TRABALHO DE SOCIOLOGIA DA COMUNICAÇÃO E DA MÍDIA

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CENTRO UNIVERSITÁRIO BELAS ARTES DE SÃO PAULO COMUNICAÇÃO SOCIAL

FÁTIMA HELENA NICOLY YOKO

TRABALHO DE SOCIOLOGIA DA COMUNICAÇÃO E DA MÍDIA PROFESSOR EDUARDO LOUIS JACOB

V. I

SÃO PAULO 2017

SUMÁRIO

1 QUESTÃO 1........................................................................................................... 3 2 QUESTÃO 2........................................................................................................... 7 3 QUESTÃO 3......................................................................................................... 11 4 QUESTÃO 4......................................................................................................... 13 5 BIBLIOGRAFIA................................................................................................... 17

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QUESTÃO 1 Elabore um texto que relacione as imagens abaixo com a origem e formação da sociologia. Explicite todo o contexto social, econômico e intelectual das fases aí presentes.

RESPOSTA Sociologia é um ciência que estuda a relação entre diferentes indivíduos, o que decorre de cada uma delas e como isso afeta um determinado coletivo. Sendo uma ciência, se pauta em diversos paradigmas, alguns dos principais que podemos citar e que também abordaremos ao longo deste trabalho é o paradigma marxista e weberiano por exemplo. Um paradigma é um conceito amplamente aceito por determinado grupo e que serve de base teórica para novos estudos ou releituras. Um preceito básico da sociologia é que sem comunicação não há relação social, portanto a sociologia necessita da comunicação para que seu objeto de estudo exista, são duas fontes de informação que se complementam.

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A ciência definida da Sociologia não nasceu pronta, foi transformada e polida com o passar do tempo e muito deve-se a Revolução Científica, período em que as convicções dogmáticas religiosas perderam força e as ciências comprobatórias e de observação começaram a surgir e serem mais aceitas. A primeira vez que se tem notícia do termo Sociologia sendo usado foi por Augusto Comte (filósofo francês), para entender os fenômenos sociais que acompanham a Revolução Francesa e Revolução

Industrial,

pretendia

juntar

conceitos

históricos,

econômicos

e

psicológicos para explicar a humanidade. A imagem 1 e 2 representam o começo da Revolução Industrial, vemos que as fábricas começam a aparecer e que ainda existem casas rurais, o fenômeno da migração ainda não é muito forte mas as pessoas já começam a se habituar com fábricas enormes e com o novo sistema de trabalho. Na economia o pensamento burguês ganha força e após os eventos da Revolução Francesa onde houve uma grande sensação de liberdade por parte do povo, significou o fim de um sistema político, o absolutismo, e a decaída dos privilégios da nobreza, foi uma transformação total de realidade com o abandono do antigo sistema feudal e que propiciou a ascensão da classe que denominamos burguesia. A economia se funde com o pensamento intelectual da época e a ideia de divisão de trabalho por exemplo começa a ser implementada, Adam Smith e suas teorias do liberalismo econômico ajudaram bastante a ter esse sistema capitalista voltado para a produção em massa e rápida implementado e enraizado durante as épocas seguintes. Sobre a produção em massa já podemos citar a imagem 3 onde vemos um modelo da máquina a vapor e podemos citar James Watt, matemáticos escocês que não produziu a máquina em si mas sim conceitos cruciais que levaram a sua existência. Com a máquina a vapor os processo de manufatura das fábricas já puderam ser facilitados e consequentemente acelerados através da produção de energia, como pedia a aura da época. Já na imagem 4 vemos uma fábrica e temos a noção da do cotidiano de trabalho que se passada na Revolução Industrial, podemos identificar que se trata de uma fábrica têxtil, ramo que cresceu imensamente nesta época, vemos várias mesas uma seguida da outra e entendemos o conceito de produção seriada. Vários operários trabalhavam por horas a fio, jornadas 3 vezes maiores do que as que estabelecidas para os dias de hoje, a fim de produzir o maior número de peças em um curto período de tempo, a Sociologia analisa esse fenômeno e o que muda nas relações sociais das pessoas 4

que veem suas vidas voltadas exclusivamente ao trabalho e produção de riqueza para os donos de indústrias. Mulheres eram as mais prejudicadas quando o assunto era trabalho, recebendo salários menores e tendo menos que homens tinham que trabalhar o mesmo e arcar com diversos problemas de uma sociedade extremamente machista, eram localizadas em sua maioria da indústria têxtil. A situação das mulheres melhorou mas não mudou completamente ainda hoje e várias mudanças estruturais ainda devem ser feitas. A mão-de-obra infantil também foi amplamente utilizada, direitos trabalhistas como conhecemos hoje anda estavam por vir. Na imagem 5 notamos mais um ambiente fabril, percebe-se como é fechado e a segurança dos trabalhadores não era uma preocupação principal e nem sequer coadjuvante. Pelas ferramentas usadas se deduz ser uma fábrica do ramo siderúrgico. A indústria têxtil e siderúrgica contemplam a primeira fase da revolução industrial, a partir daí a segunda fase tem seu início, que é quando começa a se expandir além da Inglaterra que foi onde começou para o mundo que foi aos poucos industrializando-se. Chegamos então na imagem 6 que simboliza o marco histórico da Exposição de 1989 em Paris que celebrava o centenário da Revolução Francesa, o símbolo principal é a Torre Eiffel que fora construída especialmente para esta ocasião e deveria uma obra temporária. O espírito francês decorrente de sua Revolução criou um símbolo único que se tornou uma das estruturas mais famosas do mundo. A partir dos conhecimentos, técnicas e materiais descobertos e desenvolvidos da Revolução Industrial a torre pode ser concebida, é portanto de grande importância toda essa transformação social ocorrida por causa da R.I. Foi o marco de evolução das construções da época a partir da utilização de ferro e concreto armado por exemplo. A partir da imagem 7 já podemos citar o caso Ford, o homem que que implementou o que chamamos hoje de Fordismo, modelo de produção em massa eficaz para donos de indústria e desgastante para operários. Mesmo que a produção em massa já vinha sendo uma ideal a ser aplicado nas primeiras indústrias, foi uma primeira fase de transição pois muitas coisas ainda eram produzidas lentamente, foi Ford que conseguiu uma grande transformação da rotina de trabalho, pode não ter criado todos os conceitos mas os aplicou com maestria. Podemos ver os operários em uma linha de montagem de carros, trabalhando na produção em série. Podemos ver aplicados muitos dos conceitos de Adam Smith 5

como a própria divisão do trabalho, acreditavam que quanto mais dividio, mais produtivo o sistema seria, afinal um trabalhador que só precisa se concentrar em uma tarefa trabalha muito mais rápido do que um que se preocupa com várias. A Sociologia explica que isso proporcionava uma vida extremamente precária para os trabalhadores, o paradigma marxista é o mais propício para explicar esta questão. As longas horas de trabalho continuavam mas agora em ritmo mais frenético e teoricamente produtivo, as máximas de Ford eram: produtividade (especialização do operário), redução de tempo de fabricação através de ferramentas adequadas e o objetivo de reduzir ao máximo os estoques da empresa, assim criando novos modelos de distribuição do produto e de como ele chega até o cliente. Mais fabricação em menos tempo era o que no que Ford acreditava para que a geração de lucro acontecesse. Chegando na imagem 8 percebemos que há uma mudança de pensamento entre os trabalhadores, cansados de longas horas de trabalhos, salários baixos e direitos negados começam a se mobilizar com a estrutura da época. As chamadas Trade UnioNs que no português podemos entender como nossos sindicatos, movimentos sindicais que começaram a se organizar e exigir direitos básicos dos patrões, queriam uma nova perspectiva de vida. Os sindicatos ainda existem hoje em dia e continuam mantendo seu papel de auxiliar os trabalhadores nas próprias questões trabalhistas. A imagem passa a imagem de um protesto, movimento recorrente para que as demandas fossem vistas e com sorte atendidas. Um dos principais meios de luta dos sindicatos era a greve, entendiam que seu trabalho era essencial para o funcionamento da sociedade e portanto ao parar conseguiam uma relevante atenção aos seus pedidos. A união é fundamental para que esse tipo de organização se fortaleça e se implemente de forma eficiente. Os direitos não foram concedidos rapidamente e necessitaram de muitos protestos e um ponto importante a abordar é que as mulheres continuavam em segundo plano quanto as reivindicações trabalhistas, movimentos essencialmente femininos se articularam para que também tivessem direitos

e que as mulheres fossem vistas como

membros integrais e essenciais na sociedade. Por fim a imagem 9 nos leva para um tempo um pouco mais perto do no nosso atual, vemos um grupo de pessoas “hipnotizadas” por um objeto que se pressupõe ser uma televisão. Mais para frente a Sociologia implementará termos como sociedade de massa por exemplo. Após grandes revoluções no cotidiano de 6

trabalho da sociedade ela parece se apoiar na ideia de globalização e de direcionamento de informação. Os trabalhadores ainda lutam por seus direitos mas chegam em casa e tem um momento relaxante em frente a televisão, sim a televisão é um instrumento de manipulação de massa a fim de apaziguar as angústias do trabalhador e direcionar sua mente a outros assuntos e não aos seus direitos negados e faltantes. Isso é algo que a televisão se tornou mas ainda ainda hoje é a criadora de várias crenças em muitas sociedades, mesmo com o advento da internet por exemplo. A televisão se caracteriza como sendo apenas um objeto mais os meios de comunicação de massa que se utilizam dele são verdadeiramente importantes pois tendem a disseminar ideologias e ideias de certos grupos, raramente alfum meio de comunicação se declara imparcial, é praticamente impossível sendo que disseminar ideias parte do pressuposto que você concorda com alguma delas, enfim, a massa fica condicionada a acreditar em certas frases, notícias e realidade que são entregues a ela, ainda mais no contexto de superprodução de bens de consumo e também na “superaquisição”. O modelo de comportamente passa a ser moldado pelos meios de comunicação de massa e a sociedade se vê em uma nova situação após a Revolução Industrial. Resumindo, a Sociologia nasce para que nos ajudar a entendermos as diversas

relações

que

permeiam

nossa

sociedade,

analisa

as

grandes

transformações da Revolução Industrial no mundo e lida com diversos pensamentos e teorias nos âmbitos sociais, históricos, econômicos e intelectuais. A Revolução Industrial torna-se tão importante por ser uma gigantesca transformação da rotina de trabalho que antes era artesanal e passa a ser assalariada e com a implementação de máquinas e novas técnicas, algo que começou na Europa e conseguiu dominar o mundo. O mais importanta da Sociologia e talvez de qualuer ciência é que mesmo existindo certos paradigmas, diferentes visões de mundo sobre um mesmo objeto de estudo são apresentadas, caracterizando assim uma imensa diversidade intelectual de metodológica. QUESTÃO 2 Leia o texto a seguir e responda: “Muito dos seus conceitos, categorias e interpretações são postos em causa. Alguns tornam-se obsoletos, outros perdem parte de sua vigência e há os que são recriados. Mas logo se coloca o desafio de criar novos. À medida em que a 7

realidade social passa por uma verdadeira revolução, quando o objeto das ciências sociais se transfigura, nesse contexto descortinam-se outros horizontes para o pensamento”.

A) No seu entendimento, em termos gerais, do que trata o autor? Explique.

Sobre paradigmas. Paradigmas por uma de suas definições é um conjunto de ideias temporárias que são aceitos pela ciência, e uma ciência não pode existir sem um paradigma. O autor no texto explica na primeira linha: “Muito dos seus conceitos, categorias e interpretações são postos em causa.” Nesta linha, o autor explica que um paradigma pode explicar algum fenômeno, em base de conceitos e interpretações para poder explicar o fenômeno estudado de fato. Por exemplo, no período helenístico, se acreditava que a Terra era quadrada, por uma série de motivos visuais, mas Pitágoras no século VI a.C foi o primeiro a dizer ao contrário, que a Terra não era da forma que eles pensavam, e sim esférica. Em 330 a.C, Aristóteles também afirma que a Terra era redonda, e assim completando o exemplo com a seguinte frase do autor: “Alguns tornam-se obsoletos, outros perdem parte de sua vigência e há os que são recriados. Mas logo se coloca o desafio de criar novos.” Aristóteles e Pitágoras quebraram um paradigma que a Terra era de uma forma chata, como se acreditavam, e substituindo por uma nova, provando que a Terra era esférica, e tornando a teoria que a Terra era chata ficou obsoleta, e recriada por uma nova: A Terra é redonda, até que alguém prove o contrário (Apesar que esta teoria foi aceita muitos anos depois). Quando o autor afirma sobre o desafio de criar novos paradigmas, é que tudo que sabemos foi ensinado para a sociedade, ou seja, um conhecimento que foi passado por anos, até que alguém prove ao contrário e entre para a história. Assim como era ensinado que um átomo não era divisível, foi provado que era possível muitas décadas depois, e assim como se acreditava que só existia a Via Láctea, cientistas conseguiram provar que na verdade existiam bilhões de galáxias além da nossa. Paradigmas são criados e mortos todo dia, assim sendo substituídos por um novo, que explique e prove o conhecimento que temos do fenômeno ou objeto de estudo, pois o paradigma tem um grande papel na ciência, de questionar e explicar o que acontece. Por exemplo, no futuro, provavelmente muitos paradigmas que conhecemos hoje sobre tudo, será quebrado e reposto por uma nova verdade 8

comprovada; O que sabemos do universo hoje provavelmente pode não estar completamente certo, sendo provado no futuro algo que a maioria de nós não imaginava, por exemplo. E logo, esse paradigma seria quebrado e colocado por um novo, como um ciclo. Assim como foi quando a humanidade também acreditava que o sol girava em torno da Terra, e as pessoas que falassem que era a Terra que girava em torno do sol, como conhecemos hoje, eram jogados na masmorra por blasfêmia, assim como aconteceu com Galileu Galilei, que em seguida provou que estava certo, ele quebrou o paradigma que o sol girava em torno do planeta Terra, e criou um novo paradigma, que a Terra girava em torno do sol. Em seguida, o autor explica: “À medida em que a realidade social passa por uma verdadeira revolução, quando o objeto das ciências sociais se transfigura, nesse contexto descortinam-se outros horizontes para o pensamento”, entende-se que por si, o ser humano vive em uma angústia de que é necessário dar sentido as coisas, desde que o mundo é mundo. No antigo Egito, por exemplo, o povo explicava fenômenos cotidianos com mitologia, explicando tanto quanto como a chuva acontece ou o sol que nascia todo dia, em base de suas crenças. A humanidade não vive sem dar um sentido, um motivo, alguma razão pelas coisas que acontecem. Com a chegada da ciência, por volta do Renascimento, os mitos acabam sendo substituídos pela racionalidade que estava tomando forma, assim surgindo os paradigmas. Isso explica quando o autor menciona que a realidade social passa por uma revolução, ou seja, uma mudança total de pensamento, que muda a forma como vemos e entendemos do mundo, impactando no futuro e na história, e por sua vez, trazendo novos horizontes a novos pensamentos que não tinham sido imaginados antes, que explicam as realizações científicas. Um bom exemplo, foi o paradigma de Lamarck e Darwin. Lamarck era um naturalista francês, que em 1809 apresentou suas ideias de que os indivíduos perdem as características de que não precisam e desenvolvem as que utilizam, como o clássico exemplo da girafa, que ela por si, desenvolvia seu grande pescoço para alcançar as árvores mais altas, e se algum animal não precisar de suas asas por exemplo, ele acabaria perdendo elas. Chamava-a de lei de uso e desuso. Mas anos depois, esse paradigma, foi quebrado por Darwin (mas o Darwinismo foi aceito 100 anos depois da publicação do seu livro, “A Origem das espécies”), que resumidamente diz que o ambiente seleciona os seres vivos mais adaptados. Isso quer dizer que os seres vivos que apresentem características que lhes permitam sobreviver a determinada condição ambiental viverão e, assim, 9

conseguirão transmitir seus genes para as futuras gerações. Como o autor disse, “À medida em que a realidade social passa por uma verdadeira revolução, quando o objeto das ciências sociais se transfigura, nesse contexto descortinam-se outros horizontes para o pensamento”, foi o que aconteceu com o paradigma de Lamarck quando foi alterado para o de Darwin, que tomamos como verdade até hoje. O paradigma de Lamarck foi de extrema importância, além de ser um dos primeiros a explicar o paradigma, deu toda a base para Darwin criar um novo e explicar todo o fenômeno da teoria da evolução das espécies. Darwin que defendia a teoria de Lamarck anteriormente, essa teoria e paradigma lhe deu base para seus estudos e conhecimento para que chegasse até essa conclusão, que apesar de ter sido aceita por volta de 100 anos depois, mudou a história do mundo, e um novo pensamento sobre a biologia e o mundo, e tudo que conhecemos dela, assim posteriormente abrindo portas para novos estudos.

B) Qual o objeto das Ciências Sociais e por que ele se transfigura? O objeto das ciências sociais é dinâmico, enquanto a sociologia é uma ciência que tenta explicar os fenômenos da vida social, as ciências sociais é algo dinâmico, porque a realidade social define o ser humano, e a realidade está sempre mudando com o tempo, gerações, porque não existe uma sociedade estável, sempre haverá mudanças. E para explicar a realidade que nos cerca, precisamos ter uma base comum, ou seja, um paradigma, e paradigmas sempre mudam e se alteram, assim como o objeto de estudo das ciências sociais. Além de ser dinâmico e estar sempre mudando, também está se tornando cada vez mais complexo, e segundo o sociólogo Ianni, ele diz que por sua vez, como está sempre em constante mudança, sempre tem novos recursos de reflexão, novos significados que alargam as fronteiras para outros campos disciplinares, em uma combinação de temporalidades e lugares diferentes, que tradições e a história articulam-se com tempos futuros e mediáticos. Mas as ciências sociais fazem uma grande mescla de estudo sobre classes, grupos sociais,

comunidades,

raças,

gêneros,

identidades,

diversidades,

religiões,

nacionalidades, ecologia e a sociedade; O que é democracia, revolução e tirania, público e privado.

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QUESTÃO 3 Nos paradigmas sociológicos apresentados no Capítulo V de Carlos Eduardo Sell, respondam: A) Quais os pressupostos teóricos que estruturam cada paradigma? Toda teoria parte de um pressuposto, pois para que o(a) pesquisador(a) defenda sua ideia ele deve ter uma base da realidade que vai avaliar, usam como um suporte de toda a teoria a ser estudada e analisada certos fatos pertinentes ao objeto de estudo abordado. Muitas vezes é apenas uma hipótese que ainda há de ser provada, é uma suposição de fato. Sendo assim, os três paradigmas apresentados por Sell têm pressupostos distintos, o que faz com que dissertem de modo diferente sobre assuntos parecidos. O paradigma marxista têm como principal pressuposto o da “Dialética como lei de evolução da natureza e da sociedade” como diz Sell e foi inspirado por Hegel. Levando em conta o significado da dialética, podemos dizer Marx acreditava que o debate reflexivo levaria a uma emancipação e transformação mental da sociedade e se pautava muito mais na realidade social e concreta do que em realidades científicas. O diálogo de Marx é com o sistema econômico á que ele se opõe (capitalismo), é uma “conversa” onde as opiniões e fatos se cruzam e soluções para o problema, apresentado pelo pesquisador, são propostas. Dizemos então que o pressuposto da teoria de Marx é a dialética, ela move a sociedade e suas reflexões por inteiro e de uma forma estrutural, abrangendo assim todo o coletivo e entendendo como funciona e porque funciona de tal maneira de um modo prático e direto. A realidade social concreta e o diálogo são os principais pontos do trabalho de Marx, mas mesmo tendo o diálogo como algo relevante, a visão do teórico ainda é focada na sociedade, nas ações dos indivíduos, e na experiência, não levando em conta muitas regras pré-determinadas. No positivismo o pressuposto principal é o de que a sociedade deve levar em conta a realidade científico-natural, acreditam que o progresso da humanidade está ligado exclusivo e unicamente a avanços científicos, portanto a ideia principal em que essa teoria se pauta é a de que a sociedade se configura em um modo próprio, segue seu caminho com leis próprias e já determinadas e é independente das ações dos indivíduos. É uma visão única do objeto de estudo, não há um diálogo entre as diferentes partes que podem surgir, Sell classifica este pressuposto como uma “unidade das ciências naturais e sociais”, sem abertura para perspectivas que fujam 11

do caráter científico como no caso de Marx, que analisa o objeto em sua totalidade e promove um diálogo. Por fim, no paradigma de Weber uma visão dualista é a apresentada, acredita que o sujeito tem sim interferência no meio em que vive e que suas açõe são cruciais para o desenvolvimento da sociedade mas não descarta a interpretação de noções científico-naturais para analisar seu objeto de estudo. Usa da prática e da teoria para elaborar suas afirmações. Classificada por Sell como “dualidade das ciências naturais e sociais”, Weber tenta provar que ao se utilizar de dois métodos já parcialmente eficazes, é possível criar um altamente eficaz quase que totalmente, pois ainda estamos falando de ciências humanas e não exatas. Resumindo, Marx acredita que as ações do indivíduo da sociedade em sua totalidade são de extrema relevância e que o diálogo deve ser utilizado como forma de promover a emancipação geral. Positivistas acreditam fielmente que apenas as teorias de cunho científico e bem provadas são caminho para o entendimento da sociedade, desprezando a ação social e protagonizando leis naturais, já Weber tenta juntar as duas visões a fim de ter uma visão mais ampla do objeto de estudo, preza pela participação social do indivíduo como algo importante e também as leis naturais regentes das relações sociais. Estes são os pressupostos de cada um dos paradigmas apresentados, importante ressaltar que são bem diferentes e que isso promove uma diversidade teórica a fim de proporcionar diversas perspectivas sobre um mesmo assunto. B) Qual a concepção de sociedade existente em cada paradigma e o método apresentado por cada um? O paradigma marxista utiliza do materialismo histórico para embasar sua teoria, de acordo com seu pressuposto de totalidade, Marx acredita que as ações dos indivíduos são são sim importantes, mas foca na questão material que cerca o cotidiano. Ele divide a esfera material em infra-estrutura, que é o que abrange as forças econômicas que regem o coletivo e a superestrutura que representa as ideias políticas, ou religiosas, etc...que são moldadas a partir do meio material. O ponto principal é o trabalho (produção social), Marx afirma que sem o senso coletivo de trabalho a convivência nem sequer existiria. E é a partir deste método que Marx analisa a sociedade, estudou os fatos e desdobramentos a partir de informações concretos (principalmente pela ordem econômica) que aconteceram. A concepção 12

de sociedade para Marx leva em conta as ações individuais, mas entende que é o meio que transforma o sujeito através de estímulos materiais e desencadeia os diversos fenômenos sociais. Durkheim foi adepto da metodologia funcionalista, ou seja, em sua teoria existem os chamados Fato Social e Função Social sendo o conceito do primeiro o das regras pré-estabelecidas naturalmente e como elas guiam as ações humanas, todos os fatos sociais possuem uma função social que á de determinar certos padrões de comportamento.É uma visão completamente científica e objetiva e pautada no conceito de que o meio que molda o indivíduo e todas as atitudes. A metodologia associada a Weber parte dos conceitos de “ação social” e de “compreensão”. É um visão que se complementa e difere dos outros dois paradigmas, aqui Weber entende que exista o mundo material e suas funcionalidades que regem comportamentos ou não, mas entende que tudo isso só foi possível a partir das ações dos indivíduos. Esta teoria enxerga o mundo através dos olhos do coletivo e não ao contrário, portanto o próprio sujeito é que molda seu meio de acordo com suas necessidades. Agora focando nas sociedades, vemos que Marx se apoia na ideia de que o meio molda o sujeito e isso ocasiona fortes mudanças sociais, a sociedade é estruturalista e Durkheim segue o mesmo caminho mas impõe métodos científicos como soberanos e as leis naturais como a realidade, ou seja continua sendo uma sociedade estruturalista, onde as ações do indivíduos são moldadas de modo estrutural a partir de um poder maior. Apenas Weber apoia a ideia de que o indivíduo é que molda seu próprio meio a partir de suas necessidades e que com isso cria-se um ciclo onde o meio age sobre o indivíduo mas, é uma causa e efeito de ações passadas, este conceito caracteriza uma sociedade que cabe na concepção do subjetivismo.

QUESTÃO 4 Nos paradigmas de comunicação encontrados no texto de Maria Immacolata Lopes respondam:

A) Quais os pressupostos teóricos que estruturam cada paradigma? São 4 pressupostos: A análise centrada no produto e na produção cultural, que opera com modelos macroestruturais, que o sistema simbólico é analisado 13

através de produtos culturais que são também meios de comunicação, e que o nível interpretativo da abordagem é marcado pela busca de princípios determinantes do sentido de ação social.

B) Qual a concepção de sociedade existente em cada paradigma e o papel ou ação da comunicação nessa sociedade? A análise que é centrada no produto e na produção cultural, ou seja, o fetichismo da mercadoria, a indústria cultural explicam que o fetichismo é uma consequência da alienação, aonde as pessoas sentem-se “enfeitiçadas” por alguma mercadoria ou ideia. A população tem uma visão sobre o objeto de desejo que será uma pessoa realizada se obter o que almeja, por influência do que a mídia diz. A mídia cria desejos nas pessoas, dizendo a elas que para atingir a felicidade plena, ela terá que conquistar os respectivos “objetos de desejo”, como por exemplo, uma moto de grande potência, um celular de última geração, um corpo malhado ou uma roupa de alguma marca famosa. São colocados ideais nos pensamentos das pessoas que isso é o mais importante para as suas vidas, que elas devem correr atrás desses desejos, que seriam mais importantes que seus próprios direitos. Um exemplo comum são de pessoas que possuem uma renda não tão elevada, porém elas tem algum objeto de uma renda mais cara, como por exemplo, um tênis de marca com um valor muito mais alto do que ele proporcionalmente recebe. Esse grande desejo que “precisa” ser satisfeito, é usado pela mídia para manipular a massa a executarem determinadas ações, alienando a população. O fetichismo é implantado nas pessoas pelos veículos de comunicação, aonde as pessoas desde crianças são educadas e manipuladas a pensar de uma devida forma sobre algo, para que idealize sonhos e aja conforme a mídia te manipula. Como os humanos são seres que estão sempre à procura de prazer, a felicidade plena, o fetichismo mostra a eles “formas” do que ele deveria fazer para conseguir chegar em tal felicidade. Karl Marx explica que para que o próprio trabalhador não reconhece o próprio produto em que trabalhou, ou seja, o trabalhador não consegue reconhecer as etapas de fabricação do produto do seu trabalho, e para ele é como se o produto que ele mesmo trabalhou nele, aparecesse do nada, como se fosse um feitiço, daí o termo utilizado por Karl: Fetichismo da mercadoria. O estudo que opera com modelos macroestruturais, ou seja, tudo acaba virando um negócio. Muitas faculdades por exemplo, acabam virando um comércio, 14

um negócio. Mais do que apenas fins lucrativos, temos apenas um certo tipo de etnia, uma ideologia e uma racionalidade técnica. Ao entrar na Federal do ABC e no Mackenzie, percebemos a diferença de estudantes e de ideologias, seja erudita ou seja popular. O nível de estudo da comunicação e da cultura que é propriamente o nível ideológico das ações sociais, que incorpora classe social, ideologia, etc. Sabemos também que toda comunicação que recebemos e trocamos não é neutra, a informação, a comunicação vem com uma carga ideológica x, com alguma visão de pessoa y, ou talvez uma mistura de ambos. O sistema simbólico é analisado através de produtos culturais que também são meios de dominação. Nos anos 80, o carro, por exemplo, era um grande marcador social de status e independência, o jovem que completava 18 anos sempre sonhava em ter seu próprio carro, e que isso hoje, não funciona exatamente assim, carro ou tirar habilitação para motorista não significa tanto status para um jovem como era nos anos 80. Muito ligado a indústria cultural, as pessoas são induzidas a pensarem em seus sonhos de maneira que eles querem que você pense, dentro do capitalismo, damos a ilusão que você tem uma escolha, mas na verdade não tem uma. Foi na década de 60 que começaram as primeiras críticas a indústria cultural. Adorno explica as características da escola de Frankfurt: 1 – Surge uma espécie de padronização (e um baixo nível de conteúdo). É feito algo que possa se espalhar no mundo inteiro, colonizando culturas menores. 2 – Domesticação do (seu) estilo. Se você cresce ouvindo um tipo de música, tudo o que é diferente é “chato”. 3 – Crescente divórcio entre artista e arte. O artista produz algo que não vem de dentro, e sim algo no padrão pedido. 4 – A cultura se torna sinônimo de entretenimento e não de reflexão/debate. Lazer é hora de consumir “arte”. 5 – Massificação de conceitos, atitudes e ideias (a alienação da população). Hitler foi um dos primeiros políticos a perceber o poder do cinema. A mídia cultural pode controlar seu pensamento. Indústria cultural estabelece como alguém deve ser 6 – Banalização do sofrimento: a mídia sensacionalista explora a dor, a tragédia etc. Ideologia de ordem – Filme de herói: algo começa ok, o vilão bagunça, o herói conserta de volta ao ok.

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7 – Indústria cultural em aliança com o poder político. A novela traz uma visão de um mundo real, similar ao nosso, mas de certa forma mais fácil, quase de forma utópico. 8 – Toda arte é reprodutível: cinema, música etc. são gravados e reproduzidos em massa, perdendo sua “aura”. Teatro é arte irreprodutível, se você filma o teatro ele deixa de ser teatro. E que e o nível interpretativo da abordagem que é marcado pela busca de princípios determinantes do sentido da ação social. A humanidade entende e interpreta seus fenômenos de acordo com suas crenças, ideologias, sua própria experiência ao interpretar alguma ação social. Assim como a teoria da bala mágica e o behaviorismo eram uma possível explicação para abordagens de alguns fenômenos, eram a visão de pessoas daquela década, ou seja, na teoria da bala mágica, vemos uma extrema racionalidade e colocando todas as pessoas de massa como iguais. Com o avanço das ciências, inclusive a social, os estudos foram aprimorando-se e fomos vendo que na verdade a comunicação é muito mas complexa do que pensavam Watson e etc. Também podemos citar essas quebras de paradigmas para explicar que temos um certo conhecimento limitado a nossa época, tecnologia e etc.

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BIBLIOGRAFIA MACIEL, Willyans. Dialética. http://www.infoescola.com.

ROSSO, Sadi Dal. Pluralidade e Diversidade das Ciências Sociais: uma contribuição para a epistemologia da ciência. http://www.scielo.br.

SANTOS, Juliana. Darwin x Lamarck : a Evolução das Espécies %u2013 Biologia Vestibular e Enem. https://blogdoenem.com.br.

JR, Paulo Ghiraldelli. Os grandes paradigmas filosóficos. https://ghiraldelli.wordpress.com. NASCIMENTO FILHO, José Reinaldo do. Correntes ou Lentes: Paradigmas em História. https://catalisecritica.wordpress.com.

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