Um Modelo de Usuário para Integração de Dados de Pesquisadores a partir de Redes Sociais André de Alencar Oliveira1, Edemberg Rocha1, Damires Souza1. Unidade Acadêmica de Informática - Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) - João Pessoa – PB – Brazil
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Resumo. Atualmente, redes sociais fazem parte da vida da maioria das pessoas, e, por essa razão e pela necessidade de divulgação de dados profissionais e acadêmicos, algumas redes sociais para esse escopo foram surgindo, como o LinkedIn e o ResearchGate. Nesse cenário, aplicações capazes de coletar e integrar informações sobre usuários a partir dessas redes estão se tornando cada vez mais úteis. Este trabalho apresenta um modelo de usuário para integrar os dados provenientes dessas redes em relação a um dado usuário pesquisador. Espera-se que o modelo possa ser usado para facilitar a criação de novas aplicações que precisem desses dados de modo a contribuir no crescimento da área acadêmica e profissional de diversas áreas.
1. Introdução Atualmente, a World Wide Web (Web) é considerada o maior sistema de informação distribuído já construído, graças à facilidade com que seus usuários conseguem publicar informações. No panorama da Web, as redes sociais virtuais surgiram e vêm se tornando incrementalmente mais populares, ocupando tempo considerável do dia-a-dia de seus usuários1. Nota-se que, diariamente, quantidades enormes de informações são publicadas, e milhões de usuários interagem sobre esses dados. Embora tudo isso seja realidade e já existam esforços para construções de aplicações de coleta de informações publicadas nas redes sociais [Benevenuto et al. 2012], estas ainda são poucas, principalmente quando se trata de redes sobre dados profissionais ou acadêmicos. Existem aplicações Web que poderão beneficiar-se com a coleta e integração de informações sobre pesquisadores, facilitando análises de dados de forma conjunta. Um exemplo é a aplicação de identificação de especialistas para avaliação de artigos. Particularmente, na etapa de coleta de dados, existem desafios na definição de filtros para selecionar os dados de acordo com demandas reais de aplicações, como, por exemplo, quando se busca informações sobre um dado pesquisador. Dados coletados das redes sociais devem passar por uma etapa de identificação, tratamento e padronização para facilitar sua integração [Benevenuto et al. 2012]. Além disso, conflitos de heterogeneidade sintática e semântica têm de ser resolvidos, diante das estruturas e perfis diferentes existentes nas redes. Levando em conta o usuário (pesquisador) como foco para a seleção dos dados e, diante desse cenário de heterogeneidade de informações, um problema de pesquisa é identificado como segue: Considerando a diversidade de estruturas, tipos e dados de perfis de usuários pesquisadores existentes em redes sociais profissionais e acadêmicas, como
1http://blogs.oglobo.globo.com/nas-redes/post/brasileiros-gastam-650-horas-por-mes-em-redes-sociais-
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gerar um modelo de usuário que proveja uma visão integrada dessas informações coletadas? Nesse contexto, este artigo apresenta um modelo para integração de dados sobre pesquisadores coletados a partir de redes sociais profissionais e acadêmicas. O modelo proposto está sendo especificado e implementado de modo a contemplar um formato sintático e semântico que possibilite a integração dos dados, assim como seu uso por uma aplicação de coleta, tratamento e persistência dos dados.
2. Redes Sociais e Trabalhos Relacionados Com o passar do tempo, várias redes sociais surgiram, incluindo redes de profissionais e acadêmicas. Dentre elas, esse trabalho analisou as seguintes: a LinkedIn2, uma das maiores e mais completas redes sobre profissionais; o ResearchGate3, que tem a proposta de gerenciar dados sobre pesquisadores e que, adicionalmente, organiza um sistema de notas para eles; e a Academia4, cujo foco é a publicação das pesquisas realizadas pelos seus usuários, possibilitando-os monitorarem efeitos causados por elas. Além das redes sociais citadas, este trabalho analisou alguns relacionados. O trabalho de Kapsammer et al. (2012) apresenta uma abordagem semiautomática para extrair informações de esquema a partir de dados de redes sociais como Facebook5, Google+6 e LinkedIn, gerando um modelo próprio, de modo a facilitar o uso de ferramentas de integração. Fijalkowski e Radoslaw (2011) propuseram um sistema Web que coleta e utiliza, para realizar recomendações, os dados obtidos a partir de perfis do Facebook. No trabalho de Tao et al. (2011), um serviço que identifica o tema e extrai entidades a partir de tweets foi implementado e um modelo em Resource Description Framework (RDF) com essas informações foi definido. O trabalho de Ji (2014) objetiva desenvolver uma aplicação para análise de dados sobre saúde. Para isso, provê uma etapa de integração de dados usando princípios de dados conectados (linked data) e a definição de um modelo que é usado como esquema de integração.
3. Proposta de Modelo de Usuário para a Integração de Dados Para criação do modelo de usuário, foram realizadas as seguintes etapas: (i) Análise das informações presentes nos perfis das redes sociais acadêmicas e profissionais, em especial, a ResearchGate, Academia e LinkedIn; (ii) Seleção das informações dos pesquisadores, suas competências e expertises; (iii) Identificação dos metadados (conceitos e propriedades) a serem usados; (iv) Verificação de possibilidade de reuso dos metadados a partir de vocabulários recomendados; (v) Construção da ontologia; (vi) Instanciação e Validação. As etapas foram cumpridas e uma primeira versão do modelo foi gerada, conforme mostra a Figura 1. A notação usada para a apresentação do modelo é a do ontograf (protege)7. Para ilustrar o uso do modelo, um exemplo com dados obtidos a partir das redes citadas é mostrado na Figura 2. Nesse exemplo, foram coletados dados sobre a pesquisadora “Diana” que tem “doutorado”, habilidade em dois idiomas (“inglês” e “português”), participa de um projeto (“Matcher”), possui algumas publicações e
2https://br.linkedin.com/ 3https://www.researchgate.net/ 4https://www.academia.edu/ 5https://www.facebook.com/ 6https://plus.google.com 7http://protege.stanford.edu/
interesse em áreas como “Big Data” e “Database Systems”. A partir dos dados coletados, será realizada a avaliação da ontologia por meio de consultas.
Figura 1 – Modelo do Usuário para Coleta de Dados
Figura 2 – Exemplo de Instanciação do Modelo com Dados Obtidos da Pesquisadora “Diana” a partir das Redes Sociais Citadas
4. Considerações e Trabalhos Futuros Este trabalho está em fase de conclusão. Ele irá auxiliar o processo de integração de dados sobre pesquisadores de redes sociais acadêmicas e profissionais, considerando suas heterogeneidades. Como trabalho futuro, o modelo criado será utilizado por um serviço de coleta de dados que já se encontra em desenvolvimento.
5. Referências Benevuto F., Almeida J., Silva A. (2012) “Coleta e Análise de Grandes Bases de Dados de Redes Sociais Online”. Jornada de Atualizações em Informática (JAI), Congresso da Sociedade Brasileira de Computação (CSBC). Curitiba, BR. Fijalkowski, D., Radoslaw, Z. (2011) “An architecture of a Web recommender system using social network user profiles for e-commerce”. Federated Conference on Computer Science and Information Systems, pp. 287–290. Szczecin, PL. Ji, X. (2014) “Social Data Integration and Analytics for Health Intelligence”. In Proceedings of the VLDB 2014 PhD Workshop. Kapsammer, E., Kusel, A., Mitsch S., Proll B., Retschitzegger, W., Schwinger, W., Schonbock, J., Wimmer, M., Wischenbart, M., Lechner, S. (2012) “User Profile Integration Made Easy—Model-Driven Extraction and Transformation of Social Network Schemas”. WWW 2012 – MultiAPro'12 Workshop, pp. 939 – 948. Lyon, FR. Tao, K., Abel, F., Gao, O., Houben, G. Tums (2011) “Twitter-Based User Modeling Service”. ESWC 2011 Workshops, pp 269-283. Heraklion, GR.
