Turismo e a Oferta de Teatro na Cidade de Natal/RN: A busca de mercados

June 29, 2017 | Autor: C. Rn | Categoria: Teatro, Turismo, Economia Criativa
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GT 01: Gestão em Turismo

Turismo e a Oferta de Teatro na Cidade de Natal/RN: a busca de mercados

Alana Caroline Ferreira de Araújo Graduanda em Gestão de Políticas Públicas DPP/UFRN E-mail: [email protected]) Fernando Manuel Rocha da Cruz Doutor em Ciências Sociais DPP/UFRN E-mail: [email protected]

INTRODUÇÃO Turismo e Teatro são dois segmentos criativos identificados no Plano da Economia Criativa – aprovado em 2011, pela Secretaria da Economia Criativa. Esta foi criada em esse mesmo ano na dependência do Ministério da Cultura brasileiro. A Economia Criativa tem como matéria prima a criatividade e suas atividades são pautadas no potencial criativo e talento individual a que acresce a geração de empregos e renda. Para esta política pública, a cultura consubstanciando a criatividade é considerada uma ferramenta de desenvolvimento econômico e social. Os profissionais de grupos de teatro, na cidade de Natal, clamam por políticas públicas que fomentem o desenvolvimento da atividade e que proporcionem maior visibilidade ao setor permitindo captação de mais público. Porém, a política da economia criativa coloca no caráter empreendedor desses profissionais o fomento da atividade para a criação de renda. Para isso, alia a cultura à economia e à gestão. Daí que enquanto ciclo econômico (criação, produção e distribuição), a integração das novas tecnologias e a publicidade sejam essenciais para a captação de novos públicos. A necessidade de integrar os espetáculos teatrais ao roteiro do turista que vem visitar a cidade é uma das alternativas que permitiriam dar maior visibilidade ao teatro na cidade de Natal dinamizando o turismo cultural.

METODOLOGIA Esta pesquisa se integra no projeto de pesquisa “Estudo de caso e mapeamento das indústrias criativas no Rio Grande do Norte”, aprovado pela UFRN e renovado pelo Edital PIBIC_PIBIC_AF_PIBITI_2014-2015. Esta pesquisa tem por objetivo refletir sobre as

principais características do segmento teatral na cidade de Natal, identificando as principais dificuldades e potencialidades para o exercício da atividade no estado. Para a realização da pesquisa optamos pela metodologia qualitativa por forma a aprofundarmos o conhecimento sobre o nosso objeto, tendo recorrido a entrevistas semiestruturadas aplicadas a representantes de cinco grupos de teatro natalenses: Grupo Estandarte, Cia Cênica Ventura, Grupo Estação, Grupo Arkhétipos e Grupo Carmim. Todos os grupos entrevistados exercem um trabalho considerável no universo teatral potiguar. O grupo Carmim e o Grupo Estandarte estão exercendo trabalhos na vertente do teatro documental. Este último – Grupo Estandarte – começou sua atividade nos anos 80 e é o grupo de teatro mais antigo de Natal. O grupo Estação de Teatro trabalha com a contação de histórias para o público infantil. A Cia Cênica Ventura é um grupo com seis anos de atividade que trabalha com arte híbrida, envolvendo dança, música, teatro e arte circense em seus atos. Finalmente, o grupo Arkhétipos está vinculado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte e trabalha igualmente com arte híbrida em seus espetáculos.

RESULTADOS Todos os grupos de teatro abordados possuem um trabalho relevante no ambiente potiguar, mas não conseguem sobreviver apenas de recursos advindos das bilheterias. Encontram-se dependentes dos editais públicos (e privados) de cultura e também dos festivais em que participam fora do estado. Com a idéia equivocada de que investir em cultura, é investir em grandes eventos, constata-se que são investidos recursos em grandes shows de artistas nacionais, deixando de lado os artistas locais, atrelando a isso a disponibilidade de poucos espaços destinados à atividade teatral e principalmente espaços nas comunidades. Desse modo, é invocado que não existem suficientes incentivos na valorização dos artistas locais. Levando em consideração que o conteúdo artístico (criativo) para a produção dos espetáculos é pensado a partir da comunidade local e de elementos da cidade, percebe-se o potencial da atividade teatral de atrair olhares não somente do público local, mas também do público externo, nomeadamente dos milhares de turistas que visitam a cidade. Atraídos para conhecer a identidade potiguar através de espetáculos e peças de teatro, os turistas teriam ao seu dispor novos produtos culturais. A dificuldade é que para fomentar esse tipo de interesse é necessário dar visibilidade à atividade teatral, e isso conflita com a existência de poucos espaços destinados à atividade. Nesse sentido, as políticas de economia criativa propõe a criatividade quanto à utilização de novos mercados, o que traduzido para a esfera teatral implica pensar, propor e utilizar novos espaços, nomeadamente, os espaços públicos. O apoio estatal poderia se justificar

na criação de instrumentos, nomeadamente online, que publicitassem a esfera criativa e cultural da cidade e designadamente, os espectáculos e as peças de teatro. Uma segunda ação do estado para apoiar a atividade dos grupos de teatro seria a realização de eventos teatrais relevantes na cidade, que pudesse fomentar na cidade de Natal o turismo cultural.

CONCLUSÃO A cultura pode ser um forte instrumento de auxílio ao desenvolvimento, mas para que ela possa ser utilizada com êxito, é necessário se conhecer a realidade de seus setores culturais. No caso do teatro potiguar, os investimentos em pesquisa devem ser feitos, para que se possa conhecer as principais dificuldades sentidas pelos grupos teatrais. Cabe ao estado e o município, levar o acesso à cultura a todos os públicos da cidade, capilarizando a atividade e levando-a desde as comunidades centrais às mais periféricas. É necessário apoiar a divulgação do teatro em Natal, não apenas em relação à captação de público local, mas também em relação aos fluxos de turistas que têm por destino a cidade de Natal e o próprio estado do Rio Grande do Norte. Para isso, agentes de turismo, grupos de teatro e os próprios poderes públicos devem concertar posições e medidas por forma a beneficiar estes dois setores criativos identificados no Plano da Secretaria da Economia Criativa, através da busca de novos públicos.

Palavras-chave: Economia Criativa, Natal/RN, Teatro, Turismo.

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