Um guardião do Convento de S. Francisco de Leiria

May 19, 2017 | Autor: R. Charters-d'Aze... | Categoria: Coimbra, Leiria, Rainha santa, Convento de Santa Clara, Convento de S Francisco de Leiria
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EstóriasdànossaHistória Ricardo Charters d:Azevedo

Um guardião do Convento de S.Francisco de Leiria AI647.D. IA 1647, D. João IV ordenou a mudança do antigo mosteiro de Santa Clara em Coimbra, em estado João IV ruinoso e constantemente inundado pelo rio Mondego, ordenou a para o vizinho Monte da Esperança. As obras, no . mudança do entanto, decorriam lentamente. Desperdiçou-se, ou antigo melhor, roubou -se muito dinheiro e não se via crescer o mosteiro de edifício do convento. Santa Clara A 20 de fevereiro de 1669, o principe regente D. Pedro emCoimbra. recomenda aD, Jacinta de Távora, abadessa do em estado ruinoso e convento de Santa Clara, que o provincial nomeasse um "religioso de grande satisfação e virtude que com a constantesua presença, e com as ordens que lhe dará o marquês mente de Marialva, aplique as obras". .lnundado O guardião do convento de S. Francisco de Leiria, o pelorlo padre Frei António da Porciúncula (da família Costa Mondego. Guerra da Barreira - Leiria), é nomeado comissário das para o vizinho obras pois foi o "eleito por el-Rei, pela boa informação que teve do seu talento e ser perfeito religioso" . Passa a Monte da Esperança ser igualmente confessor das Clarissas. O marquês de Marialva, transfere, a 28 de março de 1669, para o Padre Frei António da Porciúncula, "todos os poderes necessários para acudir a este exercício assim para mandar obras como para tratar e dispor das fábricas, e despender o dinheiro das consignações que lhe são aplicadas tudo como se fosse eu presente porque para todo o sobredito lhe transfiro a faculdade necessária na mesma forma que me esta encomendada". Mas as dificuldades eram de toda a ordem: financeiras, de arquitetura ~ de coordenação de equipas, como veremos seguidamente. Por exemplo, no ano de 1675 foi nomeado um novo tesoureiro das obras do mosteiro pois tinha sido preso o anterior. O falecimento dos mestres das obras, primeiro de Pedro de Freitas, e depois de Francisco Rodrigues, leva a parar as obras para se fazerem as medições e acertarem-se contas. Em 1667, consegue-se concluir a construção do dormitório e em outubro fez-se a procissão da transladação do corpo da Rainha Santa, e das freiras, ficando o culto instalado num salão do convento, pois que a igreja só ficou concluída em 1696. '

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~ornal de Leiria 4 de Maio de 2017

Somente em 1686 Frei António da Porciúncula recebe uma das três chaves do cofre ficando as outras com o tesoureiro e a outra na posse do Juiz de Fora. As obras continuam, mas surgem problemas de toda a ordem. Por exemplo, ao examinar a planta da capela-mor e o retábulo que aí ia ser colocado, descobre que a capelamor tinha sido construída demasiada "curta e pequena". Mas o arquiteto e engenheiro Mateus do Couto, que fizera algumas alterações à planta original de Frei Turriano, não quis saber e voltou para Lisboa. A obra ficou parada, tendo o padre Frei António da Porciúncula que encontrar uma solução, que passou pelo "rompimento" da parede que divide a sacristia da

capela-mor e da casa dos confessores, roubando algum espaço, o que permitiu acomodar o retábulo Estando acabada a igreja, esta foi sagrada a 26 de junho de 1696, sendo dedicada à rainha Santa Isabel de Portugal, e a 3 de junho faz-se a transladação do corpo para o altar-mor. A cerimónia foi presidida pelo bispo.conde de Coimbra, D. João de Melo, "revestido de insígnias pontificais". Tendo acabado a tarefa que lhe tinha sido cometida há 27 anos, a 11de novembro de 1696 morre o padre Frei António da Porciúncula e é enterrado no convento de S. Francisco da Ponte em Coimbra. Texto escrito de acordo com a nova ortografia

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