UM NOVO PRINCÍPIO DE DISSIPAÇÃO DE ENERGIA PARA A FRATURA BASEADO NA TEORIA FRACTAL Lucas Máximo Alves Al. Nabuco de Araújo ,469,Uvaranas,CEP - 84031-510, Caixa Postal 1007, Fone/Fax: (042) 223-9355 Ramal-38,
[email protected], Centro Interdisciplinar de Pesquisas em Materiais, Universidade Estadual de Ponta Grossa-PR, CIPEM/UEPG-PR.
RESUMO Teoria Fractal para a descrição do processo de propagação das trincas, com algumas modificações Algumas considerações da Termodinâmica dos Procesos Irreversíveis
Um novo princípio de dissipação de energia, () Válido para estruturas fractais ramificadas como trincas e rupturas dielétricas OBJETIVOS Compreender melhor o processo de formação destas estruturas e em particular o processo de propagação destes fenômenos. Foi possível calcular a taxa máxima de trincamento numa fratura catastrófica
Compreender o processo de ramificação das trincas numa visão Fractal. INTRODUCÃO Qual o caminho seguido por uma trinca?? Fratura Estável G = Rf Catastrófico Ramificada G>Rf e G/a Rf/a) Conectando os “defeitos” concentradores de tensão mais próximos (Ao = ec, c 0) a) Fenômeno da ruptura, mostrando a caminho da trinca b) Princípio de ruptura de Weibull válido para o caminho da trinca
menor caminho para uma trinca caminho mais fraco ou “fácil”.
corrente de elos mais fracos .caminho dos elos mais fracos
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Figura - 1.0. Analogia entre o caminho seguido por uma trinca, conectando os defeitos “mais próximos” numa região delimitada por defeitos em um material e uma corrente de elos fracos de Weibull.
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Figura - 2.0. Superfícies de fratura, mostrando o número de micro-superfícies em função do número de defeitos presentes. FUNDAMENTACÃO TEÓRICA
Condições para ramificação? Alta densidade volumétrica de energia acumulada Volume limitado Distância de interação característica Velocidade máxima de propagação do fenômeno tempo de interação caracteristica
A tendência geral observada numa fratura frágil, é a necessidade que o corpo tem de aliviar as tensões concentradas num ponto, da forma mais eficiente possivel, de forma que a dissipação seja máxima ( ) e o transporte seja mínimo (Ao = ec, c 0, onde e: espessura do corpo) através do mecanismo das ramificações, gerando um tipo de estrutura atualmente conhecida como fractal(3),
“A dimensão fractal se aplica a fenômenos físicos que se propagam eficientemente de sítio a sítio, sem re-visitar os sítios anteriores”. Stanley(4)
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Deve haver um critério dinâmico de estabilidade(2), dado por alguma função que descreva o fenômeno da fratura. O MODELO
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Figura - 1. Fractais ramificados, mostrando um elemento de estrutura a) Fractal Físico estatisticamente auto-similar b)Fractal Matemático auto-similar. dU/dt = (dU/dt)int + (dU/dt)ext APLICAÇÃO A FRATURA
Figura - 2. a) Trinca radial num disco de espessura ”e” e raio Rmáx. b) fragmento fractal de raio r e espessura “e”. Ao = Ar H-D A = Te
*
= r/R
T = Tr H-D Nf()= H-D A Formulação Matemática do Princípio
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int = (dUf/dNf)(H-D) [/( + 1)](Nf/r)vr int = (dUf/dNf)(H-D)(Nf/R)Vr onde: = (dr/dt)/(dR/dt) -1. A direção escolhida para a dissipação é aquela em que o alívio (ruptura) se dará com a maior potência interna dissipada possível (int = Fv = Rv/c) entre dois pontos próximos favoráveis de fratura.
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Figura - 4. Trincas formadas com diferentes graus de densidade de energia imposta ao material.
DECORRÊNCIAS DO PRINCÍPIO
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Dividindo-se o processo de fratura em graus de intensidade de energia aplicados a um material frágil, pode-se entender através das expressões (D) e (G) os diversos níveis de dissipação de energia de fratura dento de um material. Se: a) ap = f e dR/dt 0, regime estável ( processo quasi-estático, Figura - 4a). b) ap > f e 0 < dR/dt < Vs, regime instável não catastrófico (Figura - 4b). c) ap >> f e 0 < dR/dt = Vs, regime instável catastrófico (Figura - 4c). d) ap >>> f e 0 < dR/dt = Vs, regime instável catastrófico com ramificações de trincas (Figura - 4d). e) ap >>>> f e 0 < dR/dt = Vs, regime instável catastrófico com ramificação de trincas e superposição de ramos sem fechamento de contornos (Figura - 4d). f) ap >>>>> f e 0 < dR/dt = Vs, regime instável fragmentante com ramificação de trincas superposição de ramos e fechamento de contornos em fragmentos (fragmentação) porém com velocidade dos fragmentos aproximadamente nula (Figura - 4e). A partir deste regime qualquer saldo energético proveniente da densidade de energia externamente aplicada, é impingido sobre a energia cinética dos fragmentos, o que representa uma “explosão” (Figura - 4f). dU/dt =(dU/dN)(dN/dt) = (dU/dV)(dV/dt)
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dN/dt = (H - D)(Nf/R)(dR/dt) = (H - D)(Nf/R)Vr dN/dt)máx = VS/ao = [E/ (1-)]1/2)/ao dU/dt = (dU/dN) (H - D)(Nf/R)Vr = Fr.Vr = 2reVr Fr = (dUint/dNf)(H - D) (Nf/R) r (R) = (-1/2e)(dU/dN) (H - D)(Nf/R) dV/dt = 2RedR/dt = 2reVr dUint/dV) = (f2 /E) = r/R dUint/dV)máx = r/ao Vmáx = VS =[E/ (1-)]1/2) dU/dN = 2aoe f2 /E = (2/Tr)1/2 f2 /E = (2/T)D--H
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CONCLUSÕES Foi possível: Relacionar o fenômeno da fratura frágil com a Termodinâmica dos Processos Irreversíveis, através de um princípio geral de dissipação. Relacionar a dimensão fractal com alguns parâmetros físicos da mecânica da fratura. Explicar o crescimento de estruturas fractais (trincas, dendritas, rupturas dielétricas, etc) que têem a necessidade de dissipar a energia acumulada num volume limitado da forma mais eficiente possível, mas possuem tempos de interação microscópicos característicos. Entender o processo de ramificação destas estruturas como uma forma eficiente de distribuir a energia pela maximização da área superficial, e do número de estruturas com a minimização do transporte de energia. O abaixamento da energia livre numa situação de instabilidade capaz de gerar uma estrutura fractal, se dá de forma que, a estrutura gerada possua a forma geométrica que melhor otimiza o processo de dissipação e transporte de energia no espaço e no tempo A limitação do escalonamento entre escalas min max é explicado pela quantidade de energia total armazenada inicialmente no sistema É possível garantir que quando a escala de dissipação for mínima a potência dissipada é máxima. A menor estrutura correspondente à escala mínima, passa obrigatóriamente a existir, porque necessariamente existe um tamanho mínimo onde a interação microscópica acontece. Os tamanhos críticos responsáveis pelos fenômenos de nucleação de trincas, são os limitantes inferiores para o processo de escalonamento A teoria de Griffith para trincas está implicitamente incluida no processo quando = min, e o máx, corresponde a escala microscópica da dimensão da trinca ou do corpo de prova.
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A partir das considerações feitas neste trabalho foi possível entender de forma heurística os conceitos decorrentes da teoria fractal, desde a fratura até a “explosão” em fragmentos, cujo conjunto deles pode ser entendido como o pó do material frágil, formado num processo de “trituração” ou “explosão”.
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