U MA ANÁLISE SOBRE AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO , JUVENTUDE E MOVIMENTOS SOCIAIS : O HIP HOP BRASILEIRO An analysis on the relation between education, youth and social movements: the Brazilian hip hop
ĊĘĚĒĔ Este artigo pretende analisar a relação entre os movi-‐
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ponto de partida a juventude e um movimento contemporâneo da juventude, o movimento hip hop brasileiro. Ao trazer este mo-‐ vimento para o debate, do ponto de vista histórico, construíram-‐ ǦƤ
relação com a educação, de modo que parecem estar em um pro-‐ cesso de construção compartilhada, dialogada, quebrando resis-‐ tências e criando espaços educativos além da instituição escolar. ĆđĆěėĆĘǦĈčĆěĊ ĊĉĚĈĆİģĔǢ ĒĔěĎĒĊēęĔĘ ĘĔĈĎĆĎĘǢ čĎĕ čĔĕǢ ďĚ-‐ ěĊēęĚĉĊǤ ćĘęėĆĈę This paper intends to analyze the relation between
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ǡ -‐ Ǥ ǡ
-‐
ǡ
and dialogue, breaking resistances and creating educational spaces beyond the school institution. ĊĞĜĔėĉĘĊĉĚĈĆęĎĔēǢĘĔĈĎĆđĒĔěĊĒĊēęĘǢčĎĕčĔĕǢĞĔĚęčǤ
/ÄãÙÊçÊ
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±ƪÙ-‐
Ù-‐ cação, Comunidade e Movimentos Sociais, composto ǡǡ
-‐ dos, tanto da juventude como dos movimentos sociais.1 ǡǡ±ƪ -‐
ǡǡ
-‐ to de partida, a retomada do debate sobre movimentos sociais ǡ
Ƥ
ǡ ǡ-‐ 1
Grupos de pesquisa do CNPq da Universidade Federal de São Carlos, Departamento de Ciências Humanas e Educação.
V IVIANE M ELO DE M ENDONÇA Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
[email protected] K ELEN C HRISTINA L EITE Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
[email protected]
tos sociais e culturais da juventude e a educa-‐ ǡ ǡ ǡ o movimento hip hop brasileiro em São Pau-‐ lo. Ao trazer este movimento para o debate,
Ǧǡ ǡ
Ƥ
a compreensão dos movimentos sociais e sua relação com a educação.
DÊò®ÃÄãÊÝÝÊ®®Ý͗ÊÝ ãÙ®®ÊÄ®ÝÊÝÄÊòÊÝ A questão dos movimentos sociais ǡ
grandes divergências no âmbito das Ciências Sociais e da Sociologia em particular. Isso Ƥ
ï
ǡ ǡ um movimento social. Sendo assim, temos pelo menos duas grandes vertentes sobre a ²
Ǣgros-‐ so modoǡ
Ƥ
torno dos chamados movimentos sociais tra-‐
Ȁ
ȋȌǤ
Ƥ
ǡ
ǡ
(2000), quatro grandes paradigmas de movi-‐
ǡǣǡ-‐ -‐americano, o dos novos movimentos sociais e o latino-‐americano. Segundo Kula (1977), movimento social ±
Ƥ-‐ teja voltada para a mudança do sistema so-‐ cial vigente. Outra característica importante ±
Ǧǡ ǡ À
Ǣ isto porque seu objetivo maior é a mudança de toda a estrutura socioeconômica. Os estu-‐ dos acerca dos movimentos sociais, assim de-‐ Ƥǡ
Ǧǡǡ
-‐ nariam o papel do sujeito histórico apto a pro-‐ duzir a mudança estrutural da sociedade. Essa concepção de movimento social ±
ƪ
ǡ
Øǡ
±
muitos movimentos. Nesse sentido, alguns autores, dentre eles Scherer-‐Warren (1997), ȋ͕͜͝͝Ȍ ȋ͖͔͔͔Ȍǡ
74
-‐
Ø praxis dos movi-‐ mentos sociais.
Ǧ ȋ͕͛͝͝Ȍǡ -‐ ria sido um dos principais criadores de um
Ø
ǡ
capitalista e, por tratar-‐se de uma superação do sistema baseado na contradição capital/ ǡ Ƥ
ǡ ǡ -‐
Ù
Ǥ -‐ te modo, para realizar tal projeto, para além
ÙȀÀ
ǡ Ǧ
práxis
por parte desse sujeito histórico. ǡ
ǡ movimentos sociais são concebidos de manei-‐ ra puramente instrumental, ou seja, “como os Ƥ
-‐
dzȋ͕͜͝͝ǡǤ͙ȌǤ vista de Gohn (2000), os movimentos sociais, ǡ a prioriǢ
ǦǡǦ ǡÙ
×ǡ
movimentos é sua organização e consciência. ǡ Ƥ
-‐
ï
-‐
Ø
até meados dos anos 1960. Tais abordagens,
ǡ ǡ
ǡ ǣ ǡ ǡ -‐
ǡ ǡ ²ǡ Ǣ posteriormente em: Hobsbawm, Thompson, Willian, Kurtz, Mészarós, Lojkine etc.
ǡ ±ǡ ǡ -‐ ȋ͕͙͝͝Ȍǡ
ǡ Ø
apenas a partir da questão classista, ou so-‐
Ǣ -‐ que, certos movimentos atuariam de modo transversal e, nesse sentido, perpassariam
Ǥ ǣ-‐
,PSXOVR3LUDFLFDED MDQDEU,661,PSUHVVR,661(OHWU{QLFR '2,KWWSG[GRLRUJLPSXOVRYQS
tas, movimentos étnico-‐raciais, ecológicos,
Ƥǡ ȋ±
ǡ ǡ Travestis), dentre outros.
ou tradicional sobre os movimentos sociais, ȋ͕͜͝͝Ȍǡ os novos movimentos sociais, apontam que
×
Ƥ poderiam, segundo eles, ser considerados legi-‐ timamente novos, pois surgiram a partir de ne-‐ cessidades sociais geradas mais recentemente. Quanto aos movimentos étnicos, religiosos, ǡǡ Ǥǡ dos que se denominam novos movimentos so-‐ ciais (NMSs), uma vez que se organizam sob as ǡ deveriam ser assim denominados. Jacobi (2000), por sua vez, a partir da crítica à produção teórica sobre os NMSs, res-‐ ǡ
ǡ se relacionam à crise urbana, sem considerar, para além da heterogeneidade de classe, as
Ù movimentos sociais. Os assim NMSs – em contraposição ao
Ȁ
ǡ À classe, como visto anteriormente – marca-‐ ǡ ±ǡ ±
Ǣ-‐ Ù Ƥ
-‐ ria das Ciências Sociais que, a partir dos anos 1960 e, particularmente, na década de 1990,
Ǥ ǡ
ǡ sendo, obrigada a rever alguns conceitos, abandonar outros e produzir novos. Nesse momento, analisando a produção sobre os
ǡ Ǧ uma retomada do tema e a busca de uma nova síntese propondo, inclusive, novas ca-‐ ǡ
-‐ gens2 que, no entanto, não serão objeto de discussão neste artigo. 2
Ùǣ²
Ǥ͖͕ǡ Ǥ͔͕ ȋ͖͔͔͚ȌǢ Dossiê da revista Estudos Históricos vol 21, n.42 ȋ͖͔͔͜ȌǢ ² Ǥ ͖͕ Ǥ ͙͘ ȋ͖͔͔͜ȌǢ Ƭ ȋ͖͔͔͝ȌǤ
ȋ͕͙͝͝Ȍǡ-‐
͕͔͛͝ ͕͔͜͝ǡ Ø
Ø
em virtude, justamente, de sua transversalida-‐ de, que perpassa toda a estrutura de classe. ǡ tipos de sujeitos e agentes, novos atores, no-‐
ƪǡǡǡ novas necessidades, novas subjetividades e novos espaços políticos nos quais as lutas e embates se desenvolvem. Assim, a teoria das
Ƥ
Ȃ
-‐ Ȃ
-‐ Øǡ-‐ são de grande pluralidade e diversidade. ơȋ͕͜͝͝Ȍ± 1970, os temas dos movimentos sociais gi-‐ raram em torno da nação, da cidadania, da
ǡ Ǣ ǡ atores políticos dominantes eram grupos de interesses altamente institucionalizados e partidos políticos. É a partir das mudanças no mundo do trabalho, ocorridas na década de 1970, que, segundo o autor, passam a ser po-‐ ǡ
ǡÀǡ comunidades culturais, identidades e ecolo-‐ ǤǡƤ
aqueles politicamente relevantes que reivindicam ser reconhecidos como atores políticos pela comu-‐ nidade mais ampla e que apontam para objetivos cuja consecução ten-‐
seu conjunto mais do que a um gru-‐ Ǥȋ ǡ͕͜͝͝ǡǤ͖͗ȌǤ
ǡ ơ ǡ
-‐
ǡ
-‐
Ùǡ-‐ lem a luta de classe. Em Touraine, a partir de outra perspec-‐ tiva, temos os NMSs entendidos: “como uma
À-‐ ǡ Ƥ -‐ rios à realização plena dessa identidade ou
,PSXOVR3LUDFLFDED MDQDEU,661,PSUHVVR,661(OHWU{QLFR '2,KWWSG[GRLRUJLPSXOVRYQS
75
Ƥ
ǡ
²
dz (1997, p. 27). ²ǦǡǡÙǡ segundo Touraine, não partiriam de sujeitos articulados por uma questão de classe social, mas por sujeitos que se constituem como gru-‐ Ù
-‐ te hegemônicos. Assim, seus atores não se Ƥ
ÀƤ
ï
ǡǡǡ estilos de vida. Os novos sujeitos não seriam, então, classes, mas grupos marginais em rela-‐ Ù
Ǥ Poderiam, desse modo, surgir a partir de to-‐
Àȋǡǡ Àǡ ǡ ǡ ǡ -‐ sos), porém não se organizariam, primordial-‐ mente, em combate ao Estado, nem mesmo
Ƥ
Ǧǡ
-‐ -‐se-‐iam em agentes de pressão social.
Àǡ-‐ zadas, segundo Gohn (2001), organizar-‐se-‐iam a partir de: Ù
À
À por atores sociais coletivos perten-‐
ǡ
conjuntura socioeconômica e polí-‐ tica de um país, criando um campo À
Ǥ ȏǥȐÙ-‐ cesso social e político-‐cultural que cria uma identidade coletiva para o movimento, a partir dos interesses em comum. Esta identidade é amal-‐
À Ǥȋ ǡ͖͔͔͕ǡǤ͙͕ȌǤ
ǡ-‐
Ù e mudanças sociais. Reconhece-‐se que detêm
-‐ nas. Segundo Gohn (2007), o repertório de lutas por eles construído demarca interesses, identidades, subjetividades e projetos sociais de grupos distintos, cujas características po-‐
76
ƤǤ Sendo assim, temos: por direitos – sociais, econômicos, políticos e, mais recentemente,
ȋǡ
-‐ dentes, índios, direitos geracionais – jovens e idosos –, direitos dos por-‐ tadores de necessidades especiais, ǡ ȌǢ -‐ mento de luta por melhores condi-‐ Ùǡ e no rural, que demandam acesso a
Ù ǡ ǡ ǡ ïǡ ǡ -‐ ǡǡǡǢ e movimentos que desdobram suas lutas atuando em redes sociopolíti-‐
ǡ×ǡǡ colegiados, conselhos etc. (GOHN, ͖͔͔͛ǡǤ͗͘Ǧ͘͘ȌǤ
Ǧ ȋ͕͜͝͝ǡ ͖͔͕͔Ȍ
a importância dos NMSs na constituição de uma nova cultura política. Estes seriam uma ǡ voltados para a realização de objetivos esta-‐ belecidos em um projeto sob a orientação de princípios valorativos, um a vez que eles nas-‐ cem da desilusão dos esquemas globalizantes
Ǥ ²
ï
-‐ mento, que garante sua autenticidade. ǡ ǡ ȋ͕͙͝͝Ȍǡ
Quando novos personagens entram em cena, preocupa-‐se com a determi-‐ nação dos movimentos sociais como criação de um novo sujeito social e histórico. O autor demarca a criação de novos sujeitos porque esses movimentos estariam revelando novas características. Dz coletivo”, indica uma coletividade na qual se Ǧ-‐ cas pelas quais seus membros pretendem de-‐
,PSXOVR3LUDFLFDED MDQDEU,661,PSUHVVR,661(OHWU{QLFR '2,KWWSG[GRLRUJLPSXOVRYQS
ǡ constituindo-‐se nessas lutas, de sorte que a novidade passa a ser tríplice: um sujeito (co-‐ ȌǡÀ
ȋ²
Ȍ
ȋ
de direitos a partir da consciência de interes-‐ ses e vontades próprias).
ǡ Ǧ
espécie de alargamento do espaço da política ao rechaçar aquela tradicionalmente instituí-‐ ǡÙ
ǡ-‐ ǡǡ
Ù de vida, dos estilos de vida, dos preconceitos,
ǡ±
Ø-‐
ǡ ǡ ação e de participação política. ǡ
ï
ȋ
Ø
Ȍǡ Dz²
dzȋǡ͕͛͝͝Ȍpráxis.
Dz²
dz Ǧ À
iniciativas no âmbito das culturas juvenis e
ǡǡ-‐ senvolvida e debatida por Thompson (1997, ͕͜͝͝ǡ͖͔͔͖ȌǡFormação da classe ope-‐ rária inglesa, seja em As peculiaridades dos in-‐ gleses e outros artigos, ou ainda em A miséria da teoria. ȋ͕͜͝͝Ȍǡ
-‐ ²
±
-‐ liar e social é estruturada e a consciência so-‐
ǣ -‐ tesco, costumes, as regras visíveis e invisíveis
ǡ²
ǡ ×
-‐ ²
ǡ ± ǡ ǡǡÙ que, em sua totalidade, compreende a “gené-‐ tica” de todo o processo histórico. O elemento chave que se relaciona com ²
±ǡǡ
ǡ e, nos dizeres de Ghon (2001,), educação e cul-‐
-‐ sa a educação para além do ambiente escolar, levada a cabo pelos movimentos sociais:
ȏ±Ȑ-‐ no/aprendizagem adquirida ao lon-‐ go da vida dos cidadãos: pela leitu-‐ ra, interpretação e assimilação dos ǡ
À ǡ isolada ou em contato com grupos ÙǤ ȏǥȐ
-‐ Ƥ
ǡ -‐ cessos de atuação dos homens na história. Ela se constrói na história,
Ƥ
-‐ do, mas ao mesmo tempo, é conti-‐ ƪ
Ù são transmitidos de geração em ge-‐ Ǥȋ ǡ͖͔͔͕ǡǤ͙͗ȌǤ
ȋ͕͜͝͝Ȍǡ ²
cultura produzem uma intersecção impor-‐ ǡ × ²
Ȁ²
ideias no âmbito do pensamento e de seus
ǡ ± -‐ tam como sentimentos, e lidam com esses sentimentos na cultura – em nosso caso, nas
Ȃ
ǡ Ù
ǡ
-‐ ǡ
ȋ Ȍ
Ù religiosas. Esse aspecto da cultura pode ser
²
Ǥ ȋ͕͚͝͝ǡ͕͔͜͝Ȍǡ-‐ dição de Thompson, sustenta que:
-‐ ǡ ǡ interagir e de representar que, por ǡƤ vida social se desenvolve. A cultu-‐ ǡǡ pela qual os homens estabelecem Ù
ǡ
Ùǡ
Ƥ-‐ dos e partilhados. A história da idéia de cultura é a história do modo por
,PSXOVR3LUDFLFDED MDQDEU,661,PSUHVVR,661(OHWU{QLFR '2,KWWSG[GRLRUJLPSXOVRYQS
77
que reagimos em pensamento e em sentimento à mudança de condi-‐ Ù Ǥ Chamamos cultura a nossa respos-‐ ta aos acontecimentos que consti-‐ Ƥ
ï
-‐
Ù Ǥȋ ǡ͕͚͝͝ǡǤ͔͙͗ȌǤ
Nesse sentido, os NMSs contribuiriam para o fazer e o pensar educativos, uma vez
-‐ ǡ
²
Ǥȋ͖͔͔͗Ȍ
em sua capacidade de recuperar a centralida-‐ de da ética, reeducando indivíduos, grupos e a sociedade. Um aspecto importante, trazido
ǡ-‐ zer educativos: ±
ǦØ
Ǥ nos lembram sujeitos em movimen-‐ to, em ação coletiva. A maioria das
sujeitos. Assim, os movimentos so-‐
-‐ dida em que nos mostram sujeitos inseridos em processos de luta pe-‐
Ùǡ radicais, de viver como humano. ȋǡ͖͔͔͗ǡǤ͖͘ȌǤ
A relação entre educação e movimentos sociais esteve sempre no cerne dos debates acadêmicos e políticos, embora, nem sempre,
Ǥ
Ǧ
educação, seja no campo ideológico, seja no À
ǡ
Ù×
serviço, ou não, dos movimentos sociais.
DÊò®ÃÄãÊÝÝÊ®®ÝçÊ ÄÊÝÊÄãøãÊݹçòÄ®Ý Segundo Sposito (2000), na esteira dos novos movimentos sociais, que na década de
78
͕͔͛͝ǡ ǡ
-‐ tica, nasce a ideia de participação da socieda-‐
ǡ
-‐ À
ï
ǡ
Ǥ ǡ ǡ
ǡ
ǡ dentre os quais o Conselho de Educação. Em Gohn (2009), encontramos uma ca-‐ racterização da relação entre os movimentos sociais, cidadania e educação, salientando o ca-‐
ǡ
± Ù
×
ï
Ǥ
Ǧ ǡ ï décadas, pode-‐se dizer que houve uma série Ù ï
ǡ -‐ vimentos sociais e a educação (escolar e não escolar), do qual o movimento hip hop é uma Ǣ Ù -‐ Ǥ ȋ͖͔͔͔ǡǤ͙͛Ǧ͚͛Ȍǡ-‐ Ǧǡ
-‐
ï±
ï Àǡǡ-‐
ƤÙ-‐
ï
Ǥ Ƥ ǡ ǡ ǡ
ǡ
escolares, dos temas e processos que tratam, ï
ǡ-‐
ǡ
Ǥ Após a redemocratização, os movimen-‐ tos sociais tornaram-‐se ainda mais atuantes e Ùǡǣ ï
±
-‐ -‐racial, a ponto de atingir, recentemente, a in-‐ corporação, no currículo escolar, da cultura ǦǢ͖͔͔͜ǡ avançou ainda mais, com a inclusão do ensino ×
À Ǥ ǡǡ
a Secretaria Nacional de Direitos Humanos,
,PSXOVR3LUDFLFDED MDQDEU,661,PSUHVVR,661(OHWU{QLFR '2,KWWSG[GRLRUJLPSXOVRYQS
ïÙǡ elaboração do documento Brasil sem homofo-‐ bia. Recentemente, em articulação com o Mi-‐ ±
ǡ
Escola sem homofobia, que ±Ǥ͗ Para se avaliar o impacto de tais políti-‐
ǡǦǦ±-‐ sas a esse respeito depois de um determina-‐ do tempo de sua implementação. Espera-‐se, ǡ Ù Ù nos currículos escolares causem impacto po-‐ Ǥȋ͖͔͔͔ȌǡƤ±
͕͔͝͝ǡ Ù
preocupação com o jovem no estudo dos movimentos sociais, ou no estudo sobre as Ù
ǡǡǡ poderia propiciar um olhar matizado e rico para abrir novas perspectivas para a compre-‐
ï
Ȁ
-‐
Ǥ Acrescentamos que pode, também, abrir novas perspectivas para a compreen-‐ são de processos que envolvam a juventude na educação não escolar e, sobretudo, na educação popular. ǡ±
ǡǡ em países europeus, os jovens sentiam-‐se
ǡ
Ǣ
Ƥǡ -‐ lítica e a busca de uma participação sem ró-‐ tulos. Outra modalidade, que emergiu entre ǡ
Ù ǡ
-‐ dariedade, compreendendo temas diversos,
ǡǡ ǡïǤ ² ǡ ǡ aglutinação juvenil que nascem do mundo do trabalho, ultrapassando os marcos tradicio-‐ nais da relação assalariada e da participação ͗
Escola sem homofobiaǡ Dz Ǧdzǡ ï
ơǡ ͖͔͕͕ǡ × pressão da bancada evangélica no Congresso
ǡ
ƤÙǤ
Ǣǡ
Ǧ
-‐ Ǥ-‐
-‐
de solidariedade, que vêm sensibilizando um conjunto crescente de jovens. Parece que o
Ǧ com a possibilidade da ação indo além da sim-‐ ples denuncia e a articulação de projetos liga-‐ ȋ
Ǥ ǡ͖͔͔͔ǡǤ͛͝Ǧ͔͜ȌǤ Ainda segundo Sposito (2000), estudos À
partir das pesquisas sobre o movimento es-‐ ±
͕͚͔͝ǡ-‐ da a capacidade mobilizadora do movimen-‐ to estudantil. Posteriormente, analisou-‐se a
͕͔͜͝ǡ
-‐ ȋ͕͘͝͝Ȍ
͕͔͜͝ punks e darksǤȋ͕͗͝͝Ȍ
Ǥȋ͖͔͔͗Ȍ-‐ dou-‐se na questão de gênero e no movimen-‐ to hip hop. Souza (1999) buscou investigar
͕͔͝͝ǡ
Ǧ À
anos 1960. Estudos, no âmbito da antropolo-‐ ǡǡ ²
Ǥ Deste modo, pode-‐se dizer que, para Abramo (1994), Sposito (2000), Andrade ȋ͕͛͝͝Ȍǡ ȋ͕͗͝͝Ȍǡ ȋ͖͔͔͗Ȍ (1999), dentre outros, a cena juvenil amplia-‐ Ǧǡ Ƥ
Ǧǡ
-‐ Ù punks, club-‐ bers, roqueiros, rappers etc. Acenam, com vigor, a motivação do jovem em relação a
ǡ -‐ cionais de participação. Para concluir, outro espectro é a inser-‐ ção ocupacional do jovem no mercado de tra-‐
Ƥ
ǡ mais elevadas.
,PSXOVR3LUDFLFDED MDQDEU,661,PSUHVVR,661(OHWU{QLFR '2,KWWSG[GRLRUJLPSXOVRYQS
79
Cabe, portanto, um estudo mais deta-‐
ǡ-‐ mo porque, como salienta Scherer-‐Warren ȋ͕͜͝͝Ȍǡ
ǡǡ
Ø-‐ nomas entre si, mas abertas ao intercâmbio e a cooperação.
hë®ÝãÌÙ®ÊÊ«®Ö«ÊÖÙÝ®½®ÙÊ Ù
-‐ rais praticadas por adolescentes e jovens nas
ǡ-‐ vimento hip hop, progressivamente, tomou ǡ -‐
ÀƤ
-‐ dução de estilo musical, de dança e de arte
Ù À
Ù
-‐ endem as categorias de raça e classe. A história do hip hop reporta-‐se, primei-‐ ǡ ǡ Ǧ ï-‐ mos anos da década de 1960. A proposta do movimento hip hop
-‐
e latino-‐americanos nos guetos e ruas dos grandes centros urbanos. O movimento hip hop é constituído pelas linguagens artísticas ï
ȋRAP-‐Rhythm and Poetry, pelos ra-‐ ppers e DJs), da dança (o break) e das artes
ȋƥȌȋ
Ǥǡ͕͘͝͝ȌǤ Ƥ±
͕͔͛͝ ͕͔͜͝ǡhip hop, especialmente o ritmo musical rap, tornou-‐se, para os jovens ǡ mobilização e conscientização sociopolítica, de luta e resistência. Proporcionou a constituição de no-‐
os vínculos perdidos devido à mi-‐ gração/imigração e/ou segregação espacial. Os objetivos e interesses comuns e o reconhecimento de que ǡ
-‐ ²
ǡ
-‐ pírito de coletividade, aumentando
80
também a auto-‐estima e levando-‐os
-‐ diano. (WELLER, 2002, p.19).
Na década de 1990, os elementos da cultura hip hop ǡ ǡ tomando espaços nas mídias escritas e tele-‐ visivas, bem como na internet, sendo absor-‐ vidas também pela classe média e, em muitos
ǡ ï
ǡ perdendo, em alguns aspectos, uma política
Ù-‐
±
Ù étnico-‐raciais. ƪÙ ȋ͖͔͔͖Ȍ -‐ ȋ͖͔͔͗Ȍǡ ²Ǧ hip hop
Ƥ
-‐
dos grandes centros urbanos, suprindo a ne-‐ cessidade de sociabilidade e de pertencimen-‐ to a uma geração, a uma classe e a uma etnia, por meio de processos de conscientização e
ǡ
ǡ cultura, arte e engajamento sociopolítico. No entanto, os grupos do movimento hip hop Ù ±
urbanos mantiveram a produção de espaços de articulação e atuação no campo social, rei-‐ vindicando o direito de participar do mercado de trabalho e de lutar contra a violência e a discriminação. Ƥ ±
de jovens como Juliano,4 que acredita e con-‐ corda com o que é dito nas letras de rap,
À
descaso do Estado para com a população e a corrupção. Ele deseja que o movimento hip hop seja um instrumento de conscientização para mudar a situação do País, e não apenas Ǥ ǡ -‐ cussão do hip hop na mídia, porque assim este pode cumprir melhor seu papel de cons-‐ cientizar e mudar a realidade social. É o que se apreende de sua resposta, quando indagado 4
Entrevista realizada por ocasião do Doutorado de ȋ͖͔͔͗ȌǤ
,PSXOVR3LUDFLFDED MDQDEU,661,PSUHVVR,661(OHWU{QLFR '2,KWWSG[GRLRUJLPSXOVRYQS
sobre qual seria a principal mensagem do mo-‐ vimento hip hop: Conscientização, o crime que não leva a nada, a droga que não leva a nada, as causas do desemprego… O hip hopÀǤ ǡ breakǡ break […] para quem usa drogas não tem
Ù break, de entrar numa academia de break. E também ocupa o tempo da pessoa. ǡƥ. No ƥ-‐ Ǥ
-‐ pando o tempo dela basicamente naquilo, e aí tira as pessoas das ruas […] Mas se tivesse uma boa casa da cultura aqui em Campinas, como em ǡ ×-‐ mo resultado com os jovens, tiran-‐ do crianças de rua também […] Se tivesse seria uma boa porque tem Ƥ
hip hop aqui em Campinas. Tanto é -‐ do isso, uma praça, uma casa cultu-‐ ǡǦǤ O coordenador do bairro pergun-‐ tou o que a gente quer, e a gente coordenador. Daí com o tempo ele vai pegando assinatura, a gente vai ver se precisa mais de alguma coisa Ǥȋ ǡ͖͔͔͗ǡǤ͕͙͝ȌǤ
Esses espaços de articulação e mobili-‐ zação são produzidos por rappers, DJs, gra-‐ Ƥ breakers de uma mesma região, e são denominados posses. As posses e, espe-‐ cialmente, os grupos de rap começaram a al-‐
À
͕͔͝͝ǡ
Ù
-‐ Ƥ
À
Ǥ ȋ͕͛͝͝ǡ͕͝͝͝ȌǡÙ desenvolvidas pelas posses são: contatos com ȋ Ȍǡ
ǡ-‐
pósios e congressos promovidos por essas entidades, e trabalhos que debatem a ques-‐ tão racial, a pobreza, as drogas e a violência
Ǣ±
Ƥ personalidades negras, elaboração de pan-‐ ƪ
Ƥ distribuição nos pontos de encontro da juven-‐ tude negra. ǡ Ƥ identidade (étnica e geracional), ao mesmo tempo em que reconhece a possibilidade de
Ù
ǡ Ùï
ǡ do grupo, consegue investir em seu autoco-‐
ǡƤ
ǡ-‐ ǦÀ
ǡ ǡ Ǧǡ Ǧ -‐
ȋ
Ǥǡ͕͛͝͝ǡǤ͖͕͝ȌǤ -‐ vimento hip hop, a partir de todos as suas ÙȂrap, break e ƥ –, um meio Ƥ
que marca sua condição social, produzindo uma cultura que cria indicadores de pertenci-‐
estabelecem parceiros com os quais os jovens e as jovens possam se relacionar e se compre-‐ enderm entre si. Nas posses, o conhecimento é gerado ²
ȂƤ
ǡÙ artístico-‐culturais coletivas, participação em outros movimentos sociais, encontros e con-‐ ǡ ǡ
ǡ e ONGs, dentre outras – de seus integrantes, ²
-‐ tivo que geram o aprendizado. Por essa razão, o tempo de aprendizagem não é previamente Ƥ Ǧ -‐
ïǤ aprendizado acontece no âmbito da comuni-‐
±
Ù Ù
ǡ
Ùǡ pensamentos e desejos. As posses, portanto, são espaços para a criação e recriação do gru-‐ po para participação sociopolítica.
,PSXOVR3LUDFLFDED MDQDEU,661,PSUHVVR,661(OHWU{QLFR '2,KWWSG[GRLRUJLPSXOVRYQS
81
O rapǡ
hip hop, constitui um processo espontâneo de educação, carregado de valores e repre-‐ Ùǡ Ùǡ
²
mais crítica de seus ouvintes. ǡ ×
hip hop como um todo, também pode ser o da parce-‐ ria de rappers
ï
ǡ
Rap-‐ensando a Educa-‐ çãoǡ ï
À
dos anos 1990.
ï
ǡ -‐ pos, como Racionais MC e DMN, cantavam,
ǡ
²
escolar e discriminação racial. O objetivo era
ǡ-‐ teração do universo escolar com a cultura e
ȋ
Ǥ -‐ DRADE, 1997). Ù
ï
-‐ rios abre um espaço para os rappers trazerem para dentro da escola o debate sobre ques-‐ Ù
que as crianças e adolescentes vivem, crian-‐ do uma interlocução que estabelece uma al-‐
ǡ propiciando a possibilidade de uma visão mais crítica do mundo que os rodeia.
ÊÄÝ®ÙÎÝ¥®Ä®Ý Para analisar a relação entre movimen-‐ to social e educação, e/ou entre educação e
ǡ sobre o cotidiano de jovens, em especial o da ǡ
sobre o movimento hip hop brasileiro. No hip hop brasileiro, analisado aqui
ǡ Ƥ-‐ ca-‐se o aparecimento de novas possibilidades educativas na escola que, em rede, podem
ƤÙ das estruturas sociais preconizada pelos mo-‐
82
vimentos sociais, tanto dos movimentos tra-‐ dicionais, como dos denominados “novos
dzǤ são as possibilidades de se produzir coletiva-‐ mente, entre educador e educando, palavras ×
Ù
²
ǡ
ǡǦ Ù
Ǥ Para compreensão desta perspectiva, retomemos a categoria de experiência descri-‐ ta por Thompson. A experiência permite pas-‐ × ǡ
-‐ trutural estando, portanto, aberta a novos elementos ou, mais precisamente, aberta a -‐ ±
Ù ²
Ǥ
²
×
ǡ
-‐ pírica, mediação essa que se torna relevante ǡ uma práxis, uma À
ǡ-‐ tremamente rica que deve ser analisada e ela-‐ borada conceitualmente, ou seja, a práxis do movimento hip hop. ǡ ȋ͕͛͝͝Ȍǡ
Dz-‐ riência”, os homens e mulheres reaparecem como sujeitos históricos e não como sujeitos autônomos, indivíduos livres, mas como pes-‐ ǡ Dz
dzǡ Ù Ù -‐ minadas como necessidades e interesses e, também, como antagonismos e, em seguida, ǡǡ
ǡ-‐ ências em sua consciência e cultura. ±
-‐ dido a partir da organização e articulação levada a cabo pelo movimento hip hop, que Dz²
dz²
com homens, mulheres, jovens, negros e, no ǡ ǡ Ù À
ǡ
ƥǡǤ
,PSXOVR3LUDFLFDED MDQDEU,661,PSUHVVR,661(OHWU{QLFR '2,KWWSG[GRLRUJLPSXOVRYQS
Os movimentos sociais não substituem
À
ǡ
-‐ brem todo o espaço da política e perdem sua substância na medida em que não dão conta ǡ de sujeitos cujas identidades resultam de suas Ù
À
Ù
Ǥ recantos da realidade não recobertos pelos discursos instituídos e não iluminados nos ce-‐
ï
Ǥ-‐ À ï
± representação política. As estratégias destes movimentos é a de atuação em redes socio-‐ À
ǡ×ǡǡ
-‐ ǡ
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Ǥ ǡ ͖͔͔͛ǡ Ǥ ͗͘Ǧ͘͘Ȍǡ ±
ǡ não escolares, nas mídias e na internet, em
Ǥ2 novos movimentos sociais que surge o movi-‐ mento hip hop. ǡ±ǡ
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ǡ -‐ tos que jovens, homens e mulheres, em-‐ ǡ
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por meio de seus movimentos sociais, neste caso, o movimento hip hop, e que se tradu-‐ zem em uma práxis de cooperação, de soli-‐ dariedade, contestação, reivindicação, resis-‐ ²
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uma nova sociabilidade.
movimento hip hop, trazendo uma diversida-‐ de de elementos e de campos de luta, mui-‐ tas vezes autônomos, possuem, seguindo
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ǡ que se apresentam abertas ao intercâmbio e a cooperação.
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Ȃ ȋ ǡ 2000) – por meio de elementos próprios dos × Ù
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-‐ tam uma estrutura coletiva de ação que supe-‐
À instrumental entre escola e sociedade. Por outro lado, um risco se coloca: a pos-‐ sibilidade de a estrutura disciplinar e instru-‐ mental predominante na escola apropriar-‐se À
hip hop, utilizando-‐os de modo disciplinar e instru-‐ ǡ
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Ù artísticas presentes do movimento hip hop ao
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ǡ -‐ lidade concreta vivida pela juventude da pe-‐ ǡ±ÙÀ
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os mesmos mecanismos utilizados pela mí-‐ Ù À-‐ cas do hip hop em mercadorias de consumo, Ǧ
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-‐ ral, esvaziando-‐a de sentido político. O mes-‐ mo ocorreria se usados o rap, ƥe break como meras técnicas artísticas e de recursos para o ensino, uma espécie de “passatempo ×
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Ǥ Diante deste quadro sobre a relação en-‐
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-‐ mento hip hopǡǦ
compartilhada, dialogada, que quebra resis-‐ tências e cria espaços educativos para além da instituição escolar.
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Educação (DCHE) / Universidade Federal de São Carlos -‐ UFSCar
[email protected] ĊđĊēčėĎĘęĎēĆĊĎęĊ ²
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[email protected]
Recebido: 19/09/2012 ǣ͔͖Ȁ͔͙Ȁ͖͔͕͗
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