Turismo Religioso e Economia Criativa no município de Patu/RN

June 5, 2017 | Autor: C. Rn | Categoria: Ciências Sociais, Turismo, Ciencias Sociales, Economia Criativa, Economia Creativa
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES – CCHLA DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS- DPP

NATALLY ALANNY PEREIRA DA SILVA

TURISMO RELIGIOSO E ECONOMIA CRIATIVA NO MUNICÍPIO DE PATU/RN

NATAL/RN 2015

NATALLY ALANNY PEREIRA DA SILVA

TURISMO RELIGIOSO E ECONOMIA CRIATIVA NO MUNICÍPIO DE PATU/RN

Monografia apresentada ao Departamento de Políticas Públicas como pré-requisito para obtenção do título de graduado no curso de Gestão de Políticas Públicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN.

Orientador: Prof. Dr. Fernando Manuel Rocha da Cruz.

NATAL/RN 2015

NATALLY ALANNY PEREIRA DA SILVA

TURISMO RELIGIOSO E ECONOMIA CRIATIVA NO MUNICÍPIO DE PATU/RN

Monografia apresentada ao Departamento de Políticas Públicas como pré-requisito para obtenção do título de graduado no curso de Gestão de Políticas Públicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. Orientador: Prof. Dr Fernando Manuel Rocha da Cruz.

Aprovada em: ____/____/_____

_____________________________________________ Professor Dr. Fernando Manuel Rocha da Cruz. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Orientador.

________________________________________________ Professor Dr. Alessandro Dozena. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Examinador externo.

_________________________________________________ Professor Dr. Cláudio Roberto de Jesus. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Examinador externo.

À minha querida família.

AGRADECIMENTOS Os estudos e pesquisas realizadas no processo de elaboração do trabalho de conclusão em uma graduação não são realizados individualmente. Nos últimos meses de construção do projeto a figura do orientador foi indispensável para a efetividade da pesquisa, em que foi ofertado material necessário para a teorização do capítulo, além de disponibilizar sugestões e revisar os conteúdos elaborados, demonstrando significativo interesse pela qualidade da orientação. Sendo assim, agradeço ao meu orientador Fernando Manuel Rocha da Cruz por toda dedicação e paciência. Aos professores e amigos do curso de graduação em gestão de políticas públicas. A todos os entrevistados do trabalho de campo na área de economia criativa e referente ao turismo religioso. Ao meu namorado por toda paciência e ajuda no trabalho de campo. Aos meus amigos e familiares pelo apoio recebido... A minha avó por todo amor e compreensão...

RESUMO O turismo religioso no município de Patu, no estado do Rio Grande do Norte, é considerado o maior propulsor na geração de renda da cidade, a qual tem como principal ícone cristão o Santuário de Nossa Senhora dos Impossíveis, localizado na Serra do Lima. Assim, relacionar as políticas públicas de promoção do turismo com a economia criativa é uma possibilidade econômica para aumentar a geração de renda da região através de serviços e objetos culturais e criativos. Além de impulsionar a economia municipal procuramos elencar quais aspectos aumentariam o fluxo de turistas motivados pela fé, elaborando também projetos para infraestrutura da cidade e de criação de novos canais de divulgação dos atrativos religiosos. A pesquisa adotada é qualitativa, onde privilegiamos as técnicas de pesquisa bibliográfica e documental; de entrevistas semiestruturadas realizadas com o Secretário de Cultura e Turismo do município e com representantes dos setores criativos; por último, complementamos a observação com o registro fotográfico. Finalmente, é preciso entender que sendo a cultura religiosa a principal atividade de Patu, esta não é devidamente valorizada pelo governo municipal, dificultando os investimentos nessa área. Complementarmente, é necessário promover os setores criativos e culturais de Patu para que os turistas e visitantes permaneçam mais tempo no municipio de modo a aumentar a renda e o desenvolvimento econômico, social e cultural da região.

Palavras-chave: Economia criativa, Patu/RN, Políticas Públicas, Turismo religioso.

ABSTRACT Religious tourism at the city of Patu, in the state of Rio Grande do Norte, is considered the main propeller of money making of the city, whose main Christian icon is the sanctuary of Nossa Senhora dos Impossíveis, located at Serra do Lima. As result, putting public policies that can improve this kind of tourism to work aside creative economy shows itself as a possibility of income increasing through cultural services and objects. Beyond boosting the local economy, this paper looks for understanding which aspects would elevate the flow of tourists motivated by their faith, elaborating infrastructure projects for the city in matter and creating new divulgation ways of the religious attractions. The research used is qualitative, where we used the most studies techniques such as bibliographical and documental; from following script interviews with the local secretary of culture and tourism and with representatives of the creative sectors studied; lastly, we complemented the observation with photographical registers. At last, it is necessary to understand that, once the religious culture is the most important activity in Patu, this activity, however, it is not properly valorized by the local government, turning more difficult the investments on this area. It is completely necessary to promote Patu’s creative and cultural sectors so the tourists and visitors may linger longer periods in the city to increase it’s income, the economic, social and cultural development of the region.

Keywords: Creative Economy, Patu RN, Public Policy, Religious Tourism.

LISTA DE FIGURAS Fig. 1 – Localização espacial de Patu RN…………………………………...................10 Fig. 2 – Entrada para a Serra do Lima.............................................................................28 Fig. 3 – Parte externa do Santuário de Nossa Senhora dos Impossíveis.........................29 Fig. 4 – Acesso para Serra do Lima no município de Patu RN.......................................31 Fig. 5 – Artefatos religiosos............................................................................................34 Fig. 6 – Construção do terminal turístico de Patu RN.....................................................36

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS CIEC – Centro Internacional de Economia Criativa. CAERN – Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte. CAJIM – Campus Avançado João Ismar de Moura. DCMS – Departamento de Cultura, Mídia e Esporte. DETRAN – Departamento Estadual de Trânsito. FIRJAN – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. ONGs – Organizações não governamentais. PIB – Produto Interno Bruto. P&D – Pesquisa e Desenvolvimento. RN – Rio Grande do Norte. SEC – Secretaria de Economia Criativa. TCC – Trabalho de Conclusão do Curso. TIC – Tecnologia da informação e comunicação. UNCTAD – Conferência das nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento. UERN – Universidade Estadual do Rio Grande do Norte.

SUMÁRIO Agradecimentos...............................................................................................................5 Resumo.............................................................................................................................6 Abstract............................................................................................................................7 Lista de figuras.................................................................................................................8 Lista de siglas e abreviaturas..........................................................................................9 Sumário...........................................................................................................................10 INTRODUÇÃO.............................................................................................................11 1. ECONOMIA CRIATIVA.........................................................................................16 1. 1 Economia Criativa no Brasil.................................................................................19 1.2 Economia Criativa e Turismo Religioso................................................................22 1.3 Potencialidades do Município de Patu RN............................................................27 2. TURISMO RELIGIOSO E ECONOMIA CRIATIVA: A PESQUISA DE CAMPO .........................................................................................................................28 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................41 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................43 APÊNDICE ...................................................................................................................45

INTRODUÇÃO Localizada no interior do Rio Grande do Norte, na mesorregião do oeste potiguar, o município de Patu faz fronteira com a cidade de Olho d’Água dos Borges e tem uma área de 319,29 km2. O seu povoamento foi iniciado em 1718, com a concessão de uma sesmaria na Serra do Lima ao padre Francisco Pinto de Araújo. Alguns anos depois, em 1742, o Capitão Leandro Saraiva de Moura era o proprietário de Patu de Fora, e, em 1755, ele era também responsável pelo Sítio Boqueirão. Dessa forma, durante esse período foi construída a primeira residência no território patuense, a qual foi construída por Antônio Basílio (IBGE, 2014).

Fig. 1 – Localização espacial de Patu RN

Fonte: Adaptado do Google Maps (2015)

A construção do Santuário de Nossa Senhora dos Impossíveis foi o principal destaque do início de Patu, possuindo como principal mentor o Coronel Antônio de Lima Abreu Perreira, comandante do Regimento de Ordenanças da Ribeira do Apodi, na Serra do Patu no período de 1758, o qual concedeu uma sesmaria no território da Serra do Lima. O desmembramento da cidade com o município de Martins só foi obtido no dia 25 de setembro de 1890, por meio da Lei nº 53, sendo considerado município do Rio Grande do Norte. Em relação à formação administrativa, Patu ganhou essa denominação através da resolução provincial nº 260, de 03-04-1852, passando a ter categoria de vila com o

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desmembramento anteriormente mencionado. Apenas em 1911, passou a ser distrito sede. (IBGE, 2014). Dentre as cidades do interior Potiguar, Patu é a que possui maior densidade demográfica, com aproximadamente 12.571 hab. Sua população era de 11.964 habitantes, em 2012. A faixa etária com maior densidade demográfica é de 30 a 39 anos, entre 2010 e 2012, tanto em relação a homens, quanto a mulheres. O produto interno bruto (PIB) a preços correntes do município é de 77.120,00 reais. Já o PIB per capital a preços correntes é 6.381,95 reais, o que nos leva a concluir que a geração de renda produzida pela cidade é positiva. (IBGE, 2012). A partir da década de 1990, o turismo conseguiu maior valorização na agenda de governo, o qual passou a observar as diferenças e potencialidades de cada município, direcionando as políticas públicas de uma forma específica através do Programa de Regionalização. Essas perspectivas podem ser relacionadas com um dos propósitos do Plano Nacional de Economia Criativa, o qual faz menção à importância que deve ser atribuída à diversidade cultural. Desse modo, é importante relacionarmos a economia criativa com o turismo religioso, em que o primeiro irá enfatizar a oferta de um produto, no caso, o turismo de religião, disponibilizando assim a cultura da área analisada como uma forma de impulsionar a economia do município. Como refere Howkins (2001, p. 13): “A criatividade não é necessariamente uma atividade econômica, mas poderia se tornar caso produza uma ideia com implicações econômicas ou um produto comercial”. Nesse caso, tomando como base essa perspectiva acerca de criatividade, podemos analisar que na proposta de intervenção no turismo religioso do município de Patu/RN, é necessário o uso da criatividade quanto à oferta de artefatos religiosos na região; e se faz necessário a utilização de novas ferramentas para divulgar o turismo religioso da área, o qual é rico em atrativos turísticos como a Serra do Lima. Tendo em vista a importância do turismo religioso para o município de Patu/RN, região situada no Oeste potiguar, se faz necessário o levantamento das oportunidades econômicas e sociais que esse setor do turismo proporciona para os cidadãos residentes na área, principalmente aqueles que vivem diretamente dessa atividade. Além desses fatores, é imprescindível a realização de pesquisas e a utilização de diferentes modos de divulgação dos atrativos da cidade e de sua estrutura receptiva. Essas questões merecem

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maior valorização na agenda do governo municipal e estadual, devido principalmente à inexistência de políticas públicas voltadas para o turismo e para a cultura no município. Para que tenhamos uma sociedade justa e sustentável, o turismo deve contribuir no desenvolvimento da qualidade dos serviços e na melhoria de vida dos cidadãos residentes na cidade. Sendo assim, as atividades efetuadas em uma localidade, além de seguirem a ordem de acumulação capitalista, devem contribuir com funções solidárias entre diferentes povos e culturas, promovendo também o desenvolvimento da área trabalhada (CORIOLANO, 2012, p. 61). Em relação ao turismo de base local, é interessante adotar políticas públicas que visem à geração de renda para a maioria da população do município onde os serviços turísticos são disponibilizados. Sendo assim, é preciso a revalorização local a partir de projetos com a sociedade, os quais são introduzidos através da cultura, para só posteriormente objetivar retorno econômico (CORIOLANO, 2012, p. 65-66). Com o processo de descentralização realizado a partir da Constituição Federal de 1988, cada município passou a desenvolver sua própria capacidade de gestão, e no caso aqui tratado, dos recursos turísticos. Quando a gestão local foi impulsionada, cresceram também as estratégias de desenvolvimento dos municípios, na maioria das vezes investindo em suas especificidades regionais, focando principalmente nos pequenos e médios empreendedores, os quais fazem uso da criatividade. A tese sobre o desenvolvimento local é sustentada pela capacidade econômica, turística, cultural, social e ambiental dada a um determinado território político, que passa a ser considerado propício ao sucesso. Em suma, os benefícios do turismo local devem ser prioritariamente para os moradores da cidade, possibilitando melhores condições de vida e a maior geração de renda para atingir o maior público possível. (SILVA, 2012, p. 117-119). Os recursos turísticos são muito propícios à exploração e à falta de compromisso com a preservação de suas características originais, ou seja, seus fatores culturais. Com isso, é necessário que a população da localidade seja o principal gestor dos projetos que o município irá elaborar. Sendo assim, não adianta apenas elaborar projetos turísticos, pois é necessário respeitar demandas locais e relações sociais para que os objetivos almejados sejam alcançados (SILVA, 2012, p. 120). Quanto aos objetivos, geral e específicos, do presente trabalho de conclusão de curso (TCC), podemos dizer que o primeiro consiste em analisar e refletir sobre o turismo religioso quanto à divulgação dos produtos e serviços turísticos no município de Patu/RN tendo em conta as políticas públicas de desenvolvimento da economia criativa. 13

Já os objetivos específicos aqui tratados são: compreender as principais diretrizes, políticas e conceitos relativos à economia criativa; analisar a relação das políticas públicas para o desenvolvimento da economia criativa e o turismo religioso no município de Patu/RN; identificar os setores criativos associados ao turismo religioso em Patu/RN; levantar medidas de desenvolvimento econômico e social da população de Patu/RN, a partir das políticas públicas para o desenvolvimento da economia criativa no âmbito do turismo religioso; divulgar os atrativos turístico do município de Patu RN, de forma que melhore os fatores econômicos da região. Segundo Lakatos (2003, p.163) a seleção dos instrumentos de pesquisa podem ser estabelecidos desde a identificação dos problemas, da elaboração das hipóteses e da determinação do espaço amostral da pesquisa. Nesse sentido, podemos dizer que as escolhas estão ligadas diretamente com todos os fatores referentes à pesquisa, mas ainda é preciso falar que em uma investigação não é costume o uso de apenas um método ou uma única técnica. A pesquisa para o TCC iniciou-se com a investigação de referências teóricas sobre o turismo religioso e a economia criativa através de artigos, livros e alguns trabalhos acadêmicos, usando assim a pesquisa bibliográfica. Além desse tipo de pesquisa, foi utilizada a documental, que inclui a análise estatística dos dados do IBGE referente à cidade de Patu. Além disso, é importante falar que o tipo de procedimento aplicado é a abordagem direta, e teve como técnica de coleta de dados a entrevista semiestruturada, a qual foi realizada com o Secretário de Cultura e Turismo do município de Patu; Vice representante da diocese da cidade; artesãos da Serra do Lima; donos de hotéis e restaurantes. Durante as entrevistas tivemos muita dificuldade na locomoção para acessar à Serra do Lima, e lá chegando, o Padre, representante da diocese não se encontrava, pelo que só conseguimos a entrevista na paróquia de Patu com o vice representante. As outras entrevistas foram obtidas mais facilmente. Esta pesquisa direta nos levou a obter dados primários, além de analisar (conteúdo) todas as diferenças de pensamento entre os setores. Sendo assim, a pesquisa sobre o turismo religioso no município de Patu permitiu a obtenção de informações sobre o tema por meio do trabalho de campo, o qual é classificado como exploratório e descritivo, o que nos permitiu analisar o fenômeno de forma mais aprofundada. Efetuamos ainda o registro fotográfico da área em questão, 14

principalmente dos atrativos turísticos religiosos. Com isso, afirmamos que o método de pesquisa utilizado foi o método qualitativo, em que o fenômeno tratado determina como os dados serão estudados com maior detalhamento, mas não eliminando totalmente os dados quantitativos. Nesse sentido, essa análise ainda define quais argumentos são importantes, além de ser essencial quando se trata do desenvolvimento de novas idéias. O nosso trabalho sobre o turismo religioso no município de Patu propõe no primeiro capítulo tratar do conceito de economia criativa e a identificação dos setores criativos. Resumimos a situação brasileira e internacional da economia criativa por meio de autores como Howkins (2001), Adorno (2002), Cruz (2014a) e Fonseca (2012), além de utilizarmos perspectivas de autores como Teixeira (2009), Alves (2009) e Araújo (2013) sobre o turismo religioso no Brasil e mais precisamente, no Nordeste. No segundo capítulo é feita a análise de conteúdo sobre o trabalho de campo realizado no município de Patu, refletindo sobre as entrevistas realizadas com os gestores e outros setores criativos e religiosos da cidade, elencando os principais fatores positivos, os quais são possibilitados pelo turismo religioso na Serra do Lima. Mas também abordamos as dificuldades enfrentadas pelos moradores, além de alternativas para melhorar o fluxo turístico do município. O último capítulo contém as considerações finais sobre o trabalho, no qual está incluso reflexões sobre os dados analisados no trabalho de campo, mostrando assim as possibilidades de novos projetos para desenvolvimento das atividades turísticas presentes na cidade, e encaminhando a mesma para o exercício de ações criativas com o viés cultural e econômico.

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1. Economia criativa As mudanças econômicas, sociais e políticas vêm transformando a sociedade. Nesse contexto de mudanças se desenvolveu o interesse pela economia criativa, o qual vem se mostrando como um dos setores de maior significância na economia mundial, tornandose uma nova possibilidade estratégica para o desenvolvimento econômico e social do século XXI. Para Howkins (2001, p. 12), “A criatividade não é algo novo, tampouco a economia, mas a novidade está na natureza e na extensão da relação entre elas e como elas se combinam para formar valor e riqueza extraordinários”. O crescimento do debate sobre a economia criativa no Brasil começou nas últimas décadas, principalmente pela influência internacional, a qual pode ser exemplificada através da importância que setores criativos como o entretenimento teve no crescimento econômico dos Estados Unidos nas últimas décadas, em que “quando há um gasto maior no entretenimento, a economia criativa tende a crescer mais rapidamente” (HOWKINS, 2001, p. 19). A Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) realizada em 2004, no Brasil, teve um papel decisivo no debate entre governos nacionais sobre a importância da economia criativa no que diz respeito à geração de emprego, inovação, cultura e comércio. A UNCTAD foi uma das instituições internacionais que promoveu o debate sobre a economia criativa, ganhando espaço no cenário internacional, e impulsionando diversos países sobre a importância da valorização cultural e criativa de uma nação e seu desenvolvimento econômico. A adesão formal do Brasil a essa questão, se dá com a criação da Secretaria de Economia Criativa (SEC) pelo Ministério da Cultura, em 2011, propondo a cooperação entre a SEC e a equipe da UNCTAD, de modo a otimizar o impacto da economia criativa e o desenvolvimento sustentável do país (BRASIL, 2011, p. 76). No entanto, no plano nacional, a Austrália já propusera, em 1994, o projeto “Nação Criativa”1, o qual tinha por objetivo promover uma melhor qualificação do papel do Estado no desenvolvimento cultural do país. No Reino Unido, o debate começou em 1997, com a publicação do primeiro relatório do DCMS (Departamento de Cultura, Mídia e Esporte), o qual identificou os setores criativos, reconhecendo a forte necessidade de formulação de políticas públicas que estimulassem o crescimento econômico destes setores. (BRASIL, 2011, p. 102-104). 1

Creative Nation. 16

Definir um conceito nos leva a refletir sobre as suas possibilidades de interpretação. No que se refere aos conceitos de economia criativa, indústria criativa e indústria cultural, é importante mencionar que podemos encontrar semelhanças e disparidades, entre eles. Dessa forma, se faz necessário uma abordagem específica de cada um dos termos. Para Howkins (2001, p.12-14), a idéia de economia criativa não é recente, mas seu conceito é atual e está em processo constante de readequação devido à mudança das necessidades dos cidadãos, principalmente as de viés econômico. Nesse contexto, podemos afirmar que a economia criativa consiste nas atividades com valor econômico que impulsionam os indivíduos a exercitar sua imaginação, em processos que relacionam a criatividade, o conhecimento e o capital intelectual como principais recursos produtivos na elaboração de produtos ou na prestação de serviços. Portanto, “a economia criativa consiste nas transações contidas nesses produtos criativos” (HOWKINS, 2001, p. 17). A cultura no século XXI está presente em várias dimensões da vida social, sendo considerada central na vida da sociedade contemporânea. O crescimento econômico que a atividade cultural produz acabou impulsionando o estudo científico do tema, e foi nesse contexto de investida econômica através da valorização cultural que a economia criativa e a indústria criativa surgiram (MIGUEZ, 2007, p. 95-96). Para Miguez (2007, p. 96) “A economia criativa é baseada em bens e serviços, baseados em textos símbolos e imagens, e refere-se ao conjunto distinto de atividades assentadas na criatividade, no talento ou na habilidade individual”. Nessa perspectiva, podemos dizer que a economia criativa incorpora desde a propriedade intelectual até às linhas de artesanato tradicional e as cadeias mais complexas correspondentes às indústrias criativas. As importantes implicações ao tema fazem o mesmo ultrapassar a área cultural, evidenciando os impactos positivos referentes ao desenvolvimento econômico de países menos desenvolvidos, os quais utilizam a criatividade como forma de diminuir problemáticas sociais. Abrangendo várias atividades como a moda, o artesanato, as indústrias culturais tradicionais e as de softwares, a economia criativa é considerada como uma das mais dinâmicas ao nível mundial. Isso pode ser constatado no Banco Mundial, o qual apresenta dados segundo a qual, a mesma já representa cerca de 7% do PIB mundial, e irá crescer exponencialmente a uma taxa média de 10%. Nos países desenvolvidos como os Estados Unidos da América grande parte do PIB é resultado de atividades criativas, resultado de altos investimentos (MIGUEZ, 2007, p. 96-97). 17

Tanto a economia criativa quanto as indústrias criativas têm origem anglófona. No Reino Unido, o termo é usado principalmente em países como Cingapura, Índia, Coréia e China, estando a ganhar mais adeptos na Europa, já que nos EUA, o termo é utilizado com maior frequência, diferentemente da sua proliferação na França, a qual é inferior. (MIGUEZ, 2007, p.100-104). Diferente dos países em desenvolvimento citados anteriormente, a discussão da economia criativa no Brasil ainda está em processo recente de desenvolvimento. Apenas, a XI conferência ministerial da Conferência das Nações Unidas sobre comércio e desenvolvimento (UNCTAD) realizada em 2004 na cidade de São Paulo é considerada o marco inicial do país nessa temática. (MIGUEZ, 2007, p 108-110). De acordo com Cruz (2014b, p.3), podemos perceber que o plano nacional de economia criativa focaliza nas dinâmicas sociais, culturais e econômicas, as quais buscam a difusão de bens e serviços com valor criativo. Mesmo sabendo que se trata de uma definição em construção, é notório o alto valor cultural no conceito, podendo o mesmo ser modificado para centralizar nos elementos culturais. Sendo assim, a economia criativa é definida pelas atividades econômicas ligadas à arte e à cultura, em que o elemento cultural passa a ter valor econômico, excluindo assim os que não têm relação com o lucro. No que diz respeito às indústrias culturais, segundo Adorno (2002, p. 18), “A indústria cultural permanece a indústria do divertimento”. Desse modo, constatamos que a diversão se constitui como um fator primordial no que diz respeito a estas indústrias, como o cinema que serve para divertir e entreter o seu público. Sendo assim Adorno (2002, p. 18) entende que “A força da indústria cultural reside em seu acordo com as necessidades criadas e não o simples contraste quanto a estas...”. Para Bendassoli (2009, p. 15), a princípio o termo “indústria criativa” era utilizado no singular. Só a partir de 1960 passou a ser usado no plural, passou a enfatizar a relação entre cultura, tecnologia e economia. A passagem do termo “indústrias culturais” para “indústrias criativas” desencadeia a nova tentativa de articular a arte e a cultura com a tecnologia e os negócios. Somado a isso, analisando a literatura acadêmica constatamos que a publicação de artigos referentes às indústrias criativas é recente, tendo-se iniciado na década de 1990, já as publicações sobre as indústrias culturais são mais antigas, datadas no ano de 1969. 18

As semelhanças entre os dois termos estudados estão cada vez mais enraizadas, onde a criatividade é um elemento presente tanto nas indústrias criativas quanto nas indústrias culturais; isso pode ser somado aos estudos atuais sobre as indústrias criativas, os quais nas últimas décadas passaram a tratar dos impactos que as novas tecnologias e a economia criativa desencadeou, fato que anteriormente exemplificava a diferença entre essas duas indústrias. Sendo assim, podemos dizer que a mudança do termo possibilitou que as novas tecnologias elaborassem caminhos alternativos para que o produto cultural chegasse ao consumidor final, passando a valorizar a parte econômica e comercial. (BENDASSOLI, 2009, p. 16). Ainda segundo Bendassoli (2009, p.15), as variações entre os conceitos de indústrias criativas e as culturais não divergem muito. Mesmo assim podemos dizer que as indústrias criativas são caracterizadas pela criatividade dos indivíduos; já as culturais são focadas no estudo do objeto cultural. Quanto aos estudos realizados na indústria criativa, eles são específicos e com base em cidades ou regiões, além de se desenvolverem por meio de análises dos produtos e serviços em que a dimensão simbólica é preponderante. Já as indústrias culturais estudam o consumo cultural, a mídia, políticas públicas, identidade cultural, modificação das cidades através de variadas produções culturais e a possibilidade de trabalho neste ramo, além de trazer o conflito entre mercado e produção artística. Contudo, a modificação do termo “indústrias culturais” pode ser vista como uma renovação para neutralizar a critica econômica contida nesse conceito, a qual questionava negativamente a inserção mercantil nos objetos culturais. (BENDASSOLI, 2009, p. 16). 1.1 Economia criativa no Brasil A nova pasta do Ministério da Cultura no governo da presidenta Dilma Rousself foi imprescindível para o desenvolvimento do Plano da Secretaria de Economia Criativa (2011-2014). Entre as suas demandas, ele redefine o papel da cultura no Brasil (BRASIL, 2011, p. 19). No Brasil, “Para efeito do plano e da proposição de políticas públicas, é adotado o termo “setores criativos” como representativo dos diversos conjuntos de empreendimentos que atuam no campo da economia criativa” (BRASIL, 2011, p. 23). Sendo assim, para que a economia criativa seja considerada uma política de desenvolvimento para o Brasil é necessário combater os cinco principais desafios, os quais correspondem à falta de dados e informações sobre a economia criativa, 19

insuficiência nas articulações e no fomento de empreendimentos criativos; mais atenção na educação para fins criativos; assim como, a necessidade de criação de marcos legais para os setores criativos (BRASIL, 2011, p. 36-37). Em relação aos setores de maior significância no Estado brasileiro, segundo a SEC, podemos mencionar o artesanato, arquitetura, design e moda, uma vez que eles possuem mais patrocinadores. Um dado importante segundo o Plano de economia criativa é que mesmo o Brasil possuindo um rico patrimônio cultural e grande parte da sua renda ser alcançada por meio de atividades que relacionam a criatividade, o Brasil não está nem entre os dez países criativos mundialmente conhecidos. Isso pode ser percebido até mesmo pela reduzida verba disponibilizada para os setores culturais e criativos (BRASIL, 2011, p.29-30). Segundo o mesmo documento “A Secretaria de Economia Criativa tem como missão conduzir a formulação, a implementação e o monitoramento de políticas públicas para o desenvolvimento local e regional, priorizando o apoio e o fomento aos profissionais e aos micro e pequenos emprendimentos criativos brasileiros” (BRASIL, 2011, p. 39). Para Cruz (2014b, p. 3-4) a UNCTAD elenca em quatro os setores criativos: arte, patrimônio, criações funcionais e mídia. No patrimônio os setores se classificam pelos locais culturais e as expressões culturais antigas; Em artes eles se distinguem entre artes visuais e artes cênicas; na classificação de mídia, os setores da criatividade são divididos entre editoras e mídia de imprensa e audiovisuais; por último, na categoria de criações funcionais eles se distinguem entre design, serviços criativos e novas mídias. Segundo dados da FIRJAN (2014, p. 9), os setores criativos são: consumo, cultura, mídia e tecnologias. Em relação à primeira área criativa temos como segmento a publicidade, a arquitetura, design e moda; no setor de cultura encontramos as expressões culturais, patrimônio e arte, música e artes cênicas; na parte referente a mídia estão os editoriais e audiovisuais; por fim, no segmento de tecnologias os segmentos são: Desenvolvimento e pesquisa (P&D), biotecnologia e as TIC que envolvem o desenvolvimento de softwares e consultorias em TI. Sendo assim, podemos concluir que essa visão é semelhante à da UNCTAD, a qual tem uma visão parecida quanto aos setores criativos aqui tratados (FIRJAN, 2014, p. 7). Em contrapartida, o plano nacional de economia criativa (SEC), classificou cinco categorias culturais: patrimônio, artes de espetáculos, expressões culturais, audiovisual, 20

livro, leitura e literatura e criações culturais e funcionais. É interessante observar que em relação ao patrimônio dividimos os setores em: patrimônio material, patrimônio imaterial, arquivos e museus. Em expressões culturais os setores foram: artesanato, culturas indígenas, culturas populares, culturas afro-brasileiras, artes visuais e artes digitais. Dentre os setores em artes de espetáculo encontramos: música, dança, circo e teatro. Na classificação audiovisual\livro, leitura e literatura, temos o cinema e vídeo, publicações e mídias impressas incluídas no setor criativo. Por fim, incluímos as criações culturais e funcionais, as quais são divididas também por setores criativos: moda, design e arquitetura (BRASIL, 2012, p.30). O Brasil está entre os 10 países mais criativos, mas os investimentos nos setores criativos são ainda muito baixos. Daí que Howkins (2001, p. 107) afirme que “O Brasil ainda se encontra em um estágio diverso (inferior) segundo a “hierarquia dos desejos” de Maslow, e grande parte de seu PIB é gasto em alimentação e produtos manufaturados”. Segundo dados de 2013, a indústria criativa no Brasil apresentava 250 mil empresas. Assim, desde 2004, houve um crescimento de 69,1 %, pois anteriormente eram apenas 148 empresas criativas. Ainda é importante acrescentar que o produto interno bruto brasileiro gera o equivalente a 126 bilhões de reais, valor compreendido a 2,6% do produzido por todo país até ao ano de 2013. Foi reparado também que a respeito dos empregos formais o crescimento nesse setor criativo foi de 892,5 mil reais se compararmos com 2004, avançando assim em 90%. Acrescentado a isso, é observado que principalmente os profissionais criativos da área de pesquisa e desenvolvimento (P&D), arquitetura e publicidade podem chegar a um rendimento de 5.422 reais, quase o dobro que dos outros trabalhadores brasileiros com aproximadamente 2.073 reais mensais. Em relação aos estados criativos no Brasil, é afirmado que os mais criativos são: Rio de Janeiro e São Paulo, em que os paulistas têm 349 mil trabalhadores criativos (2,5%), já no Rio têm 107 mil trabalhadores (2,3%). (FIRJAN, 2014, p. 4-5). Ainda segundo a Firjan (2014, p. 13-19) entre os setores criativos no Brasil, constatamos que os segmentos relacionados com a cultura são os que menos possuem trabalhos formais, constituindo 7.0% das indústrias criativas. Mesmo assim esse setor cresceu 43,6% de 2004 até 2013, tendo destaque principalmente em patrimônio e artes e música, ambas somando um avanço de 56% do mercado de trabalho no Brasil. Em 21

relação à região nordeste do país é garantido que o Ceará é a cidade com maior representação de atividades criativas. Nela, o trabalho formal na criatividade chega a 1,4%, causada pela alta demanda de profissionais da moda. O Rio Grande do Norte está no décimo primeiro lugar entre os Estados com a melhor remuneração, o primeiro colocado é o Rio de Janeiro que cresceu 36,8% desde 2004. Entre as quatro áreas criativas segundo a Firjan (2014, p. 22-23), o consumo é a mais numerosa, constituindo quase a metade dos profissionais criativos no Brasil, principalmente nos Estados do Ceará (54,5%) arrecadado pela influencia da moda; e em São Paulo (50,8%) através da publicidade. Segundo a Firjan (2014, p. 27-28) quanto aos trabalhadores formais, a cultura é a área criativa com menos profissionais, mas ainda assim podemos constatar que a mesma cresceu na última década 43,6%. Em mídias, há 101,4 mil profissionais criativos, avançando 58% do número constatado há mais de 10 anos atrás, tanto na mídia editorial quanto na audiovisual. Por fim, a categoria de tecnologia abriga 306,1 mil trabalhadores formais, ou seja, do total de trabalhadores da área criativa 34,6% correspondem ao setor mencionado, e sem dúvidas em termos de remuneração é o setor com rendimentos médios mais elevados. (FIRJAN, 2012, p. 3136). 1.2 Economia criativa e turismo religioso É interessante observar que o interesse econômico dos setores culturais não é novo. Anteriormente, estava relacionado com a Alta Cultura, o que nos leva a questionar a falta de interesse pela cultura popular (VEIGA,2003,p.11-14). Só a partir da década de 1960, se verificou um crescimento do interesse da ciência econômica pelo campo cultural, com o deslocamento de investimento na economia da arte para a economia da cultura. No Brasil, a economia cultural ainda tem muitas dificuldades, principalmente pelo fraco investimento obtido nessa área de desenvolvimento. O debate brasileiro sobre indústrias criativas foi iniciado por meio do Ministério da Cultura e teve como seu marco central a XI Conferências Ministerial da UNCTAD realizada no ano de 2004, na cidade de São Paulo, em que o governo brasileiro ofereceu o apoio para a criação do Centro Internacional de Economia Criativa (CIEC)2, na Bahia. Nesse sentido, entre 2004 e 2006, registrou-se um crescimento nos contatos internacionais e a realização de vários eventos importantes com participação brasileira. Há ainda, a acrescentar que com 2

Este projecto nunca se concretizou. 22

a criação da Secretaria de Economia Criativa, em 2011, houve um maior estímulo no debate da temática, algo que é indispensável para a criação de políticas públicas para o fomento da Economia Criativa (BRASIL, 2011, p. 105-106). Fonseca (2012, p. 11-12) chama a atenção para a necessidade de uma maior valorização e inovação nos fatores culturais relacionados ao âmbito econômico, em municípios de interior, para além do incentivo governamental. Assim, é necessário promover conexões em diversos aspectos, como as conexões na própria cidade, entre cidades pequenas e médias, e até mesmo entre grandes cidades. Uma outra característica a valorar é a cultura, quer no âmbito emocional, quer identitário. Mas, há que relevar ainda, no âmbito cultural, o seu sentido econômico; bem como sua relação com os setores tradicionais e o ambiente favorável à inovação. Além desses fatores, é preciso citarmos a importância da inclusão social, principalmente com indivíduos vivendo à margem da população, em municípios pequenos do Rio Grande do Norte. O acesso à cultura em um contexto geral acaba não sendo universal para todos, dificultando a proliferação da mesma no que corresponde a produtos culturais e até mesmo objetos culturais. Dessa forma, a valorização de todas as regiões e a inclusão possível através da economia criativa, ajuda na valorização da identidade cultural de uma região (ALVES, 2009, p. 6). Segundo Teixeira ;Romão; Manoel(2009, p. 2), com o passar dos anos, o turismo passou a ser uma atividade econômica que exerce influência em diversos setores, como o político, o religioso e o cultural. É necessário frisar que essa atividade necessita de menos investimento se comparado com os outros setores da economia, devido à possibilidade da mesma utilizar recursos já existentes. O catolicismo tem alcançado grande destaque na atividade turística, principalmente por causa das peregrinações, as quais são caracterizadas pela movimentação de peregrinos de uma região para outra, de forma temporária, objetivando necessidades próprias referentes a atividades não remuneradas. A construção dos santuários religiosos se deu em lugares afastados da cidade, ocasionando o surgimento de comunidades regionais na área. Nesse contexto surgiram os deslocamentos com motivações religiosas, que com o tempo apresentaram algumas modificações, mas não em seu cunho religioso. Elas passaram a objetivar também o lazer em conjunto com as viagens e as peregrinações. Esse fato impulsionou o 23

aparecimento de atividades com outro caráter, que podem propiciar o desenvolvimento da cidade em questão, como por exemplo, o aparecimento de hotéis, pousadas, motéis, restaurantes, equipamentos de saúde, segurança, comércio informal e geração de emprego, entre outros. As viagens em busca de atrativos referentes ao catolicismo envolvem pessoas de diferentes culturas e nacionalidades. Com a intensificação do fluxo turístico surgiu a preocupação em investir no planejamento das cidades anfitriãs, aumentando a eficiência na recepção dos visitantes. As potencialidades do município são utilizadas para atrair os visitantes, prolongando sua permanência na região. Os maiores centros de peregrinação no Brasil surgiram durante a colonização portuguesa, principalmente entre os séculos XVII e XVIII. Esses locais atraem diferentes grupos de pessoas: romeiros, peregrinos e pessoas atraídas pela cultura da região, entre outros. Porém, alguns desses centros de devoção não possuem estrutura adequada para abarcar os turistas, principalmente devido à pouca importância econômica dada ao potencial turístico da mesma (TEIXEIRA; ROMÃO; MANOEL, 2009, p. 3-5). Segundo Teixeira; Romão; Manoel (2009, p. 5-6) “o turismo religioso é uma atividade complexa que compreende tanto a produção como o consumo, tanto as atividades secundárias e terciárias que agem articuladamente, como uma prática voltada para o lazer”. Ainda de acordo com os autores, os investimentos na divulgação dos atrativos turísticos são essenciais para o desenvolvimento social e econômico da cidade. Nas “cidades santuários”, o comércio está diretamente relacionado com o turismo religioso, o qual permite que os peregrinos adquiram artifícios católicos, utilizem restaurantes, farmácias, entre outros serviços. O interesse religioso é atrelado à vontade de conhecer outros lugares, assim como, atrativos culturais ou de lazer (TEIXEIRA; ROMÃO, 2009, p. 8). O turismo religioso vem se expandindo, principalmente no interior do Estado do Rio Grande do Norte. Ele consiste em visitas a lugares sagrados, tanto em época de comemorações reverenciando santos, quanto em períodos normais durante o ano (LOUISE, 2013, p. 1-3). Somado a isso, é importante falar da interferência positiva em termos econômicos que esse ramo do turismo pode ter. Louise (2013, p. 2) adverte que “A religiosidade popular presente no interior do Estado, aponta o turismo religioso como um importante caminho para o desenvolvimento local”, o que de fato pode ser analisado no município de Patu/RN, onde a grande maioria de circulação de capital na

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região é impulsionada pelo turismo, principalmente quando nos referimos à cultura religiosa. É interessante analisar que no Rio Grande do Norte são percebidos dois tipos de turismo religioso, o primeiro diz respeito às festividades religiosas da localidade visitada, como por exemplo, a festa da padroeira em que são reverenciados os santos festivos, e o segundo se refere aos santuários religiosos, que são grandes construções erguidas nos municípios, os quais apresentam o turismo religioso como principal produto turístico. Anteriormente, as manifestações de religiosidade popular eram vistas como características de apenas um grupo, que seria composto por cidadãos festivos da região, comunidade civil local e fiéis. Atualmente, podemos considerar que além dessa demanda social, as festividades culturais e históricas passaram a integrar também essas manifestações, atraindo eventos que possibilitaram um viés mercantil no serviço turístico, inserindo-se como atividade econômica. É perceptível o lado econômico que o turismo religioso vem possibilitando, em que está cada vez mais presente a divulgação dos produtos e serviços religiosos, tais como a elaboração de artefatos religiosos e culturais; lojas de artesanatos; e lanchonetes ou restaurantes que ofertam a comida local, fato que diversifica a economia local (ALVES, 2009, p. 17-19). Finalmente, tendo a Economia Criativa por objeto os setores culturais e sua relação econômica, importa entender, neste trabalho, o elemento cultural e a sua relação com o turismo religioso. Na definição de Eagleton (2003, p. 46) a cultura corresponde ao “verso inconsciente cujo anverso é a vida civilizada, as crenças e predileções tomadas como certas que têm de estar vagamente presentes para que sejamos, de alguma forma capazes de agir”. Eagleton (2003, p. 49-50) diz ainda que a nossa própria noção de cultura baseia-se em uma alienação peculiarmente moderna do social em relação ao econômico. Segundo Cuche (2002, apud CANEDO, 2009, p. 3) “A cultura, para eles, é a soma dos saberes acumulados e transmitidos pela humanidade, considerada como totalidade, ao longo de sua história”. Esse conceito não era o único utilizado na França, já que cultura também tinha imanente a ideia de progresso, ligado a questões educativas e à razão humana. Nesse contexto de significados surgiu a cultura como sinônimo de saber intelectual e de vivência, o qual é utilizado também nos dias atuais, em que um ser considerado primitivo deve evoluir culturalmente. (CANEDO, 2009, p. 2). Para 25

entendermos um pouco mais sobre os distintos conceitos desse termo, é mencionada a concepção de Botelho (2001, apud CANEDO, 2009, p. 5), na qual “através da interação social dos indivíduos, que elaboram seus modos de pensar e sentir, constroem seus valores, manejam suas identidades e diferenças e estabelecem suas rotinas”. Ainda para Canedo (2009, p.6), a cultura pode ser trabalhada a partir de distintos enfoques e diferentes campos semânticos. Na atualidade podemos descrever cultura através de três concepções, em que o primeiro conceito é mais abrangente, nele todos os indivíduos são produtores de cultura, a qual é classificada como um conjunto variado de significados e valores dos grupos sociais. A segunda definição classifica a cultura como atividades artísticas e intelectuais, que objetivam a valorização do sistema de produção, distribuição e consumo de bens e serviços que são configurados como integrantes da chamada “indústria criativa”. Por último, a cultura é tratada como um instrumento de desenvolvimento político e social, em que a mesma é comumente confundida com o campo da sociedade. A definição mais aceita popularmente é da cultura como um modo de vida que caracteriza a coletividade, na qual todos os indivíduos a produzem. O conceito é pouco ligado a práticas artísticas desencadeadas para suprir o mercado de trabalho das indústrias culturais; além disso, é minoria, aqueles que consideram a cultura como um conhecimento intelectual adquirido. (CANEDO, 2009, p. 10). Através do conceito de cultura, podemos afirmar que a relação desse termo com o turismo pode ser considerada atrelada com a produção e distribuição de serviços e de bens culturais que atualmente constituem uma estratégia de desenvolvimento para determinado local, ofertando assim produtos e serviços culturais que passam a gerar renda (CANEDO, 2009, p. 5). Nessa análise, é perceptível como o valor econômico se insere na maioria dos aspectos da vida dos indivíduos, tanto de uma forma negativa, na perspectiva da desigualdade de oportunidades quando em aspectos positivos quando nos referimos ao desenvolvimento econômico de uma sociedade civil organizada.

1.3 Potencialidades do municipio de Patu/RN As principais potencialidades do município de Patu são classificadas por dimensões. Em termos econômicos temos: turismo, rally dos sertões, enduros, artesanato diversificado e 26

gastronomia; caprinocultura, bovinocultura e epicultura; feira livre e variados comércios; campo de pouso; radio comunitária da cidade; indústrias de cantaria e de pré-moldados; serigrafias, oficinas mecânicas, casas de farinha, olarias e escritórios de contabilidade na zona urbana; pousadas, restaurantes, motéis e algumas padarias; agricultura e piscicultura, além de correios e banco postal. (IICA, 2006, p. 106) Na parte sociocultural, a cultura local é representada pelo bumba meu boi, bazuqueiros, malhação do Judas, cavalhada, feira da cultura, louvor a São Benedito, vaquejada local, poetas, escritores, rezadeiras, semana universitária, quilombola, emancipação política, festa da padroeira da cidade, romarias religiosas, cantoras sacras e a serenata do acorda Patu; fachadas dos cemitérios e das casas, e patrimônio tombado; livro com a história do município; festividades carnavalescas; hospitais públicos com estrutura básica do psf, além de laboratórios, ultra-sonografias e centros cirúrgicos; escola pública e privada do ensino infantil ao médio e ensino de informática também na rede pública e privada; jornada esportiva, capital humano e reunião de grupo de idosos. (IICA, 2006, p. 106) Na dimensão político-institucional, o município possui delegacia de polícia militar e civil, junta médica de serviço militar e batalhão; ONGs e câmera de diretores logísticas; correspondentes de notícias para as regiões próximas a todo o Estado do RN; postos do INSS e cartórios; fórum de associações e outros fóruns; escritório da CAERN; presença de um posto do departamento de trânsito do Rio Grande do Norte (DETRAN); além de igrejas católicas e evangélicas, maçonarias e pastorais (IICA, 2006, p. 106). Identificamos na área científico-tecnológico conhecimentos básicos de artesanato em couro, imagem, artigos religiosos, pinturas, cerâmicas, crochê, ceras, biscuit e velas; a cidade abriga também a UERN – Campus Avançado João Ismar de Moura (CAJIM); possui habilidades na pecuária, fruticultura, agricultura, apicultura, piscicultura e serviços na área de construção civil; somado a isso, ainda podemos encontrar internet pública e privada e cursos técnicos de informática (IICA, 2006, p. 106). Por fim, verificamos as potencialidades de Patu na dimensão ambiental, sendo constatado solo de relevo e serras; fauna; clima de ventos fortes e sol propício para o desenvolvimento de energia eólica e solar; território que apresenta minérios, fontes naturais, piscinas naturais e açudes; somado a isso, encontramos muita vegetação no município (IICA, 2006, p. 107).

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Com o desenvolvimento da economia criativa no Brasil, através do Ministério da Cultura, a diversidade cultural e as potencialidades criativas no país passaram a ser mais valorizadas, as tradições culturais somada com a criatividade contribuem para o crescimento econômico de uma nação, visto que os investimentos nessa área aumentaram significativamente nas últimas décadas, desde a inserção do Brasil no debate sobre essa temática. A divisão de categorias criativas contribui nas informações necessárias para o conhecimento sobre as áreas mais desenvolvidas a cada ano, e ajudam a identificar quais setores necessitam de maior contribuição, como é o caso da cultura, na qual está inserido o turismo religioso aqui tratado. Ele se manifesta a partir das tradições culturais de uma região, e mesmo com o aumento de benefícios econômicos por meio do plano nacional de economia criativa, ainda é considerado um segmento frágil de investidas dos três níveis de governo. O turismo religioso é uma divisão do turismo com retorno financeiro, pois ele se associa com a criatividade e também com as potencialidades naturais da região podendo trazer ganhos econômicos indispensáveis para o município, passando a impulsionar cada vez mais a geração de renda do mesmo. Por fim, é sabido que a economia criativa vem aumentando seu percentual de trabalhadores e de renda na última década. Sendo assim, é possível que nos próximos anos esse percentual aumente, ajudando também não só os setores criativos, mas todos aqueles que de alguma forma se relacionam com ele. 2. Turismo religioso e Economia Criativa: a pesquisa de campo Na realização do trabalho de campo, no município de Patu, foram realizadas entrevistas com representantes dos setores criativos e com o representante religioso do município. O turismo religioso é a principal fonte de renda da cidade. Nesse sentido, procurou-se investigar sobre as principais características religiosas, principalmente sobre as questões referentes à Serra do Lima, como também sobre os setores mais beneficiados e as questões que devem ser melhoradas, como é o caso da divulgação dos atrativos turísticos e das políticas públicas de promoção da Economia Criativa. Dentre os entrevistados no trabalho de campo ocorrido no dia 28 de fevereiro na cidade de Patu RN, estão o secretário de cultura e turismo, Genival Cosme dos Santos Junior; o vice representante da congregação, o Padre Américo Leite de Sá Neto; o artesão, Jerry Adriano Santos de Medeiros; a dona do restaurante, Majuceli Dantas; e por fim, o dono do hotel situado dentro do município, Maria Josenilda Ferreira. Eles foram escolhidos 28

segundo os segmentos que deveriam ser abordados para efetividade do trabalho, em que no caso do Secretário de Cultura e Turismo as perguntas realizadas ajudariam na obtenção de informações sobre o tema por meio de uma visão governamental. Em relação ao padre da diocese se procurou relacionar o fenômeno religioso com as dificuldades enfrentadas no setor do turismo e quais as possibilidades de desenvolvimento para a mesma. A entrevista feita com o artesão garantiu a coleta de dados sobre o turismo religioso com trabalhadores que sobrevivem da mesma. Isso foi essencial para o entendimento da problemática. As entrevistas com a dona de um restaurante, e o responsável pelo hotel Plaza, nos ajudaram no entendimento do comércio e da geração de renda dentro da cidade, mostrando quais os benefícios que o município pode receber caso o turismo se desenvolva. O turismo religioso no município de Patu RN é considerado a principal atividade econômica e cultural da cidade, e consequentemente, a principal fonte de geração de renda. As romarias que ocorrem em determinadas épocas do ano no Santuário de Nossa Senhora dos Impossíveis movimenta a economia e a vida social dos moradores, mas os atrativos turísticos religiosos do município ainda precisam ser mais explorados pelo poder público, pois os investimentos nessa área ainda são insuficientes, o que prejudica o crescimento econômico e o desenvolvimento cultural. Ainda é necessário falar que apesar da atividade turística ser o principal suporte econômico da cidade, os benefícios desses atrativos são mais acentuados nas proximidades da Serra do Lima, considerado o local de maior movimentação de turistas religiosos, uma vez que a entrada da cidade é o local onde circula mais capital econômico. Para Patu o turismo religioso é fundamental, é o que movimenta a economia, a vida da cidade, aqui tem outras coisas, mas não movimenta tanto quanto o santuário. O santuário chega a dias que chega a 10.000 pessoas dentro da cidade em um único dia. Tem romarias durante o ano que chega a 10.000 pessoas e movimenta não só naquele dia a economia da cidade mas também faz com que a cidade se torne conhecida. Às vezes em lugares distantes, o que aconteceu até em Petrolina quando eu estive lá, em que eu disse que era o padre de Patu e vieram conversar comigo que conheciam Patu. O santuário faz com que pessoas de muitos lugares, de Pernambuco, às vezes lá encontramos do Norte, do Sudeste, do Sul e que vem conhecer a cidade por conta do Santuário. Essas pessoas vêm com intuito da oração, há alguns projetos para se fazer outros ambientes lá, mas a gente sempre tem dito à administração pública, as pessoas quando não vem porque elas querem ver o 29

mirante, pois se elas quiserem ver o mirante vão a Martins, elas vêm porque querem rezar. (Padre Américo Leite de Sá Neto).

A gente sobrevive disso, do Lima e graças a Deus, o santuário (…) é uma renda boa, a gente sobrevive de artefatos religiosos e a gente precisa dos romeiros. (Jerry Adriano Santos de Medeiros, artesão).

Fig. 2- A entrada do Santuário está localizada no início da Serra do Lima (pé da Serra). O Santuário é o local de maior peregrinação de cristãos no Rio Grande do Norte. É considerado o maior atrativo turístico do município de Patu RN, além de oferecer outras atividades recreativas, como o mirante e o voo de asa delta. A última intervenção na estrutura do Santuário ocorreu há mais de 60 anos, e hoje está necessitando de novas intervenções. Fonte: Elaborada pela autora.

O turismo religioso é o principal eixo de desenvolvimento econômico e social do município de Patu RN, com os benefícios econômicos que essa atividade proporciona aos moradores. É inquestionável também a oferta de novas oportunidades sociais para os mesmos. Antigamente, o principal suporte de geração da renda da cidade era a produção de algodão e o Santuário do Lima, mas com a crise do algodão foi o turismo religioso que sustentou a região de Patu. Há aproximadamente 60 anos atrás, o Santuário de Nossa Senhora dos Impossíveis passou por uma grande reforma,

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garantindo a vinda de mais turistas (romeiros, peregrinos, etc.). Nesse contexto de desenvolvimento da economia e benefícios sociais, podemos mencionar: Penso eu que economicamente sim, e como uma coisa puxa a outra, provavelmente

também

socialmente.

Eu

digo

provavelmente

sim,

exemplificando, você tem um dia de romaria aqui em baixo 10000 pessoas, se reúnem e depois sobem para o santuário. Então você vê muitas pessoas montam seus negócios as suas barraquinhas e etc, e na maioria eles dizem que não fica nada. Então movimenta de fato essa economia, que queira ou não queira influencia a parte social. Tem gente que é dono de supermercado e em dia de romaria grande ele põe uma barraquinha e vende muito, então o que acontece, isso faz com que a geração de renda aumente, e faz a parte social também crescer, o que eu penso que se poderia melhorar se bem que há… Por exemplo, vocês devem ter encontrado pessoas que fabricam imagens, isso também trouxe um avanço para dentro da cidade, geração de renda. As pessoas não só vendem na barraquinha mas elas também fazem coisa que vendem. (Padre Américo Leite de Sá Neto). Desde que o Lima foi reestruturada, porque a devoção já existe há mais de 300 anos, e quando Padre Henrique veio fez toda a infraestrutura que era coisas assim exorbitantes para a época em que foi feito há 60 anos atrás. O que desenvolveu Patu foi o Santuário do Lima, junto com a economia que existia antigamente que era grande produtor de algodão e a praga do bicudo acabou então… o que acabou ainda desenvolvendo foi essa questão turística da parte religiosa. Alguns dizem que Patu era a maior produtora do estado, mas acho que era uma das maiores produtores, tinha usinas, essa região toda dependia daqui. (Genival Cosme dos Santos Júnior, secretário de cultura e turismo). Tem, bastante viu, se tirar o turismo religioso daqui diminui um bocado de coisa em Patu, acho que hoje tem 30 famílias de barraqueiros que sobrevivem daqui. Só no Santuário do Lima, os mototaxistas. De segurança dá uns 10 seguranças trabalhando nas romarias. (Jerry Adriano Santos de Medeiros, artesão).

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Fig. 3- A imagem acima representa a parte externa do Santuário de Nossa Senhora dos Impossíveis durante a festa do dia de Reis na Serra do Lima no município de Patu RN. Fonte: Santuário do Lima, 2015.

Os setores mais beneficiados pelo turismo em Patu, são: os mototaxistas, taxistas, artesãos, igreja e ambulantes que trabalham nas proximidades do Santuário do Lima. O comércio e hotéis dentro da cidade não ganham tanto com o turismo quanto as churrascarias e hotéis à saída da cidade e na entrada da serra. Eu penso que nesse sentido ou taxistas e mototáxistas em um número enorme, pois no dia de romaria, aliás nesse período todos os domingos tem gente, então os ônibus não sobem a serra, chega um ônibus e tem dias que 2h e 3h da manhã um a dois ônibus chegando e os taxistas já passam, eles ficam aguardando. Então quando você vê um ônibus passar você vê os taxistas feito uns loucos. Então para eles, para os mototaxistas, para essas pessoas que são autônomas não tem um trabalho fixo, talvez não tanto para o comércio, (…) porque tudo do santuário vem do comércio, então tudo aquilo da nossa parte como administração nós fazemos o santuário movimentar o comercio local. (Padre Américo Leite de Sá Neto). Pela falta de exploração ainda, eu vejo mais a igreja e lanchonetes, porque pousada não interfere. Tem períodos que as pousadas lotam, mas mais por outros eventos, como a feira da cultura e outros turistas que vem com outros fins. A culpa do não investimento não é da prefeitura é do governo do Estado. (Genival Cosme dos Santos Júnior, secretário de cultura e turismo).

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O turismo religioso é fundamental para a preservação das tradições católicas do município. Nesse sentido, é importante referir que na paróquia de Patu, situada na cidade, as atividades cultuais surgem como forte atrativo turístico religioso, como é o caso da festa da padroeira, organizada no mês de Setembro. Já em relação ao Santuário do Lima, podemos afirmar que não existe festividades relacionadas à paróquia de Nossa Senhora dos Impossíveis, demonstrando a necessidade de ideias criativas para a realização de festivais culturais na Serra e mais investimento do Governo municipal e estadual para que essas novas possibilidades sejam efetivadas. Nesse sentido: Em relação ao santuário nós podemos dizer que não há, nós não temos relação com outras festas, na relação com o santuário, temos em relação à paróquia. Quando é o mês de Setembro temos a festa da padroeira e a feira cultural aqui em baixo, então nesse sentido sim, nós trabalhamos juntos, e ajuda um ao outro porque um incentiva o outro, mas é tanto que no último dia eu subo no palco junto com a administração, mas em relação a paróquia. Em relação ao Santuário não, pois lá não tem nenhuma outra festa relacionada com a administração. Eles ajudam mas não tem um evento cultural. (Padre Américo Leite de Sá Neto). Para o turismo religioso nem tanto… é mais para a movimentação econômica, ela reforça a vinda dos turistas por outras áreas nem tanto pelo turismo religioso, mas reforça a economia. Tammbém porque Patu não vive só do turismo, a saída é no turismo mas é do comércio também. O suporte do turismo é o santuário do Lima, mas nas cidades do redor têm o comércio mas está defasado. (Genival Cosme dos Santos Júnior, secretário de cultura e turismo).

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Fig. 4- Sendo o turismo o suporte econômico do município de Patu, a imagem representa o caminho até à Serra do Lima, a qual é considerada o principal ambiente de devoção cristã. O acesso à Serra é melhor com utilização de veículos, pois o local é distante do centro da cidade, fato que propicia o surgimento de da oferta de serviço de transporte. Fonte: Foursquare,2014.

A divulgação atual do turismo na cidade de Patu/RN ainda é muito ineficiente, pois possuí poucos mecanismos, e os existentes estão presentes apenas na internet, blogs e sites não oficiais. Isso dificulta o crescimento de turistas no município, pois devido à falta de divulgação, a qual é resultante da falta de investimento e interesse governamental, essa área do turismo acaba não sendo tão explorada, deixando assim de proporcionar benefícios econômicos e sociais a longo prazo para os cidadãos patuenses. A questão da estrutura receptiva de Patu para os romeiros e peregrinos também é primordial segundo alguns representantes da prefeitura. Eles contestam a inexistência de uma estrutura de qualidade para receber essa possível demanda turística, se houver efetividade nas políticas públicas. Sendo assim, a questão da divulgação foi analisada pelo secretário de turismo de Patu e um artesão do Santuário do Lima: Deixa muito a desejar. Como meio apenas a internet e blog Patu cidade turística. Próximo mês iremos ter uma reunião com o setor turístico e criar um site para a divulgação do município, aquele site que tem telefone de pousada para ver se está cheio, só que algumas pessoas aqui na prefeitura dizem que é contra, porque fazer divulgação do município se não tem estrutura, mas eu acho que se não divulgar não vai desenvolver nunca, como montar estrutura se não tem com quem gastar. Tem período que vem muita gente da Parabíba, Ceará, nos Domingos normais eu acho que tem mais da

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Paraíba e do Ceará do que do Rio Grande do Norte, o povo da Paraíba vem muito, muito mesmo. Do Rio Grande do Norte é mais quando a diocese promove as grandes romarias, ai vem muita gente. Os gestores não veem a cultura como renda, acham que não vai gerar voto nem renda. (Genival Cosme dos Santos Júnior, secretário de cultura e turismo). Precisa de mais divulgação, a maioria dos romeiros são de Patu, por isso vai ajudar mais na divulgação, só no final do ano que vem gente de Juazeiro. (Jerry Adriano Santos de Medeiros, artesão).

Além do turismo religioso, Patu oferece outros atrativos turísticos, como por exemplo, o turismo de aventura, no qual é realizado o voo de asa delta no alto da Serra do Lima, ele é praticado na maioria das vezes por estrangeiros que passam meses residindo em Patu, e se instalando nos hotéis no centro da cidade; existe também o turismo ecológico e a casa de pedra. Além das atividades recreativas, o município estudado dispõe de uma unidade universitária, a UERN, a qual atrai estudantes de todas as cidades próximos da região. Nessa linha de pensamento podemos acrescentar: Oferece o turismo ecológico, o turismo de aventura, o histórico que tem a história de Jesuino Brilhante, o cultural, só não é muito forte o turismo gastronômico. Tem para todas as áreas aqui. O turismo de aventura já foi mais forte, porque a maioria dos turistas são estrangeiros, tem períodos que eles vem muito, tem períodos que ele vem menos, de outubro a novembro ou até Dezembro tem períodos que eles vem mais, tem anos que eles passam até quase fevereiro. (Genival Cosme dos Santos Júnior, Secretário de Cultura e Turismo). A gente vê muito o vôo de asa delta, ai a hotelaria que ganha com eles. (Jerry Adriano Santos de Medeiros, artesão). Hoje Patu eu não conheço, mas eu sei que tem uma casa de pedras próximo atrai poucas pessoas, e a rampa do voo livre que fica depois do santuário e que pelo menos num período do ano vem algumas pessoas, pois parece ser um dos melhores lugares do mundo para isso, pois o vento é muito forte. Tem outras coisas que a cidade evoluiu, a faculdade, a UERN ela trás as pessoas para cá, me parece que são esses os lugares mais específicos. (Padre Américo Leite de Sá Neto).

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Tendo em vista as dificuldades encontradas no turismo religioso no município de Patu, é necessário mais investimento do governo nessa atividade, além disso, a igreja tem no Santuário do Lima o principal atrativo turístico da cidade, mas os benefícios do governo perante a diocese ainda são poucos. A relação entre essas duas instituições ganhou maior impulso com a gestão de 2014, mas ainda apresenta muitos desafios, principalmente no que diz respeito à concessão de terras da igreja para a prefeitura. A manutenção da infraestrutura da cidade é a principal ferramenta para que os viajantes permaneçam na cidade por mais tempo, e assim, possam gerar mais renda para a mesma. Em relação à segurança e à limpeza da Serra do Lima, a administração municipal está disponibilizando profissionais nessas duas áreas para ajudar nesses ofícios, mas ainda requer maior empenho, em especial na preservação da religiosidade do Santuário, a qual é constantemente agredida por meio de ingestão de bebidas alcoólicas na Serra e constantes assaltos aos peregrinos. Santuário precisa de muita coisa, porque lá em Canindé você tem apoio romeiro, um exemplo, lá no Canindé você chega e tem um galpão para os romeiros armarem rede e até um fogão para cozinhar, aqui não tem nada, vem porque gosta mesmo. Não tem como segurar o romeiro, no Juazeiro tem um canto para o Romeiro descansar, tem onde você colocar seu carro e não paga nada, e chega aqui não tem nada. Deve ser melhorado a divulgação. (Jerry Adriano Santos de Medeiros, artesão). Assim, o turismo religioso não se desenvolveu mais porque a igreja infelizmente ainda é muito fechada, porque a prefeitura está terminando um terminal turístico aqui que era para ter sido feito lá no santuário ia tirar todas aquelas barracas dos camelôs, aquelas favelas, só que para isso ser feito eles tinham que doar o terreno para a prefeitura, porque não pode construir em um terreno particular e depois a prefeitura devolvia. Mas a igreja não aceitou porque também já tem medo de outras situações que aconteceram, que a prefeitura de outras gestões tomou um terreno que era da igreja. Toda obra de infraestrutura que queremos fazer à igreja é muito fechada. Assim, a igreja se dá bem com a prefeitura mas eles têm medo de por exemplo… a igreja diz muito assim: Por essa administração a gente dava terreno dava até a casa da gente para vocês fazerem, mas prefeitura é o tipo, começa numa gestão e já está na outra, e se a outra não quiser devolver? Porque aconteceu de outra gestão a igreja tinha terreno e eles queriam construir um mirante, aquele que está lá em cima, não acharam outro terreno na serra, ai inventaram uma escritura falsa, tomaram o terreno da igreja e construíram o mirante. Ai 36

quando a gente assumiu não tivemos interesse no Mirante, então a gente entregou para a igreja em um período de dez anos, porque é da igreja e não pode devolver para os padre trabalharem lá, mas eles não ligam para isso, abre só dia de domingo na hora do almoço, agora lota. Eles também não querem que venda bebida. (Genival Cosme dos Santos Júnior, Secretário de Cultura e Turismo).

Fig. 5- Na figura acima estão os principais artefatos religiosos vendidos aos romeiros. Eles são comercializados por artesãos do próprio município, possibilitando assim a geração de renda na cidade. Fonte própria: Elaborada pela autora.

Quando nos referimos à formulação de políticas públicas de promoção do turismo e cultura no município de Patu, podemos observar que elas são insuficientes. Isso nos leva a questionar a importância dada a esse setor por parte da administração pública, a qual não enxerga o turismo, muito menos a cultura como uma atividade lucrativa. É nesse contexto que a parceria da igreja e prefeitura deve ser valorizada, objetivando o desenvolvimento de projetos que impulsionem o crescimento da economia local. Um fato importante a ser mencionado é o desconhecimento por parte de alguns comerciantes e pequenos empresários acerca do conceito de políticas públicas, e se elas existem em seu próprio município. Não tem. Foi criado um calendário de romarias que ajudou muito o santuário porque estava um pouco parada, ai o antigo padre criou esse calendário de romaria que ajudou muito. Tem a romaria dos vaqueiros que é bem cultural,

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tem cerca de 200 ou 300 cavalos, tem a romaria dos motoqueiros, é romaria de todo jeito. (Genival Cosme dos Santos Júnior, Secretário de Cultura e Turismo). Não, hoje o que nós temos como ajuda, não sei se enquadra como política pública. O que nós temos como ajuda é pontual, nós temos um funcionário da prefeitura que é liberado para lá, nós temos a limpeza do santuário, nós temos essas coisas pontuais, mas políticas públicas não. (Padre Américo Leite de Sá Neto).

Entre os projetos de políticas públicas estão a construção do terminal turístico de Patu, e o projeto social organizado pela diocese do Santuário de Nossa Senhora dos Impossíveis e a paróquia de Patu RN. Além disso, é necessário falar da elaboração do calendário de Romarias, o qual vem como um instrumento de planejamento das festividades do município; e as possíveis capacitações de turismólogos para passeios turísticos pelos atrativos da cidade. Nós temos pensado pelo santuário a possibilidade de uma obra social na cidade, promover iniciativa pelo santuário, não é uma coisa existente ainda hoje, mas nós já temos conversado sobre isso, tanto pela paróquia mas de modo especial pelo santuário, para que haja de fato uma parte ativa da nossa parte com a sociedade local. Sendo que nós temos também pessoas de outras cidades, nós dois trabalhamos em 5 cidades nas paróquias, e hoje nós conseguimos envolver essas cidades no trabalho do santuário, ou seja no dia de hoje em romaria você tem voluntários das outras cidades, a administração pública de Messias Targino ajuda muito o santuário, então hoje, é uma coisa descentralizada de Patu por nosso trabalho lá, a gente criou laços com essas pessoas e fazem com que elas nos ajude no santuário, isso melhorou, então se pressupõe que fazer um trabalho social a gente também teria que desenvolver nas outras cidades. Pensamos na questão educativa e também na música. (Padre Américo Leite de Sá Neto).

Se eles conseguirem cumprir aquela obra e derem apoio ao romeiro, ai… aqui melhora 100 %, mas vamos ver se terminam a obra do terminal turístico. (Jerry Adriano Santos de Medeiros, artesão).

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Fig. 6- Construção do terminal turístico de Patu RN, o qual está sendo promovido pela prefeitura da cidade, na Serra do Lima. O terreno foi disponibilizado pela igreja, com o objetivo de aumentar os laços de confiança entre essas duas instituições e desenvolver o turismo nessa região. Fonte: Elaborada pela autora.

Mesmo com outros atrativos turísticos, o segmento religioso na cidade de Patu é a base econômica e social da população ali residente. Entretanto, os investimentos nessa área são poucos, o poder público não disponibiliza de políticas públicas de desenvolvimento dessa política. Além disso, podemos analisar que o principal intuito com a visita na Serra do Lima é o religioso, pois mesmo com a construção do mirante nas proximidades os visitantes ainda objetivam a devoção católica. São muitos os setores beneficiados pelo turismo religioso na cidade, sobretudo para os cidadãos que trabalham nas proximidades da Serra do Lima, como os ambulantes e os mototaxistas, os quais são mais beneficiados por tratarem de profissões que prestam serviços aos visitantes e satisfazem necessidades mínimas durante um curto período. Somado a isso, é preciso entender que a maior utilização desses dois serviços ocorre porque Patu não possui uma eficiente estrutura receptiva para os turistas, além de não oferecerem outros atrativos de entretenimento para os mesmos. Quanto à divulgação dos seus atrativos, podemos afirmar que constitui a chave para o crescimento da demanda de turistas na região, permitindo maior geração de renda. Então, se faz necessário a utilização de novos modos de divulgação, não apenas por meio da internet.

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A parceria entre governo e igreja é essencial para a efetividade dos projetos investidos na cidade, pois mesmo com a melhoria na relação entre essas duas instituições ainda existem muitos conflitos de interesse entre as duas. Para que os projetos sejam terminados é importante o entendimento entre ambas as partes, quanto aos investimentos na infraestrutura e em atividades culturais na cidade.

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Considerações finais A economia criativa inserida no contexto do turismo religioso na cidade de Patu RN pode permitir a utilização da cultura como principal ferramenta de crescimento econômico da região, passando a ser valorizada pelos seus objetos culturais e religiosos. A principal mudança a ser questionada é quanto às relações institucionais mantidas pelas duas principais instituições da cidade. Sem entendimento entre elas, as políticas públicas de promoção do turismo não serão efetivadas, tendo em conta que as mesmas necessitam de verba e do consentimento da igreja. Como administrador da verba pública municipal, o governo municipal deve perceber a necessidade de ofertar capital suficiente para suprir os principais objetivos traçados pela igreja, principalmente pelo fato de seus atrativos religiosos propiciarem maior renda para os indivíduos da cidade e atraírem mais turistas para a mesma. Somado a isso, podemos perceber que a riqueza cultural aqui referenciada não está apenas na cultura como identidade de uma sociedade, mas também nas relações econômicas que essas vivências podem proporcionar, no sentido de ofertar produtos e serviços tradicionais e inovadores, os quais usam tanto um ambiente criativo como ideias criativas. O potencial turístico de Patu é muito amplo, não apresentando apenas como atração o Santuário de Nossa Senhora dos Impossíveis, mesmo sendo essa a principal atividade. Com o surgimento da Secretaria de Economia Criativa no Ministério da Cultura, a diversidade cultural e as indústrias criativas e culturais passaram a ser valorizadas, impulsionando o turismo no interior do Rio Grande do Norte. Sendo assim, ao considerar as tradições culturais como uma área que merece investimento governamental, vemos também novas possibilidades de sucesso econômico na cidade. Ao nível sociocultural, a instalação da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN) garante um maior fluxo de pessoas para a cidade, proporcionando uma maior circulação de renda para a mesma. Sendo assim, podemos concluir que a cultura como saber de um povo é exaltada nesse município, constituindo um dos fatores que podemos conciliar com a cultura religiosa, os quais são considerados fatores primordiais para aumentar a motivação do turista em visitar a região. Valorizando esses fatores, as possibilidades de sucesso econômico são mais realistas, desencadeando as outras potencialidades de Patu.

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Foi observado que nas proximidades da Serra do Lima, o comércio é mais beneficiado do que no interior da cidade, pois na zona urbana não há uma eficiente estrutura para os turistas, os quais se dirigem a priori com fins religiosos, vindo principalmente nos finais de semana para o Santuário de Nossa Senhora dos Impossíveis. Com isso, a elaboração de uma política pública para melhorar a estrutura do município constitui a principal ideia para ajudar no aumento e permanência de turistas na área. A divulgação dos atrativos turísticos religiosos de Patu junto com a melhoria da estrutura municipal garantirá a circulação permanente de verba para os trabalhadores que sobrevivem dessa atividade. Os setores criativos na cidade não são explorados nem ganham suficientes incentivos governamentais, sendo assim, a fragilidade de investimentos na área criativa também pode ser identificada na cultura, a qual não é vista como uma atividade lucrativa. Os setores criativos mais relevantes em Patu são representados pelos artesãos que confeccionam artefatos religiosos na Serra do Lima; a feira gastronômica que ocorre uma vez ao ano e os patrimônios culturais religiosos. Porém, apesar da existência desses setores, a debilidade financeira dos mesmos prejudica seu desenvolvimento, além de serem serviços e atividades que não criam uma renda fixa para os cidadãos. No caso da feira gastronômica a renda obtida é uma vez ao ano. Levando em consideração a produção cultural, quanto aos monumentos reigiosos, é necessário a sua readequação estrutural na valorização dos atrativos tendo em conta a recepção dos turistas; nas expressões culturais, o artesanato é confeccionado pelos próprios artesãos, os quais vendem artefatos religiosos em uma localidade sem estrutura adequada, por fim, a feira gastronômica é uma atividade criativa que necessita de mais divulgação, pois o seu público ainda é insuficiente para demandar maiores investimentos para a cidade.

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VEIGA, Alfredo. Cultura, Culturas e educação. Rio Grande do Sul: Universidade Luterana do Brasil. 2003.

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APÊNDICE:

Roteiro de entrevistas: Roteiro para pesquisa qualitativa. Objetivo da pesquisa: Analisar qual a importância do turismo religioso para o público alvo do projeto no município de Patu RN levando em conta as possibilidades de desenvolvimento dessa atividade na perspectiva da economia criativa. Público alvo: O público alvo das entrevistas:  gestores públicos (Secretário do turismo e Secretário da cultura) do município;  Representante de Associação de Artesanato?  Representante do Mosteiro de Patu?  Outros representantes de atividades econômicas ligadas ao turismo religioso em Patu… Nome:________________________________________________________________

Qual a importância do turismo religioso em Patu? O turismo religioso tem contribuído para o desenvolvimento social e econômico do municipio? Quais as atividades ou setores mais beneficiados com o turismo religioso em Patu? Qual a importância das atividades culturais para o turismo em Patu? O que pensa sobre a divulgação atual do turismo religioso em Patu? Que outros atrativos oferece Patu aos turistas? O que deve ser melhorado no turismo em Patu RN? Quais são as políticas públicas atuais que promovem o turismo religioso em Patu? Que políticas públicas faltam ser promovidas para aumentar o desenvolvimento social e cultural do municipio, a partir do turismo religioso?

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