Tractatus Logico-Philosophicus e Observações sobre o “Ramo de Ouro” de Frazer: rupturas e continuidades

July 24, 2017 | Autor: Wagner de Barros | Categoria: Wittgenstein
Share Embed


Descrição do Produto

Tractatus Logico-Philosophicus e Observações sobre o “Ramo de Ouro” de Frazer: rupturas e continuidades

Wagner de Barros Doutorando em Filosofia pela UFSCar. Bolsista CAPES [email protected]

Introdução Apesar da reflexão de Wittgenstein sobre a linguagem se modificar um pouco no período tardio, é praticamente inegável que o estatuto da ética e religião permanece o mesmo. A filosofia passa a ser concebida não mais como uma análise lógica, mas descrição dos vários jogos de linguagem. O que determina o sentido é o uso e o sentido da proposição não depende de sua figuração lógica da realidade, isto é, figurar um fato. Assim, a linguagem ético-religiosa revelaria uma forma de vida diversa daquela linguagem objetiva. Se o Tractatus situa discurso religioso no inefável, portanto o discurso ético-religioso não adquire a legitimidade de proferir sentenças com sentido, agora a linguagem ético-religiosa possuiria um jogo autônomo, com regras próprias e que revelariam um modo de agir no mundo, uma forma de vida. Considerar a linguagem religiosa segundo os mesmos critérios que se analisa a linguagem “objetiva”, científica seria cometer uma confusão, não considerar seus contextos, suas práticas e usos. Se os enunciados científicos são passiveis de verdade/falsidade, a linguagem religiosa não se submeteria as mesmas regras por pertencer a outro contexto. Místico e magia em Observações sobre “Ramo de Ouro” de Frazer Em Observações sobre o “Ramo de Ouro”de Frazer, Wittgenstein critica Frazer por desconsiderar a validade não só dos rituais mágicos, como também sua narrativa e forma de explicação. Para Wittgenstein, o erro de Frazer seria considerar a magia e religião uma como ciência equivocada. O absurdo consiste em que Frazer apresenta isso como se esses povos tivessem uma representação inteiramente falsa (ou até delirante) do curso da natureza, enquanto que eles só possuem uma interpretação peculiar dos fenômenos. Ou seja, se eles redigissem o seu conhecimento natural, não se diferenciaria fundamentalmente do nosso. Apenas a sua magia é diferente. (WITTGENSTEIN, 2007, p. 205)

402

Aos olhos de Frazer, a magia surge como teoria explicativa do mundo real. Na falta de um conhecimento superior, o mito e o ritual aparecem como formas de tentar controlar os fenômenos naturais e também encontrar um fundamento. O ritual mágico possuiria uma função instrumental, uma tentativa de influenciar o curso dos eventos naturais, ou melhor, os rituais seriam a forma pela qual este homem primitivo tentaria dominar a natureza. Além disso, o homem “primitivo”, diante de um mundo que foge do seu controle, buscaria explicar os fenômenos mediantes as narrativas. Porém, segundo Wittgensetin, Frazer tomaria como base de análise o método das ciências naturais, por isso julga a magia como algo equivocado ou inútil.

Anais do seminário dos estudantes de pós-graduação em filosofia da UFSCar 2014 10a edição ISSN (Digital): 2358-7334 ISSN (CD-ROM): 2177-0417

A apresentação que faz Frazer das concepções mágicas e religiosas dos homens é insatisfatória: ela faz com que essas concepções apareçam como erros. Estava então Agostinho errado quando invocava a Deus em cada página das Confissões? Entretanto – pode-se dizer – se ele não estava errado, então quem estava era o santo budista – ou outro qualquer – cuja religião expressa concepções completamente diferentes. Mas nenhum deles estava errado. Exceto quando afirmava uma teoria. (WITTGENSTEIN, 2007, p. 192-3)

Wittgenstein rejeita a concepção de Frazer segundo a qual os primitivos usavam a magia por falta de conhecimento teórico adequado. Para o filósofo austríaco, a magia e a religião não são verdadeiras nem falsas, pois elas não são figurações de fatos: “O batismo como lavagem. – Um erro se produz, antes de tudo, quando a magia é interpretada cientificamente.”(WITTGENSTEIN, 2007, p. 196). Porém, observa-se que o discurso místico também não deve permanecer no silêncio, dado que adquire uma importância. A linguagem, no Tractatus, não transformaria os enunciados ético-religiosos em enunciados falsos, mas contra-senso. Isto quer dizer que, objetivamente, enunciados ético-religiosos não figuram nada, não podem ser verdadeiro nem falso. O que é impossibilitada, no contexto do Tractatus, é a pretensão da significatividade de enunciados ético-religiosos. Todavia, a linguagem está restrita ao domínio “objetivo”, o que resulta também na impossibilidade de uma linguagem ético-religiosa. Já em Observações sobre o “Ramo de Ouro” de Frazer, a linguagem deixa de se restringir ao campo objetivo para se incorporar às práticas. Não é o estatuto do místico ou do religioso que se modificou, mas sim a linguagem. Clack, em seu artigo Wittgenstein and magic, observa como é possível interpretar Observações sobre o “Ramo de Ouro” de Frazer segundo os pressupostos do Tractatus. Neste caso, o ritual não seria interpretado como uma teoria que explica os fenômenos do mundo, porém seria considerado performances expressivas. Assim, o “homem primitivo”, que assassina um boneco, não busca matar efetivamente um inimigo, seu ritual não visa um efeito sobre o mundo. Antes, o que se constata é a manifestação de suas emoções profundas. O ritual seria, nestes termos, expressões de desejos, vontades, sentimentos. O que o Tractatus e Observações sobre o “Ramo de Ouro” de Frazer postulariam é que a linguagem mística (ou religiosa) enuncia algo sobre o sujeito que profere os enunciados, como sua vontade, sentimento, etc. A tentativa de compreender os enunciados éticos e religiosos como algo que se refere ao sujeito, suas emoções e sentimentos, não é algo novo. Em Conferência sobre ética, o mesmo problema surge quando Wittgenstein reconhece a importância das proposições éticas. Afinal, se é preciso considerar enunciados valorativos absolutos, qual seria o seu sentido? Certamente eles não podem figurar fatos e uma alternativa coerente seria admitir que eles declaram algo sobre o sujeito que enuncia1. Mas é possível reduzir enunciados ético-religiosos a meras expressões e sentimentos do sujeito?

403

1 Para Lazenby, Ayer interpreta desta forma os enunciados éticos e religiosos (LAZENBY, 2006, p.26-7)

Anais do seminário dos estudantes de pós-graduação em filosofia da UFSCar 2014 10a edição ISSN (Digital): 2358-7334 ISSN (CD-ROM): 2177-0417

404

Um dos objetivos de Clack é demonstrar que Observações sobre o “Ramo de Ouro” de Frazer não possui uma concepção expressivista ou instrumentalista dos rituais e da magia. Se de um lado Wittgenstein enfatiza que as práticas dos rituais e magias não são resultados de um esforço teórico por parte dos seres humanos, portanto não possuem a pretensão de ciência e, consequentemente, os rituais não devem ser interpretados como produto de um processo sustentado pelo raciocínio, por outro lado Wittgenstein também negaria a redução dos rituais e da magia à expressão de emoções ou sentimentos. Assim, Clack apresenta diversas passagens em que o ritual tem a pretensão de produzir um efeito, ainda que essa intervenção na realidade não seja uma instrumentalização racional2. Além disso, nota-se na leitura “expressivista” o pressuposto de uma dualidade entre descritivo e não descritivo, cognitivo e não cognitivo, em outras palavras: aquilo que não figura fatos, o que não é possível descrever, seria o emotivo, expressões. A solução de Clack consiste em considerar os rituais e a magia como ações instintivas e primitivas, anteriores ao próprio debate entre expressivismo e instrumentalismo, ou seja, são pré-linguistica. Por exemplo, no caso do “beijar a foto da pessoa amada”, a ação seria instantânea e instintiva. Há o desejo de beijar a fotografia, isto é, a ação em vez da antecipação do ato pelo pensamento. Agimos de tal modo que não há explicação. Os atos de rituais não tem um raciocínio com intenção explicativa, não é instrumental, não tem necessariamente a intenção de mudar o rumo natural, mas é puro ato. Porém, de acordo com Clack, seria um erro considera-los apenas manifestação exterior de emoções, já que involuntariamente “morde-se os lábios para que o outro se cale”. O objetivo de Wittgenstein seria, para Clack, expor como o ritual não é produto de teorias sobre o mundo e seus acontecimentos ou meras expressões, mas manifestação da nossa natureza, de como somos3. O ritual e a magia são atitudes em relação ao mundo; envolvemo-nos em rituais por causa da nossa existência no mundo porque a vida humana é assim. As análises de Clack clarificam o tema do místico ou a magia nos escritos posteriores ao Tractatus. Mas é possível encontrar alguma concepção da linguagem religiosa enquanto totalidade no pensamento de Wittgenstein? O Tractatus não faz nenhuma discussão sobre “ações instintivas”, a linguagem como um ritual. A linguagem mística é definida negativamente, pois seu conteúdo não oferece nada de significativo. Onde residiria a positividade? Interpretar as declarações ético-religiosas como expressivismo seria a única alternativa deixada pelo Tractatus? Ao que tudo indica, a

2 As passagens: “O comer e o beber estão ligados ao perigo, não só para os selvagens, mas também para nós; nada mais natural que querer proteger se dele” (WITTGENSTEIN, 2000, p. 197) “Quando uma pessoa na nossa (ou melhor, na minha) companhia ri muito, eu pressiono quase espontaneamente os meus lábios, como se acreditasse que com isso ele poderia manter juntos os seus.” (WITTGENSTEIN, 2000, p. 205) 3 “Rather, Wittgenstein is attempting to say something about human beings, something mediated through the contention that ritual life is not the product of (mistaken) theories about the world and its happenings, but is, rather, definitive of us as a species, a natural manifestation of our character” (CLACK, 2001, p. 26)

Anais do seminário dos estudantes de pós-graduação em filosofia da UFSCar 2014 10a edição ISSN (Digital): 2358-7334 ISSN (CD-ROM): 2177-0417

modificação da concepção da linguagem implica em uma alteração do discurso místico ou religioso4. Continuidades e Rupturas Ainda que enunciados místicos não possuam validade objetiva, não descrevam fatos, como é possível de se verificar em Observações sobre “O ramo de ouro” de Frazer, há uma grande diferença entre considerar a linguagem como um ritual, um jogo entre outros jogos de linguagem - portanto há uma positividade nesta concepção – e a impossibilidade da objetividade da linguagem mística (e aqui prevalece a negatividade). A linguagem mística pode não ser factual, mas por que necessariamente um jogo entre outros jogos? O Tractatus não leva necessariamente a considerar o discurso místico como um jogo. Poder-se-ia, por exemplo, conjecturar que a linguagem mística envolve uma relação entre aquele que enuncia e o transcendente, uma relação que não é mediada por uma linguagem figurativa. Nem fatos, nem um jogo ou um ritual entre outros, a linguagem mística colocaria em contato com o fundamento último do mundo e que não é mediado5. É importante ressaltar também a diferença entre linguagem mística e o papel que o místico desempenha nas obras de Wittgenstein. O místico, no Tractatus, é indissociável do mundo. Apesar de todas as dificuldades interpretativas, o místico é uma pressuposição necessária para a figuração lógica da realidade. Isto significa que, em último caso, sem o místico não é possível a linguagem figurativa ou a própria linguagem6. Além disso, o sentimento místico é intuição sub specie aeterni, sentimento este que apresenta o mundo como totalidade limitada. O mundo do Tractatus é um mundo com objetos limitados e que se articulam formando estados de coisas que, por sua vez, são figurados pela linguagem. Apesar de ser impossível figurar este “mundo como totalidade limitada” ou que o mundo é, o sentimento místico se apresenta como acesso a totalidade do mundo. Se a linguagem mística é um contra-senso e não é capaz de figurar o transcendente ou o fundamento. O fundamento último da realidade só poder ser acessado pelo sentimento místico. Apesar do texto Observações sobre “O ramo de ouro” de Frazer manter distante a linguagem mística do discurso positivo, é preciso reconhecer que o estatuto do místico difere consideravelmente daquele elaborado no Tractatus. Primeiramente, no texto sobre Frazer, nota-se que o místico não é condição da linguagem ou dos jogos de linguagem. O místico assumiria, no máximo, o papel de ser referencia dentro do quadro da linguagem religiosa: Surpreende-me que uma crença religiosa possa ser apenas algo idêntico a uma decisão apaixonada por um sistema de referencia. Pois, embora seja crença, é, na realidade, um modo de vida, ou um modo de avaliar a vida. É uma apreensão apaixonada desta concepção. A instrução numa fé religiosa deveria, pois, assumir a forma de uma exposição, de uma descrição, desse sistema de referência, e ser ao mesmo tempo um apelo à consciência. (WITTGENSTEIN, 2000, p. 97)

405

4 Portanto, contrario ao que foi dito na página 2. 5 Se uma leitura como essa é coerente ou não, não é isso que está sendo tematizado aqui. 6 Caso se negue esta tese, nega-se também unidade entre Lógica, Ética e Mística no TLP.

Anais do seminário dos estudantes de pós-graduação em filosofia da UFSCar 2014 10a edição ISSN (Digital): 2358-7334 ISSN (CD-ROM): 2177-0417

406

Ainda que esta afirmação não pertença ao texto Observações sobre “O ramo de ouro” de Frazer, ela pode ser elucidativa. Os conceitos místicos ou religiosos tem lugar indispensável na vida do individuo, mesmo que não sejam conceitos teóricos. A linguagem mística revelaria uma forma de vida, isto é, as expressões religiosas trazem o compromisso com um modo de vida. Poder-se-ia assumir, como Clack, que a linguagem mística é a manifestação da nossa natureza ritualística. Todavia, em ambos os casos a mística não adquire aqui um papel como aquele do Tractatus, pois ela é um jogo ou um ritual entre outros. Se o ponto comum entre o Tractatus e Observações sobre “O ramo de ouro” de Frazer consiste na impossibilidade da linguagem mística ser uma figuração da realidade, os motivos pelos quais esta tese é sustentada são bem diferentes, pois o papel do místico desempenhado nestas obras se altera. No Tractatus, a inefabilidade ou o contra-senso da linguagem mística é indissociável de sua busca de tentar discorrer sobre o fundamento último do mundo. Este acesso, como já foi salientado, ocorreria no máximo mediante o sentimento sub specie aeterni. O místico e a lógica são, porém, indissociáveis, só há linguagem porque “há” mundo. Já avaliar a linguagem mística como um contra-senso, segundo o texto sobre Frazer, seria tomar o discurso das ciências naturais exclusivamente como como válido. A legitimidade da linguagem mística acontece quando a concepção de linguagem se amplia, não se restringindo a descrição de fatos, mas rituais ou modo de vida. Outro ponto que merece destaque é que Wittgenstein não faz uma análise da estrutura das proposições místicas em Observações sobre “O ramo de ouro” de Frazer. Na maior parte do texto, Wittgenstein investiga o ritual e a linguagem está subordinada a este contexto ritualístico. Ora, por que Observações sobre “O ramo de ouro” de Frazer, diferentemente de Conferência sobre ética, não contém ou não oferecem exemplos de proposições místicas, mas antes, apenas atitudes ritualísticas? Por que os exemplos, na maioria das vezes, são atitudes (beijar a foto, morder os lábios, etc) em vez de proposições? Uma resposta pode ser encontrada a partir do momento em que, no texto sobre Frazer, a tônica recai sobre o comportamento, a linguagem mística é vista enquanto um uso, relacionado com uma ação. Os exemplos dado, como o de “Beijar a foto” e “queimar um boneco”, não são proposições e sim atos. Porém, a linguagem que permeia estes atos possui sentido diante destes contextos “ritualisticios”. Deste modo, o conteúdo da linguagem mística seria inseparável deste uso. Pouco importa o conteúdo de uma frase mística, se elas dizem respeito a criação do mundo ou a um evento futuro, seu sentido depende do uso. Já no caso de Conferencia sobre ética, a análise semântica se sobressai em relação à pragmática ou ao uso. Assim, proposições como “Você se comporta como um animal” ou “Bem, você devedesejar comportar-se melhor” não são explicadas segundo o uso, mas estão atreladas a capacidade de significar, isto é, como estas proposições são contra-sensual diante de uma teoria que considera a linguagem como figurativa. Neste aspecto, é possível compreender os motivos pelos quais o texto Conferência sobre ética, diferente-

Anais do seminário dos estudantes de pós-graduação em filosofia da UFSCar 2014 10a edição ISSN (Digital): 2358-7334 ISSN (CD-ROM): 2177-0417

407

mente de Observações sobre “O ramo de ouro” de Frazer, não contém exemplos do uso de expressões místicas. Proposições místicas ou éticas visam discorrer sobre o sentido último da vida, algo impossibilitado pela própria concepção de linguagem desenvolvida no Tractatus. O recurso ao uso como fonte de sentido da linguagem mística é recusado porque o texto Conferencia sobre ética mantém aquela concepção segundo a qual a linguagem figura fatos. O conteúdo semântico não está associado ao uso pragmático, por isto Wittgenstein se detém ao conteúdo das proposições éticas, e não como são empregadas7.

7 Poder-se-ia pensar que o uso das expressões místicas ou religiosas expressam a tendência do espírito humano em ultrapassa os limites da linguagem: “Toda minha tendência - e creio que a de todos aqueles que tentaram alguma vez escrever ou falar de Ética ou Religião - é correr contra os limites da linguagem.”. Mas isto, em vez de expressar uma forma de vida, parece antes uma tendência da natureza humana, algo universal.

Anais do seminário dos estudantes de pós-graduação em filosofia da UFSCar 2014 10a edição ISSN (Digital): 2358-7334 ISSN (CD-ROM): 2177-0417

408

Bibliografia ATKINSON, J.R. The mistical in Wittgenstein early Writings. Nova Iorque: Routledge, 2009. CHURCHILL, J. The Convergence of God, the Self and the World in Wittgenstein’s Tractatus. In: ARNSWALD, U (ed). The search of meaning: Ludwig Wittgenstein on Ethics, Mysticism and Religion. Universitätsverlag Karlsruhe, 2009 WITTGENSTEIN, L. Cadernos 1914-16. Lisboa: Edições 70, 2004. _____. Cultura e valor. Lisboa: Edições 70, 2000. _____. Observações sobre o “Ramo de Ouro”de Frazer. In: Revista Ad Verbum. n.2 vol. 2, jul/dez. 2007, pp. 186-231. _____. Tractatus logico-philosophicus. São Paulo: EDUSP, 2001. LAZENBY, J.M. The early Wittgenstein on Religion. Londres/Nova Iorque: Continuum, 2006 ZEMACH, E. Wittgenstein’s philosophy of the mystical. In: COPI, I; BEARD, R.W. Essays on Wittgenstein’s Tractatus. Nova Iorque: The Macmillan Company, 1966. HYMAN, J. The gospel according to Wittgenstein. In: ARRINGTON, R.L; ADDIS, M. (ed). Wittgenstein and Philosophy of Religion. Londres e Nova Iorque: Routledge, 2001. CLACK, R.B. Wittgenstein and magic. In: ARRINGTON, R.L; ADDIS, M. (ed). Wittgenstein and Philosophy of Religion. Londres e Nova Iorque: Routledge, 2001.

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.