Transformações estratégicas na voz institucional do jornalismo: redes sociais da internet na construção da imagem de si

May 27, 2017 | Autor: Luciana Carvalho | Categoria: Journalism, Online Journalism, Social Networking Sites (SNS)
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SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo 11º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo Brasília – Universidade de Brasília – Novembro de 2013

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Transformações estratégicas na voz institucional do jornalismo: redes sociais da internet na construção da imagem de si1 Luciana Menezes Carvalho 2 Anelise Rublescki3 Eugenia Mariano da Rocha Barichello 4

Resumo: Neste trabalho, de caráter teórico-analítico, parte-se da hipótese de que o jornalismo adota transformações estratégicas em sua voz institucional para se adequar ao ecossistema midiático digital. Entende-se que tais adaptações decorrem principalmente da ampliação da participação dos interagentes nas redes sociais da internet, que representam papel central na atual configuração midiática, desencadeando nas organizações novas formas de representação de seu ethos. Tais mudanças na construção da imagem de si podem ser observadas em enunciados de natureza editorial, em que o discurso institucional é mais claramente exposto. Toma-se como caso de ilustração o jornal Zero Hora (RS), que recentemente utilizou manifestações das redes sociais da internet para construir seu discurso institucional em uma carta assinada pela diretora de redação. Palavras-chave: voz institucional 1; estratégias comunicacionais 2; redes sociais da internet 3; jornalismo em rede 4; ethos discursivo 5.

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O trabalho é um recorte de pesquisa em desenvolvimento que faz parte da tese de doutorado da autora 1. Autora do trabalho - Jornalista, mestre e doutoranda em Comunicação Midiática (PPGCOM-UFSM), professora no Centro Universitário Franciscano (UNIFRA). E-mail: [email protected] 3 Co-orientadora - Jornalista, mestre em Comunicação e Ciência da Informação (UFRJ/IBICT), doutora em Comunicação e Informação (UFRGS), pós-doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Comunicação (UFSM). Bolsista Capes-Fapergs. E-mail: [email protected]. 4 Orientadora - Publicitária, mestre e doutora em Comunicação e Cultura (UFRJ), professora titular no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFSM. E-mail: [email protected]. 2

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1. Introdução A voz institucional está presente nos produtos jornalísticos não apenas nos editoriais – textos sem assinatura que veiculam a opinião da empresa (MELO, 2003, p. 66). Ela se manifesta também na pauta, na seleção e hierarquização dos acontecimentos, nas manchetes, na diagramação, no que fala e no que cala ao leitor, nos comentários e cartas assinados por editores, diretores e jornalistas mais experientes na redação. Esse discurso institucional ajuda a construir, através da enunciação, o ethos do jornalismo (MAINGUENEAU, 2008), ou seja, a imagem de si que a organização apresenta no discurso, orientando a representação que os leitores irão elaborar sobre ela própria (BENETTI E HAGEN, 2010). Espaços como a Carta do Editor5 do jornal Zero Hora (RS), veiculados nas versões impressa e online (neste caso, no Blog do Editor6), podem ser considerados dispositivos de encenação (CHARAUDEAU, 2009) por excelência para manifestação da voz institucional. Neste trabalho, partimos da hipótese de que as organizações jornalísticas, no contexto do ecossistema midiático digital (CANAVILHAS, 2011), adotam estratégias discursivas que transformam sua voz institucional, principalmente devido à ampliação da participação dos interagentes nas redes sociais da internet. Essas ambiências representam papel central na configuração atual da mídia, e acabam por desencadear na instituição jornalística novas maneiras de representação de seu ethos visando adaptação ao contexto sociotécnico. O artigo está dividido em outras três seções. A seção 2 aborda, desde a perspectiva do jornalismo como instituição e gênero discursivo, a construção do seu ethos institucional que, historicamente, legitima-se pelo discurso da mediação objetiva dos fatos. A seção 3 discute as transformações que ocorrem na voz institucional das organizações jornalísticas no contexto do ecossistema midiático digital. Por fim, na seção 4, é desenvolvida uma breve análise dos enunciados institucionais da Carta da Editora Marta

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O título muda, conforme quem assina, variando para Carta da Editora e Papo de Editor, entre outros. Endereço do blog: http://wp.clicrbs.com.br/editor/

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Gleich, diretora de redação de Zero Hora, publicada no dia seis de abril de 2013, no Blog do Editor, sob o título “A cobertura das manifestações”7. Os enunciados institucionais observados no texto de natureza editorial demonstram uma inclusão estratégica da voz das redes sociais no discurso institucional de Zero Hora, tendo como objetivo adequar o ethos da instituição às lógicas de participação que caracterizam o ecossistema midiático digital.

2. Voz institucional e a construção da imagem de si no discurso

Na perspectiva que adotamos neste trabalho, o jornalismo é tanto uma instituição social (GUERRA, 2009; CARVALHO, 2010), quanto um gênero discursivo (PONTE, 2005; BENETTI, 2008). A perspectiva da enunciação, dentro da Análise do Discurso, enfatiza a situação e o ambiente cultural em que se produz a linguagem, daí a importância de levar em conta “quem fala e para quem” (PONTE, 2005, p. 29). O discurso institucional ajuda na construção do ethos (MAINGUENEAU, 2008), e está ligado à representação da imagem de si das empresas jornalísticas (RINGOOT, 2006; BENETTI, HAGEN, 2010). Esses elementos fazem parte do contrato de comunicação que permeia a relação entre as instâncias de produção e recepção no jornalismo (CHARAUDEAU, 2009). O ethos é um conceito com origem na retórica grega, que foi retomado contemporaneamente por Maingueneau, na Análise do Discurso. Ele diz respeito a processos sócio-discursivos de influência sobre o outro por meio do qual o destinatário constrói representações do enunciador (MAINGUENEAU, 2008). Está relacionado, portanto, aos modos de dizer que, no discurso institucional, revelam a imagem de si que a organização jornalística deseja construir. “Ao mesmo tempo, o ethos está ligado ao estatuto do locutor e à questão de sua legitimidade, ou melhor, ao processo de sua legitimação pela fala (AMOSSY, 2005, p. 17). Um dos elementos do contrato de comunicação proposto por Charaudeau (2008) diz respeito à identidade dos polos da enunciação, por meio do qual importa saber quem

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Ver nas referências em Gleich (2013).

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diz o que (e para quem), “envolvendo debates sobre a identidade do jornalismo, a imagem do jornalismo como voz institucional e a construção do leitor virtual ou imaginado” (BENETTI; HAGEN, 2010, p. 124). Segundo os autores, para conhecer a identidade de uma organização jornalística e a representação que ela constrói de si, é necessário investigar sua voz institucional. Considera-se, neste trabalho, que enunciados de natureza editorial são as principais manifestações da imagem de si, do ethos das organizações jornalísticas. A comunicação entre a instituição e o público (leitor, audiência) se torna possível por meio de reconhecimento mútuo entre esses dois polos da enunciação, o que ocorre através de uma série de estratégias. No jornalismo, historicamente tem-se um “contrato midiático de informação” pelo qual a instância produtiva busca, sobretudo, manter sua credibilidade como “fornecedora de informação” ao público consumidor (CHARAUDEAU [2005], 2009; ALSINA [2005], 2009). No sistema midiático anterior à internet, o contrato de comunicação jornalístico caracterizava-se, sobretudo, pela mediação verticalizada entre a organização e seus leitores. O jornalismo de massa baseia-se no pressuposto de que é possível transmitir uma mesma notícia para uma grande audiência, heterogênea e geograficamente dispersa, sempre mediada pelos jornalistas, que definem quais acontecimentos e por quais enquadramentos alguns fatos merecem ser alçados à visibilidade, via noticiário. Notícias que, nos meios tradicionais, possuem uma função massiva8, e que ajudaram a configurar o que se convencionou chamar de Jornalismo contemporâneo. (RUBLESCKI, 2013, p. 112)

Essa cultura institucional baseada na lógica massiva de comunicação perpassa, até hoje, todas as etapas da esfera produtiva no jornalismo, manifestando-se no discurso, tanto nos espaços de opinião (editoriais, cartas dos editores) como nas notícias e reportagens. Como diz Marques de Melo (2003, p. 75), “a seleção da informação a ser divulgada através dos veículos jornalísticos é o principal instrumento de que dispõe a instituição (empresa) para expressar sua opinião”. 8

É importante lembrar, contudo, que funções massivas e pós-massivas estão presentes tanto nas mídias analógicas como nas digitais. Por exemplo, um portal na internet ou um grande site de buscas tentam desempenhar funções massivas, enquanto que mídias analógicas como fanzines e rádios comunitárias exercem funções de mídia segmentada.

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Trata-se da voz institucional que está presente também na informação, na forma como os fatos são narrados, pois “[...] uma notícia é, ao mesmo tempo, o resultado de uma técnica de texto, de uma marcação temporal no fluxo dos fatos cotidianos, da manifestação de um arbítrio corporativo-profissional, assim como uma expressão institucional” (SODRÉ, 2009, p. 171). O efeito realidade que pauta o contrato de comunicação do jornalismo desde o século XX, construído por esta mediação verticalizada entre as instituições jornalísticas e seus leitores, reforça a natureza do fazer crer que aquilo que veiculam é mais do que apenas uma versão, um recorte possível dos fatos. Isso porque, desde que o jornalismo industrial, em sua matriz hegemônica, de caráter informativo, dissociou notícia de opinião, as organizações tem procurado se legitimar constantemente por meio do discurso da objetividade, promovendo um apagamento dos processos de construção, seleção e hierarquização que estão por trás dos relatos diários que estampam as páginas dos jornais impressos e online. Em cada organização, os espaços editoriais são importantes dispositivos de encenação (CHARAUDEAU, 2009) para disseminação de enunciados que corroborem o discurso do papel do jornalismo como um simples mediador entre os fatos e o leitor. Esse processo faz parte da representação da identidade das organizações jornalísticas no discurso, do ethos, da imagem que elas estrategicamente constroem de si visando provocar certos sentidos na audiência. Referindo-se ao ethos do jornalismo nas organizações jornalísticas, apesar de todas as críticas da academia sobre o tema, afirma Vizeu:

O fato é que a ideologia jornalística tem, na objetividade, um fator central da sua atividade. O ethos dominante, os valores e as normas identificadas, que situam o jornalista como uma espécie de juiz da realidade, os procedimentos identificados com o profissionalismo, fazem com que os profissionais rejeitem qualquer ataque à teoria do espelho porque, em última análise, ela colocaria em xeque a legitimidade e a credibilidade de, no desempenho da profissão, serem fiéis reprodutores da realidade. (VIZEU, 2003, p.6)

Trata-se, portanto, da construção da identidade institucional que, segundo Woodward (2009), se dá por meio de processos simbólicos e sociais, culturais e subjetivos, já que “[...] os discursos e os sistemas de representação constroem os lugares a partir 5

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dos quais os indivíduos podem se posicionar e a partir dos quais podem falar” (WOODWARD, 2009, p. 17). Desde a retórica grega, o ethos apresenta-se com um caráter dinâmico, sendo afetado pelo contexto em que se estabelece a comunicação e manifestando a necessidade de quem fala de se adaptar sempre à audiência (AMOSSY, 2005). A construção da imagem de si é, portanto, histórica, ou seja, transforma-se através de ações dos sujeitos em interação com o contexto social. Assim, ao mudar o contexto da comunicação, mudam os processos relacionados à construção da imagem de si no jornalismo. Com a internet e as tecnologias digitais, observam-se novas configurações no processo de circulação das informações de viés jornalístico, que tensionam e desencadeiam mudanças na representação do ethos das empresas jornalísticas em seus discursos institucionais.

3. A voz institucional do jornalismo no ecossistema midiático digital Segundo o paradigma teórico da Ecologia dos Meios (POSTMAN, 2000), os meios de comunicação constituem um entorno sócio-técnico e cultural, relacionando-se entre si como em um ecossistema. Cada mudança tecnológica, por exemplo, interfere no sistema midiático como um todo. A metáfora do ecossistema passou a ser explorada a partir do surgimento dos blogs, identificados pelo campo acadêmico como uma nova espécie, que logo passou a se relacionar simbioticamente com os meios tradicionais (NAUGHTON, 2006). Atualmente, as novas espécies são representadas, no ecossistema midiático, pelas plataformas de redes sociais. Segundo Recuero (2009), as redes sociais da internet são constituídas pelos atores sociais, suas representações online e as interações que eles estabelecem entre si. Essas redes são construídas ou mantidas a partir de plataformas digitais (sites de redes sociais ou outras mídias digitais apropriadas como tal). Elas integram o complexo ecossistema midiático atual, que tem nas tecnologias digitais sua matriz de operação. O conceito de affordances (GIBSON, 1979 apud HJARVARD, 2012, p. 66) explica a potencialidade desses meios para determinados usos, e a constituição de um en6

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torno cultural que afeta as lógicas e estratégias de operação das instituições que fazem parte desse ecossistema. Isso porque “cada tecnologia traz consigo respostas a uma determinada demanda social e, ao mesmo tempo, potencialidade para um determinado tipo de uso, causando, a partir dos usos e apropriações que recebe, diferentes tipos e níveis de impacto na sociedade e na cultura” (CARVALHO; BARICHELLO, 2013, p. 65). Segundo Hjarvard (2012), foi por meio das affordances de mídias com caráter mais descentralizador e interativo (como as denominadas mídias sociais) que emergiu uma nova fase da presença dos meios de comunicação na vida social. Trata-se da midiatização, processo histórico que se registra por força da internet e das mídias digitais e que caracteriza o atual ecossistema midiático. Como já mencionado neste trabalho, a midiatização opera importantes deslocamentos nas estratégias institucionais discursivas das organizações jornalísticas. Do ponto de vista da instituição jornalística e seu discurso, os impactos são significativos, alterando rotinas profissionais, modos de operação, interação com o público e critérios de noticiabilidade, gerando questionamentos sobre o próprio papel de mediação do jornalismo que mobiliza historicamente as estratégias de representação de si das organizações em seus enunciados. Essas rupturas são tão ou mais complexas em se tratando dos processos desencadeados nas organizações jornalísticas pela participação dos interagentes nas redes sociais da internet. Enquanto medium9 (McLuhan, 1964), as plataformas em que essas redes sociais operam constituem uma ambiência que condiciona não apenas seus usos e apropriações, mas interfere nas lógicas do ecossistema como um todo, afetando a instituição jornalística. Neste contexto midiatizado, as organizações midiáticas, que até então funcionaram sob a lógica do sistema de massas, passam a operar em uma nova ambiência que tem na cultura da convergência uma de suas principais marcas. A convergência tecnológica, a cultura da participação e a inteligência coletiva que a permeiam, alteram as lógicas pelas quais as instâncias de produção e recepção se relacionam (JENKINS, 2008). Segundo Jenkins (2008), as organizações midiáticas reagem a essa maior participação do público (em decorrência do ambiente participativo criado pelas redes sociais 9

Para McLuhan, o medium envolve aspectos tecnológicos e culturais do meio.

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da internet) tentando controlar os processos de circulação dos seus conteúdos. Cada vez mais “o protagonismo [...] segundo a ideia de midiatização, não é desempenhado pelos media, mas pelas interações que deles decorrem ou com eles se estabelecem de forma complexa” (BARICHELLO; CARVALHO, 2009, p. 179). No caso das organizações jornalísticas, monitorar as redes sociais, tentar participar das conversas e inserir o leitor em seus processos de produção (jornalismo participativo ou cidadão) são algumas das estratégias de adaptação a este cenário. “A novidade em relação a outros períodos em que novos meios entravam em cena é que, com a digitalização, o papel de mediação deixa de ser exclusivo das organizações midiáticas, em função do protagonismo e empoderamento de que gozam os interagentes” (CARVALHO; BARICHELLO, 2013, p.69). As transformações nessa expressão institucional manifestam-se no discurso jornalístico, por meio de seus enunciados informativos e editoriais. Há uma substituição das estratégias que visam reforçar a visão do jornalismo como espelho da realidade pela autorreferencialidade, que chama atenção para a “realidade da construção” no jornalismo (FAUSTO NETO, 2006). Segundo Ribeiro e Fossá (2011), o discurso voltado para a autorreferencialidade nas matérias e editoriais pode ser compreendido como uma estratégia que visa construir a imagem de si das organizações.

No atual contexto da midiatização, as mídias jornalísticas têm utilizado novas estratégias de comunicação para assegurar os seus lugares de produção e circulação de sentidos. Com isso, tem-se observado não apenas a construção social da realidade, como também uma mudança nas formas de enunciação dos discursos jornalísticos, voltada para a preocupação de construir uma ‘imagem de si’, ou seja, para referenciar a própria realidade, na produção de sentidos de discursos constituídos de estratégias de autorreferencialidade. (RIBEIRO; FOSSÁ, 2011, p. 344)

Se essas transformações no ethos ocorrem na enunciação dos enunciados jornalísticos de natureza informativa, em que o compromisso com a realidade exterior ao discurso (os fatos) sempre foi maior, nos enunciados de natureza editorial, as mudanças podem ser mais facilmente observadas. O propósito não é, neste trabalho, mapear o uso da autorreferência por parte da organização jornalística, mas identificar, em alguns enunciados institucionais, estraté8

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gias que mostrem adaptação do ethos jornalístico às lógicas participativas das redes sociais da internet, justificando, assim, o enquadramento da questão da imagem de si na perspectiva ecológica dos meios. A voz institucional a ser investigada neste trabalho diz respeito a espaços editoriais que indiquem uma reconfiguração estratégica da representação da autoimagem das organizações, motivadas por manifestações dos interagentes nas redes sociais da internet, ou seja, pelo contexto de participação que emerge no ecossistema midiático digital. Essa imagem construída estrategicamente visa, sempre, um público imaginado que, no atual contexto, tem sua representação perpassada pela participação dos interagentes na internet. Foi utilizado como estudo de caso por ilustração10 o jornal Zero Hora, com a Carta da Editora Marta Gleich, diretora de redação, publicada no dia seis de abril de 2013 no espaço Blog do Editor. O texto foi escolhido por apresentar o discurso institucional da organização jornalística por meio de uma estratégia de inclusão da voz das redes sociais da internet, apontando para a construção estratégica de uma imagem de si adequada ao ecossistema midiático digital. A fala da editora é motivada pelas manifestações das redes sociais sobre a cobertura dada pelo jornal ao protesto contra o reajuste das passagens de ônibus que ocorreu em Porto Alegre no dia 1º de abril.

4. As redes sociais da internet nos enunciados editoriais Durante as manifestações que vem ocorrendo no Brasil com mais força ao longo deste ano, algumas das principais organizações jornalísticas do país demonstraram em suas práticas e discursos maior porosidade à voz das ruas que chega às redações via redes sociais da internet. Colunistas como Arnaldo Jabor, do Jornal da Globo 11, reviram suas opiniões após a repercussão negativa de seus comentários nas redes sociais.

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Metodologia utilizada pelo Grupo de Pesquisa em Jornalismo Online (GJOL), da Faculdade de Comunicação da Bahia (FACOM-UFBA). Os estudos de caso por ilustração (MACHADO; PALACIOS, 2008) envolvem a seleção de várias organizações. Na pesquisa da qual este trabalho faz parte, outras organizações terão suas estratégias mapeadas e analisadas em próximas etapas. 11 Ver nas referências em Jabor (2013).

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Alguns jornais, após apresentar em suas primeiras notícias e editoriais sobre os protestos, uma voz institucional de resistência aos atos que tomavam conta das ruas, viram-se obrigados a reposicionar seus discursos também por conta das críticas que receberam dos interagentes. Em artigo no Observatório da Imprensa, P. e Silva (2013, online) analisou o tom da cobertura do Estadão aos protestos de junho: “Numa tentativa de resumir, em uma frase, esta dinâmica, diria que a cobertura do Estadão das manifestações passou, até o momento, por três fases distintas, mas relacionadas: a da indignação e raiva; a de maior percepção da realidade e do ‘outro’; e a da negociação e aceitação do fato como legítimo”. Segundo a hipótese adotada neste trabalho, essas mudanças na cobertura e nas vozes institucionais, com a rapidez em que se processam hoje, têm relação direta com as manifestações realizadas através das redes sociais da internet e indicam adaptações estratégicas das organizações ao caráter participativo do ecossistema midiático digital 12. Além das vozes de indivíduos nas redes sociais, coberturas jornalísticas realizadas por coletivos como a Mídia NINJA13 colocam em discussão a cobertura tradicional realizada pelos veículos de imprensa. A Carta da Editora Marta Gleich (2013), publicada no dia 06 de abril, no Jornal Zero Hora, ilustra a forma como podem ser percebidas as transformações estratégicas da voz institucional das organizações jornalísticas visando se adequar a esse ecossistema midiático digital. Trata-se de um caso de clara influência da participação dos interagentes das redes sociais da internet no discurso institucional da empresa. Durante esta semana, fizemos uma autocrítica na Redação. Avaliamos que não cobrimos por todos os lados, na segunda-feira, dia 1º, a manifestação que ocorreu no centro de Porto Alegre contra o reajuste nas passagens dos ônibus. Enfocamos um aspecto - o protesto ocorreu sem violência, diferentemente do anterior - e não outros. Não enfatizamos que a manifestação cresceu muito, nem mostramos quem formava a massa de milhares de pessoas. Recebemos críticas por isso. É uma longa história, que vou tentar resumir em capítulos . (GLEICH, 2013) 12

Conforme pesquisa desenvolvida por Carvalho (2010) no Twitter (http://twitter.com/zerohora), o jornal Zero Hora tem ampliado, desde 2009, o uso de processos de inclusão do leitor em suas coberturas nas mídias sociais como estratégia para se legitimar institucionalmente nessa ambiência. 13 Sigla para “Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação”, coletivo independente que desenvolve coberturas jornalísticas em um modelo distinto daquele do jornalismo de referência, priorizando a participação dos repórteres nos acontecimentos. Página no Facebook: https://www.facebook.com/midiaNINJA

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É desta forma que a diretora abre seu texto, em que apresenta um conjunto de postagens das redes sociais da internet que criticavam a abordagem do jornal na cobertura das manifestações envolvendo o transporte público na capital gaúcha, para justificar uma mudança editorial deliberada. No comentário, com tom de crítica de ombudsman, Gleich (op. cit.) aponta seu diagnóstico:

Não reproduzimos adequadamente o crescimento da manifestação, nem demos relevância ao motivo da união daquelas pessoas: o valor da tarifa e a qualidade do transporte. Recebemos críticas, vindas de apoiadores dos protestos.

Na sequência, ela enuncia a voz institucional de Zero Hora, manifestando uma imagem de si empresarial ligada à ideia de jornal atento e aberto às críticas dos seus leitores e da sociedade de um modo geral: Na terça-feira à tarde, dia 2, chamei uma reunião com os editores de Política e de Geral, responsáveis pela cobertura, para avaliar nosso trabalho. Concluímos que, sim, o enfoque correto não era apenas "menos confusão", era também a grande mobilização e o debate sobre o transporte coletivo. Quem são, o que querem, como se organizam os líderes e manifestantes?Combinamos que, para o dia seguinte, daríamos visibilidade a este fenômeno que reúne diferentes perfis e grupos. (OP. CIT.)

Para o jornal, não bastou rever sua abordagem na cobertura dos protestos, mas manifestar essa estratégia editorialmente, por meio do enunciado da diretora de redação. Até mais importante que rever a forma como vinha sendo feita a cobertura e a veiculação da reportagem logo após as críticas, foi a enunciação da importância dada pela empresa institucionalmente às manifestações de seus leitores nas redes sociais online. A estratégia, neste caso, demonstra que o discurso da objetividade, até recentemente essencial na legitimação do discurso institucional do jornalismo, torna-se irrelevante diante da necessidade de estar atento ao que pensa o público e mostrar isso no discurso. Ignorar as manifestações das redes sociais seria, provavelmente, no atual comtexto de participação, correr um risco muito alto em termos de credibilidade, que ao final das contas é o que mantém o contrato no jornalismo.

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Apesar da enunciação voltada para a interatividade com o público, no Blog do Editor, onde foi postado o comentário da diretora de redação, foram postados 34 comentários de leitores14 contendo em sua maioria críticas ao fato de que a diretora teria deixado de mencionar a autoria de algumas postagens das redes sociais reproduzidas no blog institucional. Até a submissão deste paper, não havia sido postada qualquer resposta aos comentários. O jornal Zero Hora tem inovado na exploração da participação dos interagentes nas mídias sociais da internet, mantendo uma Central de Redes Sociais, contando com editores atuando especificamente no gerenciamento dessas redes e, inclusive, apostando na interatividade na construção de seus editoriais, que são postados na internet para consulta e participação dos leitores. Outras organizações jornalísticas de referência também vêm apostando na participação da audiência na manifestação de sua voz institucional. Tais casos serão objeto de análise em etapas futuras da pesquisa que se encontra em desenvolvimento.

5. Outras considerações

No ecossistema midiático digital, que se constitui no contexto da midiatização, o antigo receptor agora faz parte do relato, sendo em muitos casos protagonista do processo de captação de imagens direto do local dos acontecimentos, disputando ou colaborando com os jornalistas na cobertura. Assim como toma parte nos processos de produção e distribuição de informações de interesse jornalístico, esses interagentes também fazem circular na internet, nos blogs e sites de redes sociais, suas opiniões sobre diversos assuntos. Muitas vezes elas partem de informações divulgadas pelos meios de comunicação tradicionais, mas ganham novos sentidos na recirculação que os leitores promovem. Diante de um público que também informa e opina o tempo todo, o discurso da objetividade - pelo qual as organizações jornalísticas representaram seu ethos historicamente, na legitimação de um contrato focado na mediação verticalizada - não se susten14

Número observado até o dia do fechamento deste artigo.

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ta mais, tornando mais frágil a construção da imagem das organizações jornalísticas como simples reprodutoras do real. Atualmente, a voz institucional no jornalismo se transforma por meio de estratégias autorreferenciais em seus discursos informativos, deixando mais visível à audiência os mecanismos por meio dos quais a realidade é construída jornalisticamente. Faz parte desse processo o recurso à interatividade, convidando o leitor a tomar parte na construção dos relatos. Nos enunciados editoriais, já não basta reforçar o discurso da objetividade para manter o tradicional contrato de mediação; é preciso ir além. Recentemente, tem-se observado uma tendência de maior inclusão da manifestação dos leitores e da sociedade de um modo geral na condução das diretrizes editoriais das empresas. Sugestões de pauta chegam às redações não só por telefonemas e e-mails, mas pelas informações e opiniões que os interagentes postam a todo instante nas redes sociais da internet, indicando novos caminhos, apontando possíveis equívocos por parte dos jornalistas, interferindo nas rotinas de produção e na imagem que as empresas tentam construir de si mesmas. Os enunciados da editora de Zero Hora (GLEICH, 2013), brevemente discutidos neste trabalho, ilustram essas transformações, que são estratégicas porque mostradas justamente em um dispositivo de encenação do discurso institucional, neste caso o Blog do Editor. Ou seja, não foi simplesmente convocada uma reunião de pauta para recondução da cobertura dos protestos em Porto Alegre, mas essa prática precisou ser institucionalmente enunciada. Esses enunciados mostram, na perspectiva ecológica da mídia, que a ambiência de participação que emerge do ecossistema midiático digital por força das mídias sociais, afeta particularmente a imagem de si das organizações jornalísticas. A construção do ethos, que faz parte do contrato com a audiência, adapta-se, assim, ao contexto tecnossocial. Tais transformações editoriais mobilizadas pelas manifestações das redes sociais da internet indicam, neste sentido, uma adequação institucional do jornalismo ao ecossistema midiático digital, que se encontra em plena processualidade, demandando pluralidade de olhares e objetos investigados para sua compreensão. 13

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