Um diálogo possível

June 26, 2017 | Autor: Renata Garraffoni | Categoria: Historia Antiga
Share Embed


Descrição do Produto

Jornal Informativo de História Antiga

Sumário

2

Editorial

3

Política & Sociedade

Encontro Nacional de História Antiga

Apolo: el legado moral en la constitución del sujeto político

6

Reflexão

8

Entrevista

GT Nacional de História

Apolo: el legado moral

Antiga discute arte,

en la constitución del

poder e sexualidade no

sujeto político

mundo antigo

Apolo parece reunir en su figura, y en la economía general de la narrativa oracular, dos andariveles estrechamente vinculados entre sí. Por un lado, la dimensión de legislador moral y por otro lado, la dimensión del ejercicio de un poder, a partir del conocimientoposesión del fundamento. (Página 3).

Um diálogo possível

Pesq. Gabriel Soares fala sobre relações entre Letras e História

Conselho Editorial Prof. Dr. Fábio de Souza Lessa UFRJ Prof. Dr. Alexandre Carneiro Cerqueira Lima UFF Profª. Drª. Ana Lívia Bomfim Vieira UEMA

Anualmente o GT realiza eventos voltados para História Antiga. Esse ano o Encontro Nacional visa versar sobre arte, poder e sexualidade no mundo antigo. As inscrições já estão abertas (Página 2).

NEA moderniza site e altera layout do Philía (Página 7)

Expediente Coordenação e Direção Profª. Drª. Maria Regina Candido Coordenação de Publicações Prof. Ms. José Roberto Paiva Gomes Edição Pesq. Fabrício Nascimento de Moura Edição Visual Pesq. Junio Cesar Rodrigues Lima

NEA comemora dez anos com seminários (Página 5)

Um diálogo possível Ao retirar a História e a Arqueologia do campo da neutralidade e da objetividade, a base epistemológica dessas disciplinas passou a ser repensada (Página 5).

Φιλια - Informativo de História Antiga - Fev, Mar, Abr de 2008 – Núcleo de Estudos da Antigüidade – UERJ - ISSN 1519-6917

GT Nacional de História Antiga Prof. Dr. Fábio Vergara Cerqueira, Coordenador Geral do GT de História Antiga - ANPUH fala sobre Encontro Nacional.

O GT Nacional de História Antiga, criado em 2001, foi uma bem-sucedida iniciativa de colegas, resultante de uma intensa troca de e-mails entre novembro de 2000 e fevereiro de 2001, em que vários destes colegas opinaram sobre os objetivos e as vantagens que a criação do GT traria para o fortalecimento da área de História Antiga no Brasil. Desde então, anualmente, o GT envolve-se na promoção de atividades: nos anos pares, realiza encontros nacionais; nos anos ímpares, os simpósios temáticos que ocorrem durante os Simpósios Nacionais. Desde sua criação, em 2001, percebe-se uma trajetória crescente nos Simpósios Nacionais, quando o GT invariavelmente propôs seguir a discussão geral prevista nas temáticas motivadoras destes congressos. Assim foi em Niterói, em 2001, em João Pessoa, em 2003, em Londrina, em 2005, e em São Leopoldo, em 2007. O último encontro nacional, realizado em Goiânia, na UFGO, sob a coordenação da colega Ana Teresa Marques Gonçalves. Em seu oitavo ano de funcionamento, o GT Nacional de História Antiga promoverá o VI Encontro Nacional de História Antiga, na cidade de Pelotas/RS, entre os dias 04 e 09 de maio. Cinco anos após a realização do então V Congresso Nacional de SBEC, Fronteiras e Etnicidade, o Departamento de História e Antropologia e o Laboratório de Antropologia e Arqueologia da Universidade Federal de Pelotas promovem um novo encontro nacional da área dos estudos do Mundo Antigo.

2

A temática do evento foi escolhida a partir de um processo de votação, tendo sido escolhida entre cinco propostas. O tema escolhido foi “Arte, Poder e Sexualidade no Mundo Antigo”, seguido do tema “Corpo e Sociedade no Mundo Antigo”, que também contou com votação expressiva, motivo pelo qual procuraremos incluir as preocupações desta segunda temática no quadro da discussão geral do evento.

reflexão de nossos pesquisadores, bem como de pesquisadores de países vizinhos que participem do evento, sobre esta temática, que ao mesmo tempo se mostra tão atual e absolutamente antiga. Entre as atividades, além das conferências e mini-cursos, a cargo de palestrantes convidados, haverá mesas redondas, sessões de comunicações, apresentação de banners, ciclo de filmes comentados, completando com passeios ao valioso patrimônio cultural de Pelotas e da região Sul, coroando a atividade com um banquete mesopotâmico, sob responsabilidade da assirióloga Kátia Maria Paim Pozzer. O evento contará ainda com a participação confirmada do professor José d’Encarnação da Universidade de Coimbra / Portugal. As inscrições estarão abertas a partir de 15/02, até 20/03 (para banners, 20/04).

A escolha de um trinômio para título do evento visa a abrir mais possibilidades de exploração temática. Não é necessário aqui enumerar o grande volume de pesquisas históricas, feitas no Brasil e em outros países, que articulam, sob diferentes perspectivas, os três tópicos motivadores do encontro: os vínculos da arte e artistas com o poder; as expressões da sexualidade na arte; os imbrincamentos entre sexo, amor e poder; quando a arte estava a serviço dos amores e da sexualidade; as expressões do corpo na arte, com suas conotações sexuais; os impactos sobre a organização da sociedade das formas e normas de amor.

Núcleo de Estudos da Antigüidade Universidade do Estado do RJ

O evento deverá, futuramente, resultar em alguma publicação, trazendo ao público brasileiro um apanhado da

Rua S. Francisco Xavier, 524, Maracanã – RJ Prédio João Lyra Filho, bloco A, sala 9030 Tel. (21) 2587-7295 - Fax (21) 2284-0547 E-mail: [email protected]

O público poderá encontrar mais informações no site e e-mail do evento: http://www.enhant6.com e [email protected] e com a secretária executiva do evento, Katia Amorim Macedo ([email protected])

Prof. Dr. Fábio Vergara Cerqueira Coordenador Nacional do GT de História Antiga / ANPUH

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Φιλια - Informativo de História Antiga - Fev, Mar, Abr de 2008 – Núcleo de Estudos da Antigüidade – UERJ - ISSN 1519-6917

Apolo: el legado moral en la constitución del sujeto político Profª. Drª. María Cecilia Colombani (FFCEH / Universidad de Morón / Argentina)

Apolo parece consumar el

imperativo de la mesura desde la más rancia aristocracia olímpica. Si pensamos en el topos mítico como un territorio fecundo de construcción de la normatividad moral, la tensión Apolo-Dioniso, parece ser el antecedente mítico de la clásica tensión hybris-sophrosyne. Apolo representa el vicario mítico de un llamado a la prudencia, como forma de plasmación de la conducta racional, más allá de la necesidad de matizar la radicalidad de las lecturas extremas, que estigmatizan el dionisisno, ubicándolo en el espacio de la desmesura, mientras que Apolo queda santificado en el lugar de la más noble racionalidad. El dios de la luminosidad olímpica y del esplendor solar constituye la más firme convocatoria a vivir la vida conforme a medida. La metáfora lumínica que lo envuelve no es ajena al largo maridaje que solidariza luminosidad con racionalidad y, por ende, racionalidad con mesura. La misma narrativa oracular, inscrita en la experiencia adivinatoria, se alza, desde su compleja arquitectura discursiva, como un corpus normativo, constituyendo el más remoto antecedente de una construcción moral, llamada a tener un efecto socio- religioso. Las nociones de medida y norma emanan de ese entramado de palabras, constituyendo un verdadero legado oracular. Cuando las sociedades carecen aún de un esquema religioso fuertemente institucionalizado, el

3

mito representa una fuente intransferible de construcción de modelos de acción y comportamiento, ya que la conducta de la divinidad se erige en un lugar paradigmático y didáctico, que habla precisamente del mito como una "historia verdadera, significativa y ejemplar", tal como sostiene Mircea Eliade.

Los siete sabios constituyen dentro de la historia de la filosofía, los más fieles representantes del espíritu apolíneo. Son sus más fieles seguidores y aquellos que precisamente han recibido su legado. Son los que se han traspasado el trípode de mano en mano, los que han dejado grabadas en Delfos las famosas sentencias: «Conócete a ti mismo», «Nada en exceso», «la medida es lo mejor», «Usa la media», «Firme la tierra, inseguro el mar», «Debes mirarte al

espejo. Si eres hermoso, haz bellas cosas; si eres feo, corrige el defecto de tu naturaleza con la belleza de la conducta», «Todo es práctica», por sólo citar algunas de las compiladas por Demetro de Falero. (Ver García Gual, Los siete sabios, 202-206) Detengámonos en el vocabulario que aparece en las sentencias. Los conceptos de medida, exceso, firmeza, conocimiento, práctica, belleza, mirada, abren un panorama de peculiares características. El llamado al conocimiento interior, a la mirada en el espejo, marca el rumbo de una acción combinada entre mathesis y ascesis. No sólo conocimiento, sino también práctica como modo de corregir defectos y asegurar una vida bella. La recomendación de la medida parece ser un tema dominante de la narrativa apolínea y el telos último de esa alianza entre conocimiento y práctica, que anticipa el ideal del sujeto griego clásico. El término nomos guarda una riqueza semántica extraordinaria, que invitamos a recorrer: orden, derecho, fundamento, regla, norma, ley, prescripción, máxima, entre otras. Hay una acepción que nos interesa sobremanera. Nos referimos a fundamento y queremos vincularlo con otro término que, por sus resonancias semánticas, querríamos tratar conjuntamente: Arkhe, cuyo significado es principio, fundamento, elemento, mando, autoridad, poder, imperio. Apolo parece reunir en su figura, y en la economía general de la narrativa oracular, dos andariveles

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Φιλια - Informativo de História Antiga - Fev, Mar, Abr de 2008 – Núcleo de Estudos da Antigüidade – UERJ - ISSN 1519-6917 estrechamente vinculados entre sí. Por un lado, la dimensión de legislador moral y por otro lado, la dimensión del ejercicio de un poder, a partir del conocimiento-posesión del fundamento. La acción de legislar, nomotheteo, implica, al mismo tiempo, ordenar, determinar. Es la función de quien ostenta la arkhe para abrir el juego de la obediencia moral. Así, quien legisla, tiene la función de mandar, arkhein, de ser el primero, guiar, ser jefe, presidir, gobernar, dominar. Espléndida metáfora política que sienta las bases de futuras alianzas entre ética y política. Basta pensar cómo surge la dimensión política en el momento en que las sociedades griegas, conmocionadas por el despegue económico y la fragmentación de las viejas instituciones, se respaldan en la figura de Apolo, el señor muy alto que reina en Delfos, según Heráclito, para generar un nuevo orden: la polis. En ese marco, Apolo es, fundamentalmente, quien organiza los espacios, respondiendo a su figura de músico, de protector de fronteras, de pastor. Apolo es un conductor nato. No sólo organiza el kosmos político, sino también el orden moral. En realidad, constituye un mismo acto fundacional porque, sin medida, sin ley, no hay organización alguna. Se trata en realidad de un mismo proceso fundacional, cuya bisagra posibilitante parece ser el concepto de nomos. Retornemos al tema de las sentencias o máximas, gnomai, como "reliquias de la antigua sabiduría", enkataleímmata tes palaias sophías, tal como sostenía Aristóteles. "La sentencia, gnóme, es una forma expresiva muy apreciada por los antiguos. Desde Hesíodo hasta Menandro, el comediógrafo de la Comedia Nueva, pasando por autores tan clásicos como Esquilo, Heródoto, Píndaro y Aristófanes, las

4

gnómai o máximas tienen un papel destacado en los grandes textos griegos. Y es sobre todo en la época arcaica donde surgen esas sentencias memorables con un especial vigor, rico en resonancias". (García Gual, Carlos. Los siete sabios. p. 200.) Estas reliquias constituyen, básicamente, condensadas reflexiones sobre el comportamiento conveniente y articulan primariamente ese corpus inicial y arcaico de una moral laica, "burguesa", tal como sostiene García Gual. Es la insistencia didácticopedagógica de valores como la moderación, la cautela, la veracidad, la laboriosidad, la prudencia, todos valores sin los cuales no puede emprenderse esa gesta fundacional a la que aludiéramos precedentemente. Esta insistencia es el nudo mismo del clero délfico y por ello algunas de estas máximas tienen el soberano honor de estar inscritas en las paredes del templo de Apolo. Se trata pues de un saber popular, tal como la poesía representa esa especie de filosofía popular, que, con el tiempo, va perdiendo fortaleza y precisión. En realidad, el tiempo arrojará el nacimiento de otro tipo de saber, la filosofía, y de su mano, la emergencia de una arquitectura moral de otro registro y de otro orden del discurso. La declinación del mythós coincide, no sólo con la declinación de una forma de pensamiento, sino además, de una arquitectura discursiva, que plasma ese pensamiento. No obstante, más allá de la declinación del mythós, más allá del cambio de narrativa, el espíritu normativo del magnífico dios solar, de Apolo, el oblicuo, resuena con fuerza inusitada en la ética prescriptiva, que tiñe el mundo clásico. La presencia de Apolo como el gran legislador se deja ver en el sesgo disciplinar que atraviesa la polis en su conjunto.

Asimismo, el legado de una vieja y aristocrática alianza entre moderación y poder, se conserva nítidamente en lo que constituye el ideal cívico. La paideia como empresa moral es la consumación de dicho maridaje, la definitiva plasmación de una vida virtuosa que se ve coronada con el ejercicio del poder político y la construcción de una vida conforme a la kalokagathía. Apolo está presente en la polis como aquellas huellas indelebles que los nuevos giros intelectuales no logran borrar, como aquellas marcas que los avatares del pensamiento no pueden sepultar. El espíritu apolíneo marca rumbos, delinea geografías, planea esquemas estratégicos, porque la moral no es otra cosa que una gran batalla por el ejercicio de la arkhe. Apolo es un cartógrafo que dibuja mapas e invita a recorrer un méthodos. Apolo es un pastor que conoce el camino y recomienda su tránsito. Vendrán otros pastores que delinearán otras rutas, otros cartógrafos, con otros logoi, pero aquella marca perdurará, ya que, tal como sostiene García Gual: "en las acciones humanas importa la medida, la mesura, el atenerse a límites, el no exagerar. La virtud que patrocina Apolo es justamente la prudencia, la sophrosyne, opuesta a la hybris, esa soberbia desmesurada que es trampa y privilegio del noble de antaño, del héroe trágico. La dicha va unida a esa racionalidad en el comportamiento". (Ibidem., p. 201) El legado de la racionalidad es el destello apolíneo por excelencia, ya que la misma se mide en medida, en límite y norma. En esta línea de reflexión, no hay resolución del sujeto moral por fuera de este margen de racionalidad, constitutiva de la identidad de aquel que se erige como un individuo autónomo, como un sujeto amo de sí, dueño de sus actos, porque conoce el fundamento de la acción ética. De

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Φιλια - Informativo de História Antiga - Fev, Mar, Abr de 2008 – Núcleo de Estudos da Antigüidade – UERJ - ISSN 1519-6917 modo tal que, en el fondo último de la cuestión, se está jugando una alegoría por el poder. Así, Apolo nos devuelve, desde su multiplicidad morfológica, la figura del pastor, del legislador, del fundador y todas ellas se aúnan en un mismo paradigma que, en definitiva, abre el juego de la utopía política. Referências Bibliográficas Colli, G. El nacimiento de la filosofía, Barcelona, Tusquets, 1987. Colli, G. La sabiduría griega. Valladolid, Trotta, 1988. Cornford, F. M. From Religion to Philosophy, New York, Harper Torchbook, 1957. Eliade Mircea. Mito y Realidad. Barcelona, Editorial Labor, 1991. García Gual, Carlos. Los siete sabios (y tres más). Madrid, Editorial Alianza, 1996. Jaeger, W. Paideia. México, FCE, 1995. Vernant, J.-P. Mito y pensamiento en la Grecia Antigua, Barcelona, Ariel, 2001.

NEA comemora dez anos com seminários e lançamentos Pesquisadores preparam grandes eventos para este ano

Em 2008 o Núcleo de Estudos da Antiguidade da UERJ (NEA) comemora dez anos com programação intensa. Serão organizados o I Colóquio de Magia e Mito na Antiguidade e Medievo, entre 26 e 30 de maio, e o I Encontro Nacional e IV Encontro Regional de Estudos Romanos, que ocorrerá em junho, ambos na UERJ. Também será lançada em maio a revista científica eletrônica e semestral, NEARCO. O I Colóquio de Magia e Mito na Antiguidade e Medievo, traz como tema a feitiçaria, mitos e rituais mágicos. As inscrições podem ser feitas no próprio NEA, localizado no Instituto de Filosofia História e Ciências Sociais (IFHC) da universidade. Os preços para ouvintes são R$10,00 e a apresentação de trabalhos variam entre R$ 10,00 e R$ 15,00. A organização do evento é da professora Drª. Maria Regina Candido, da UERJ, fundadora do NEA, e premiada pela Alerj com Menção Honrosa, e do professor Dr. Johnni Langer, especialista em cultura Viking, e membro da comissão editorial da revista científica Brathair. Entre as grandes atrações do evento estão o grupo Froedi de cultura celtogermânica que apresentará dramatização de textos medievais, e palestras dos próprios organizadores. O IV Encontro Regional de Estudos Romanos, que este ano será realizado junto com o I Encontro Nacional de Estudos Romanos, acontecerá de 16 a 20 de junho também na UERJ. As discussões serão a cerca da cultura romana, sua expansão e poderio. Já a primeira edição da NEARCO trará artigos de alunos e professores que integraram o núcleo de estudos e estará disponível gratuitamente no site http://www.nea.uerj.br.

Bibiana Maia e Renata Maia Profª. Drª. María Cecilia Colombani Letras Classicas/Facultad de Filosofia, ciencias de la Educación y humanidades da Universidad de Morón e Facultad de Humanidades da Universidad Nacional de Mar del Plata

Fique por dentro de nossas atividades

Medéia, mito e magia Maria Regina Candido

Eventos II Seminário de Filosofia Antiga: linguagem, mito e retórica. De 05 a 09 de maio de 2008 Cursos de Extensão Cartago: o terror de Roma De 07 de março a 18 de abril de 2008 Religião e Filosofia De 07 de março a 18 de abril de 2008 As inscrições estão abertas. Certificação garantida com registro da carga horária do curso ou evento. Maiores informações no site do NEA: Http://www.neauerj.br

5

O livro apresenta a magia como um conjunto de práticas, de conhecimento e igualmente de uma arte que atrai as forças divinas do Cosmos. Tal conjunto permite conhecer o segredo da organização do universo, de agarrar encadeamento dos objetos, seres e deuses.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Φιλια - Informativo de História Antiga - Fev, Mar, Abr de 2008 – Núcleo de Estudos da Antigüidade – UERJ - ISSN 1519-6917

Um diálogo possível Profª. Drª. Renata Senna Garraffoni (Departamento de História da UFPR)

Tendo cursado História na

Unicamp, minha formação foi profundamente marcada pelo estudo dos textos para o entendimento do passado. No entanto, como a cultura material dos povos da Antigüidade me chamava muito atenção desde antes de meu ingresso no mundo acadêmico, ao decidir especializar meus estudos no campo da História Antiga, mais especificamente no período do início do Império romano, nunca deixei de lado a possibilidade de trabalhar cultura material e texto conjuntamente. Sob orientação do professor Pedro Paulo Funari, desde muito cedo fui despertada para uma reflexão crítica sobre o passado, em particular sobre qual o tipo de relação com as fontes e o universo romano que gostaria de construir. Paralelamente a isso, influenciada pelo cotidiano brasileiro, profundamente marcado pelas desigualdades sociais e pela violência, fui gradativamente me interessando por temas como a marginalidade entre os romanos, transgressão social, combates de gladiadores, assim como o discreto papel que as camadas populares desempenhavam na historiografia clássica. Com o desenvolvimento dos trabalhos, aos poucos, procurei constituir um diálogo com esta historiografia procurando caminhos alternativos que permitissem expressar a pluralidade destes sujeitos, muitas vezes silenciados pelos modelos normativos de cultura. Nessa busca, o diálogo com a Arqueologia tornou-se uma opção fundamental para o desenvolvimento de minhas abordagens e, desde então, tenho

6

aprofundado meus conhecimentos em ambas as disciplinas. Assim, nos últimos anos, tenho desenvolvido pesquisas na Universidade Federal do Paraná e trabalhado junto Núcleo de Estudos Estratégicos da Unicamp enfatizando a necessidade de se construir meios para estudar a cultura material e os textos de uma maneira mais dinâmica, evitando a noção na qual a primeira seria mera ilustração dos segundos.

Essa reflexão, de como atrelar texto e cultura material sem a sobreposição de uma pela outra, tem sido desenvolvida em um contexto teórico-metodológico que remete a profunda revisão epistemológica que atravessou as Ciências Humanas no final do século XX. Considerando que a moderna ciência nasceu em meio à formação dos Estados nacionais e do colonialismo europeu, muitos intelectuais têm apontado um aspecto pouco considerado até então: o modus operandi da construção de modelos interpretativos. Os estudos que se desenvolveram destacaram como os modelos interpretativos das Ciências

Humanas estavam carregados de uma visão de mundo eurocêntrica, fundamentados na busca incessante pela verdade e pela legitimação de políticas de domínios territoriais. As críticas que surgiram em meados da década de 1970, especialmente após os desconcertos causados pelas reflexões de Foucault (1996; 1997), foram imprescindíveis para abrir caminhos para uma crítica mais aprofundada ao fazer dos pesquisadores, bem como a formação de uma perspectiva analítica na qual a História e a Arqueologia passaram a ser entendidas como discursos específicos, embebidos das percepções de seu produtor. Ao retirar a História e a Arqueologia do campo da neutralidade e da objetividade, a base epistemológica dessas disciplinas passou a ser repensada, proporcionando uma explosão de reflexões acerca da teoria para a produção de modelos interpretativos menos normativos acerca das relações humanas no passado. No final da década de 1990, por exemplo, Lyotard (1997: 37/38) afirmou que a descrença com a forma tradicional de produção de conhecimento acerca do passado abriu espaço para repensar os modelos interpretativos até então criados e refinarmos nossa sensibilidade para percebermos as diferenças e nossa habilidade de tolerar o que nos parece radicalmente distinto. Nesta mesma época, Baudrillard (1997) também desafiou os historiadores a pensarem em alternativas para se escrever a História, abandonando a noção de causa/efeito em prol da busca de novas explicações sobre o

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Φιλια - Informativo de História Antiga - Fev, Mar, Abr de 2008 – Núcleo de Estudos da Antigüidade – UERJ - ISSN 1519-6917 passado; Munslow (2000: 189) chamou atenção para a urgência de pensar como construímos o passado como História e os arqueólogos Shanks e Hodder (1998) defenderam a importância da ação responsável e consciente nas intervenções em sítios arqueológicos para a produção de interpretações multivocais do passado. Os desdobramentos dessas críticas já são sentidos na historiografia romana publicada mais recentemente, pois nota-se em muitos estudos a preocupação com a cultura romana entendida como parte da construção da vida coletiva, além do destaque aos conflitos e a diversidade na qual as relações humanas se desenvolveram naquela sociedade. Nesse sentido, as revisões teóricas e metodológicas que atravessaram o campo de trabalho de historiadores e arqueólogos têm permitido a construção de novos objetos de estudo, além de possibilitar a produção de uma reflexão sobre as repercussões políticas de cada uma das disciplinas. Embora tenha resumido aqui em poucas palavras um ardente debate travado no campo da História e da Arqueologia, acredito que sua brevidade tenha apontado para o cerne de minhas preocupações atuais. Ou seja, para construir interpretações que permitam que os gladiadores e as camadas populares romanas sejam libertados da visão tradicional de plebe ociosa e repensados a partir de suas particularidades e visões de mundo, a cultura material tornou-se uma alternativa instigante. Afinal, ao contrapor textos e vestígios materiais é possível flexibilizar as abordagens e construir modelos interpretativos da sociedade romana de maneira menos excludente. Bibliografia citada: BAUDRILLARD, J. 1997. “The ilusion of the end”, in K. Jenkins (org.) The post modern reader, Routledge, Londres, pp. 39-46.

7

FOUCAULT, M., 1996. A ordem do discurso, Edições Loyola, S.P. FOUCAULT, M., 1997. Arqueologia do saber, Forense Universitária, R.J. LYOTARD, J-F., 1997. “The postmodern condition”, in K. Jenkins (org.) The post modern reader, Routledge, Londres, pp. 36-38. MUNSLOW, A., 2000. The Routledge Companion to Historical Studies, Routledge, Londres. SHANKS, M. & HODDER, I., 1998. “Processual, postprocessual and interpretatives archaeologies”, in: D.S.Whitley (org.) Reader in archaeological theory – Post Processual and cognitive approaches, Londres, Routledge, pp. 69-94.

Nota de Agradecimento Equipe NEA/UERJ O Núcleo de Estudos da Antigüidade agradece a Professora Doutora Mônica Leite Lessa do Departamento de Relações Internacionais do PPGH / UERJ por doar de um microcomputador e contribuir com reforço na segurança ao acesso às dependências do Núcleo. À professora Mônica Lessa o nosso muito obrigado.

Profª. Drª. Renata Senna Garraffoni Doutora em História pelo IFCH/Unicamp; professora do Departamento de História da UFPR

NEA moderniza o site e altera layout do Philía

Durante os últimos quatro meses, a equipe do Núcleo de Estudos da Antigüidade, coordenada pela Profª. Drª. Maria Regina Candido, repensou a disposição das informações contidas no site. Após muita conversa e conciliação das mais diversificadas sugestões, o Núcleo colocou no ar um site completamente modificado em sua disposição, mas com todas as informações que o NEA sempre prestou aos seus colaboradores. Dentre as novidades do site está à possibilidade de adquirir o Philía, um informativo de história antiga já consagrado pelos pesquisadores, através da rede. O jornal Philía também sofreu várias alterações, como se pode perceber nesta edição. A intenção da equipe é estreitar ainda mais os laços da comunidade científica com a sociedade gerando novos conhecimentos. Para isso, o NEA está disponibilizando e facilitando o acesso aos resultados de suas pesquisas através de cursos e eventos. No site do NEA o internauta tem acesso às informações sobre cursos e eventos, artigos de história antiga, notícias, informações sobre livros acadêmicos e grupos de estudo. Vale a pena conferir! O endereço do NEA é http://www.nea.uerj.br. Uma ótima opção para quem curte Antigüidade. Acesse e indique o site para um amigo.

Junio Cesar Rodrigues Lima

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Φιλια - Informativo de História Antiga - Fev, Mar, Abr de 2008 – Núcleo de Estudos da Antigüidade – UERJ - ISSN 1519-6917

Pesq. Gabriel Soares fala sobre relações entre Letras e História Entrevista concedida ao Pesq. Fabrício Nascimento de Moura – NEA/UERJ

Philía: A que motivos você atribui a dupla indicação para a premiação na Semana de Iniciação Científica (SEMIC)? Pesq. Gabriel: Acredito que o próprio trabalho desenvolvido pelo Núcleo de Estudos da Antiguidade (NEA) tenha sido o grande diferencial. O NEA procura sempre trabalhar a questão da originalidade nas pesquisas, isto é, utilizar a arquitetura e os elementos religiosos como documentos, por exemplo. Esta foi a linha que seguimos no trabalho que apresentamos em 2006. Já no ano de 2007 nós trabalhamos com um tema que continha um recorte cultural amplo e singular, porém com uma epistemologia relativamente curta. Nós estudamos o desenvolvimento da linguagem desde os fenícios até os romanos. Neste caso eu acho que o que contribuiu para a indicação foi o fato de que o enfoque dado a este tema era muito preciso, muito direto. E um outro diferencial, não querendo me vangloriar, é a facilidade que eu tenho em comunicar minhas produções. A forma como apresento é sempre objetiva e eu acredito que isso seja levado em consideração. A objetividade e a clareza são fundamentais.

8

Philía: Como você observa esta relação entre Letras e História?

quem deseja se aventurar nos domínios da pesquisa?

Pesq. Gabriel: Existem muitas possibilidades de relações entre Letras e Historia apesar de algumas pessoas acharem que não tem nada a ver uma coisa com a outra. Por exemplo, para o estudo da filologia, se faz necessária a compreensão das civilizações para a análise de suas produções textuais. Não dá pra estudar a produção textual de uma civilização sem analisar seus aspectos históricos. A própria tradução de línguas antigas corre o risco de cair no anacronismo se não forem levados em consideração determinados aspectos de sua cultura. Além disso, entre Letras e Historias há um ponto de contato fundamental: ambas lidam com o ser humano.

Pesq. Gabriel: Acho que para o pessoal que está começando o importante é entender o ambiente de pesquisa. O que realmente dá retorno para o seu trabalho é o seu esforço pessoal. Por melhor que seja o seu orientador, ele não vai fazer a pesquisa para você. É preciso entender também que nunca devemos deixar de estudar. A universidade hoje está formando profissionais para um mercado que não existe mais. Hoje o profissional que se destaca é aquele que consegue circular por outras áreas. A universidade forma pesquisadores, mas apenas cerca de 5% deste irão se dedicar realmente a atividade de pesquisa. É o mercado quem direciona o profissional. E a faculdade não é capaz de oferecer tudo aquilo que o aluno necessita. Outra coisa importante é a gente fazer aquilo que a gente gosta. A socialização é muito importante também: ao mesmo tempo em que você está na faculdade para aprender a estudar você está ainda para socializar-se. O mercado hoje exige que você seja articulado, que você saiba se relacionar com as pessoas. Mas você tem que ser uma pessoa que saiba se virar. Valorize a si mesmo. A vida está cheia de estímulos negativos: as pessoas tendem a desestimular as outras. Mas esta gente faz isso porque não querem se esforçar e se incomodam com a conquista alheia.

Philía: Quais são os seus projetos para o futuro, relacionados com a sua pesquisa? Pesq. Gabriel: O trabalho que eu apresentei na SEMIC faz parte da minha monografia que vou apresentar em Letras. A pesquisa que desenvolvo no NEA, que trata da questão da arquitetura e dos aspectos religiosos na Atenas do V século eu pretendo desenvolver na pós-graduação. Por enquanto, na monografia eu estou trabalhando com o desenvolvimento da escrita: no Egito, na Grécia, em Roma, entre os fenícios. As línguas são muito estudadas, mas a escrita em si tem sido bastante negligenciada. Podemos estabelecer o diferencial através do contato entre diversas áreas do conhecimento. Philía: Quais são as suas considerações finais e quais os seus conselhos para

Pesq. Gabriel Soares Graduando em Letras pela UERJ

Apoio e impressão: DIGRAF Gráfica da UERJ

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.