Transformação histórica e padrões tecnológicos da agricultura brasileira

May 27, 2017 | Autor: J. Filho | Categoria: Economics, Brazilian Studies, Brazil, Agriculture
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Capítulo 2 Transformação histórica e padrões tecnológicos da agricultura brasileira

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Capítulo 2 Transformação histórica e padrões tecnológicos da agricultura brasileira

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O resultado de todas as transformações tecnológicas, ao longo do período estudado, que é pouco percebido, vai além do aumento da produção e da produtividade agropecuária. O maior benefício relacionado aos ganhos produtivos é o de redistribuir renda, diminuindo o impacto dos preços dos alimentos na cesta de consumo das famílias. Provavelmente, a queda dos preços dos alimentos ao longo de 1974 até 2006 foi importantíssima para o controle inflacionário, de um lado, e para a redução da pobreza no Brasil, de outro. A Figura 5 mostra a redução dos preços dos alimentos na economia brasileira. Mesmo depois de 2006, com a inflação dos preços agrícolas, o impacto na economia doméstica foi menor, em comparação com outros países, ou seja, o crescimento da produção agropecuária contribuiu para garantir a segurança alimentar em uma conjuntura internacional desfavorável.

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O mundo rural no Brasil do século 21 Parte 3

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O mundo rural no Brasil do século 21 Parte 3

Segundo Cohen e Levinthal (1989), Esposti (2002), Evenson e Kislev (1973) e Vieira Filho e Silveira (2011), tanto os processos de aprendizado quanto os de difusão estão associados à capacidade de absorção tecnológica. Esta seção busca, de acordo com o Censo Agropecuário de 2006, aprofundar as análises no entendimento da heterogeneidade produtiva e tecnológica, bem como dos diferenciais de capacidade de absorção de novos conhecimentos6. Quando houver baixo investimento pelos agentes na ampliação da capacidade de absorção, menor será a inclusão produtiva. De acordo com os dados apresentados por Vieira Filho (2013) e Vieira Filho et  al. (2013), a Tabela 3 resume, por indicadores econômicos7, o setor agropecuário (comercial e familiar), subdividido em grupos tecnológicos. Quanto à renda bruta, a agricultura comercial de produtividade total dos fatores (PTF) menor do que 1 e de baixo conteúdo tecnológico (BT) possui renda menor do que a média nacional. De maneira análoga, na agricultura familiar, verifica-se que os estabelecimentos de PTF acima de 1 e de alto conteúdo tecnológico (AT) possuem renda bruta superior à média do Brasil. Em termos de área média por estabelecimento, a agricultura comercial possui áreas superiores às da média nacional, bem como maiores quando comparadas às extensões de terra da agricultura familiar. Nota-se que há forte concentração da renda nos estabelecimentos de alta intensidade tecnológica. Resultado semelhante foi encontrado por Alves et al. (2012), que mostraram que o índice de Gini8 é muito elevado, mas com pouca divergência entre os estabelecimentos de até 100 ha de terra e aqueles com mais de 100 ha – respectivamente, 0,85 e 0,87. Quanto às tecnologias poupa-terra e poupa-trabalho, os estabelecimentos comerciais de PTF maior do que 1 e de baixo conteúdo tecnológico possuem gastos inferiores à média do País. Com baixos custos e produtividade elevada, esse grupo de 2% dos estabelecimentos beneficia-se de uma renda líquida positiva. No geral, os estabelecimentos comerciais investem mais em tecnologia do que os familiares, e geram maior valor agregado por população ocupada quando a PTF é superior a 1. Porém, a agricultura familiar de renda líquida positiva é extremamente eficiente do ponto de vista da PTF, representando 35% dos estabelecimentos totais. Os agricultores familiares lucrativos e de baixo conteúdo L"

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