Transformação de Coordenadas Orbitais Polares Heliocêntricas para Equatoriais Esfêricas Geocêntricas - Forma Vetorial das Coordenadas Orbitais: Coordenadas Orbitais Heliocêntricas Retangulares (V3 Set 2016)
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TRANSFORMAÇÃO DE COORDENADAS ORBITAIS POLARES HELIOCÊNTRICAS PARA EQUATORIAIS ESFÉRICAS GEOCÊNTRICAS Por Eng. Andrés Esteban de la Plaza – (revisão Setembro 2016) A posição do astro no plano da sua órbita num determinado instante está definida pelo ponto P, cujas coordenadas orbitais polares heliocêntricas, tomando como eixo de referência a linha SQ do periélio (eixo principal da elipse, parábola ou hipérbole), são r e (raio vetor e argumento). Com referência ao plano eclíptico e ao ponto vernal parâmetros:
,
a órbita está definida por três
i
Inclinação da órbita sobre a eclíptica:
Longitude do nodo ascendente (medida a partir do ponto vernal ):
Argumento do periélio:
1
FORMA VETORIAL DAS COORDENADAS ORBITAIS: COORDENADAS ORBITAIS RETANGULARES HELIOCÊNTRICAS Observando a Figura 1 verificamos que podemos transformar a posição do ponto P nas coordenadas orbitais polares heliocêntricas P ( r, ) (que estão contidas no próprio plano orbital), em coordenadas orbitais retangulares heliocêntricas ou seja P (x,y,z), (o ponto P referido agora a uma terna ortogonal xyz). Para isso, colocamos o eixo x coincidindo com a linha do periélio SQ. O plano orbital do astro fica então contido no plano XY, e o eixo Z será perpendicular ao orbital XY, como indicado na Figura 2, em vermelho. Neste caso o problema se reduz às conhecidas fórmulas: x r cos
y r sen
z0
Resulta mais interessante porém, expressar estas coordenadas em forma vetorial, isto é, o vetor posição PS , representado por uma matriz de 3 x 1:
x r cos PS y r sen z 0
PS x i y j z k
2
Na Figura 2 observamos a posição do ponto P agora referido a terna XYZ própria da órbita. Em vermelho temos a órbita do astro em seu respectivo plano (cinza escuro) e sentido. Na mesma figura, observamos que o plano orbital (cinza escuro) corta o plano eclíptico (azul claro) determinando a linha dos nodos. A terna própria do plano eclíptico é a X’’’Y’’’Z’’’, na qual a X’’’ coincide com o Ponto Vernal.
O nosso objetivo agora é referir o vetor PS (inicialmente PS está no sistema XYZ) à terna eclíptica (X’’’Y’’’Z’’’), ou seja obtermos as coordenadas orbitais retangulares eclípticas heliocêntricas (x’’’y’’’z’’’). Para isso é necessário fazermos então uma transformação de coordenadas. Como dissemos, o processo de transformação de coordenadas exige então referirmos o vetor PS ao sistema X’’’Y’’’Z’’’. Para isto é necessária um transformação geral geral levando o eixo de referência inicial X a coincidir com o eixo X’’’. Entretanto, esta transformação complexa das coordenadas pode ser decomposta numa série de giros ou rotações sucessivas, segundo o seguinte esquema: (xyz ) (x’y’z’) (x’’ y’’ z’’)
(x’’’y’’’z’’’)
Para isso, conhecemos a posição xyz na órbita e as caraterísticas da própria órbita, isto é:
Argumento do periélio:
Inclinação da órbita sobre a eclíptica:
Longitude do nodo ascendente (medida a partir do ponto vernal ):
i
Logo, temos três transformações (giros ou derrotações):
A primeira transformação faz coincidir X X’. Ou seja uma derrotação em Z = Z' igual ao
argumento do periélio (- ). Desta forma agora o eixo X da cónica (em vermelho) coincide agora com o eixo X' (em verde) do nodo ascendente. Esta transformação representa um giro de ângulo -
em Z. Denominamos esta transformação de A
A segunda transformação faz coincidir Y’ Y’’. Ou seja, uma derrotação em X' = X’’ igual à inclinação da órbita sobre a eclíptica (-
i). Desta forma o eixo Y’ (em verde) coincide
agora com o eixo Y’’ (em amarelo). Como esta transformação representa um giro de ângulo
i
(- ) em X’, nossa órbita está agora referida a una terna (X’’ Y’’ Z’’) (em amarelo), cujos X’’ Y’’ estão no plano eclíptico e o Z’’ perpendicular ao mesmo. Entretanto devemos notar que o eixo X’’ não aponta para o Ponto Vernal X’’’. Denominamos esta transformação de A
A terceira transformação faz coincidir X’’ X’’’. Ou seja, uma derrotação em Z” = Z’’’ igual
ao argumento do nodo ascendente (-Desta forma o eixo X’’ (em amarelo) coincide agora com o eixo X’’’ (em azul) que aponta para o Ponto Vernal. Assim, a posição inicial 3
(xyz) do ponto P na órbita referida à terna XYZ (em vermelho), está referida agora a uma terna X’’’Y’’’Z’’’ (em azul), orientada para o Ponto Vernal y coplanar com o plano eclíptico. Esta transformação representa um giro de ângulo
-
em Z’’’. Denominamos esta
transformação de A
Genericamente podemos definir então uma transformação A (que representa um giro de ângulo num dos eixos) tal que o vetor H x y z referido à terna inicial, terá no novo sistema girado, coordenadas H x y z .
A fórmula de transformação de coordenadas para este caso será então:
H A H
onde A
a11 a12 a 21 a 22 a 31 a 32
a13 a 23 a 33
sendo a ij funcoes de
ou seja x a11 a12 H y a 21 a 22 z a 31 a 32
x a13 a 23 y z a 33
a11x a12 y a13z a 21x a 22 y a 23z a 31x a 32 y a 33z
Para o nosso problema, e considerando mais de uma transformação de forma que o ângulo tomará os valores dos ângulos que definem a órbita sobre a eclíptica: Portanto, as matrizes valem: cos sen 0 A sen cos 0 0 0 1
1 0 A 0 cos 0 sen
0 sen cos
- , - , - .
cos A sen 0
sen 0 cos 0 0 1
Ou seja, que no nosso caso:
Pxyz A A A Pxyz
A A A Pxyz A HOREC Pxyz
Onde AHOREC é a matriz de passagem das coordenadas retangulares orbitais heliocêntricas (xyz) para as coordenadas retangulares eclípticas heliocêntricas. Fazendo então a multiplicação das três matrizes obtemos:
4
A HOREC
k 11 k 12 k 21 k 22 k 31 k 32
0 0 0
Os coeficientes desta matriz para converter retangulares orbitais em ret. eclípticas são: k11
cos cos
k 21
cos sen
k 31
+
sen sen
sen cos sen sen cos cos
k12 - sen cos k 22 k 32
cos cos sen
- sen sen + cos cos cos cos sen
Esta matriz é extremadamente importante pois nos permite calcular, por exemplo, a posição dos planetas do sistema solar referida ao plano eclíptico (valores x’’’, y’’’, z’’’). Graficando estes valores obtemos a imagem do sistema solar tal como se fosse visto desde o polo norte eclíptico. Desta forma a posição inicial do ponto P na órbita, referida à terna orbital XYZ (em vermelho), está referida agora à terna X""Y""Z"" (em azul) orientada para o Ponto Vernal y coplanar com o plano eclíptico.
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COORDENADAS POLARES ESFÉRICAS ECLÍPTICAS HELIOCÊNTRICAS As coordenadas retangulares eclípticas heliocêntricas são muito importantes pois permitem calcular as denominadas coordenadas polares esféricas eclípticas heliocêntricas, ou seja: Raio vetor: r Longitude eclíptica: Latitude eclíptica:
Com valores tais que: 0 360
-90 +90
e
Como pode ser visto na figura 3. Qual a razão disto? Simples: em Astronomia, a posição dos astros é normalmente definida, seja heliocêntrica o geocêntricamente, com três parâmetros: a distância observador-astro, e dois ângulos. Por isso falamos em coordenadas orbitais polares (um raio vetor e dois ângulos) e não retangulares (o vetor decomposto em três direções). Assim, voltando à mesma figura 3, se denominamos r’ a projeção de r no plano xy, então:
r r cos
Logo:
, onde
2 2 r r x y z . 2
x r cos
x r cos cos
y r sen
y r cos sen
z 0
z r sen
2 2 Como r r x y z (é invariante às transformações), observando a figura 3 2
resulta podemos definir os cossenos diretores l, m, n do vetor
l
e como
tan
m l
x rPS
m
y rPS
n
PS :
Z rPS
resulta então:
6
tan
y x
sen
z r
0 360 e -90 +90
Porém não é difícil deduzir que:
tan cos tan Logo, como , , e são valores conhecidos, podemos obter da equação anterior, que introduzido na seguinte fórmula nos dá :
tan tan sen =0
É interessante observar que se
então
=
lp
(longitude do periélio),
ou seja:
tan l p cos tan Sendo que o valor
lP
é dado nas efemérides.
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COORDENADAS RETANGULARES ECLÍPTICAS GEOCÊNTRICAS
P Agora nós temos o vetor S do astro referido ao sol (S) e o vetor TS da Terra, também referido ao sol (S). Como podemos observar na figura 4, o vetor que define a posição geocêntrica em coordenadas retangulares eclípticas geocêntricas é o vetor
PT .
Resulta óbvio que: PS = TS + PT
{heliocêntrico}
{geocêntrico} ou seja:
PT PS TS
PT = PS - TS
{geocêntrico}
Quer dizer que a diferença (para o instante dado) entre as coordenadas heliocêntricas retangulares eclípticas do astro e as coordenadas heliocêntricas retangulares da Terra (que já são eclípticas per se), nos proporciona as coordenadas geocêntricas retangulares eclípticas do astro em questão. De posse destas coordenadas depois faremos a transformação de eclípticas para equatoriais e depois para polares esféricas, obtendo assim a posição do astro como: distância, ascensão reta e declinação. Assim, já com o vetor PT o que resta agora e fazermos a transformação de eclípticas para equatoriais; para isto devemos girar o eixo de referência X’’’ (direção do Ponto Vernal - ) um ângulo - , onde é o valor da inclinação da eclíptica terrestre ( 23 27).
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COORDENADAS RETANGULARES EQUATORIAIS GEOCÊNTRICAS Tal como foi dito, o vetor
PT
referido ao plano eclíptico, deve ser agora referido ao plano
equatorial. Fazemos isto mediante a transformação
PT EQ A PT ECL
A
tal que:
e
1 0 0 A 0 cos sen 0 sen cos
Logo:
X 1 0 PT EQ Y = 0 cos Z 0 sen ou seja:
x sen y cos z 0
=
x y cos z sen y sen z cos
X x PT EQ Y = y cos z sen Z y sen z cos
Logo, a distância do planeta à Terra será:
rPT X2 Y2 Z2
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COORDENADAS GEOCÊNTRICAS EQUATORIAIS ESFÉRICAS A posição do astro é definida normalmente, do ponto de vista geocêntrico, em coordenadas polares esféricas, ou seja, o raio vector e dois ângulos. De acordo com a figura 5, as coordenadas polares esféricas geocêntricas são: P ( rT, , ), onde rT é a distância Terraastro, é a ascensão reta e é a declinação do astro P. É fácil observar que a projeção de rT no plano xy vale Logo:
rT rT cos .
X rT cos = rT cos cos Y = rT sen = rT cos sen rT sen
Z =
rPT X2 Y2 Z2
e
Podemos assim definir os cossenos diretores l, m, n do vetor
l
=
Logo:
X rPT
m
Arcsen n
PT :
Y rPT
n
0 =
m Arctan l
Z rPT
Como 0 0 360 e -90 +90,a determinação do quadrante se faz segundo a seguinte regra:
l0 m0
0 90
l0 m0
0 270
l0 m0
0
I quadrante
0 0
l0 m0
180 0
II quadrante
0 0
90 180
l0 m0
180 0
III quadrante
0 0
180 270
l0 m0
360 0
IV quadrante
0 0
270 360
0 90
Entretanto, os valores retornados de pela função Arctan estão em graus sexagesimais, e é dada em horas, devemos fazer [] / 15 para obtermos [h]. Pois 15 = 1 hora para a Terra. O valor de [h] está em horas decimais (ex. 1.25 h = 1h 15m) e não em horas sexagesimais [h m s]. Portanto temos que 0 h. 0 24 h. e -90 +90. Assim, as coordenadas geocêntricas equatoriais esféricas são: , e rT. 10
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