Trabalho sobre a representação social da medicina

July 27, 2017 | Autor: Thiago Aldrovandi | Categoria: Medicina, Medicina Social
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Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR




Thiago Aldrovandi – Medicina, 1º período





A Representação Social da Medicina




Profa. Carla Regina Françoia



Curitiba
2015
A relação médico-paciente é, sem dúvidas alguma, um dos pontos chave na confiabilidade do paciente sob as orientações do médico. Assim, o processo de mecanização da medicina, isto é, a ruptura dessa relação, na qual o médico apenas dá o diagnóstico, sem submeter o paciente a uma boa avaliação física ou anamnese, sugerindo apenas um coquetel de medicamentos, esquecendo-se completamente dos princípios fundamentais da medicina e tomando por base apenas exames laboratoriais, torna-se hoje um dos grandes obstáculos ao pleno desenvolvimento da medicina e a uma boa consulta médica. Nada mais justo que esse seja tema de grandes debates acadêmicos e mesmo uma das grandes reclamações das populações que frequentam as unidades de pronto atendimento e até de consultórios particulares. Com base nisso, o presente trabalho busca informações daquilo que pessoas comuns (neste caso, acadêmicos fora da área médica) esperam de um médico e o que eles entendem como medicina.
Estudante de Economia (FEA-USP) e Relações Internacionais (PUC-SP), 19 anos, superior incompleto, feminino:

"Medicina é a capacidade de se colocar na dor do outro."

"Espero do médico respeito e simpatia, que ele não seja grosseiro ou veja o paciente como mais um número do convênio, deve sempre tratar o paciente como de igual valor, como uma pessoa propriamente."

Estudante de Direito (Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP), 20 anos, ensino superior incompleto, sexo masculino:
"A Medicina é a arte da manutenção da vida humana. Deve estar balanceada entre dois termos: verdade e compaixão. A verdade para o diagnostico e para com as capacidades técnicas e emocionais do profissional médico em enfrentar o caso; Compaixão para com o paciente, analisando todas as vertentes que o mal lhe afeta e pode trazer a sua vida. Assim, a medicina se faz além do laboratório empírico, mas especialmente no laboratório social."
"Quando se busca um médico, espera-se que um atendimento honesto e cuidadoso, seja no âmbito do SUS ou dos meios privados, não cabe ao paciente, portador do direito à saúde, ser classificado e receber atendimento segundo sua origem e seus fundos. Desta forma, espera-se que o médico se esqueça dos problemas conjunturais da saúde pública e atenda o paciente com toda sua prática e sapiência, uma vez que ninguém o procura por felicidades, mas sempre por algum incômodo ou dificuldade. Cabe, portanto, ao médico ser antes de tudo um paciente: paciente no escutar, paciente ao examinar e paciente ao diagnosticar, sempre levando em conta as limitações que por ventura sua especialidade o traga. Desta forma, o atendimento certamente será eficaz, levando para longe as dores e angústias dos mais necessitados. "

Estudante de Processos Gerenciais (Centro Universitário Eurípedes de Marília – UNIVEM), 20 anos, ensino superior incompleto, sexo masculino:
"Medicina é o conjunto de conhecimentos relativos à manutenção da saúde, a prevenção e tratamento de doenças."
"Espero que ao ser atendido, o médico consiga entender as suas dificuldades profissionalmente e o tratar com devido respeito, que qualquer pessoa merece."
Estudante de Engenharia Elétrica (Universidade Estadual Paulista- UNESP), 19 anos, ensino superior incompleto, sexo masculino:
"Medicina é uma área do conhecimento voltada à descoberta de curas, buscando a melhora da vida alheia ao mesmo tempo em que se estudam as funções do corpo humano."
"Espero que o médico resolva seu problema ou indique maneiras para isso, mantendo sempre o respeito pela vida humana e pelo paciente."

Estudante de Direito (Universidade de São Paulo – USP) 20 anos, ensino superior incompleto, sexo masculino:
"Medicina é uma das áreas da saúde responsável pelo bem-estar do ser humano, seja em relação a doenças, prevenção ou estética."
"Espero, ao ser atendido por um médico, ser tratado como ser humano e não como um objeto como muitos fazem na atualidade. Ser visto como uma pessoa e não só como um meio de se ganhar dinheiro. Assim, acredito que haverá respeito educação e um bom atendimento, independente de classe social, etnia ou orientação sexual."
Pode-se facilmente observar que os pontos levantados por todos os entrevistados são semelhantes: a visualização do paciente como algo e não como alguém. Outro ponto a ser levado em conta é os lugares onde os entrevistados residem: dois na capital paulista, um no norte do Paraná e outros dois no interior do Estado de São Paulo. Ainda que distante uns dos outros, a convergência de opiniões sugere que o afastamento do médico em relação ao paciente, a frieza com que os trata, não é uma característica de um único local ou região do país, está, na verdade, difundida na prática médica.
As razões para tal frieza não foram motivos de abordagem nessa breve pesquisa, entretanto, como bem sugeriu um dos entrevistados "(...) espera-se que o médico se esqueça dos problemas conjunturais da saúde pública e atenda o paciente com toda sua prática e sapiência, uma vez que ninguém o procura por felicidades, mas sempre por algum incômodo ou dificuldade.". Assim, cabe ao médico lembrar-se de que ao receber um paciente ele está lidando não somente com um "paciente", mas com um homem que está vitimado pela doença e, por isso, traz ao consultório o corpo doente (Pessotti, 1996).


PESSOTTI I. A formação do médico. Medicina Ribeirão Preto 29: 440 -448 out"dez 1996


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