavelmente ao facto de viver com seu tio. Era f.ª de outro Nicolau Velho, irmão de Sebastião Velho de São Pedro.

40

PRAZOS, livro 25, III, 1.D, 13, 2, 21 (antigo n.º ordem 146), fl. 295.

41

PRAZOS, Livro Tombo Velho da Freg. de Arouca, III, 1D, 13, 4, 31 (antigo n.º ordem 252).

42

VILA, livro 16 C. 1619-1670.

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V - QUINTA DE ROMARIZ

sua m.er Maria de Azevedo, da QUINTA DE SÃO PEDRO. Um ano depois, o cartório do Mosteiro menciona Francisco da fonseca furtado do Boco num prazo de vinte medidas do cazal de quintella (Alvarenga)43 a 2 de Janeiro deste de 163744. Ao matrimónio de FRANCISCO e MARIA, assistiram como testemunhas qualificadas Francisco Furtado, Isabel Ferraz m.er de Rodrigo Mendes45 e Domingos Malafaia: o Francisco Furtado46 foi senhor de um prazo de hum cazal cito em os Cazaes de Alvarenga e outro na Insoa de Carregosa aos 19 de Set.º de 1628 47 e casado com Isabel Tavares, ambos instituidores de uma Capela que adiante se refere; o Rodrigo Mendes, que aparece casado com Isabel Ferraz, era f.º de Joana Furtada ou Tavares, do BOCO e de seu marido Manuel Mendes, e irmão de Maria Furtada, supra; o Domingos Malafaia é senhor da CASA GRANDE DOS MALAFAIAS, e virá a testemunhar mais tarde outro casamento de SÃO PEDRO, desta, de Antónia de Quadros com Manuel Teixeira Tavares, cunhado de FRANCISCO DA FONSECA FURTADO. Os paroquiais nomeiam FRANCISCO DA FONSECA FURTADO na qualidade de padrinho, uma das vezes, como disse, de um filho natural de Manuel Andrade, de Alvarenga, provável familiar dos mesmos Furtados e Tavares, do BOCO (porquanto Pedro Furtado ou Tavares, irmão da Joana Tavares, do Boco, surge casado com uma Maria de Andrade); naturalmente padrinho, ou sua m.er, dos filhos de SÃO PEDRO. MARIA DE AZEVEDO é convidada a amadrinhar na vila por três vezes em 1638, duas na companhia de Domingos Malafaia e outra na companhia de Domingos da Fonseca de MINHÃOS48: uma destas vezes foi mad. de Isabel, f.ª de Maria Furtada [e de André Lopes], da Praça (Sabe-se que este André Lopes foi pai do moço de câmara António da Fonseca Furtado por alvará de 13.03.164749), e, de outra, de um f.º de Sebastião da Fonseca e de Maria Lobata de Vasconcelos, mor.s na Rua dos Currais; e em mais ocasiões a mostrar adiante. FRANCISCO DA FONSECA FURTADO virá a ser, portanto, cunhado de 43

Ver QUINTA DE SÃO PEDRO. Em 1552, o mesmo prazo fora de Beatriz Vieira, viúva de Gonçalo Fernandes.

44

PRAZOS, Índice Geral dos Prazos, III, 1ªD, 13, 4, 11 (antigo n.º ordem 232), Freg. e Cº de Alvarenga, onde cita o livro 23, fl. 287.

45

F.º de Manuel Mendes e Maria Furtada, do BOCO, no esquema 6.

46

Seria seu tio materno? Talvez não, mas sim seu parente em Arouca.

47

PRAZOS, Índice Geral dos Prazos, Freg. e Cº de Alvarenga, cit., bem como livro 19, III, 1D, 13, 2, 17 (antigo n.º 143), fls. 356.

48

A seu tempo se verá que Domingos da Fonseca de MINHÃOS era primo coirmão de FFF.

49

Livros de Matrícula dos Moradores ..., cit.

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Manuel Teixeira Tavares de EIRIZ, casado também em SÃO PEDRO (embora só no adiantado ano de 1640) e por isso não surpreende que sua m.er amadrinhe Lourenço (1643), bem como Jerónimo (1644), enquanto Maria (1646) é afilhada de seu marido – três dos filhos de SÃO PEDRO. Volta a apadrinhar em 1644, ora com sua m.er, ora sozinho; ele, ainda em 1645, na companhia de Domingos Malafaia, e de novo com o mesmo, de um f.º de Brás Coelho da Cabreira. Em 1685, velho por certo, aparece na qualidade de irmão da Santa Casa da Misericórdia de Arouca.

DEVOTI – FECERE – AN – 1612

Adiante virá que o milésimo 1612 é de um ano adiante do nascimento de FFF

Na redacção das procurações para o Processo de Beatificação da Rainha Mafalda50, foram procuradores os nobres Manuel Teixeira Tavares e Francisco da Fonseca Tavares [sic]. O apelido Tavares em Francisco da Fonseca é a única vez que o encontramos, e tanto pode ser erro de transcrição (se não, simplesmente, tipográfico), como, efectivamente, por lhe caber, como neto materno de Joana Tavares... 50

cf. COSTA - História do Bispado e Cidade de Lamego, vol. IV [1984], p. 614.

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V - QUINTA DE ROMARIZ

A mesma fonte (ob. cit., p. 615) volta a menciona-lo como testemunha por parte da nobreza, a quem chama agora Francisco da Fonseca Furtado, mas não lhe declina a idade, infelizmente – tal como faz para Manuel Teixeira Tavares, 84 anos – e assim, não se sabe, por ora, a que geração pertencia: Apenas, a julgar pelo casamento, poderá supor-se nascido pelo início de 1600 ou um pouco depois. O livro de registos que o podiam trazer, estão, nas primeiras e nas últimas folhas, muito mal conservados – O livro 1 termina em 1596, o livro 2 inicia-se em 1603; mais um livro perdido em Lamego que vai até 1581, mas tem folhas soltas relativas a 1596 e 1597; outro caderno de 1599 em diante está em péssimo estado de conservação. Um Francisco detectado por esses anos foi b. em Dezembro de 1607 ou Janeiro de 1608, filho bastardo de Francisco Furtado, solteiro – que bem pode ser o que mais tarde obtém os Cazaes de Alvarenga (1628) e casa com Isabel Tavares, tia e testadora a seu sobrinho o capitão Manuel Soares Mendes Tavares dos mesmos Cazaes51 – mas nada convida a tê-lo por Fonseca, nem por Tavares, e não se lhe colhendo qualquer outra notícia daí para diante, o abandonarei em detrimento de outras hipóteses mais interessantes. Pela data, também podia ser o Francisco, b. em 1605, f.º de Manuel da Fonseca e de sua m.er Antónia Gabriel, mas estes moravam na rua d´Arca e se não vê por onde lhe viesse o apelido Furtado. Então, de quem teria nascido FRANCISCO DA FONSECA FURTADO? A menos que venha a ser encontrado documento irrefutável que confirme ou desminta a filiação, havemos de nos ficar por conjecturas, tanto mais fiáveis quanto exaustivamente exploradas e criticadas. Abonam a filiação acima, três situações, a saber: 1º, foi 3ª vida do prazo do Boco; 2º, esteve sempre mencionado ao Boco; 3º, assinava-se Fonseca Furtado na geração seguinte à do Boco onde estão Aires da Fonseca e sua 1ª m.er Maria Furtada. Pode, assim, conjecturar-se que um primeiro emprazamento do Boco teria vindo a Francisco Fernandes e sua m.er Maria Furtada sendo transmitido a sua filha Joana Tavares, 3ª vida (c. c. Manuel Mendes), e depois renovado, o mesmo, a Maria Furtada, 2.ª vida, Fª destes últimos, c. c. Aires da Fonseca, passando em 3ª vida a [seu filho] FRANCISCO DA FONSECA FURTADO. Impõe-se testar a 51

Idem, ibidem, vol. VI [1992], p. 648 : A Capela "de S. João Baptista, no lugar de Casais, da qual foram primeiros instituidores Francisco Furtado e esposa Isabel Tavares, com obrigação de 4 missas: pelos anos de 1725, era administrador Manuel Soares Mendes". Desenvolvido por GALVÃO-TELLES - Os Telles de Santa Cruz de Alvarenga [policopiado] §8, nota 3 [Obra, hoje, já publicada].

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V - QUINTA DE ROMARIZ

presente hipótese com outras informações que venham a obter-se, verificando se nenhuma delas a contradiz, ou pelo contrário, se todas perfeitamente se ajustam. Voltando à descendência de Aires da Fonseca, do Boco, convém reconhecer os pontos fracos do esquema atrás elaborado: Não temos o B. de [seu cunhado] Rodrigo Mendes (Ver esquema 6), sabendo-se apenas que ele, Rodrigo, e sua irmã Maria Furtada (b. 1584) apadrinharam uma criança em 1607 e, nesta data, não se declara Maria Furtada casada com Aires da Fonseca, como então era de uso generalizado, mas simplesmente como irmã de Rodrigo Mendes (Admitamos a qualidade por suficiente ou, o que é mais provável, não teria ainda casado). Todavia, de Maria Furtada m.er de Aires da Fonseca consta uma filha Maria, b. nos primeiros anos de seiscentos – depois de 1607, como vimos em nota de rodapé; a mãe, Maria Furtada, faleceu em 1613, volvendo Aires da Fonseca a casar e a ter filhos de novo matrimónio a partir de 1616 (esquema 10). O estado de má conservação dos registos, quer antes quer depois de 1600 – em livros distintos, como se referiu – podem ser culpados do sumiço do assento de baptismo de FRANCISCO DA FONSECA FURTADO, nascido possivelmente depois de [sua irmã] Maria. Impõe-se fazer uma busca detalhada pelos fragmentos dos paroquiais. O mais interessante reside na pessoa da madrinha de casamento de FRANCISCO: Isabel Ferraz que era m.er de [seu tio] Rodrigo Mendes; e igualmente prometedor, a madrinha de seu filho Jerónimo, que será Maria Furtada, casada desde 1626 com André Lopes. Deste modo, a juntar ao apelido Fonseca/Furtado e à posse do prazo do Boco, estes dois apadrinhamentos surgem significativos que baste: É pois de crer, que Maria Furtada irmã de Rodrigo Mendes (esquema 6) viesse a ser a mesma Maria Furtada c. c. Aires da Fonseca – que permanece no Boco até ao seu falecimento – e que outra Maria Furtada, filha daqueles, seja a futura m.er de André Lopes (esquema 8), a ser madrinha de B. de Jerónimo, filho único de FRANCISCO (esquema 8). (Outros apadrinhamentos remeto para o esquema 10). O que ficou dito por último, melhor se visualizará no esquema junto, simplificado:

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V - QUINTA DE ROMARIZ

esquema 9 Rodrigo Mendes X Isabel Ferraz mad. de casamento de:

Maria Furtada x Aires da Fonseca + no Boco, 1613 + no Boco, 1626 _____________________________ I I Franc. da Fonseca Furtado Maria Furtada x 1636 Maria de Azevedo m.er de André Lopes (casados, 1626) I I I I Jerónimo, b. 1636, afº de: ___ I

29 Reformulação de Agosto de 2016

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Alinhemos

os

argumentos

V - QUINTA DE ROMARIZ

a

favor da proposta de filiação de FFF, sem nos preocuparmos com a ordem em que figuraram no texto. Ver esquema 10 FFF morava no Boco em 1631 e também em 1635, ainda solteiro Na geração anterior, o Boco era de Maria Furtada, 1ª m.er de Aires da Fonseca, falecida em 1613; Aires voltou a casar e manteve-se no Boco onde faleceu em 1626 FFF detinha o prazo do Boco em 3ª vida, prazo posterior e sucessivamente transmitido a seu filho e a um de seus netos A m.er de [seu tio] Rodrigues Mendes, do Boco, foi mad. do seu próprio casamento (1636) [esquema 9] Outra Maria Furtada e seu marido André Lopes foram pais (1626) de [seu sobrinho] António da Fonseca Furtado, Moço de Câmara por alvará de 1647 Entretanto, um dos filhos de outro Fonseca - Manuel da Fonseca de nome Francisco (1605), foi afilhado de [sua mãe] Maria Furtada m.er de Aires da Fonseca Uma filha de mais um Fonseca – Inácio da Fonseca – foi mad. de João (1622), um dos filhos do 2º casamento de Aires da Fonseca FFF foi pad. de C. (1656) do mesmo João Um dos Fonsecas da rua dos Currais (João, 1638) foi afilhado de Maria de Azevedo, m.er de FFF A mesma Maria de Azevedo amadrinhou Isabel (1638), filha de [sua irmã] Maria Furtada O filho único de FFF (Jerónimo, 1636) foi afilhado de [sua irmã] Maria Furtada, m.er de André Lopes

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Quem foram os padrinhos do BOCO? Anos de Baptismo e respecticos Padrinhos

Furtados Tavares, do Boco Joana Furtada (ou Tavares) casada com Manuel Mendes 1577 1579 1584 -

af.º de Gaspar Teixeira e sua f.ª Maria de Abreu Gonçalo Tavares clérido de Evangelho f.º de Gonçalo Fernandes, de Alvarenga e Maria de Almeida f.ª de Duarte de Almeida (Cabral) Jácome de Barros e Doroteia de Quadros -

Pintos da Fonseca, do Boco Aires da Fonseca casado com Maria Furtada 1595/1600 1607(?)

João da Fonseca mor. no Porto e Filipa Aires, m.er de Francisco de Almeida, o Novo

___________________ Maria Furtada casada com André Lopes 1627 1629 1638

Francisco Teles de Melo (de Romariz) e Maria Pereira, m.er de Francisco de Azevedo, da vila Diogo Lopes e Antónia de Escobar Domingos da Fonseca, de Minhãos, e Maria de Azevedo. m.er de Francisco da Fonseca, do Boco

Aires da Fonseca casado com Maria Tavares 1616

licenciado Domingos Brandão e Catarina de Aguiar 1618 Inácio Tavares e Maria Tavares, m.er de Sebastião Velho 1619 licenciado Francisco Aires e sua f.ª Maria Aires 1622 Francisco Vieira, da Lapa, e Maria, f.ª de Inácio da Fonseca 1626 André Vieira, da vila, e Isabel de Aguiar, f.ª de Inácio Tavares, de São Pedro ___________________ Francisco da Fonseca Furtado casado com Maria de Azevedo 1663

Domingos Malafaia e Maria Furtada, m.er de André Lopes

_______________________________________ Jerónimo de Escobar Pinto casado com D. Joana de Melo 1663 1664 1666 1667 1669 1670 1672 -

Fr.co da Fonseca Furtado (seu avô) e Manuel Teixeira Tavares (tio avô-afim) reverendo vigário Francisco Aires Francisco Tavares de Pinho, de Roças António de Serpa (Cardoso) e João de Escobar, f.º de Manuel Teixeira Tavares João Perdigão reverendo vigário de São Miguel, Domingos Nogueira Diogo Ferraz Bravo -

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Teles de Meneses, do Boco Jerónimo Teles de Meneses casado com D. Maria Eufrásia Pereira de Vasconcelos 1715

P.e Gerardo e D. Josefa de Melo (seus tios) 1717 P.e José Pereira Aranha, de Valdasna, e D. Sebastiana, tia pat. 1719 O desembargador José Monteiro de Vasconcelos e Luísa Tavares, religiosa Furtados Tavares; depois, Pintos da Fonseca; depois, Teles de Meneses ... O primeiro grupo prefere os notáveis de quinhentos (e um provável parente de Alvarenga); o segundo grupo é pontuado pela proximidade geográfica? Talvez, mas não foi razão solteira, pois, segundo parece, um dos Tavares do Boco era cunhado de António Vieira, da Lapa, desde ou antes de 1587: ___________________________________ António Vieira c.c. Guiomar Barbosa Marta Barbosa c.c. António Tavares Filhos: 1577-1581 Filhos: 1588-1607 e no mesmo segundo grupo se vêem também os Fonsecas, de Aires da Fonseca, e os Furtados, de Maria Furtada e de Maria Tavares; o terceiro grupo pouco mostra, além da óbvia presença do Romariz de D. Joana.

Nova busca pelos reaparecidos livros da cúria de Lamego mostrou que, efectivamente, está ainda guardado no respectivo livro do ACEL, relativo a Junho de 1611 – embora muito deteriorado – o assento de B. de Francisco, f.º de Aires da Fonseca e sua m.er Mª Furtada mor.s em Boquo, pp. Bernardo Pereira e sua m.er Ana de Almeida. (Para os pp. ver ABERTURA, II nomes e sobrenomes, Os ALMEIDAS).

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Igualmente, o cartório do Mosteiro (tomo 2 freg. de Arouca, III, 1D, 13, 4, 33, fls. 180v) revelou o reconhecimento da Quinta do Boco 1ª e 2ª vidas Ayres da Fonseca e sua m.er Maria Furtada, e 3.ª vida seu f.º Francisco da Fonseca Furtado aos 22.06.1712.

fr.co

Junho 6ii baptizei eu Jmº Tx.ra [cura desta] a fr.co f.º de Aires da fonª...................................................mª furtada m.res em boquo pp. os [o licenciado Ber]nardo p.ra e Sua mer Anna dalmª [todos desta fregª] Jmº Txra

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FRANCISCO DA FONSECA FURTADO e sua m.er MARIA DE AZEVEDO tiveram, nascido no lugar do Boco, da freg. da vila de Arouca, filho: 5. Jerónimo, que segue: 5. JERÓNIMO DE ESCOBAR, ou Jerónimo de Escobar Pinto, ou ainda Jerónimo Pinto da Fonseca fº de Francisco da Fonseca Furtado (tal como se declina num baptismo de 165152), nasceu no Boco e foi b. a 19.12.1636, af.º de Domingos Malafaia e de [sua tia] Maria Furtada, m.er de André Lopes. Entende-se bem o apelido de Escobar, neste Jerónimo, pois era neto materno de Maria de Azevedo da QUINTA DE SÃO PEDRO, irmã de Antónia Teixeira de Quadros, ou de Escobar, que teve filhos do apelido de Escobar (o P.e Jerónimo Teixeira de Escobar e o P.e João de Escobar); também se entende, obviamente, o apelido Fonseca, de seu pai Francisco da Fonseca Furtado: mas estranho, já, é o apelido Pinto – Jerónimo de Escobar Pinto ou Pinto da Fonseca ... Uma hipótese consiste em procurar sentido no avô Aires da Fonseca. Quem era Aires da Fonseca que casou no Boco, enviuvou e voltou a casar, e aí se manteve até falecer? Atrás já aventei quem fosse. Nos Baptismos de Arouca, um desta mesma graça, nascido em 1566, veio de Isabel da Fonseca e de seu marido Bernardo de Carvalho, sargento-mor e vereador de Arouca. Isabel da Fonseca nascida dos Pintos da Lagariça, era f.ª de João Pinto homem nobre e rico e de sua m.er Beatriz Machado53.

52

VILA, livro 3 B. 1651-1685.

53

Tudo consta no Processo de Habilitação para familiar do Santo Ofício de seu f.º António, de 23 de Setembro de 1606 – IAN-TT, Maço 4, Dil. 149; Ver também revista Arquivo do Distrito de Aveiro, vol. XXV [1959], p. 79. Ver igualmente ABERTURA nomes e sobrenomes, Os PINTOS.

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Torre da Lagariça, Resende

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Corridos os primeiros assentos da vila, não consta outro qualquer Fonseca, além de Isabel da Fonseca que teve do dito Bernardo de Carvalho, filhos – António, n. em 1560, segundo o referido processo de candidatura para familiar do Santo Ofício54; João, b. em 1565, nome de seu avô paterno, pois Bernardo de Carvalho era f.º de João Roiz Carvalho e de sua m.er Maria Dias; Aires, b. em 1566 como se disse, nome da estirpe dos Pintos de Ferreiros de Tendais e de outros daí derivados; Bernardo, nome de seu pai, b. em 1568; Maria, b. em 1571; outro João, b. em 1573; e entre o António, primeiro acima, e o Aires, primeiro dos assentos paroquiais, há lugar para mais um ou dois irmãos (esquema 11)55. Daqui por diante não consta nada mais sobre Isabel da Fonseca, mas tão-só seu marido Bernardo de Carvalho, padrinho ainda em 1580. Aires da Fonseca, casado no Boco, teria sido o pequenino Aires b. em 1566, f.º de Isabel da Fonseca, uma Pinto? Efectivamente! O cartório do Mosteiro guarda um prazo feito a Ayres Pinto desta villa de hum cazal cito no lugar de Santa Eulalia de Chave e hua quinta chamada do Buoquam cita no limite desta v.ª aos 18 de Dezembro de 161056 (sublinhados meus). Teria Jerónimo de Escobar Pinto da Fonseca repescado o apelido de [sua bisavó] Isabel da Fonseca? Assim parece! Abrindo o livro de registos subsequente, com início em 1581, colhemos notícia dos filhos de Manuel da Fonseca (ou de Afonseca) casado com Antónia Gabriel57, e dos filhos de Inácia da Fonseca casada com João

54

Declara-se de 45 anos para cima, naquele de 1606.

55

Ver ainda: ABERTURA, nomes e sobrenomes, Os CARVALHOS; ABERTURA, nomes e sobrenomes, Os PINTOS.

56

PRAZOS, Índice Geral dos Prazos, cit.

57

VILA, livro 1, cit., igualmente Livro Antigo, também cit. Antónia Gabriel nasceu em 1573, irmã de Francisca (1565), Gregório (1568) e Manuel (1575), filhos de Gaspar Apariço e de outra Antónia Gabriel, sua m.er.

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Gomes58, ambos os ranchos nascidos a partir dos primeiros anos de seiscentos; os livros seguintes acrescentam notícia de nascimentos em casa de Manuel da Fonseca, cirieiro, mor. na rua d´Arca, até 1616 (e ainda vivo em 1628, pad. de Gaspar de Pina, f.º de António de Pina e sua m.er Filipa Tavares). No ano de 1617, um neófito da vila é conduzido à pia baptismal por dois filhos de um outro Fonseca e os padrinhos são Manuel da Fonseca e sua irmã Maria que se declinam filhos de Inácio da Fonseca: É de crer, ainda aqui, que os [jovens] Manuel e Maria, filhos de Inácio da Fonseca, coubessem na geração dos nados pelo início do milésimo de 1600 e assim, a geração anterior – o cirieiro Manuel da Fonseca, Inácia da Fonseca e Inácio da Fonseca – teria nascido por 1570, ou seja, sensivelmente situada na mesma de Aires, f.º de Isabel da Fonseca, b. em 1566, como vimos. (E adiante, esquema 9). Seriam irmãos aqueles Fonseca de 1570, Manuel, Inácia e Inácio? E irmãos de Aires? É significativo, pelo menos, que Maria, f.ª de Inácio da Fonseca, amadrinhe João, n. em 1622, f.º de Aires da Fonseca e de sua 2ª m.er Maria Tavares, além de outros apadrinhamentos falantes (esquema 10). Já bastante depois de Isabel da Fonseca aparecer em Arouca, um outro parente seu havia também de chegar e aí casou: Foi ele Pedro de Afonseca59 (Pedro da Fonseca de Miranda), Notário, oriundo da Quinta de Fornelos, dos Senhores de Travanca e Vilar Maior e ainda dos Pintos de Ferreiros de Tendais, largamente documentado em actos públicos, testemunha qualificada nos depoimentos para o Processo de Beatificação de Santa Mafalda60, casado em Arouca com Bernarda Pessoa, f.ª de Paulo de Magalhães e de Maria Ana Soares de Albergaria61, pai de Aurélia Teresa Soares que veio a ser m.er de Marcos Ferreira de Azevedo Soares, de Angeja, irmão de Serafina Soares de Brito da QUINTA DE MINHÃOS. Outro do mesmo apelido, Domingos da 58

No acervo depositado na Câmara de Lamego, Miguel, b. em 1607; VILA, livro 2 B. 1605-1640, João da Fonseca, Fº de João Gomes da R. dos Currais, pad. em 1632 e pad. (o P.e João da Fonseca) ainda em 1636, 1638, 1640 e 1642.

59

Livros de Matrícula dos Moradores ..., cit. Um Pedro da Fonseca foi pai de Carlos da Fonseca, Escudeiro por Alvará de 1646. Foi pai também de Úrsula, b. a 28.10.1660: parecendo, assim, duma geração anterior à de Pedro da Fonseca de Miranda com filhos na década de 90. Em 1636 encontra-se o registo de B. de um f.º ilegítimo de Pedro da Fonseca, mor. no Burgo, mas nat. da freg. de Pedroso Bº do Porto; e logo em 1637, outro f.º de Pedro da Fonseca e sua m.er, do Burgo.

60

Beatificationis, & Canonizationis Ven. Servae Dei Mafaldae…, pp. 33, 37, 46, 84. 87, 92 e 96. Testis D. Petrus de Fonseca de Miranda, Notarius publicus na vila de Arouca, que contava 50 anos aquando do interrogatório de 1679 inserto no processo de 1694, nascido assim por 1629. Ver também GAYO, “Pintos”, &30, N15. Ver ABERTURA, nomes e sobrenomes, Os MAGALHÃES PEREIRA.

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Fonseca, casou em Santa Eulália vindo de Roças, e figura também na QUINTA DE MINHÃOS. Com mais uma ou duas referências a Fonsecas moradores no Porto ou no termo de Aveiro – que tanto podiam ser daí como de Arouca mas radicados fora da região – completa-se a panóplia dos primeiros Fonsecas da vila62.

Convém não esquecer, por último, "ANTÓNIA DA FONSECA, natural de Arouca, no bispado de Lamego, religiosa em Evora no mosteiro do Menino Jesus, da ordem dos Eremitas de Santo Agostinho”. Desde menina aspirava á vida mais perfeita; de tenra idade se consagrou toda a Deos na clausura. Para mais agradar ao Esposo celestial, abraçou a penitencia rigorosa, viveu crucificada ao mundo e a todas as concupiscencias; aspera e austera para si, sujeitava a carne ao espirito, usava disciplinas de sangue, cilicios de ferro, jejuns frequentes a pão e agua, e outras mortificações, com que affligia o delicado corpo. Antecipava duas horas antes das companheiras o tempo das matinas, indo ao côro a orar. Acabadas as matinas e recolhidas as religiosas, continuava o mesmo exercicio até amanhecer. D´ahi retirada á cella rezava outra vez; muitas vezes acabava com o Breviario aberto nas mãos, toda absorta em Deos, em mysteriosas raptos. Procurava que ninguem lhe levasse vantagem na vida da obediencia, como se viu cumprido: pois eleita prelada pelos superiores uma freira de pouca idade, só ella obedeceu, recusando todas as mais.

Chegando a ser priora, resplandeceu nas virtudes da prudencia,

vigilancia, brandura, e nas mais necessarias a uma verdadeira prelada. Na ultima doença, tres horas antes de expirar a visitou Santo António, do qual era devotissima, e lhe lançou uma joia ao peito, com que ella mui alegre e consolada partiu para a gloria a gosar o dinheiro diurno e desejado premio da vida eterna a 5 de janeiro em que vem no Agiologio Lusitano. Floresceu pelo anno de 1588. [AZEVEDO, D. Joaquim de - Historia Ecclesiastica da Cidade e Bispado de Lamego.

62

Porto: Typograpia do Jornal do Porto, 1878, pp. 222-223].

Remeto a ABERTURA, nomes e sobrenomes, Os FONSECAS.

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Julgo que se impõe um pequeno intervalo com prestação de 2 ou 3 esquemas de Furtados Tavares e de Pintos: Com efeito, seguímos os Furtados Tavares do Boco até Aires da Fonseca ou Aires Pinto e deste a seu f.º Francisco da Fonseca Furtado e a seu neto Jerónimo Pinto da Fonseca. Embora noutra ocasião – Veja-se ABERTURA, OS FONSECAS, OS FURTADOS TAVARES – tenham sido já abordados os Furtados Tavares, do Boco, como também várias personalidades do apelido Fonseca em Arouca, convém, aqui, recordar alguns aspectos e sublinhá-los.

Uma das pedras epigrafadas do Claustro. Sepultura de dona Mariana de Meneses, 1718. Seria a senhora de Rio Falcão, n, 1639, em Figueira, Lousada, fª de Fr.co Teles de Meneses e Ângela Cerveira Bernardes, cc Manuel Coelho de Leão. Aquele Francisco era fº de Francisco de Meneses ou Melo e de Ana de Escobar Vieira, de ROMARIZ..

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esquema 10

FURTADOS TAVARES ("um estreito relacionamento dos Furtados Tavares do Boco com os Tavares de São Pedro"... – ABERTURA..., Os FURTADOS TAVARES; Ver Idem, ibidem, esquema "Maria Furtada c.c. Francisco Fernandes") _________________________________________________________________ I I Ana Tavares X M.el Gonçalves, de São Pedro Joana Furtado X Manuel Mendes, I I I mor.s no Boco Inácio Tavares Maria Tavares (?)Francisco Furtado Maria Furtada X X X X Isabel de Aguiar Sebastião Velho Isabel Tavares, Aires da Fonseca I I de Casais de I Isabel de Aguiar Nicolau Velho Alvarenga Fr.co da Fonseca Furtado (FFF) de São Pedro VER ESQUEMA ABAIXO

Do nome João ficou notícia de várias personagens dos Fonsecas, tal como no esquema abaixo: João da Fonseca, mor. na cid. do Porto – cunhado de Sebastião Velho (que sabemos casado com Maria Tavares de São Pedro) quando em 1613(?) apadrinha um dos filhos deste Sebastião, parecendo assim casado com outra filha dos Furtados Tavares de São Pedro; João, 1638 e af.º do Boco (af.º de Maria de Azevedo, m.er de FFF), f.º de Sebastião da Fonseca do termo de Aveiro e de sua m.er Maria Lobato de Vasconcelos, mor.s na rua dos Currais; o P.e João da Fonseca, f.º de Inácia da Fonseca, também mor. na rua dos Currais, pad. em 1636 e 1638; João da Fonseca, f.º de Manuel da Fonseca da rua d´ Inácia da Fonseca Manuel da Fonseca, ou de Afonseca, cirieiro, João da Inácio da Fonseca Aires da Fonseca doArca Bocoe casado em 1636 no Burgo; João, 1622, f.º do 2.º matrimónio de Aires da X João Gomes mor. na rua d´Arca X Antónia Gabriel Fonseca ___________ ____________________ Fonseca, ? __________ _______________________________________ mor. na I I 1ºX 2ºX do Boco. I I I I I I I I cid. do Porto I I ___Mª Furtada MªTavares _____________________ I I I I I I I I I cunhado de I I I I I I I I I I Sebastião o P.e João Miguel João Maria Fr.co M.el Antª M.el Seb. Velho Maria M.el I ___ FFF Maria Antº M.el Maria João Fr.co da da 1607 da m.1626 1605 1607 1611 1616 m.1617 da I I X 1603 1616 1618 1619 1622 1626 Fonseca Fonseca e Fons. m.1638 I An.ta m.1622 Fons. I I Maria X João do termo mor. na Maria 1603 I Pinta I p.1617 I I de André Lopes da Fon.ca de Aveiro rua dos 1627 X 1636 Cat.na VazI I I I Azev. ___________________ (c.c. Joana X 1628 Currais f.ª de Fernão I I I I I I M.el An.to Isabel de Miranda, Mª Lobata p.1636 Vaz e Cat. Dinis I I I I I I 1626 1638 1656) de Vasc. p.1638 do Burgo I I____________________________________mad. de_______________I mor. na I I I I I I I rua dos Currais I I I I I_____ mad. de___ I I I I I I________________afº de_________________________________________ I I_____________pad. de C. de________I Seb. Maria João I 1634 1636 1638 I I I I___________________________________afº de______________________________________________________ I Note-se (repetindo parte do que vai em caixa): (II ger.) João, padre, f.º de Inácia da Fonseca// João, f.º de Manuel da Fonseca// João, 1622, f.º de Aires da Fonseca Manuel, 1607, f.º de Manuel da Fonseca// Manuel da Fonseca, f.º de Inácio da Fonseca// Manuel, 1618, f.º de Aires da Fonseca// (III ger.) João, 1638, f.º de Sebastião da Fonseca// Manuel, 1626, f.º de Maria Furtada.

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esquema 11

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PINTOS

João Roiz Carvalho I X Maria Dias PINTOS __________________________________________________ PINTOS I I I I I Isabel da Fonseca X Bernardo de Carvalho Maria Dias João Roiz Carvalho II X Cecília Pinta nasc. 1522(?) Sargento-mor e Vereador X + 6.11.1605 (Ver ABERTURA, Os CARVALHOS) _ _ _ __________________________________________ Roque Brandão ________________________________________________ I I I I I I I I Inácio Diogo Antº Aires Bernardo Maria João I 7 filhos conhecidos [VILA], entre eles o vigário de Santa Eulália, João Pinto de Carvalho, 1561 1566 1568 1571 1573 parece dos e Manuel Pinto de Carvalho. Apenas estes dois subsistem na escritura de fundação mesmos de da Capela de Santo António (Ver ABERTURA, Os PINTOS) Roque Brandão da rua Darca c.c. Marquesa de Pinho donde vieram os MALAFAIAS Se admitirmos que Isabel da Fonseca casou por 1557, contava já 35 de idade nesse ano, e teve filhos até aos 50 anos ... Mais inverosímeis são as deduções de REZENDE, José Cabral Pinto; REZENDE, Miguel Pinto de - Famílias Nobres nos Concelhos de Cinfães, Ferreiros e Tendais nos Séc.s XVI, XVII e XVIII. Porto: [s.n.], 1988, "Pintos"), quando identifica Isabel da Fonseca, f.ª de João Pinto, com Isabel de Leão m.er de Álvaro da Mouta, pois a sucessão que apresenta não resiste a uma análise: Por exemplo, Catarina da Fonseca, irmã mais velha de Isabel, que teria nascido não por 1615-20, como o A. calcula (p. 113), mas por 1608, se se fazendo o rancho dos irmãos nascidos com intervalos de 1,5 anos. Ora, supondo-se o f.º desta n. por 1540 (com a mãe já nos 32 de idade), e o neto por 1570, este último, que casou só em 1639, contava 70 anos! Gonçalo Pinto, outro dos irmãos, "da edade de emancipação" teria nascido por 1519 e aparece casado só em 1598: 80 anos! Quanto aos filhos de Isabel da Fonseca, ignoram-se os apelidos adoptados: Apenas, o primeiro conhecido é designado António Carvalho; Diogo Pinto foi pai de Domingos da Fonseca da QUINTA DE MINHÃOS; Inácia da Fonseca - do esquema anterior - joga no costume de as filhas preferirem o apelido da mãe? Inácio Pinto de Carvalho e seu primo coirmão Manuel Pinto de Carvalho parecem usar os apelidos de mãe e pai

Algumas notas a propósito de João Roiz Carvalho (II): A 6 de Novembro de 1605 morre João Roiz Carvalho "pai do vigário João Pinto" [SANTA EULÁLIA, O. fls. 30v]; "Por escritura lavrada [pelo tabelião Martim Vaz do Amaral] a 7 de Janeiro de 1599, João Rodrigues de Carvalho e mulher, em consideração do muito que deviam a Santo António, acordaram em legar-lhe diversas propriedades em vínculo de morgado. A capela fora mandada erigir pelo filho, o P.e João Pinto de Carvalho, vigário da Freguesia, no sítio conhecido por Carvalho Dalguar, com o acordo de seus irmãos, que se prontificaram a renunciar à herança

em favor da instituição" [HBCL, IV, p. 461; aliás, apenas consta o acorde de seu irmão M.el]. "Ao lado da estrada principal de acesso à vila, ao entroncamento que segue para Castelo de Paiva, ergue-se [a Capela de Santo António] destacadamente num ponto que foi cimo de reduzido morro, que o corte das estradas mais vincou, sítio agora isolado por paredões, formando adro alto. Esse adro serviu de pequeno campo cemiterial, vendo-se ainda uma campa do século passado [...] O rectângulo que é o corpo [da Capela] data dos fins do séc. XVI, como indica o milésimo gravado acima da entrada: 1599 [...] Na parede,

por cima da porta, além da referida data, está cravado pequeno escudo com cinco crescentes dos Pintos"... (GONÇALVES, A. Nogueira, Inventário Artístico de Portugal, Distrito Aveiro, Zona Nordeste, 1991, p. 99). O A. acrescenta: "Pintos, família representada em brasões regionais" – a pensar, obviamente na pedra da Casa do Burgo, na capela da Sela e ainda num brasão que estava na Casa de São Pedro, ... mas não é evidente a relação que insinua: Antes, os Pintos da Capela de Santo António deixaram larga descendência em Arouca mas não são ascendentes de todas aquelas casas..., ao menos, de modo que se explicite

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V - QUINTA DE ROMARIZ

Retomando ...

JERÓNIMO DE ESCOBAR ou JERÓNIMO DE ESCOBAR PINTO, ou PINTO DA FONSECA, 25 anos incompletos, veio a casar-se em 2.10.166163 com D. JOANA DE MELO, da QUINTA DE ROMARIZ, de 23 anos, irmã de Henrique Teles de Melo, filhos de D. Serafina de Meneses e de Manuel Aranha. Assim vieram os TELLES DE MENEZES para a QUINTA DE BOCO. O matrimónio foi testemunhado por Luís Tavares [de Miranda] – provável neto, disse-o acima, de Joana Furtada e de Manuel Mendes – casado com Luísa Aranha Brava, tia de D. JOANA. JERÓNIMO DE ESCOBAR PINTO obteve “Carta de Propriedade do oficio de escrivão dos orfãos da vila de Arouca e mais anexas”, datada de 30.06.166864. Viveu no Boco65 com sua m.er, como expressamente se lê nos assentos de B. de seus filhos Jerónima e Gerardo. Tiveram filhos, em que os dois primeiros são b. em Romariz e os restantes na vila de Arouca: esquema12

____________________________________________________________________________________________________ Jerónima Josefa (1) 1661 1662

D. Eugénia (2) D. Jacinta Frei Gerardo (3) Jerónima João (4) 1663 1664 1666 1667 1669

Jerónimo 1670

João 1671

Joana 1673

Sebastiana 1675..

(1) af.ª de Fr.co da Fonseca Furtado e Luísa Aranha m.er de Luís Tavares; (2) af.ª de Fr.co da Fonseca furtado e M.el Tavares Teixeira; (3) af.º de Fr.co Tavares de Pinho de Roças; (4) af.º de Diogo Ferraz Bravo

6. Josefa, 9.07.1662, afª de Francisco da Fonseca Furtado e de Luísa Aranha m.er de Luís Tavares; Dona Josefa de Melo ou dona Josefa de Meneses, religiosa no Mosteiro, mad. de Bernardo, 1707, f.º de Jacinto de Quadros Teixeira [de SÃO PEDRO]; foi também mad. de seu sobrinho Bernardo, 1715, abaixo, e ainda mad. em 1719 de Roberto António Teles de Meneses, da QUINTA DE ROMARIZ; o decesso de dona Josefa ficou registado a 12.08.173966; 6. Eugénia ou D. Eugénia, b. aos 22.11.1663, af.ª de [seu avô pat.] Francisco da Fonseca Furtado e de [seu tio avô-afim mat.] Manuel Teixeira Tavares. D. Eugénia morreu no Moção aos 12.04.1745, solteira; o 63

BURGO, livro 1 M 1620-1674.

64

IAN-TT, Registo Geral de Mercês, D. Afonso VI, livro 19, fl. 231, segundo informação do meu amigo João Bernardo Galvão Telles.

65

D. JOANA – a mesma, segundo parece – não vivendo já no BOCO, veio a falecer na rua dos Currais, viúva, aos 4.11.1718 (com 80 anos feitos, assim sendo) e foi inumada na Misericórdia. A casa na rua dos Currais seria a de [seu genro] Jerónimo de Miranda Pinto da Fonseca, a ver CASA DE SÃO PEDRO, adiante, esquema 8.

66

Livro dos Óbitos..., fls. 7v.

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V - QUINTA DE ROMARIZ

registo de óbito ilucida-nos que: com sua irmã D. Sebastiana fizeram doação de hua propriedade q. pesuem a Henrique Telles de Menezes [seu primo coirmão – Ver QUINTA DE ROMARIZ]; o mesmo registo não nos explica por que motivo residia no Moção, por estes anos, provavelmente em casa que fora de D. Mariana Josefa, de ROMARIZ, m.er de Manuel Pereira Burgos, do Moção, ambos já falecidos, ela em 1729 e ele em 1737, mas com os filhos aí residentes. esquema 13 D. Serafina de Melo c.c. Manuel Aranha _______________________________ I I D. Joana de Melo Henrique Teles de Melo c. c. no BOCO 1639 ___________ I I I I D. Eugénia D. Sebastiana Henrique Teles de Meneses 1663 + 1745 + a. 1745 ainda vivo em 1749 doação de ambas a I Henrique Teles de Meneses D. Mariana Josefa c. no Moção c. M.el P.ra Burgos ela + 1737; ele + 1739 mas já Senhores do prazo de Romariz reconhecido em 1712 em vida ainda de seu pai e sogro

São Gerardo, a primeira das imagens do lado da epístola, da igreja do Mosteiro, encomendadas em 1721

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V - QUINTA DE ROMARIZ

6. Jacinta ou D. Jacinta de Meneses, b. aos 19.08.1664, af.ª do reverendo vigário Francisco Aires; casou em 25.08.1698 (já tinha o pai falecido) com António Lobo de Sousa, f.º de Amador Ferreira, também já defunto e de sua m.er D. Catarina de Almeida, tendo tido como testemunha ao P.e Pantalião Godinho e André Lopes que asestio de procurador [dela D. JOANA] e também servindo de procurador [dele] Jacinto de Quadros Teixeira mor. na sua Quinta de São Pedro67; António Lobo de Sousa (pág.102) foi “escrivão da Câmara” em 172568 e Provedor 69

da Santa Casa em 1735 ; 6. Gerardo (Jirardo) ou o P.e Frei Gerardo de Meneses, b. a 11.02.1666, a.fº de Francisco Tavares de Pinho de Roças70; o mesmo Frei Gerardo de Meneses apadrinhou em 1695, na companhia de Donna Josepha de 71

Menezes religiosa [do mosteiro de Arouca], um neófito da vila ; e foi pad. também – o Frei Gerardo com [sua mãe] D. Joana de Melo – de Brizida (1700), f.ª de Henrique Teles de ROMARIZ, como ainda pad. de seu sobrinho Bernardo, 1715, com sua irmã D. Josepha de Mello; 6. Jerónima, b. aos 16.05.1667, af.ª de António de Serpa [que será o futuro P.e António de Serpa Cardoso, familiar do Santo Ofício a partir de 168472 e testemunha, aos 65 anos, no Processo de Beatificação de Santa Mafalda] e de João de Escobar, f.º de Manuel Teixeira [Tavares, de SÃO PEDRO]73; em 31.04.1691 faleceu Jerónima filha de Donna Joana da Rua dos Currais e foi sepultada na igreja de sam bartholomeu. (Nesta data, a ser assim, a mãe D. Joana já não vivia no Boco, mas na rua dos Currais74 onde faleceu, viúva, a 4.11.1718, com 80 anos feitos, 75

sendo inumada na Misericórdia );

67 68

VILA, livro 17 C. 1676-1737.

69

BRITO, F. Abrunhosa de - A Casa do Aro, em Arouca, para mais completa biografia.

70

Ver QUINTA DE TERÇOSO, CASAS DE SELA, QUINTA DE TERÇOSO. Livro 4 B. 1685-1703.

71 72 73

«Jornal Defesa de Arouca», n.º 2107 (14.11.1997).

REZENDE; REZENDE - Famílias Nobres nos Concelhos de Cinfães, Ferreiros e Tendais..., p. 63. Padre António Serpa Cardoso, morador na vila de Arouca, natural de Boassas, freguesia de Ferreiros de Tendais, Cinfães, filho de António Rodrigues de Oliveira e de Maria Cardosa de Fonseca, moradores em Boassas, neto paterno de António Rodrigues de Oliveira e de Luísa Delgado, do lugar de Covelas, da mesma freguesia e neto materno de Gaspar Cardoso Botelho e Antónia Vaz de Fonseca, de Boassas

74

BRITO, trabalho. cit. Provavelmente numa das Casas do Aro que advinha dos Pereira de Vasconcelos de sua nora D. MARIA EUFRÁSIA.

75

VILA, livro 22 O. 1700-1749.

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V - QUINTA DE ROMARIZ

6. João f.º de Jeronimo descobar do boco foi b. a 6.05.1669 tendo tido por pad. João Perdigão; 6. JERÓNIMO TELES nascido em 1670, que segue; 6. João, b. a 14.01.1672, f.º de Jeronimo descobar e sua m.er D. Joana, foi af.º de Diogo Ferraz Bravo;

e sabemos da existência de mais filhos de JERÓNIMO e D. JOANA: 6. Joana, 1673, afª de Francisco da Fonseca Furtado e de Pedro Soares da PORTA; 6. D. Sebastiana, 14.04.1675, afª do L.do Médico, irmã de Hjeronimo telles, mad. de sua sobrinha Antónia, infra; teria falecido antes de sua irmã mais velha D. Eugénia. 6. JERÓNIMO TELES DE MENESES, da Quinta do Boco, b. a 30.09.1670 e af.º do reverendo vigário de São Miguel, Domingos Nogueira76, foi juiz ordinário da vila: “Em 1720 Bernardo de Oliveira queixou-se ao Corregedor de que tendo uma questão com o padre Manuel Gomes do Vale, do lugar de Fundo de Vila, este tinha subornado o escrivão do processo, Manuel de Sousa – e o juiz ordinário – Jerónimo Telles de Menezes”, o que motivou o rei ordenasse uma correição à vila de Arouca, não obstante os privilégios da abadessa77. C. c. D. MARIA EUFRÁSIA PEREIRA DE VASCONCELOS, de quem teve, nascidos em Boco78: 7. Bernardo, b. a 19.09.1715, a.fº de seus tios o P.e jyrardo e sua irmã D. josepha de Mello; Bernardo José Teles faleceu, soldado pago, em Nossa Senhora da Conceição de Lisboa aos 8.12.173879;

76

VILA, livro 3, cit..

77

SIMÕES JÚNIOR - Arouca, Subsídios para a sua Monografia; igualmnete, GONÇALVES - Município de Arouca.., p. 50, vem na quallidade de Juiz Ordinário em 1773.

78

VILA, livro 5, B. 1703-1721.

79

VILA, livro 22, cit. A paróquia estava sediada na igreja “da Conceição Velha”, antes do terramoto, obviamente, cuja fachada ainda está na rua da Alfândega e muito perto da Praça do Comércio.

44 Reformulação de Agosto de 2016

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA -

V - QUINTA DE ROMARIZ

7. Antónia, b. em casa aos 16.08.1717, af.ª de o P.e Jozeph P.ra [Aranha, irmão de Teresa Aranha da QUINTA DE VALDASNA] e de D. Sebastiana irmã de seu pai Hjeronimo telles; tomou a mantilha de noviça no mosteiro de Arouca sob o nome de dona Antonia Bauliza a 2 de Abril de 1732 e professou no mesmo Mosteiro a 19 de Julho de 173380; 7. JOSÉ TELES DE MENESES, nascido em 1719, que segue abaixo; 7. D. Maria Isabel, b. em 1722, também noviça a 10 de Outubro de 174581; porém, não prosseguiu os votos, pois largou o Mosteiro para se casar com D. Sebastião Ciais e deste teve a D. Joaquim Lourenço, mor. no ROMARIZ e herdeiro do BOCO, e a uma religiosa, D. Ana. D. MARIA EUFRÁSIA PEREIRA DE VASCONCELOS, m.er de JERÓNIMO TELES DE MENESES, era f.ª do licenciado António Coelho de Pina e de sua m.er Mariana da Trindade Pereira de Vasconcelos, de Macieira de Cambra (Ver QUINTA DA LAMEIRA). 7. JOSÉ TELES DE MENESES foi b. a 17.02.1719 e a.fº do Desemb.or joseph monteiro de Vasconcelos [?] e de Luiza Thareza religiosa no mosteiro; residia na Quinta do Boco e contava 41 anos quando se casou na vila a 12.06.1760 com sua prima em 3º grau de consanguinidade D. CLARA DE MELO TELES DE MENESES, f.ª de Serafim de Melo e de sua m.er D. Isabel Pereira do lugar de Mervãos(?) [Marvão] da freg. de Santo Irício de Nespereira, enlace testemunhado por Luís António Teles de Meneses [da QUINTA DE ROMARIZ]82. Consta na qualidade de “Homem Bom da 83

Governança” em 1782 . Com eles viveu em Boco, D. Catarina de Melo, cunhada de Jose Telles, falecida a 16.05.177984 e consta também que, uma semana antes, Jose Telles de Meneses e mulher Dona Clara de Mello e cunhada D. Catherina de Mello deram entrada para irmãos da Santa Casa (8.05.1779) [quem sabe se, esta última, já então doente, tivesse motivado JOSÉ TELES a aproveitar as vantagens de enterramento na Misericórdia..., todavia], JOSÉ TELES DE MENESES veio depois a morrer 80

Livro das Relligiozas..., fl. 6v.

81

Idem, fl. 12.

82

VILA, livro 18 C. 1738-1777

83

GONÇALVES, Município de Arouca..., cit., p. 69.

84

VILA, livro 23 O. 1749-1780.

45 Reformulação de Agosto de 2016

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA -

V - QUINTA DE ROMARIZ

no Boco, a 27.09.1785, e foi sepultado na igreja de São Bartolomeu, deixando por seu herdeiro e testamenteiro Caetano Tavares85; D. CLARA faleceria a 2.07.1789, não no BOCO, como seria de esperar, mas sim em São Salvador86, provavelmente em casa de seu próprio sobrinho e herdeiro D. Joaquim de Ciais, o qual segundo consta possuia a QUINTA DE ROMARIZ e aí morava. Efectivamente, seu marido não lhe transmitira a Quinta do Boco, quando falecera quatro anos atrás, porque constituíra seu herdeiro a Caetano Tavares. Este Caetano é ao certo o Dr. Caetano Tavares da Silva e Quadros, neto da QUINTA DE SÃO PEDRO (mas nascido em Couto de Esteves), que, logo a seguir à herança de JOSÉ TELES, e já nos seus 48 anos de idade, casou e residiu nesta última

QUINTA, onde de sua m.er teve numerosos filhos [Ver QUINTA DE SÃO PEDRO]. D. CLARA casada que foi com José Telles de Menezes da Quinta do Romaris [sic] – escreveu o vigário do Salvador no respectivo assento de óbito – faleceu no Romariz (certo: mas JOSÉ TELES não era daí, fosse embora próximo parente da casa, mas sim da QUINTA DO BOCO). Chegada, então, a QUINTA DO BOCO a Caetano Tavares no mês de Setembro de 1785, irá perdê-la, pois a propriedade passará de mãos.

85

VILA, livro 24 O. 1780-1802.

86

BURGO, livro 10 M. 1767-1810.

46 Reformulação de Agosto de 2016

V - QUINTA DE ROMARIZ

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA -

Ignorei eu por muito tempo o que acontecera,

recolhido a ROMARIZ, pois faleceu em

apenas sabendo que a Casa chegara a D.

São

Joaquim Lourenço Ciais casado com uma

Ganhara o pleito, assim parece, e fizera

Rocha e Melo, do Burgo. Ora, depois vim a

doação – como se diz no próprio

saber, José Teles – deserdando sua m.er D.

assento de óbito – a D. Joaquim

Clara – deixou o BOCO ao Dr. Caetano de SÃO

Lourenço sobrinho de seu marido, que

PEDRO. D. Clara contesta as disposições e

morrerá no BOCO em 1797.

Salvador

do

Burgo

em

1789.

mantém-se no Boco. Posteriormente, ter-se-ía

Escritura de Duação que faz Dona clara de Mello Telles de Menezes da quinta do Boco a seu sobrinho Dom Joaquim Lourenço Ciais Ferras da Cunha da q.ta de Romaris

O acervo dos Notariais de Arouca-

nomeia da Quinta do Boco v.ª de

ADA,

Tab.

Jose Telles; no final do mesmo de

Fernando José Tavares, livro 336-61 -

1786, a 4 de Novembro, guarda-se

conserva

outra Procuração a Dom Sebastião

Notariais

de

Arouca,

procurações

várias

de

Dona Clara de Melo, preparatórias

Ciais;

do Processo, passadas no ano de

menciona Dona Clara de Melo da

1786; ainda antes, a 28.07.1781, se

Quinta do Boco.

47 Reformulação de Agosto de 2016

em

6.06.1787

ainda

se

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA -

D.

Joaquim casara-se

Rocha

e

Melo,

do

com uma Burgo.

V - QUINTA DE ROMARIZ doação, já mencionada, de sua tia-

Sem

afim: Escritura de Duação que faz

geração, a QUINTA DO BOCO veio a

Dona

uma sobrinha-neta de sua m.er. Viveu

Menezes da quinta de Boco a seu

primeiramente em ROMARIZ onde

sobrinho

estava aquando de uma Fiança; no

Ciais Ferras da Cunha da q.ta de

ano seguinte, a 6.01.1787, receberá a

Romaris (fl. 142).

48 Reformulação de Agosto de 2016

clara

de

Dom

Mello

Joaquim

Telles

de

Lourenço

A Quinta do Boco entrou na posse do casal D. Joaquim Ciais87 e sua m.er D. Margarida Angélica88. Segue: 8. D. JOAQUIM LOURENÇO CIAIS FERRAZ DA CUNHA era f.º de D. Sebastião Ciais e de sua m.er D. Maria Isabel Teles de Meneses.

Por muito tempo atribui esta senhora ao ROMARIZ, embora não constasse nesta Casa qualquer Maria Isabel irmã de Mariana Teles de Meneses: No BOCO, sim, D. Maria Isabel irmã de José Teles, nascida em 1722, mas noviça no Mosteiro a 10 de Outubro de 1745. Abalara da vida religiosa para se casar com Sebastião Ciais? Assim fora. Achado o Assento de B. de D. Ana, nascida em Santo António da vila em 1757 – onde se justapôs à margem: a Castilhana agora he freira – nele se diz f.ª de D. Sebastião Ciais Ferraz da Cunha e de sua m.er D. Maria Isabel Teles de Meneses: assistentes em Santo António, neta pat. de D. Lourenço Ciais e de sua m.er D. Ilena Maria Ferraz da Cunha, nat.s de Astorga, Espanha, e neta mat. de Hieronimo Teles de Meneses e de sua m.er D. Maria Euphrazia (sublinhado meu).

D. JOAQUIM LOURENÇO morava na QUINTA DE ROMARIZ. Ignoro por que via lhe chegara a QUINTA (mas talvez de sua mãe, uma neta de 87

Ver QUINTA DE ROMARIZ, caixa dos Ciais, para ascendência e mais dados biográficos.

88

SIMÕES JUNIOR - Couto de Arouca..., p. 53.

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA -

V - QUINTA DE ROMARIZ

ROMARIZ ou porque se substituiu ao último Senhor de ROMARIZ, parente de sua mãe, o reverendo Ricardo José Teles) onde viveu até à data da mencionada doação do BOCO (1786) que lhe faz sua tia-afim D. Clara de Melo89: A QUINTA DE ROMARIZ fora possuída pelo reverendo Ricardo José Teles (dito da Casa e Quinta de Romaris em 1762 quando ingressa na Misericórdia), f.º de Manuel Pereira Burgos e de sua m.er D. Mariana Josefa Teles de Meneses, da Quinta do Moção, e a estes o Mosteiro reconhecera o prazo de Romariz em 1712 (Ver QUINTA DE ROMARIZ). Casou D. JOAQUIM LOURENÇO CIAIS FERRAZ DA CUNHA em São Salvador aos 12.08.1790 com D. MARGARIDA ANGÉLICA DE AZEVEDO E MELO, b. a 25.11.1764, f.ª do Capitão Manuel José de Azevedo da Rocha e Melo e de sua m.er Mariana Teixeira, da rua do Burgo 90. D. JOAQUIM LOURENÇO "faleceu muito novo"91, a 7.12.1797, e foi sepultado no dia 10 na igreja paroquial, deixando sua m.er por herdeira, que lhe sobreviveu até 184192. Tiveram filho a: 9. O reverendo Roberto Teles de Melo, abade de Soazelo (Souselo de Cinfães?)93. Recorrendo aos paroquiais de Souselo (Cinfães) encontra-se efectivamente a outorgar os registos no período compreendido entre Outubro de 1822 e Outubro de 1827. Posteriormente, encontrei-o no B. em 17.09.1798, data curiosamente posterior à data do falecimento de seu pai.

Fac-símile da assinatura de D. Joaquim Lourenço Ciais Ferraz da Cunha

89

ADA, Notariais de Arouca, Tab. Fernando José Tavares, livro 336-61 (31.12.1785 - 29.01.1787). Em verdade, já seu pai recebera o mesmo determinativo em 1786: Em uma procuração de D. Clara da Quinta do Boco a Dom Sebastião Ciais Ferras da Cunha da Quinta de Romaris, que expressamente se diz feita em Romaris e moradas de Dom Sebastião, situação que tentei explicar em QUINTA DE ROMARIZ.

90

BURGO, livro 7 C. 1763-1830. Ver CASAS DE RONDE, QUINTA DE ANTE-RONDE, para os Rocha e Melo.

91

VILA, livro 24

92

Idem.

93

Há uns bons anos atrás, encontrei um papel avulso intercalado algures em um dos livros do Cartório onde figurava D. Joaquim Lourenço Ciais Ferraz da Cunha e sua m.er D. Margarida Angélica de Azevedo e Melo com um filho, o reverendo Roberto Teles de Melo, abade de Soazelo(?): mas porque, nessa altura, não prestei atenção ao achado, ficaram por anotar as características do apontamento, papel, letra, etc, infelizmente.

50 Reformulação de Agosto de 2016

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA -

V - QUINTA DE ROMARIZ

Valerá a pena esquematizar as três últimas sucessões: esquema 14 Jer.º Teles de Meneses, b. 1670 c.c. D. M.ª Eufrásia _______________________ I I José Teles de Meneses D. M.ª Isabel Teles de Meneses b. 1719 b. 1722 + 1785 noviça no Most.º, 1745 c.c. s/ prima c. posteriormente c. D. CLARA DE MELO D.Sebastião Ciais + 1789 __________ mor.s no BOCO, s.g. I I D. Ana D. JOAQUIM LOURENÇO c.c. 1757 da Quinta de Romariz (1786) freira recebeu o BOCO (1789) a Castelhana de sua tia-afim D. CLARA DE MELO onde residiu e + 1797

Cap. M.el José de Az.º da Rocha e Melo ________________ I I D. Marg.ª Angélica D.Maria Violante de Azevedo e Melo cc b. 1764 Dr.M.el Costa Pinto I I rev. Roberto Dr. José Teles Bento de Melo da Rocha e Melo I D. EMÍLIA AUGUSTA recebeu o BOCO de s/ tia avó D. Margarida Angélica

Por fim, para que se ressalvem confusões antigas e se colmatem algumas lacunas, juntemos os esquemas 11 (de ROMARIZ) e 12 (do BOCO):

esquema 14 BOCO ROMARIZ Fr.co da Fonseca Furtado D. Serafina de Meneses I ______________________________________ Jerónimo de Escobar Pinto c. 1661 c. D. Joana de Melo Henrique Teles de Melo mor. na vila, 1662 1638 1639, c. 1662 moradores na Quinta do Boco mor. em Romariz I I Jerónimo Teles de Meneses Henrique Teles de Meneses 1670 1663 mor. no Boco mor. em Romariz ________________________________________________ I José Teles de Meneses D. M.ª Isabel Teles de Meneses D. Mariana Josefa Teles Meneses 1719 1722 c. no Moção c. c.c. s/ prima c.c. Manuel Pereira Burgos D. Clara de Melo D. Sebastião Ciais Senhores do prazo Romariz, reconhecido, 1712 I I ________________________________ s.g. D. Joaquim Lourenço Ciais rev. Ricardo José Roberto António “da Quinta de Romariz”, 1786 Teles Teles de Meneses H. do Boco, 1787 1714 1719 mor. no Boco “sr. da Casa e Quinta c. 1757 c. c. 1790 de Romaris” D. Úrsula Maria, + 1797, no Boco com notícia em de EIRIZ, I 1762 e 1763 mor. Romariz, 1763 rev. Roberto Teles de Melo mor. no Moção, 1787 falecidos no Moção Note-se a apreciável décalage de gerações: Os filhos de D. Mariana Josefa – 5.ª geração – são da mesma idade e até mais velhos do que D. Maria Isabel – 4.ª geração – porque o Boco casou tarde e Romariz casou cedo.

51 Reformulação de Agosto de 2016

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA -

V - QUINTA DE ROMARIZ

A Quinta do Boco passou a uma sobrinha-neta de D. Margarida Angélica: D. EMÍLIA AUGUSTA GROMWELL DE MELO, f.ª do Dr. José Bento da Rocha e Melo e de sua m.er D. Ana Emília Gromwell Guillon94, neta pat. do Manuel José de Azevedo da Rocha e Melo e de Maria Violante da Rocha e Melo, fª do Capitão Manuel José de Azevedo da Rocha e Melo e de sua m.er D. Mariana Teixeira de Magalhães, moradores na rua do Burgo e casados desde 19.07.175395, e neta mat. George Gromwell e de sua m.er Ana Joaquina Guillon. Casou D. EMÍLIA AUGUSTA com o Dr. JOSÉ AUGUSTO VAZ DA FONSECA PINTO (filho do capitão-mor Bernardino António Vaz da Fonseca Pinto, do Burgo) e deles ficou ampla descendência na qual se contam as últimas gerações da Casa do Burgo, da Quinta do Boco, da Casa de Anteronde, da Casa da Porta, da Casa de Sela, da Casa de Milhaço e da Casa da Lavandeira.

94

FREITAS; FERNANDES; ANDRADE; CASTRO - Carvalhos de Basto..., vol. IV, pp. 334-335. VILA, livro 81 O. 1832-1859, traz esta senhora, sob o nome de D.Ana Joaquina Guilhermina Gromwell (viúva de José Bento) fal. 30.11.1855.

95

BURGO, livro 3 B. 1738-1814.

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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA -

V - QUINTA DE ROMARIZ

NASCEU NO BOCO ALFREDO DE MELO VAZ PINTO, FILHO DO DR. JOSÉ AUGUSTO, E O MESMO FOI DEPOIS SR. DA CASA DO BURGO, COM SUCESSÃO. A QUINTA DO BOCO VEIO A UMA FILHA DESTE ALFREDO DE MELO VAZ PINTO – D. MARIANA CLÁUDIA – QUE CASOU COM SEU PRIMO O ENG.º ERNESTO ALEIXO KOPKE DE QUEIROZ RIBEIRO, AMBOS FALECIDOS. O ENG.º ERNESTO REFORMOLOU PROFUNDAMENTE A CASA E A QUINTA.

53 Reformulação de Agosto de 2016

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA -

V - QUINTA DE ROMARIZ

QUINTA DO BOCO CASA DE SÃO PEDRO PARÁGRAFO SEGUNDO - CASA DE SÃO PEDRO Iremos ver como João da Fonseca Pinto e Jerónimo de Miranda Pinto, ambos moradores na rua dos Currais da vila de Arouca, se situam na Casa a que agora dou princípio. Não vou apresentar este PARÁGRAFO com a habitual quebra de gerações: prefiro tentar, desta vez, um texto inconsútil elaborado a passo dos achados. Ignoro os primórdios da Vila de São Pedro. Continuados, obviamente96. Apenas sei que ao 20 de Janeiro de 1684 as freiras a emprazavam bens – sendo louvado e escrivão dos prazos, João da Fonseca Pinto – a Manuel Aranha e sua m.er Ana Soares97, que cumpriram as 1.ª e 2.ª vidas; a 3.ª vida não veio a ser nomeada, segundo parece, pois o Mosteiro concede a Vila de São Pedro a Joana de Almeida Cabral; o mesmo prazo passou em 1694 a Jerónimo de Miranda Pinto por decesso desta Joana; o reconhecimento de Jerónimo foi a 20.06.171298. Joana de Almeida Cabral teria sido irmã de Catarina Cabral 99 que falecera na rua dos Currais100, viúva, a 25.01.1672, tendo nomeado testamenteiro, João da Fonseca Pinto. Dois anos decorridos de 1674, perecia na vila, aos 8.03.1676, Isabel de Aguiar de São Pedro com doação a João da Fonseca Pinto. Pela QUINTA DO BOCO sabemos que Isabel de Aguiar era f.ª de outra do mesmo nome e de seu marido Inácio Tavares, e neta paterna de Ana Tavares (casada em São Pedro com Manuel Gonçalves, o Verde, irmã de Joana Furtada ou Tavares, da dita QUINTA DO BOCO).

96

Já vimos, em QUINTA DE SÃO PEDRO, os possuidores do primeiro casal.

97

Manuel Aranha e sua m.er Ana Soares: não são – em 1684 – os conhecidos Manuel Aranha Brandão e sua m.er Ana Soares ou Ana Maria Soares de Pinho (dos Aranhas Brandões da Cavada de Roças, de uma geração posterior): mas acha-se, na vila, um registo de óbito, aos 8 de Outubro de 1674, que é o do P.e Bernardo Soares, onde consta por testamenteiro seu cunhado Manuel Aranha.

98

PRAZOS, Livro-tombo 2º da freguesia de Arouca, III, 1ªD, 13, 4, 33 (antigo n.º ordem 254), fl. 175 e outras.

99

Ingressaram juntas na Misericórdia, Catarina Cabral e Joana de Almeida, aos 24.06.1668.

100

Ver ABERTURA, nomes e sobrenomes, Os ALMEIDAS, para os primeiros Almeida Cabral da rua dos Currais, onde figuram, na segunda metade de quinhentos, Joanas e Catarinas.

54 Reformulação de Agosto de 2016

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA -

V - QUINTA DE ROMARIZ

esquema 1 Fernandes / Furtados Tavares, da QUINTA DO BOCO (Ver ABERTURA, Os Fonsecas, Os Furtados Tavares; ver QUINTA DO BOCO101 _______________________________________________________________________________________ Ana Tavares Maria Tavares Joana Furtada c.c. c.c. ou Tavares, M.el Glz, o Verde I Inácio Tavares c.c. Isabel de Aguiar I Isabel de Aguiar + 1676

Fr.co de Almeida (Cabral), o Velho ______________________________________ Joana de Almeida Fr.co de Almeida c.c. o Novo An.to Francisco I Apolónia Furtada Joana de Alm.ª + 1694 Cabral

Doação a João da Fonseca Pinto

da QUINTA DO BOCO102 _____________________ c.c. Filipa Aires Fr.co Aires I 2.º X An.ta Cabral I _____________________________________ Cat.na Cabral Fr.co Jer.º An.to 1623, + 1672 1618 * 1620 ** 1622 ***

testadora do

Testamenteiro, João da Fonseca Pinto

prazo da Vila de São Pedro a Jerónimo de Miranda Pinto

* af.º de Fr.co Barbosa Velho e de M.ª, f.ª do [1º matrimónio] do mesmo licenciado; ** af.º de sua f.ª Jerónima; *** Frei An.to Cabral, af.º de D.gos Brandão e sua m.er Inacia dacensão

101

Ver QUINTA DO BOCO, esquemas 5, 6 e 7.

102

Idem.

55 Reformulação de Agosto de 2016

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA -

V - QUINTA DE ROMARIZ

Brás José de Miranda, ou Brás José de Miranda Pinto, foi tabelião na vila de Arouca: como se vê pelas notas que lavrou e subscreveu de 1765 a 1772103. Ao 10 de Janeiro de 1768 ingressou na Irmandade da Misericórdia designando-se por Braz Joze de Miranda morador no lugar de São Pedro104. “Em 1777, a 28 de Janeiro, era nomeado Bom da Câmara Bras Jose de Miranda Pinto”, segundo rezam os apontamentos

colhidos por Simões Júnior: “pai de Roque Jose de Miranda, que faleceu antes de 1810 e foi pai de Luiz Antonio de Miranda Pinto, casado”; “esta quinta [a da Casa de São Pedro] foi vendida ao capitão mor Bernardino Antonio Teixeira Vaz da Fonseca Pinto, do Burgo e herdou-a sua filha D. Maria Amália Pinto, casada com seu primo Bernardo Antonio Vaz Pinto; os filhos venderam-na a seu tio Dr. Jose Augusto Vaz Pinto de quem a herdou o filho Dr. Adriano [Carlos] e deste passou ao filho Dr. [Alfredo] Vaz Pinto, conservador em Lisboa". Este senhor vendeu a casa e quinta, "mas reservou o brasão que mandou retirar”.

103

ADA, Notariais de Arouca, livros 312-53, 313-52, 315-20 e 318-22.

104

SIMÕES JÚNIOR - Irmãos, e instituidores da Santa Casa da Misericórdia.

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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA -

V - QUINTA DE ROMARIZ

Foto da pedra-de-armas colocada na casa da Quinta d´Além,

Ilustração de SIMÕES

Oliveirinha, freg. de Oliveira do Conde,

JÚNIOR, Notas

Carregal do Sal.

Monográficas, p.77 A estereotomia mostra os ajustamentos feitos aquando da colocação da pedra-de-armas. Vê-se igualmente uma espécie de baldaquino e de mísula que Por fimenquadravam o brasão.

Por fim, foi posta na casa de uma quinta - Quinta d´Além, Oliveira do Conde, Carregal do Sal - propriedade e residência de Fernando Vaz Pinto, filho do nomeado Dr. Vaz Pinto. Ficou tão-só, em São Pedro, uma espécie de mísula onde o brasão descansava e ignoro onde ficou uma espécie de cornija ou baldaquino que desalinhava pela última fiada de alvenaria. Com efeito, a pedra-de-armas partiu e permaneceu por alguns anos guardada em casa dos Camossa-Saldanha, em Fundões, Oliveira de Azeméis. Brás José de Miranda – conta-nos ainda o Dr. Simões – “vivia na Casa de São Pedro, que ainda hoje mostra o seu brazão: aspa com 4 flores de liz, dos MIRANDAS; uma cruz de Malta que não sei o significado e 5 crescentes dos PINTOS. Elmo voltado á direita, aberto, sobre carregado com um leão rompante. Este brazão foi visto pelo Conde de Castelo de Paiva, dizendo ser de um parente seu e desejou comprá-lo”105. Pois é. Era o Conde de Castelo de Paiva, efectivamente, um Pinto de Miranda: mas o apelido Miranda Pinto, de Brás José, tem explicação mais simples. Também não me parece, a cruz que se vê, ser a "de Malta". Julgo que não. É uma cruz pátea – desenho idêntico ao da cruz de Cristo, só que não é aberta – que muitas vezes passa por representação de Teixeiras. Aliás, igual entendimento levou o Dr. Simões a escrever Teixeiras com ponto de interrogação – "Teixeiras?" – noutro texto (1959), o das suas "notas monográficas" para o "Cancioneiro de Arouca"106. Todavia, 105

SIMÕES JÚNIOR - Notas esparsas (Apontamentos sobre a família MIRANDA em Arouca).

106

SIMÕES JÚNIOR - Arouca (Subsídios para a sua Monografia), p. 56.

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V - QUINTA DE ROMARIZ

também é verdade que a genealogia de Brás José de Miranda Pinto não inculca leitura de Teixeiras, a menos que nos convençamos que sua mãe Joana de Miranda era, efectivamente, dos Teixeiras da rua dos Currais... A pedra de armas tem outros saborosos desvarios: Deixando de lado os crescentes dos Pintos – com as pontas voltadas para a esquerda do escudo (o que era frequente acontecer) em vez de voltadas para cima – o timbre não se coaduna: Não é o de Mirandas, sequer o de Pintos. O destes, a não ser que: o leão (que parece leão) seja tido por leopardo (um também felino) e passante em lugar de rampante (o que também não parece, pois a modéstia do granito simplesmente contraria o orgulho de qualquer animal que se avulte...). A pedra que se afigura ser do séc. XIX, pelo todo em si e pela dita cruz pátea (Lembra, no “Armorial Português”, a idêntica figuração nos Sousa-Soares, em 1907107), foi executada muito depois de erguida a casa: Cortaram parte do paramento frontal, colocaram de seguida a pedra trabalhada e atacaram os flancos com ajustamentos ainda bem acusados pela desgraçada estereotomia, nesse trecho. Provavelmente não foi Brás José de Miranda Pinto que mandou esculpir as armas, porque morreu em 1792; mais podia tê-lo feito seu f.º bastardo – também Senhor da Casa de São Pedro, Roque José de Miranda108 – que teria entendido que um partido de Mirandas e Pintos era coisa demais ou coisa de somenos ..., lembrando-se de ajuntar a cruz pátea que o 1.º da 2.ª patenteia. Porquê? Avanço uma hipótese: Seria que os da Casa de São Pedro, ao saírem de sua casa e ao entrarem nela... divisavam sempre, dias a fio e meses e anos sem conta, a cruz pátea do portão armoriado da Quinta de São Pedro!? Se é que não se julgavam parentes dela! Como se conhece – e ainda felizmente se pode ver – a QUINTA DE SÃO PEDRO ostenta, vai para mais de trezentos anos a esta parte um escudo partido de Teixeiras e Quadros, onde a figuração de Teixeiras é, precisamente...: uma cruz pátea! (Foi notado por Nogueira Gonçalves notou, [em lugar de cruz potentea] "uma cruz de calvário"109: mas não me parece isto, nem necessário ir por aí, pois se trataria simplesmente 107

Ver, por exemplo, MATTOS - Brasonário de Portugal, vol. II, n.º 1581.

108

Roque José de Miranda do lugar de São Pedro fal. em 20.12.1814.

109

GONÇALVES - Inventário Artístico de Portugal, Distrito de Aveiro, Zona Nordeste, p. 71

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de mau preenchimento do campo, tendo-se-lhe alongado o pé, apenas). Quanto a mim, a cruz pátea – representada em ambas as maiores casas de São Pedro –, como que assinala o lugar de São Pedro!... que sempre foi de Teixeiras. De quem nascera Brás José de Miranda Pinto?

Capela de São Pedro do lugar do mesmo nome

Um feliz achado de 1730 permite traçar a sua genealogia. Ficou registado que Jerónimo de Miranda Pinto da Fonseca apadrinhou outro Jerónimo, f.º do licenciado André Pereira Lopes Godinho e de sua m.er Maria Quaresma do Vale110 na companhia de seu neto Bras [José] de Miranda [Pinto] que detinha procuração de sua mãe Donna Angelica da Conceição veuva que ficou de Manuel Joseph de Miranda da cid. do Porto. Traduzido em esquema (e aproveitando inscrever o dito licenciado André Pereira Lopes Godinho) é o seguinte: 110

QUINTA DA LAMEIRA, para estes.

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esquema 2 Jer.º de Miranda Pinto da Fonseca Jer.º de Escobar Pinto da Fonseca da rua dos Currais da QUINTA DO BOCO I ______________________________________ I M.el José de Miranda L.do André P.ra D. M.ª Eufrásia c.c. Jer.º Teles de Meneses c.c. Lopes Godinho P.ra de Vasc.os b. 1670 D. Angélica da Conceição c.c. M.ª Quaresma mor.s no BOCO mor.s no Porto mor.s na vila I I Brás de Miranda Jerónimo, b. 1730 af.º de Jer.º de Miranda Pinto da Fonseca e de seu neto Brás de Miranda

O paramento que perdeu a pedra-de-armas, vendo-se ainda a mísula onde ela assentava,

e fac-símile do autógrafo de Brás José de Miranda Pinto

Cabe agora saber: De quem nasceu Jerónimo de Miranda Pinto da Fonseca, avô de Brás José de Miranda Pinto? Isso agora!... Bem podemos perguntar por lá, pela rua dos Currais e pelo lugar de São Pedro, de quem Jerónimo nasceu. Ninguém sabe! Vejamos, então, por nós, como se tivéssemos um problema de álgebra

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a resolver. Curiosa é a primeira linha do esquema acima: com duas personagens quase homónimas. Note-se que o Jerónimo b. em 1730 (esquema 2, atrás), af.º de Jerónimo de Miranda Pinto da Fonseca, era sobrinho de outro Jerónimo, da QUINTA DO BOCO, f.º de Jerónimo de Escobar Pinto da Fonseca, do mesmo BOCO. Efectivamente, o nome próprio de Jerónimo, quatro vezes repetido, e os Pinto da Fonseca de ambas as colunas, parecem indiciar qualquer coisa. Algo subjaz e nos conduz à QUINTA DO BOCO. Chegados lá – estamos na primavera de 1667 (ver esquema 3), ano em que se pretere o senhor D. Afonso VI pelo senhor D. Pedro II – tinha nascido o 4.º filho de D. Joana e de Jerónimo, por nome Jerónima; gatinhava Gerardo, seis meses apenas (diz-nos quem adivinha: o futuro Frei Gerardo de Meneses); balbuciava Jacinta, 2.º nado do casal que viera à luz ia para 2 anos e meio; e traquinava Eugénia, o primogénito, que contava três e meio (a D. Eugénia – diz também quem adivinha – D. Eugénia que iria viver mais de 80 anos ao todo). Recordo em esquema, tão claro quanto possível, a genealogia de Jerónimo de Escobar Pinto da Fonseca, da QUINTA DO BOCO. Convém ajuntar os nomes dos pad.s destas crianças: os pad.s de Eugénia, Jacinta, Gerardo e Jerónima, figurando-os no dito esquema: esquema 3 TERÇOSO

SÃO PEDRO

Tavares de Pinho, de Roças ___________________________________________ M.ª Tavares Fr.co Tav.s de Pinho Cónego c.c. de Roças Pedro G.º Teix.ra I Tavares de Eiriz Fr.co Tav.s de Pinho I Manuel Teixeira Tavares c. 1640 c. mor.s em na QUINTA DE SÃO PEDRO I João de Escobar 19 anos em 1667

BOCO

Jer.º Teix.ra de Quadros Aires da Fonseca Pinto c.c. c. c. (1.º X) M.ª de Azevedo M.ª Furtada, ___________ I I I I Antónia Maria de Azevedo c. 1631 c Fr.co da Fonseca Teix.ra mor.s no BOCO Furtado de Quadros I Jerónimo de Escobar Pinto da Fonseca c. 1661 c. D. Joana de Melo, do ROMARIZ mor.s na QUINTA DO BOCO _______________________________________________________________________ I I I I I Eugénia Jacinta Gerardo Jerónima Outros que se irão seguir: João, 1663 1664 1666 1667 1669; outro João, 1672; ainda af.ª de [seu avô] af.ª do rev. af.º de Fr.co af.ª de João, outros, Josefa e Sebastiana Fr.co da Fonseca Fr.co Aires Tav.s de Pinho primo coirmão de seu pai, Furtado f.º de M.el Teixeira e de [seu tio avô-afim] M.el Teix.ra Tav.s Tavares [seu tio-avô afim]

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Os padrinhos mostram que, para além das óbvias relações com o próprio BOCO e com SÃO PEDRO, a QUINTA cultivava relações com os Tavares de Pinho, de TERÇOSO, provavelmente fomentadas pelo matrimónio, na QUINTA DE SÃO PEDRO, de Manuel Teixeira Tavares; mostram ainda – retenhamos desde já – uma outra personagem: o reverendo Francisco Aires, padrinho do 2.º nado do BOCO. Os pais das crianças – D. Joana e Jerónimo – tinham tomado estado em 1661 perante testemunhas declaradas: Luis Tavares, Francisco Fonseca e João Fonseca. O primeiro – Luís Tavares – bem parece ser Luís Tavares de Miranda, a falecer alguns anos depois (1669), tio-afim da noiva, porque casado com uma irmã do pai de D. Joana de Melo. (Esquema seguinte). esquema 4 ______________________ I I Luísa Aranha Brava M.el Aranha Bravo Fr.co da Fonseca Furtado c.c. c.c. c.c. Luís Tavares D. Serafina de Melo M.ª de Azevedo Pereira de Miranda do ROMARIZ da QUINTA DE SÃO PEDRO, I mor.s na QUINTA DO BOCO I I D. Joana de Melo c. 1661 c. Jerónimo de Escobar Pinto da Fonseca mor.s na QUINTA DO BOCO

Os dois Fonseca – Francisco Fonseca e João Fonseca – teriam estado por parte de Jerónimo de Escobar Pinto da Fonseca, o noivo: Francisco da Fonseca, tratar-se-ia de seu próprio pai Francisco da Fonseca Furtado; e quanto a João da Fonseca, veremos já. Tudo isto sabíamos. Importa agora saber mais. Saber o quê? Pois bem: Que irmãos teve (se é que teve) Jerónimo de Miranda Pinto da Fonseca (do esquema 2)? Que testemunhas, as do casamento de seus pais? Que padrinhos, os das crianças? Mas como encontrar Jerónimo de Miranda Pinto? Pois já que estamos no BOCO... O conhecimento da genealogia de seu quase homónimo Jerónimo de Escobar Pinto da Fonseca, da QUINTA DO BOCO, permite remontar a Aires da Fonseca (ou Aires Pinto), do mesmo BOCO, como lembrei no esquema 3, por seu f.º Francisco da Fonseca Furtado havido em Maria Furtada; também sabemos que Aires da Fonseca contraiu 2.º casamento, desta feita com Maria Tavares de

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quem teve alguns outros filhos: um deles, de nome João, b. em 1622. Será que este João coincide com João da Fonseca a casar em 1656 com Joana de Miranda? (tal como no esquema seguinte:)

esquema 5 Aires da Fonseca Pinto ________________________________________ 1.º X 2.º X I I Fr.co da Fonseca Furtado João da Fonseca Pinto, 1622 c. 1636 c. M.ª de Azevedo c. 1656 c. Joana de Miranda I D. Joana c. 1661 c.Jer.º de Escobar Pinto da Fonseca de ROMARIZ do BOCO Testemunhas:

Testemunhas:

Luís Tavares [de Miranda] Francisco da Fonseca [Furtado] João da Fonseca [Pinto]

Francisco da Fonseca Furtado João de Pinho Aranha Luís da Fonseca [Varela II, c. desde 1652 c. D. Serafina, de ROMARIZ]

Reparemos nos pad.s de C. de João da Fonseca Pinto e Joana de Miranda, recordando, em paralelo, os pad.s de C. de Jerónimo e D. Joana, da QUINTA DO BOCO (no esquema 5). Francisco da Fonseca Furtado, já casado ia para 20 anos, testemunha o C. de João da Fonseca Pinto e, cinco anos depois, testemunhará o C. de seu próprio f.º Jerónimo Pinto da Fonseca. Outro pad. deste mesmo C. foi, note-se, João da Fonseca [Pinto]. No C. de João da Fonseca Pinto estiveram presentes outras duas personagens: João de Pinho Aranha e Luís da Fonseca: O primeiro, era um dos filhos mais velhos do rancho dos Aranha de Pinho do Burgo111 e o facto sugere aproximação 112

de Joana de Miranda aos Mirandas, do Burgo , sem excluir os Mirandas, da rua dos Currais, mas naqueles e nestes não foi encontrado qualquer Joana113. (Fica por descobrir de onde provinha Joana de Miranda; iremos sabê-la, apenas, da Rua dos Currais). O segundo, Luís da Fonseca, parece coincidir com Luís da Fonseca Varela II, a falecer em 1661, então casado com D. Serafina, de ROMARIZ (irmã da futura D.

111

Ver CASAS DE RONDE, IIB Introdução aos Aranha, de Arouca, esquema 10.

112

Idem, ibidem.

113

Poderá situar-se Joana de Miranda nos Teixeiras da rua dos Currais, onde do mesmo apelido Miranda são as filhas de Luís Teixeira, netas do Escudeiro Fidalgo Gonçalo Teixeira.

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Joana de Melo, do BOCO) e cunhado, desde 1649, de uma Furtado114: Maria Furtada, f.ª de André Lopes e sua m.er, outra Maria Furtada, nascida por 1603 e irmã de Francisco da Fonseca Furtado115, a recordar no:

esquema 6 __________________ I I M.ª Furtada, 1603 Fr.co da Fonseca Furtado c.c. André Lopes X 1626 X 1636 _________________________________ I D. Serafina c.c. Luís da Fonseca An.to da Fonseca c.c. M.ª Furtada X 1652 X 1649

Vejamos, agora, os pad.s de B. dos filhos de João da Fonseca e Joana de Miranda, mor.s na rua dos Currais: Andresa, Damiana, Jerónimo, Joana, António e Leonarda.

esquema 7 Joana Furtada, ou Tavares do BOCO _______________ I I I An.to Ana M.ª Furtada c.c. Aires da Fonseca c.c. M.ª Tavares 1577 1579 1584 1566 I + 1626 I I I Fr.co da Fonseca Furtado João da Fonseca Pinto c. 1636 c. M.ª de Azevedo c. 1656 c. Joana de Miranda I ____________________________________________________________________ Jer.º de Escobar Andresa Damiana Jerónimo Joana An.to Leonarda Constantim Pinto da Fonseca 1656 1658 1660 1664 1667 1670 1636 * ** *** * af.º de Andresa irmã do B. ** af.ª do Capitão Luís da Fonseca e de Escolástica de Paiva m.er do médico Martim Gomes *** af.º do cura de Urrô Domingos Nogueira e do P.e António Pereira

114

Ver QUINTA DE ROMARIZ, esquema 4.

115

QUINTA DO BOCO, esquema 8.

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Damiana116, b. em 1656, foi af.ª do cónego Pedro Tavares de Pinho que viria a falecer em 1659, dos Tavares de Pinho que vão apadrinhar também, como vimos, os filhos do BOCO, e foi af.ª de Ana Furtada, cujo apelido sugere o mesmo BOCO117; Jerónimo, b. em 1658 – que poderá se o nosso procurado Jerónimo de Miranda Pinto da Fonseca – foi af.º do reverendo António Aranha abade de Santa Eulália e de Andresa irmã do bautizado118; Joana, nome de sua mãe, b. em 1660, foi af.ª do capitão Luís da Fonseca [provavelmente o mesmo Luís da Fonseca que testemunhará o C. de seus pais]; António, em 1664 (onde se diz simplesmente, f.º de João da Fonseca), foi af.º do reverendo Francisco Aires (também pad. do BOCO, como anotei); e Leonarda, b. em 1667, foi af.ª do vigário da Várzea, Domingos Fernandes de Beça. Enfim, a proximidade de João da Fonseca Pinto com os do BOCO parece evidente. Encurtado o caminho entre a CASA DE SÃO PEDRO e a QUINTA DO BOCO, entende-se, agora, o desenho dos afectos. Por exemplo, os Aires, da rua d´Arca são convidados desde o nascimento do primogénito do 1.º matrimónio de Aires da Fonseca (Maria, af.ª de Filipa Aires, m.er de Francisco de Almeida: este, nos Furtados Tavares de São Pedro, esquema 1), como no B. de uma f.ª do 2.º casamento (Maria, 1619, af.ª do licenciado Francisco Aires e sua filha Maria Aires); em 1664, o reverendo vigário Francisco Aires estará presente no BOCO (B. de Jacinta, f.ª de Jerónimo de Escobar Pinto da Fonseca), tal como no mesmo de 1664 o mesmo reverendo Francisco Aires estará na rua dos Currais (B. de António, f.º de João da Fonseca). E ainda, por exemplo, os Furtados Tavares, obviamente presentes no BOCO (não tanto no decurso do 1.º matrimónio de Aires da Fonseca – muito embora com uma Furtado – mas significativamente nos anos do 2.º matrimónio com uma Tavares: o que corrobora a hipótese de se poder colocar esta nos 116

117

118

Livro dos Obitos..., fl. 4v, consta a defecção de uma Damiana Claudia de Miranda aos 19.07.1737: Porém, o tratamento de Dona não parece convir à f.ª de Joana de Miranda. Acresce que Damiana de Miranda de São Pedro ingressou na Santa Casa em 2.07.1698. Sabe-se de Ana Furtada, f.ª de Joana Furtada ou Tavares, do BOCO, que nascida em 1579, contava, se viva fosse, alguns 77 anos em 1656, mas esta foi religiosa e inquirida no Processo de Beatificação de 1648; outra: Ver ABERTURA, Os FONSECAS, Os FONSECAS FURTADOS, onde figura Ana, mãe-solteira em 1636, f.ª de Manuel Pinto Furtado. A qualidade da madrinha permite supor que João da Fonseca Pinto tivesse feito um primeiro matrimónio antes de casado com Joana de Miranda. Também se encontra uma Luísa, f.ª de João Pinto da Fonseca, que faleceu em 1699.

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Furtados Tavares de São Pedro), estão igualmente presentes nas festividades da CASA DE SÃO PEDRO. (Ana Furtado amadrinha em 1656 Damiana, o primogénito de João da Fonseca Pinto e sua m.er Joana de Miranda). Junte-se que os Aguiares são de São Pedro119, como Catarina de Aguiar que foi mad. do BOCO em 1616 e Isabel de Aguiar que se lembrou por doação de Jerónimo de Miranda Pinto da Fonseca (esquema1), f.º da 2.ª m.er de Aires da Fonseca, Maria Tavares. Um dos Livro de Cobrança da vila acusa Jerónimo de Miranda Pinto 3.ª vida dum prazo de 17.11.1682120 remetendo para o tomo ii, fl. 175 e para fl. 189v (além de outros nos mesmos Currais em 1.ª vida, fl. 69v e fl. 70, igualmente reportados ao mencionado tomo). Este Livro e respectivos actos estarão no AUC e revelarão, sem dúvida, as 1.ª e 2.ª vidas do mesmo prazo, conferindo-nos a chave do mistério: a filiação de Jerónimo de Miranda Pinto. Não estou certo de ter consultado as próprias partes citadas, mas... Outras muitas cobranças do mosteiro de Arouca (no referido Arquivo) confirmam a hipótese do pequeno Jerónimo, 1658, f.º de João da Fonseca Pinto e sua m.er Joana de Miranda (esquema 7), coincidir, efectivamente, com Jerónimo de Miranda Pinto da Fonseca. Um deles, regista assim: 1.ª e 2.ª vidas João da Fonseca e sua m.er Joana de Miranda e 3.ª vida sua f.ª Leonarda de Miranda, Religiosa [a Leonarda, 1667] e acrescenta: pertence a renovação a Jerónimo de Miranda Pinto aos 28.06.1712121; e logo de seguida, no Romariz em 1.ª e 2.ª vidas João Pinto e sua m.er Joana de Miranda e hoje é 3.ª vida seu f.º Jeronimo de Miranda Pinto122. Eis tudo! Jerónimo de Miranda Pinto é o Jerónimo, b. em 1658, f.º de João da Fonseca Pinto e sua m.er Joana de Miranda. Também os paroquiais anotam o óbito de João da Fonseca Pinto em 1700 com testamento entregue por seu f.º Jeronimo de Miranda. E outros reconhecimentos interessantes podem-se encontrar registados nos livros do Mosteiro. Um desses livros123 anotaram 1.ª vida João da Fonseca Pinto e sua m.er Joana de Miranda e acrescentou-se (embora 119

Veremos a origem dos Aguiares em CASA DE POUSADA e em CASAS DE SELA, CASA DE SELA.

120

AUC, MSMA, Livro de Cobrança, III, 1.ªD, 13, 4, 10 (antigo n.º ordem 10), fl. 69.

121

PRAZOS, Livro-tombo 2º da Freguesia de Arouca, cit.

122

Idem, ibidem, fl. 132.

123

PRAZOS, Livro-tombo 1º da Freguesia da Vila, III, 1ªD, 13, 3 33 (antigo n.º ordem 213), fl. 133.

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depois riscado): e hoje 3.ª vida Jeronimo de Miranda da Fonseca seu f.º desta vila e o possue seu f.º Manuel José de Miranda m.or no Porto e sua m.er; logo adiante, com data de 2.07.1712, se acusa o prazo feito a João da Fonseca Pinto e sua m.er Joana de Miranda da vila, parecendo dizer que Jeronimo de Miranda Pinto nele ficou em 3.ª vida. Outro reconhecimento, 28.06.1712, na rua dos Currais, a Jerónimo de Miranda Pinto, em que fora 1.ª vida Joana de Miranda casada que foi com João da Fonseca Pinto e hoje o possue Jeronimo de Miranda Pinto e o possue Manuel José de Miranda. Este último apontamento parece dizer que a rua dos Currais lhes chegara por Joana de Miranda, o que encosta, de novo, Joana de Miranda aos Teixeiras da rua dos Currais. Um reconhecimento de 20.06.1712 a Jeronimo de Miranda Pinto viúvo da rua dos Currais desta villa, menciona um prazo que fora concedido a Manuel Aranha e sua m.er Ana Soares (atrás já vistos) – tendo servido de louvado e escrivão dos prazos, João da Fonseca Pinto – prazo que não passou, pois o Mosteiro voltou a dar o mesmo a Joana de Almeida e desta, por testamento, passou a Jerónimo de Miranda Pinto; o citado livro 33, a fl. 120, repete Jeronimo de Miranda da Fonseca da Rua dos Currais, a 28.06.1712, e em 1.ª vida Joana de Miranda que foi casada com João da Fonseca Pinto; outro, a fl. 132, Vila de Romaris, 1.ª e 2.ª João Pinto e sua m.er Joana de Miranda hoje é 3.ª vida seu filho Jeronimo de Miranda Pinto; por fim, um curioso registo, a fl. 123, mostra em 1.ª vida Maria Tavares e, embora extinto, se diz que pertence a renovação em 1712 a Jeronimo de Miranda Pinto da Rua dos Currais: Ora, esta Maria Tavares, muito provavelmente, fora sua avó paterna, 2.ª m.er de seu avô Aires da Fonseca; a mesma Maria Tavares, muito provavelmente também, fora irmã de Isabel de Aguiar – Ver BOCO, esquema "Quem era Maria Tavares" –, aquela que fez a já mencionada doação a [seu sobrinho] João da Fonseca Pinto. O óbitos da vila citam por duas vezes uma misteriosa D. Joana da Rua dos Currais: A primeira notícia é de 1691 ano do falecimento de Jeronima f.ª de D. Joana da Rua dos Currais; a segunda notícia é de 1718(?), no da morte da própria D. Joana da Rua dos Currais. Também, os Baptismos do Burgo referem D. Joana de Melo da Vila, na qualidade de mad. de Brizida, 1700, f.ª de Henrique Teles, de ROMARIZ. Quem era tal senhora que se abotoava de D. Joana? Quem vivera nos Currais foi

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Joana, m.er de João Pinto da Fonseca, que nunca vimos com o chamamento de D. Joana, e, se tiveram uma f.ª de igual nome Joana, 1660, não consta deles uma f.ª por nome Jerónima... Em resultado: D. Joana da Rua dos Currais não era a m.er de João da Fonseca Pinto. Da Rua dos Currais poderá supor-se o determinativo da m.er de Jerónimo de Miranda, mas não consta em sítio algum e não encontrei qualquer outra notícia convergente: Pelo contrário, o chamamento de D. Joana de Melo da Vila (em 1700), parece dizer o mesmo que D. Joana da Rua dos Currais (em 1691 e de novo em 1718(?)). Afigura-se pois que qualquer das notícias designa a mesma D. Joana. Mas quem? A do BOCO, na verdade, teve o 4.º nado do nome Jerónima no ano de 1667, que bem podia contar vinte e poucos de idade em 1691 e a si respeitar o dito assento de óbito deste último ano. Quase certo, então, que D. Joana era a viúva de Jerónimo de Escobar Pinto da Fonseca, da QUINTA DO BOCO. Mas por que motivo veio D. Joana, do BOCO, parar à rua dos Currais no coração da vila de Arouca?124. Ao certo, não sei! Atrás aventei que D. Joana do Boco se tivesse recolhido a uma propriedade de sua cunhada, m.er de seu irmão Henrique Teles de Melo, que era dos Pereira de Vasconcelos da rua dos Currais; todavia, é muito mais provável que a rua dos Currais fosse, nem mais, a casa de [seu genro] Jerónimo de Miranda Pinto da Fonseca porque, muito possivelmente, Jerónimo fora casado com uma das senhoras do BOCO. Se assim foi, fica entendida a razão do tratamento de sobrinho que D. Josefa de Melo – religiosa, f.ª de D. Joana da QUINTA DO BOCO – concede em 1719 a Manuel José de Miranda125, inculcando que D. Josefa de Melo teve uma irmã que fora m.er de Jerónimo de Miranda Pinto da Fonseca, viúvo em 1712. Atente-se no esquema seguinte:

124

125

E por que razão passavam entretanto pela Casa dos Malafaias? Um dos registos de entrada na Santa Casa em 1716 é o de D. Joana de Melo e de suas filhas D. Eugénia e D. Sebastiana [que sabemos, as três, da QUINTA DO BOCO] ditas da Casa Grande [dos Malafaias: Casa Grande dos Malafaias, pois, simultaneamente se regista uma outra entrada, assim: Idem Diogo Malafaia Mascarenhas Capitão-mor]. Ver QUINTA DE ROMARIZ. Nascera no Moção Roberto António Teles de Meneses, f.º de D. Mariana Josefa do ROMARIZ e de seu marido Manuel Pereira Burgos, do Moção, af.º do P.e Feitor do convento de Arouca Fr. Francisco de Castro e de donaJosepha de Melo, religiosa do mesmo convento, por procuração que deu a seu sobrinho Manuel Joze de Miranda (sublinhado meu).

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esquema 8 Aires da Fonseca, ou Aires Pinto da QUINTA DO BOCO 1.ºX 2.ºX __________________________________________________ I I Fr.co da Fonseca Furtado I I I Jerónimo de Escobar Pinto da Fonseca, 1636 João da Fonseca Pinto, 1622 c. 1661 c. c. 1656 c. D. Joana de Melo, 1636 Joana de Miranda mor.s na Quinta do Boco mor.s na rua dos Currais ________________________________________ I I I I I Jer.ª D. Josefa de Melo, N... c. c. Jer.º de Miranda Pinto da Fonseca, 1658 1661 religiosa, + 1739 I mor. na rua dos Currais + 1691 mad. em 1719, com I viúvo em 1712 na rua a seu sob.º M.el José I + 6.09.1738 mor. nas Quintãs dos Currais de Miranda I H., seu neto Brás José I Manuel José de Miranda, pad. em 1719 com D. Josefa de Melo c.c. D. Angélica da Conceição mor.s na cid. do Porto I Brás José de Miranda Pinto Pad. em 1730 com seu avô Jerónimo de Miranda Pinto da Fonseca “Homem Bom da Governança” em 1777 e 1778 + em São Pedro, 7.05.1792

N... , m.er de Jerónimo de Miranda Pinto da Fonseca, posta tal como tal no esquema acima, é, reconheço, apenas uma hipótese; todavia, a poder confirmar-se, explicaria bem a situação atrás relatada, ou seja: Manuel José de Miranda, sobrinho de D. Josefa de Melo. Em suma, certo, certo, é Jerónimo de Miranda Pinto da Fonseca ter nascido de João da Fonseca Pinto e de sua m.er Joana de Miranda, mor.s na rua dos Currais; provável, provável, é João da Fonseca Pinto ter sido o João, b. em 1622, f.º do 2.º casamento de Aires da Fonseca ou Aires Pinto, da QUINTA DO BOCO, hipótese sustentada pelo prazo que fora de sua mãe Maria Tavares, 2.ª m.er de seu pai Aires da Fonseca. João da Fonseca Pinto recebeu por testamento a Vila de São Pedro de Joana de Almeida Cabral (descendente dos Almeida Cabral, da rua dos Currais); recebeu igualmente bens que lhe foram doados em 1676 por Isabel de Aguiar, f.ª dos Furtados Tavares do Lugar de São Pedro; Damiana de Miranda, f.ª de João da Fonseca Pinto, morava já em São

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Pedro em 1698; seu irmão Jerónimo de Miranda Pinto da Fonseca mantinha-se na rua dos Currais. Foi Senhor da CASA DE SÃO PEDRO o Tab. Brás José de Miranda Pinto, neto de Jerónimo de Miranda Pinto da Fonseca e bisneto de João da Fonseca Pinto. Vimos como estes dois últimos, moradores na rua dos Currais da vila de Arouca, se situam na CASA DE SÃO PEDRO. E quem sabe se os Furtados Tavares do Lugar de São Pedro tinham possuído e morado na, muito depois, CASA DE SÃO PEDRO de Brás José de Miranda Pinto!

Genealogia do Dr. José Bento que adquiriu a Casa, como disse. Bento Rodrigues Correia cc Mariana Correia da Costa Pinto, srs da Quinta de Torneiros, Oliveira de Frades I Dr. Manuel da Costa Pinto e Azevedo, provedor de Miranda cc D. Maria Violante de Azevedo e Melo, 1759, fª do cap Manuel José de Azevedo da Rocha e Melo e de Mariana Teixeira de Magalhães e Almeida, do Burgo _____________________________________________________________ I I Dr. José Bento da Rocha e Melo, nat. de São Pedro do Sul D. Maria José, 1804 cc D. Ana Emília Gromwell Guillon +1855 _______________________________________________ I I D. Emília Augusta Gromwell de Melo Manuel da Costa Pinto de Melo cc Dr. José Augusto, srs da QUINTA DE BOCO cc D. Inês Portugal de Vasconcelos I I Adriano Carlos D. Emília de Melo asc. da Casa da Lavandeira, cc Sancho Rito 2ª filho de 11 irmãos, entre estes sr.s da QUINTA DE ROMARIZ o asc. da Casa do Burgo e de uma Quinta em São Pedro do Sul, avós de Benedita, minha amável informadora

Benedita Portugal, mencionada em QUINTA DE ROMARIZ. Cabe aqui também uma palavra de saudade e agradecimento a Alfredo de Pina Rebelo, pela companhia nestas coisas e informações dos Cromwell.

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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA -

V - QUINTA DE ROMARIZ

A cruz pátea assinala o lugar de São Pedro ..., mas não leva a CASA DE SÃO PEDRO para o caderno da QUINTA do mesmo nome: porque a CASA DE SÃO PEDRO pertence à QUINTA DO BOCO.

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AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA -

V - QUINTA DE ROMARIZ

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A CASA DE SÃO PEDRO NÃO SERÁ MUITO VELHA COMO MORADA DOS MIRANDA-PINTO PORQUE OS VIMOS NA RUA DOS CURRAIS, DA VILA DE AROUCA, TENDO SIDO O PRIMEIRO, EM SÃO PEDRO, O TAB. BRÁS JOSÉ. (TAMBÉM UMA TIA-AVÓ, DAMIANA DE MIRANDA, ERA DE SÃO PEDRO EM 1698, MAS SEU AVÔ MANTINHA-SE NA RUA DOS CURRAIS). PROVINHA PORÉM DOS FURTADO-TAVARES, DE SÃO PEDRO E VIMOS UMA DOAÇÃO DE UMA AGUIAR, DOS MESMOS FURTADO-TAVARES, FEITA AO BISAVÔ DE BRÁS JOSÉ, E OUTRA DOAÇÃO DO PRAZO DA VILA DE SÃO PEDRO, A SEU AVÔ, JERÓNIMO DE MIRANDA PINTO. DEPOIS, FOI ROQUE JOSÉ DE MIRANDA, FALECIDO EM 1814, FILHO NATURAL DO ANTERIOR, (TALVEZ O AUTOR DO BRASÃO, PARA MELHOR SE APRESENTAR...), E A SI SUCEDEU O FILHO LUÍS ANTÓNIO DE MIRANDA PINTO, QUE VENDEU A CASA E QUINTA AO CAPITÃO-MOR BERNARDINO ANTÓNIO, DO BURGO, CASA DEPOIS HERDADA, E VENDIDA DE NOVO, COMO JÁ CONTEI. ENTÃO, PASSANDO AOS PINHO-NOITES, FOI PERTENÇA DA “RESIDENCIAL DE SÃO PEDRO” QUE ADOPTOU NAS FACTURAS DE ALMOÇOS E PERNOITAS O DESENHO DO BRASÃO, VINHETA QUE MANTÉM AINDA, MUITO DEPOIS DA PEDRA SE TER IDO EMBORA (aliás, EM MÁ HORA).

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