Trama e contra-trama: o enigma do R$ 0,1 bilhão

July 18, 2017 | Autor: S. Rodrigues | Categoria: Politicas Publicas
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Trama e contra-trama: o enigma do R$, 0,1 bilhão.
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O Ministro Levy por certo não teve como disciplina em sua sólida formação acadêmica a disciplina de "A Política no Brasil".
Note-se que não é nada que pudesse apreender como o florentino Maquiavel; com o suíço Rousseau ou o com o francês Montesquieu: muito menos que pudesse ter tropicalizado estes saberes, através de um olhar macunaímico, à La Mário de Andrade ou depreendido da gilbertiana Casa Grande e Senzala ou, ainda, das estripulias de Suassuna.
Não: vindo de onde vem, menosprezou duas coisas importantes: a máxima de que, no mercado, o único amador que deu certo foi o que tinha por sobrenome Aguiar; e que, por incrível que pareça, ainda não caiu a ficha do governo, mesmo com toda a perigosa inquietação de quem não sabe bem ao certo o que quer e o que vêm das ruas – assim como suas derivadas como panelaços, marchas e contramarchas –, que no meio do caminho e da maior recessão do que se tem notícia, ainda se esteja pensando mais em 2018 do que em realmente mitigar os efeitos que a forma de ajuste aplicado irá gerar como resgatar um mínimo de confiança de que ainda vale a pena apostar nas oportunidades de investimento tão reclamadas pelo país.
Não se trata apenas de mais ou menos um centésimo de bilhão para mais ou para menos, depois que o Ministro Levy fez o que não era sua atribuição: deixaram-no sozinho para negociar no pântano do Congresso e do Senado, com os dois fantasmas que assombram o Planalto desde o inicio do atual mandato.
Na lógica da disciplina, que tanta falta faz em seu nobre currículo formal e profissional, o Ministro achou que os fantasmas eram da turma daquele fantasminha camarada: ledo engano!
Não foi ele que assustou as assombrações: os fantasmas é que o apoiaram, provendo o contra vapor que, sabiam, desgostaria de morte a quem ainda mora no Planalto.
Mais ainda: com o apoio de quem quer voltar prá lá antes do término do aluguel contratado em 2014, como que num sopro divino, deram vida, luz e voz a quem estava depois das sombras. E, assim, um apêndice de quem mora no Planalto passou a articular a parte política do governo.
Com a força que deram ao Ministro Levy (cuidando até de lhe indicara uma assessora que tivesse transito e entendesse os macetes de quem são feitos os meandros dos pantanosos caminhos do legislativo), deram o drible da vaca com tal maestria que, de repente, o tornaram potencialmente tão forte que poderia até ser o candidato em 2018.
Afinal, ao que parece, elegem-se postes neste país...
Alguns senadores ligados ao antigo inquilino logo perceberam que, dando certo (e para dar certo basta apenas "tentar", pois sempre se teria como salvaguarda o estrago ou a herança maldita que o governo 1.0 legou ao governo 2.0), aí os fundamentos negados pelo partido no poder teriam sido desmentidos "por dentro" e com o beneplácito e aval de quem está ocupando os cômodos do Palácio.
Mas, se desse certo como candidato em potencial, o Ministro Levy seria presidente de "quem"?
Ora, quem está lá não o queria (preferia aquele que ficou com o Planejamento ou como consolação ou com o vale de espera para uma vacância tão logo o ajuste malograsse).
Seria natural que, ancorado por quem quer voltar prá lá o mais cedo possível (com medo de seu cacife eleitora se desmanchar no ar, como uma nuvem), que quem estivesse fora também o apoiasse.
Mas, nessa mesa onde o mais bobo tira a meia sem tirar o sapato, e joga com três baralhos no mínimo, quem cacifa o jogo de quem? Ainda mais de quem nunca tem candidato, mas sempre tem uma rotunda e ávida base da qual depende o equilíbrio fátuo do poder de plantão?
Assim, se armou a contra trama de fazer inveja a qualquer dos teóricos citados acima e, tanto mais, de qualquer dos autores clássicos que transformaram os costumes e a miséria humana em grandes peças teatrais ou literárias: se teve o capricho de colocar um centésimo de bilhão a menos do mínimo do que já se havia propalado aos quatro ventos que seria necessário contingenciar para gerar recursos ao ajuste (entre 70 bi a 80 bi como todos até no legislativo e na imprensa se havia conformado).
E se acrescentou uma cereja em tão sinistro bolo: uma cadeia vazia. Como aquelas nos debates onde o candidato falta ou se ausenta. E que serve de metáfora cruel para quem está ausente.
Quem colocou o guizo no gato para ele não ir ao anúncio? (Aliás, se fosse do ramo, o Ministro iria e posaria de autor compungido e contrito do ajuste do ajuste...)
Quem está fora ou quem está dentro do Palácio?
Pelo estilo de quem está de fora, quem pôs o guizo foi quem está dentro do Palácio: caso contrário, ainda na quinta à noite ou na sexta antes do anúncio das medidas, todos os buraquinhos de ouvido estariam sendo preenchidos com a pré-autoria do arranjo!
Ou seja, impôs-se um ajuste moral cortando as asas de quem podia alçar voo para ninho alheio: e que não é de tucano!
Ou, dito de outra forma, na pele o Ministro Levy sentirá a diferença entre ser ministro e " "estar" ministro como um ex-ministro antes deles entendeu e hoje toma o seu sagrado chá das cinco na ABL...












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