Um tesouro na Quinta do Brogal?

May 27, 2017 | Autor: R. Charters-d'Aze... | Categoria: History, Genealogy, Genealogia, Historia, Genealogie, Leiria, Invasões Francesas, Leiria, Invasões Francesas
Share Embed


Descrição do Produto

Estó iasda .os HistóriaRicardo Charters dAzevedo

Um tesouro na Quinta do'Brogal?

I

IAfirmava-se, ainda há 50 anos, que na Quinta do Brogal (Parceiros) estavam pratas, escondidas dos franceses desde 1808, pela família Costa Guerra, apontando-se que teriam vindo em dois carros de bois da casa dos Costa Guerra, na Barreira. Mostramos abaixo que é mais um boato ... A 30 de Janeiro 1801 na "Gazeta de Lisboa", foi publicado o seguinte anúncio: "Deseja-se vender huma Quinta, sita no lugar do Brogal, meia legua antes de chegar a Leiria, por parte da qual passa a nova Estrada. Tem casas novas de sobrado e águas-furtadas, com adega, lagar, lambique, celleiro, cavalhariça, palheiro e cocheira [... J Quasi toda esta Quinta e suas pertenças he livre, e só dentro della há tres pequenos prazos. Na loja da Gazeta se dirá com quem se deve tratar este negocio?' Esta Quinta, que não chegou a ser vendida naquele ano, era propriedade do desembargador Bemardo José de Sousa da Guerra, fidalgo cavaleiro da Casa Real, cavaleiro da Ordem de Cristo e do Conselho de Sua Majestade, desde pelo menos 1785, pois neste ano comprou a Antónia Maria, viúva de José Francisco dos Pinhais da Azoia, uma propriedade anexa à referida Quinta. Bernardo José de Sousa da Guerra, filho de Manuel de Sousa e de Rosa Maria Coelho da Guerra, casou com Delfina Bárbara Quaresma da Fonseca e Costa, tendo nascido em Leiria o seu filho António Cesário de Sousa da Guerra Quaresma, que foi igualmente desembargador. Este casa, em Lisboa (Anjos), a 2.2.1818, com Maria Genoveva de Amorim Viana. Dado que seu irmão Manuel Policarpo morre sem descendência, por morte de seus pais herda todos os bens de seu pai, incluindo a Quinta do Brogal, que se estendia desde a antiga ENl até à aldeia do Brogal, Tiveram pelo menos: João Silvério de Amorim Guerra Quaresma (1821), fidalgo cavaleiro da Casa Real, cavaleiro da Ordem da Torre e Espada (1856), bacharel o

o

i Jornal de Lema 17de Novembro

de 2016

"Afirmava-se. ainda bá 50

anos. que na Quinta do

Broga! (Parceiros) estavam pratas. escondidas dos franceses desde 1808"

o

em Direito pela U.C. (1843), governador civil do distrito de Castelo Branco (1857) e de Aveiro (1865), secretário geral do distrito do Funchal; António Bernardo de Amorim Guerra Quaresma (Lisboa, 1825); e Maria Paula de Amorim Guerra Quaresma (Lisboa, 1830). Em 1855, por morte de sua mãe, Maria Paula de Amorim Guerra Quaresma, vende a Quinta do Brogal, que lhe pertencia por herança, ao capitão do Batalhão móvel dos Voluntários deLeiria, Antônio Maria da Costa Guerra, pai do futuro primeiro visconde da Barreira, por um valor de 1.200 mil reis. Quer o comprador quer o vendedor tiveram que solicitar autorização para que a transação se fizesse, ao Hospital da Misericórdia de Leiria e a Joaquina Barbara Natário, possuidores de parcelas anexas à Quinta a eles aforadas. Tratavam-se prazos com o foro, um de alqueire meio de centeio e outro de 400 reis em

e

o

dinheiro, ao Hospital da Misericórdia de Leiria. Este foro foi feito em 1784 pelo capitão José da Costa Vieira com a confraria de N.a Sr.a da Apresentação e cujos bens foram posteriormente incorporadas no referido Hospital. Um terceiro foro era de mil reis em dinheiro à viúva de Pedro Francisco Natário. À Confraria do Divino Espírito Santo cabia ainda o pagamento de um quarto foro de um frango, ou 60 reis por ele, respeitando a uma fonte que se-encontra no meio da quinta. Em 1889, a Quinta do Brogal faz parte do dote de casamento de Virginia da Costa Guerra, filha do primeiro visconde da Barreira, com o eng. Roberto Charters Henriques d'Azevedo, dono da Villa e Quinta da Portela. Passou depois para o único filho deles e depois para o único neto, estando hoje na posse de uma bisneta. A casa da quinta teve um fogo posto em 2014, que a destruiu interiormente e o resto da propriedade foi recentemente largamente expropriada para se fazerem os diversos acessos à Al9. Assim, demonstra-se que não é verdade o que se conta, que nesta quinta se tenham escondido pratas para as proteger do roubo dos franceses, pois quer a família Sousa da Guerra já vivia no inicio do século XIX em Lisboa (Anjos) e a família Costa Guerra só tomou posse da Quinta do Brogal em 1855,muito . depoisda invasão dos franceses. Texto escrito de acordo com a nova ortografia

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.