Transformando Jovens em Missionários: Aspectos Relevantes da Visão do Unasp-EC

May 28, 2017 | Autor: Marcelo Dias | Categoria: Discipleship, Missions, Campus Ministry
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TRANSFORMANDO JOVENS EM

MISSIONÁRIOS ASPECTOS RELEVANTES DA VISÃO DO UNASP-EC

Por José Paulo Martini, Edson Romero Marques e Marcelo Eduardo da Costa Dias

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PRINCÍPIOS DE MOBILIZAÇÃO

O

zelo e a dedicação de cristãos no decorrer da história têm possibilitado que a essência do cristianismo seja amplamente compartilhada. Em pleno século 21, no entanto, a tarefa permanece inacabada, uma vez que mais de 2 bilhões de pessoas nunca ouviram falar de Jesus ao redor do mundo. Ao se encontrar o centro de gravidade do cristianismo na direção do hemisfério sul, a igreja cristã tem em países como Nigéria, Quênia, Filipinas, Coreia do Sul, México e Brasil as suas expressões mais dinâmicas e ativas. Consequentemente, tanto a liderança quanto a responsabilidade missionária também têm recaído sobre essas comunidades. Países que recebiam missionários até há algumas décadas, hoje, passaram a enviar testemunhas para regiões não alcançadas.

A Responsabilidade Missionária dos Colégios Ciente e motivado pelas oportunidades e responsabilidades missionárias, movido pelo Espírito Santo, o movimento adventista no Brasil tem se mobilizado. O plano missionário integrado do UNASP-EC para mobilizar universitários para a missão mundial é o resultado dessa forte convicção espiritual combinada com a inspiração profética sobre a função dos colégios adventistas na formação de jovens missionários. Ellen White aconselha em várias oportunidades que “nossas escolas devem ser estabelecimentos educativos que habilitem os jovens a tornarem-se missionários tanto por preceito como pelo exemplo (Fundamentos da Educação Cristã, p. 273). “Foi como um meio ordenado por Deus para educar jovens de ambos os sexos para os vários ramos da obra missionária, que se estabeleceram colégios entre nós” (Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, p. 514). “O Senhor deseja que verdadeiros missionários saiam de nossas escolas como pioneiros” (Medicina e Salvação, p. 63). “Abranjamos em nossa obra educacional a muito mais crianças e jovens, e haverá todo um exército de missionários prontos a trabalhar para Deus (Fundamentos da Educação Cristã, p. 545). “Houvessem sido educados desde o início de sua experiência religiosa a serem fiéis à sua fé, fervorosos na piedade, e identificados com o anelo de Cristo pela salvação das pessoas, teríamos centenas de missionários onde hoje temos um” (Review and Herald, 12/10/1886).

O Plano Abrangente Baseado Em Atos 1:8 Somente um projeto amplo e abrangente poderia mobilizar os alunos do UNASP-EC para fazer a diferença no seu contexto. De forma que um plano foi sendo desenvolvido baseado nas dimensões geográficas de Atos 1:8 e a ordem para que os cristãos fossem “testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra”. Mais do que geografias, como o importante missiólogo Ralph Winter destaca na sua Escala E (Evangelismo), estão envolvidas as distâncias culturais entre os missionários e os conversos em potencial. Assim, E0 refere-se ao evangelismo dos cristãos nominais; E1 define o evangelismo em Jerusalém e Judeia entre pessoas da mesma cultura; E2 aborda o evangelismo em Samaria, onde há diferenças significativas de idioma e cultura e E3 classifica a missão nos lugares mais remotos da Terra. Devido à importância dada aos projetos missionários no Unasp-EC, esse plano abrangente tem o envolvimento direto do diretor geral, do diretor espiritual (Pastoral Universitária) e do coordenador do Numci. Missão em “Jerusalém” As atividades missionárias em “Jerusalém” mobilizam estudantes para projetos nos arredores do Unasp-EC. Destacam-se os programas Atos 29 e Geração 148.

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Atos 29 O movimento Atos 29 está baseado na experiência descrita nos 28 capítulos do livro Atos dos Apóstolos, que termina abruptamente, diferentemente da maioria dos demais livros da Bíblia. Não há uma conclusão formal, o que nos permite afirmar que esse é um livro em continuidade. Acredita-se que Deus permitiu que acontecesse assim para dar a honra e o privilégio de Seus filhos participarem da história da Igreja Cristã escrevendo o capítulo 29 porque o legado continua. A ideia é promover o ensinamento dos dons espirituais. Toda pessoa pode servir a Deus através dos dons que possui no momento e local onde se encontra. Esse tipo de serviço carrega o cunho da personalidade de cada um pois é realizado e desenvolvido de acordo com as habilidades, experiências e aptidões. Ninguém tem desculpa para não se envolver. Deus requer nada mais do que a capacitação recebida pelo crente. Toda dádiva oferecida é transformada por Deus num poderoso instrumento para a transformação de milhares de pessoas em todos os lugares do mundo. A proposta é que os alunos recebam apoio para identificarem os seus dons e suporte logístico e de materiais para que o maior número possível desenvolva o seu ministério com eficiência. O colégio não definiria os dons, nem rejeitaria qualquer dom ou os classificaria como mais importante ou menos importante, permitindo que o Espírito Santo aja diretamente na vida dos alunos. Alguns dos ministérios desenvolvidos pelo Atos 29 incluem: • Clínicas de Recuperação. Alunos vão a essas clínicas para abraçar e motivar os internos, dar reforço em letramento, matemática, ministrar estudos bíblicos e envolvê-los na adoração a Deus com louvores e mensagens específicas para as dificuldades que enfrentam. • Ministério em Asilos. Os alunos vão ao lar dos idosos para fazê-los se sentir abraçados, amados, lembrados, notados; levando-lhes esperança, carinho e alegria através das músicas e do contato afetivo. Essas visitas trazem aos idosos um sentimento de família, de pertencimento e de comunidade. • Ministério Ajuda Urbana. É um trabalho dirigido especificamente aos moradores de rua. Ali eles são identificados de acordo com suas necessidades e elas são supridas, dentro das possibilidades da equipe, bem como da aceitação do “sem teto”. Faz-se cortes de cabelo, doa-se roupas, alimentos e cobertores. Encaminha-se pessoas para clínicas de recuperação ou tenta-se recolocá-las no seio de suas famílias através de um trabalho de investigação, mediação e transporte. • Ministério Missão Urbana – Jovens. Esse é quem sabe o mais desafiador dos projetos porque requer

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muito tato, mansidão, empatia, bom senso, equilíbrio, inteligência emocional e social, além de uma visão não condenatória. Os alunos devem ir a uma praça ou a um local que tenha se tornado um “point” - um lugar onde os jovens da cidade se encontram para se conhecer, rever amigos, curtir música, jogar conversa fora, fumar, beber e paquerar. A equipe deve se dividir em vários grupos pequenos de contato que se espalham pela praça buscando oportunidades para se aproximar das pessoas. Um grupo responsável pela música fica num ponto com violão tocando “corinhos” esperando que jovens se aproximem. Outros grupos pequenos de contato, à medida que conquistam a confiança das pessoas e estabelecem uma boa conversa, as convidam para se juntar ao grupo da música. A atividade consiste em se aproximar desses jovens e iniciar uma conversa, uma amizade. Antes que a noite termine, os estudantes buscam obter endereços eletrônicos e do Facebook para manter a amizade durante a semana. Com o passar do tempo convida-se as pessoas interessadas a conhecer melhor os encontros de jovens na igreja. • Ministério Missão Urbana – Idosos. Há também uma versão do ministério descrito acima para idosos que também têm o seu “point” de encontro em outra praça mais calma, menos barulhenta, apropriada para a idade deles. Eles tendem a ser mais abertos para recepcionar, ouvir sobre as crenças, mas são mais resistentes quanto à mudança de estilo vida ou visitar uma igreja. • Ministério Skate for Him. Esqueitistas praticam esporte na quadra de esqueite da cidade. Enquanto andam de esqueite, têm a oportunidade de falar de Jesus para jovens e adolescentes da cidade numa linguagem peculiar de quem pratica esse esporte. Outras iniciativas incluem começar um pequeno grupo e convidar para algum programa na igreja mais próxima. • Ministério em Orfanatos. Os alunos vão a abrigos para aonde crianças órfãs são levadas após perderem os seus pais ou quando os pais perdem a guarda das crianças devido a maus tratos ou abandono. Os alunos contam histórias, ensinam músicas, jogos interativos, brincadeiras pedagógicas, mas acima de tudo levam amor, carinho e afeto para essas crianças. • Espaço Nosso Amiguinho. Os alunos atendem crianças, onde fazem pinturas nos rostos, contam histórias, ensinam músicas, jogos interativos e brincadeiras pedagógicas. • Ministério do Violão. Alunos de música ensinam crianças e adultos a tocar violão. • Núcleo Infantil da Adra. Os alunos atendem crianças num espaço da Adra. Dividem o grupo grande por idade. Contam histórias, ensinam canções, jogos interativos, brincadeiras pedagógicas e dão estudos bíblicos para elas e para os pais.

Geração 148 O movimento Geração 148, semelhantemente, é formado por jovens adventistas do sétimo dia que buscam em sua caminhada cristã viver por um único motivo: a glória de Deus, refletindo a imagem e o caráter do Criador e testificando de Seu perfeito plano de salvação para a humanidade. A visão do movimento é reavivar esta geração jovem através da pregação da Palavra de Deus, da adoração e do relacionamento íntimo com Cristo, com criatividade e diversidade de ideias em comunidade. Baseado na passagem de Romanos 14:8 “porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos, de sorte que, quer vivamos ou morramos, somos do Senhor”, o projeto visa estabelecer uma identidade cristã real e significativa na vida dos jovens. ​ As atividades da semana são organizadas nas reuniões de diretoria semanais ou quinzenais. Os líderes também oram uns pelos outros, pelos projetos envolvidos, organizam as ações, os pequenos grupos e o voluntariado junto à igreja e à comunidade local. Reuniões gerais semanais ou quinzenais dos membros em geral também acontecem para anunciar as ações semanais e tudo que o G148 fará, além de organizar tarefas, voluntários, etc.​ As ações do G148 se dividem em internas e externas. Ações internas envolvem a comunidade de estudantes internos do colégio e os membros da igreja visando aprimorar os relacionamentos com Deus e entre os próprios estudantes. ​Ações externas envolvem as comunidades vizinhas e cidades próximas. São ações sociais e espirituais que visam impactar as pessoas através do amor de Cristo. ​ Atividades típicas do G148 incluem abraços para as pessoas nas ruas, consolo às pessoas no Dia de Finados, divulgação de projetos missionários, homenagem no Dia dos Professores e muitas outras. Entre os grupos de apoio estão a TV Geração que é o departamento que promove as ações, registra através de fotos e vídeos, e administra as páginas oficiais nas redes sociais e o Shekinah que insere músicas nas ações promovidas pelo voluntariado e capelania, promovendo assim interatividade e dinamismo. ​ Missão em “Judeia” Os projetos missionários para a “Judeia” fazem parte do programa dos Jovens Sem Fronteira. Essas são missões de curta duração durante as férias em lugares em que a presença adventista está iniciando ou está enfraquecida. Os JSF têm por objetivo animar, apoiar, levar novas ideias e ajudar a dinamizar o trabalho onde já existe uma base da igreja. Depois que acaba o período da missão, o projeto é mantido pela base até que cheguem as novas férias e um outro

grupo seja enviado. Essas missões são realizadas em lugares remotos do Brasil (Amazônia) ou em países da América do Sul nos quais a presença adventista é inexpressiva (Uruguai). O projeto na Amazônia é uma parceria com o ministério Salvando Vidas. Os estudantes se dedicam a projetos com populações ribeirinhas por 10 dias. As atividades envolvem construção/reforma, campanha de conscientização sobre saúde ou atendimento médico e pregações evangelísticas. No Uruguai, país mais secular da América, o Unasp-EC adotou a cidade de Rivera, numa parceria com a DSA e a União do Uruguai. Os alunos participam do programa distrital, fazendo semanas de reavivamento nas igrejas, atendendo e levantando interessados. Ainda participam de pequenos grupos, dão estudos bíblicos, realizam Feiras de Saúde e outras ações comunitárias. O objetivo é o plantio de uma igreja na cidade. Missão em “Samaria” e nos “Confins da Terra” O Núcleo de Missões e Crescimento de Igreja (Numci) é um órgão do UNASP-EC, em funcionamento desde 2007, responsável pelos projetos missionários em “Samaria” e nos “confins da Terra”. O objetivo é desenvolver a compreensão e promover a participação de alunos e interessados na missão de Deus. As atividades do Numci estão organizadas em 4Ps: • Pesquisa: Promover estudos missiológicos em níveis de graduação e pós-graduação, especialmente em conexão com projetos missionários. • Produção: Produzir e publicar recursos para a compreensão e prática da missão adventista tanto em nível local como global. • Preparo: Conduzir programas de capacitação em missiologia de curta, média e longa duração, para estudantes, pastores e líderes de igrejas com o objetivo de capacitá-los para o envolvimento na missão adventista. Semestralmente realiza-se a Escola de Missões no campus com a participação de especialistas. Projetos de parceria como, por exemplo, o Send Me, da Associação Central Paranaense, também fazem parte dessas iniciativas. • Projetos: Enviar missionários individuais ou em grupos para projetos de curta ou longa duração, locais ou interculturais. Frequentemente envolvem ações nas áreas de saúde, educação e evangelismo. O quinto “P” das atividades do Numci são as parcerias com outras iniciativas, como Serviço Voluntário Adventista, Adventist Frontier Mission e projetos da União do MENA. Os projetos do Numci seguem alguns princípios gerais: • Representação geográfica estratégica; • Projetos de curta duração (10 a 30 dias) e compromisso de longo prazo;

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• Aplicação dos 4P’s; • Parceria e apoio às instituições e congregações adventistas locais (onde houver); • Visão integral de missão (saúde, educação e evangelismo); • Objetivo de formar e reproduzir líderes missionários; • Harmonia com o projeto de bolsas de estudo para alunos internacionais. Alguns dos países onde o Numci já atuou, atua ou planeja atuar num futuro próximo são: Albânia: O projeto inclui bolsas de estudos de graduação para 3 alunos albaneses. Também inclui viagens de curta-duração para promover evangelismo, escola cristã de férias, distribuição de literatura, treinamento para líderes de igreja e apresentações musicais. Angola: Evangelismo público, estabelecimento de uma escola, atendimento médico e escola cristã de férias. Também inclui assessoria pedagógica para escola e seleção de missionários brasileiros para o campo local. China: Bolsa de estudos de pós-graduação para um pastor chinês, além de viagens para dar apoio a um casal de missionários através de ações comunitárias, envolvimento com crianças e estabelecimento de um centro de influência. Egito: Bolsas de estudos de graduação para alunos egípcios. O projeto já incluiu treinamento pedagógico em uma escola adventista no Cairo, reformas parciais na Nile Union Academy, envolvimento com membros locais e atendimento à comunidade. Também inclui colaboração em igrejas no sul do país, ministério às crianças, atendimento médico à comunidade e visitação de membros. Guiné-Bissau: Concessão de bolsa de estudos de graduação para um aluno. Também já inclui atendimento médico, construção de igrejas, reforma de escolas, treinamento de professores, projetos infantis, estabelecimento de clube de desbravadores, parceria em projetos educacionais e evangelismo público. Grécia: Concessão de bolsa de estudos de graduação para um aluno de fala grega. Também inclui a renovação da sede de acampamento da igreja, envolvimento e treinamento de membros, atendimento a refugiados e estabelecimento de um centro de influência. Índia: Concessão de bolsa de estudos para um aluno de graduação indiano, bem como evangelismo público, envolvimento com membros locais, treinamento de pastores leigos, doações de roupas e renovação de uma escola primária. Jordânia: Concessão de bolsa de estudos de pós-graduação para um pastor jordaniano. Também inclui projetos comunitários, atendimento em campo de refugiados, doações, projetos infantis e reforma de uma escola. Moçambique: Evangelismo público, atendimento médico, envolvimento com crianças, doações de bici-

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cletas, reativação de um poço, veiculação de propaganda na TV, estabelecimento de uma escola e consultoria pedagógica. Nativos: Apinajés - O projeto incluiu diálogo religioso, atendimento médico, interação esportiva e plantio de uma igreja. Guaranis: capacitação de alunos no idioma guarani e ensino dos jovens nativos da gramática do seu idioma. Xerentes: consultoria pedagógica para desenvolvimento de materiais escolares, treinamento de professores, programas de alfabetização, atendimento médico e diálogo religioso. Senegal: O projeto inclui a disponibilização de bolsa de estudos para jovens promissores, além de projetos infantis, treinamento de leigos, atendimento médico e estabelecimento de centro de influência. Janela 10/40 Desde 2013 o Pr. José Paulo Martini, diretor geral do Unasp-EC, tem se comprometido com um plano de oferecer bolsas de estudos integrais para jovens promissores de países da Janela 10/40. Esses jovens se comprometem, em contrapartida, a voltarem para os seus países como missionários ao fim dos seus estudos. A oportunidade inclui aulas de português, além de um curso superior. Alunos de diversos países já participaram ou estão participando desse programa, tais como Albânia, China, Egito, Gâmbia, Índia, Irã (Chipre), Israel, Jordânia e Níger. Enquanto estudam no campus do Unasp-EC, eles recebem apoio total. Gradativamente esses estudantes vão sendo expostos ao caráter missionário da igreja adventista no Brasil. Através do convívio e participação em diferentes atividades, os alunos aprendem sobre modelos, estratégias e materiais de evangelização. Através do Numci, eles também têm a oportunidade de voltar aos seus países acompanhados de professores e colegas em viagens missionárias de curta duração. Nesses projetos os alunos internacionais servem de elo entre o grupo do Unasp-EC e sua terra natal, e participam ativamente nos projetos. Dessa forma são reinseridos no seu próprio contexto com uma visão missionária que objetiva a sua atuação para o estabelecimento de um centro de influência após o término dos seus estudos. Depois da formatura, eles voltam para seus países de origem. O plano inclui o apoio do Unasp-EC através principalmente de ações de curta duração para apoiar a sua missão. Dentro da discussão missiológica, esse programa busca evitar a completa extração desses cristãos da sua rede de relacionamentos. Essa visão é comunicada desde o princípio e enquanto ampliam a sua compreensão sobre a identidade da igreja e a realidade eclesiástica do reino de Deus. A simples extração cria um choque cultural na vida da pessoa, que acaba rejeitando sua própria cultura e nunca se torna uma missionária entre o seu povo e familiares. Esse

tem sido considerado um dos maiores inibidores da missão da igreja em países desafiadores. Este plano não cria uma ruptura com a cultura original mas adiciona uma segunda perspectiva. Além da compreensão êmica, ou seja, interna, da cultura, o estudante também adquire uma visão ética, externa, da mesma. Isso o habilita a fazer uma leitura mais adequada, desenvolver melhores métodos e introduzir mudanças naquela cosmovisão. Em busca de um modelo encarnacional, considerado ideal pelos especialistas, esses alunos têm vantagens evidentes. Sabem o idioma e a cultura local e têm condições de serem muito mais eficazes e mais rapidamente como missionários. Enquanto o Unasp-EC continua motivando a formação de missionários

brasileiros, também acredita na reinserção desses estudantes no seu contexto anterior. O Futuro Somente Deus pode contemplar o futuro desse projeto. No entanto, a busca pela orientação do Espírito Santo e da aplicação de princípios missiológicos bíblicos possibilita o vislumbrar dessas sementes do Evangelho germinando em contextos desafiadores na Janela 10/40, um conjunto de pesquisas e materiais preparados para guiar as atividades missionárias e uma nova geração de jovens adventistas brasileiros engajados na missão e liderando suas congregações em projetos missionários em Jerusalém, Judeia, Samaria e até nos confins da Terra. Enfim, um povo missionário à semelhança do Seu Deus.

JOSÉ PAULO MARTINI

José Paulo Martini é Diretor geral do Centro Universitário Adventista de São Paulo – Campus Engenheiro Coelho (Unasp-EC).

EDSON ROMERO MARQUES

Edson Romero Marques é Diretor espiritual do Centro Universitário Adventista de São Paulo – Campus Engenheiro Coelho (Unasp-EC).

MARCELO EDUARDO DA COSTA DIAS

O Pr. Marcelo Dias é professor de Teologia Prática no UNASP, campus Engenheiro Coelho, SP. Atuou como pastor tanto nos Estados Unidos como no Brasil. É formado em Teologia e Administração de Empresas (concluiu o MBA em 2003), atualmente, é doutorando (PhD) em Missiologia na Universidade Andrews, nos Estados Unidos. Ele é casado com Ana Cláudia V. M. Dias, tem uma filha, Alissa Lauren.

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