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UMA EXPERIÊNCIA DE FORMAÇÃO CONTINUADA PARA PROFESSORES DE CIÊNCIAS DE ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS DE J ABOTICABALSP Thaís Gimenez da Silva Augusto
[email protected] Rosemary Rodrigues de Oliveira Bruna Carolina Mouro Natiane Bonani Lopes de Castr o Rodr igo Henck de Oliveira Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias UNESP/ Jaboticabal Apoio: Núcleo de Ensino Pr óReitoria de Gr aduação UNESP FUNDUNESP
Resumo Relatase o desenvolvimento de um projeto de formação continuada para professores de Ciências da Diretoria de Ensino de JaboticabalSP, que teve a participação de professores e alunos do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UNESP. Consistia em oficinas mensais para as quais os professores das escolas estaduais eram convocados. As oficinas enfocaram a problematização da prática dos professores, a troca de experiências e a discussão de métodos e conteúdos de ensino. Os envolvidos avaliaram o trabalho muito positivamente e pediram sua continuação no próximo ano, o que não foi possível, pois a Secretaria Estadual da Educação proibiu as convocações.
INTRODUÇÃO Em pesquisa realizada sobre as estratégias de ensino utilizadas por professores de Ciências e Biologia de JaboticabalSP, constatamos que predominam as aulas expositivas e a resolução de questionários “em detrimento da problematização dos conteúdos, das discussões ou de outras práticas que levem o aluno a se tornar o centro do processo educativo como preconiza os currículos oficiais” (AUGUSTO; OLIVEIRA, 2008). Portanto, o ensino praticado nas escolas públicas de Jaboticabal caracterizase como tradicional. Krasilchik (1987, p.53) ao se referir à abordagem tradicional destaca que esta faz com que “a disciplina se torne irrelevante e sem significado, pois não se baseia no conhecimento 1533 Re v is ta a d da a S SB BE En nB Bi io o – – N Nú úm me er ro o 0 03 3. . O Ou ut tu ub br ro o d de e 2 20 01 10 0. . R ev i st
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que os jovens trazem de forma intuitiva e não é ancorada no seu universo de interesses.” Ademais, o ensino tradicional não favorece o desenvolvimento de habilidades e competências indispensáveis para o pensamento autônomo e o exercício da cidadania. Contrapondose à abordagem tradicional, os Parâmetros Curriculares Nacionais preconizam que o professor de Ciências crie um ambiente propício ao desenvolvimento cognitivo e afetivo de seus alunos e, para tanto, se utilize estratégias de ensino diversificadas como a problematização, experimentação, estudo do meio, seminários, debates, desenvolvimento de projetos etc. (BRASIL, 1998). A partir de um convite da Assistente TécnicoPedagógico de Ciências da Diretoria de Ensino de Jaboticabal para que ministrássemos um curso de formação continuada para os professores de Ciências da rede estadual de ensino, desenvolvemos oficinas que enfocavam a discussão das estratégias de ensino de Ciências e secundariamente o conteúdo de Ciências para as quatro séries finais do ensino fundamental. De acordo com essa perspectiva, as oficinas foram estruturadas de modo a possibilitar a reflexão acerca das concepções e do saberes docentes, em especial os saberes baseados na experiência que esses professores trazem, para que coletivamente possam analisar suas práticas e produzir algo novo, coletivamente, a partir da teoria estudada. Sobre esse aspecto Rodrigues & Carvalho (2002, p.40) assinalam: [...] quando o professor estende a sua formação para um trabalho coletivo, através da troca de experiências, assume essa interação como um processo interativo e dinâmico. Desta forma, o trabalho em equipes de professores faz com que a construção do conhecimento profissional seja realizada de forma enriquecedora.
Durante as oficinas, que ocorreram no ano letivo de 2008, discutimos temáticas atuais em educação e as contribuições dos documentos oficiais para as mesmas, num movimento de açãoreflexãoação. Conforme afirmam Porlán & Rivero (1998) é necessário que esse processo de construção de saberes ocorra através da reflexão profissional sobre sua prática, sobre o seu fazer, podese imaginar um modelo de formação de professores que atenda às exigências expostas pelo ensino de Ciências. Propiciar ao professor oportunidades de reflexão sobre o seu fazer, sobre a sua prática, permite uma profunda revisão de conceitos e crenças pessoais.
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Tínhamos como objetivo promover a problematização das estratégias de ensino utilizadas no ensino de Ciências junto aos professores que ministram essa disciplina na rede estadual de ensino.
DESENVOLVIMENTO DAS OFICINAS O projeto consistiu em seis oficinas com duração de oito horas para professores de Ciências da rede pública estadual de ensino, vinculados à Diretoria de Ensino de Jaboticabal (D.E.). Os professores eram convocados uma vez ao mês, durante o horário de trabalho, para participarem dos encontros. Essas oficinas eram realizadas na Diretoria de Ensino de Jaboticabal com a participação de vinte professores, em média, da rede pública estadual e da Assistente Técnico Pedagógica de Ciências. Da UNESP de Jaboticabal, participavam a coordenadora do projeto, professores colaboradores, bolsistas e graduandos do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas. Os encontros são sucintamente descritos abaixo:
Primeira oficina “ Experimentação” A programação deste primeiro encontro iniciouse com uma sensibilização através da exposição de um poema (FRACALANZA, AMARAL e GOUVEIA, 1986). Em seguida os integrantes da oficina se apresentaram e expuseram suas expectativas, assim como discutiram sobre as condições de ensino em suas respectivas cidades e/ou escolas. Finalizada a primeira parte, foram exibidos três vídeos curtos (Projeto Escola Viva e LAPEF/USP) sobre experimentação em ensino de Ciências, com objetivo de discutir as diferenças entre as abordagens utilizadas pelo professor no desenvolvimento de experimentos. Após as apresentações dos vídeos, os professores discutiram qual dos modelos poderia gerar maior aprendizagem e foi feita uma sistematização sobre os três modelos de ensino de Ciências. Em seguida, houve a divisão dos participantes em quatro grupos, cada um responsável por elaborar um plano de aula que utilizasse experimentação. Os planos elaborados foram apresentados e discutidos.
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Segunda Oficina – “ Sexualidade e Prevenção” Após os professores participantes expressarem suas dificuldades na abordagem deste tema, foi realizada uma dinâmica de aquecimento que associou sentimentos ao tema sexualidade, além de que foram feitas reflexões sobre assuntos como adolescência, respeito, família, aspectos sociais e acesso à informação. Na segunda dinâmica os participantes foram divididos em quatro grupos, dois grupos desenharam, o corpo de um homem e os outros dois grupos desenharam uma mulher. Os grupos foram instruídos a desenhar todas as características inerentes a cada gênero e foi feita uma discussão sobre quais características nos desenhos tinham cunho biológico, e quais eram de cunho cultural. Após a dinâmica houve a exposição do vídeo, distribuído pela rede estadual de ensino paulista na escolas, “Pra que time ele joga”, seguido de uma discussão sobre homossexualidade. Os professores contaram casos vivenciados por eles em suas escolas e discutiram como trabalhar a questão. A terceira dinâmica realizada teve como objetivo demonstrar a propagação das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs). Consistiu em cada participante coletar “autógrafos” de outras três pessoas em pedaço de papel distribuído pelas organizadoras da oficina. Um dos papéis distribuídos possuía um sinal “+”, indicando ser soropositivo, conseqüentemente todos que pegaram seu nome ou deram o nome a tal pessoal seriam considerados infectados com uma DST. Apenas uma pessoa continha uma marca “c” no papel, indicando que teria sido a única a não ser contaminada por utilizar preservativo. Tal dinâmica teve grande aceitação por parte dos professores. Na quarta dinâmica os participantes fizeram o manuseio do preservativo masculino, abordando as formas corretas de utilização e procedimentos. Em seguida houve a segunda exposição de vídeo, desta vez o tema exposto foi sobre formas de abordar/tratar do tema sexualidade em sala de aula, de uma forma desmistificada, simples e objetiva. Destacamos a participação efetiva dos professores em todas as atividades e a afirmação de que pretendem desenvolver a temática e algumas das dinâmicas em suas escolas.
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Terceira Oficina – “ Microorganismos e sua importância na produção e conservação de alimentos” As atividades iniciaramse com uma discussão sobre como o tema é abordado em sala de aula pelas professoras participantes. Elas relataram dificuldades no desenvolvimento de atividades práticas devido à falta de aparelhos adequados (microscópios, lupas) nas escolas. Após esta discussão, iniciouse a exibição do filme “A vida de Louis Pasteur”, com o objetivo de explicitar as bases da microbiologia através da História da Ciência. O filme possibilitou a discussão das relações da Ciência com a Sociedade, o fato das novas idéias científicas não serem facilmente aceitas quando há paradigmas contrários vigentes, os interesses e influências sofridos pela Ciência, os dilemas éticos e o contexto histórico das descobertas científicas. Na sequência foi desenvolvida uma atividade de experimentação, o objetivo do experimento foi demonstrar a ação de microorganismos presentes no fermento biológico na degradação do açúcar presente na farinha e no açúcar comum, liberando, entre outros produtos, o gás carbônico. Os resultados do experimento foram discutidos com as professoras. A terceira atividade consistiu em uma aulaexpositiva dialogada sobre diferentes formas de conservação de alimentos, muitos desses métodos comuns na vida cotidiana dos alunos. Foi apresentada ainda às professoras, uma sequência didática elaborada duas alunas da Licenciatura em Ciências Biológicas sobre “Microbiologia e a produção de alimentos”. Além dos referenciais teóricos que embasam a sequência, as alunas apresentaram vídeos que explicam o processo de produção do pão e do leite de forma lúdica, culturas de bactérias que podem ser facilmente produzidas, dentre outras sugestões de atividades que os professores podem desenvolver em suas aulas em substituição as sugeridas pela Proposta Curricular Estadual vigente. Os professores se mostraram bastantes interessados, fizeram perguntas e manusearam as placas de cultura de bactérias.
Quarta Oficina – “Astronomia”
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Iniciamos a oficina levantando questionamentos sobre as dificuldades que estas encontram para o ensino do tema. Estas apontaram a falta do desenvolvimento deste tema nos cursos de graduação em Ciências Biológicas. Em seguida trabalhamos com a leitura dos textos “A história de Laura, uma professora” e “Genivaldo e Luciana, os alunos” 1 . Houve, então, uma discussão coletiva sobre os textos, ressaltando os pontos positivos e negativos da metodologia de ensino utilizada pela professora. Durante a discussão sobre o segundo texto foi possível relacionar os diferentes pontos de vista que a professora e os alunos apresentavam sobre a mesma aula. E os professores puderam perceber o quanto é necessário conhecer as concepções e experiências prévias dos alunos, ouvilos, aproximar seu cotidiano das questões trabalhadas em sala de aula e respeitar seu nível desenvolvimento sóciocognitivo. Finalizando a discussão dos textos, foi exposto como os Parâmetros Curriculares Nacionais e outras referências abordam a temática discutida, bem como visualização e utilização dos sites para auxiliar os professores durante suas aulas. Com o intuito de sugerir atividades práticas, que facilitem a visualização do fenômeno fases da Lua pelos alunos, realizamos uma dinâmica com bolas de isopor que representavam a Terra e a Lua e uma lanterna que representava o sol. E em seguida, as professoras em grupos fizeram desenhos em cartolinas representando os sistemas TerraSol e localizando o equinócio e o solstício e marcando também no desenho a posição da Terra em relação ao Sol na data dos aniversários das docentes do grupo. Ao final da oficina duas alunas da Licenciatura em Ciências Biológicas apresentaram os resultados de uma sequência sobre Astronomia desenvolvida por elas em uma escola estadual. Foram discutidas com as professoras as concepções alternativas dos alunos coletadas por elas e as mudanças detectadas nestas concepções ao final das aulas. Esta foi mais uma oportunidade dos professores conhecerem mais a fundo o trabalho desenvolvido pelos estagiários da Licenciatura em Ciências Biológicas da FCAV/ UNESP nas escolas públicas e de darmos um retorno ao acolhimento com que alguns desses docentes recebem os alunos da graduação para os estágios na escola. 1
Ambos os textos são parte do livro “O Ensino de Ciências no primeiro grau” (FRACALANZA, AMARAL e GOUVEIA, 1986).
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Quinta Oficina – “ Visão” As atividades iniciaramse com um levantamento por meio de discussão das principais dificuldades que os docentes apresentavam sobre o tema, dentre as quais destacaramse: complexidade do conteúdo, por apresentar conceitos relacionados à física, abstração do tema tratado na sala de aula, pois não dispõem de material adequado para desenvolverem aulas práticas. Após a discussão, duas alunas da Licenciatura em Ciências Biológicas da FCAV apresentaram uma sequência didática sobre o tema desenvolvido por elas em uma escola pública de Jaboticabal, apresentando os resultados obtidos com os alunos do estágio obrigatório de Licenciatura. Em seguida, os participantes confeccionaram uma câmara escura, com objetivo de demonstrar o processo de formação de imagens invertidas. Com utilização de materiais de fácil acesso, como latas de achocolatados, papel manteiga e tinta guache, tornando viável a reprodução em sala de aula. Após observação da imagem formada na câmera escura e discussão de seu funcionamento em analogia ao funcionamento do olho humano, iniciamos uma apresentação desenvolvida pelas duas alunas bolsistas com enfoque nos principais defeitos da visão. Por fim, discutimos um texto sobre os cinco sentidos na terceira idade. O texto também apresentou formas de prevenir ou reduzir a degeneração das funções sensitivas do organismo.
Sexta Oficina – “Biodiversidade” Iniciamos a oficina com um vídeo que ilustrava a música “Passaredo”, de Chico Buarque. Esta estratégia teve como objetivo motivar os participantes para a discussão do tema da oficina: Biodiversidade. O vídeo exibia imagens das aves citadas na música. Em seguida, foi feita uma problematização utilizando a seguinte pergunta deflagradora: O que caracteriza os seres vivos? Após a discussão, apresentamos a história da classificação dos seres vivos seguida do “jogo da cadeia alimentar”. Este jogo teve a participação de todos os presentes, foi um momento de descontração e possibilitou aos professores uma maior compreensão desta atividade que estava entre as sugeridas pela nova Proposta Curricular Estadual. As alunasbolsistas elaboraram ainda dois materiais multimídia
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sobre Ecossistemas brasileiros e sobre Ameaças à biodiversidade, que foram apresentados e discutidos com os professores presentes e após o encontro disponibilizados a eles juntamente com um texto sobre as causas e consequências da extinção das espécies. A Assistente Pedagógica da Diretoria de Ensino de Jaboticabal apresentou aos professores ainda um vídeo novo sobre o assunto que eles haviam recebido e podiam disponibilizar aos professores que se interessassem pelo material.
DISCUSSÃO O planejamento inicial das oficinas de formação continuada para professores de Ciências, feito em 2007, foi alterado em função da implantação da nova Proposta Curricular do Estado de São Paulo, em 2008. A pedido da Diretoria de Ensino tivemos que adequar as oficinas a implantação do novo currículo, o que impossibilitou que, conforme nosso projeto original, os professores produzissem planos de aula próprios a partir das discussões e reflexões promovidas em cada encontro. Contudo, estas mudanças não impediram que fizéssemos das oficinas um espaço de reflexão crítica sobre o novo currículo, de trocas fecundas e de diálogos sobre como adaptar um currículo fechado às possibilidades e a realidade de cada escola. Ao final de cada encontro, os professores participantes avaliavam a oficina e sugeriam o tema para a próxima. Assim, todas as temáticas desenvolvidas foram escolhidas por eles. Os encontros foram bastante agradáveis e enriquecedores, segundo depoimentos dos próprios participantes. Consideraram importante a oportunidade de discutir a nova Proposta Curricular do Estado de São Paulo, a troca de experiências e conhecimentos entre os participantes, ressaltaram a utilização de uma linguagem simples pelas docentes e a participação dos alunos da Licenciatura em Ciências Biológicas da FCAV/UNESP. As oficinas se constituíram num importante espaço de aprendizado para todos os envolvidos e de intercâmbios entre o curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da FCAV/UNESP e a rede estadual de ensino. Segundo Nóvoa (1995), essa integração entre formação inicial e continuada, universidade e escola, fazse necessária para uma formação de professores plena, visto que é na interação e na reflexão que os professores estabelecem com seus pares sobre a complexidade do seu trabalho que os saberes são elaborados,
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compartilhados e ganham significados. Cavaco (1995) concorda que os espaços coletivos são de fundamental importância, principalmente para a socialização e formação dos professores principiantes. A autora ressalta: [...] a importância da existência de espaços de reflexão partilhada, que permitam o permanente questionamento das dificuldades e problemas da função docente e dos seus aspectos mais inovadores, como condição para o desenvolvimento profissional e pessoal do professor. [...] Aprendese através da prática profissional, na interação com os outros (diversos outros: alunos, colegas, especialistas etc), enfrentando e resolvendo problemas, apreciando criticamente o que se faz e como se faz, reajustando as formas de ver e de agir. (p.166167)
Para Nóvoa (1995) a formação de professores passa pelos espaços coletivos e pela autonomia do professor para pensar e refletir sobre a própria prática. É necessário superar a separação entre os especialistas que pensam o currículo e os professores que o executam, ou seja, que agem como meros técnicos. As oficinas propiciaram a nós, docentes da UNESP, um conhecimento mais profundo do cotidiano dos professores de Ciências, suas concepções e dificuldades, o que é de fundamental importância para orientarmos nossos alunos da licenciatura que estão nas escolas públicas estaduais realizando estágio. Destacase ainda, a participação ativa dos licenciandos em Ciências Biológicas nas oficinas. A troca de conhecimentos entre os estudantes da UNESP/ Jaboticabal e os professores da rede pública, se mostrou muito frutífera, tendo em vista que os professores detêm o saber da experiência, como saber fundamental para formação dos licenciandos, ao passo em que estes trouxeram referenciais teóricos para serem discutidos com os professores. Como afirma Tardif (2002), “o saber docente é um saber plural, formado pelo amálgama, mais ou menos coerente, de saberes oriundos da formação profissional e de saberes disciplinares, curriculares e experienciais”. Apesar de os professores da rede pública estadual participantes enfatizarem a necessidade e o interesse de que as oficinas tivessem continuidade no próximo ano, isto não foi possível, pois a Diretoria de Ensino não pode mais convocar os professores, por determinação da Secretaria Estadual de Educação (SEE/SP). A formação desse professores foi restrita a cursos oferecidos pela própria SEE/SP, sendo a maioria, à distância.
REFERÊNCIAS
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AUGUSTO, T. G. S.; OLIVEIRA, R. R. Estratégias de ensino desenvolvidas por professores de Ciências e Biologia de JaboticabalSP, Brasil. In: VII JORNADAS NACIONALES E III CONGRESO INTERNACIONAL DE ENSEÑANZA DE LA BIOLOGIA, 2008, Mar Del Plata, Argentina. Actas... Mar Del Plata, Argentina: ADBIA, 2008, p. 1 a 3. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetr os Cur ricular es Nacionais: ciências naturais. Brasília: MEC/ SEF, 1998. 138p. CAVACO, M. H. Ofício do professor: o tempo e as mudanças. In: NÓVOA, A. Pr ofissão Professor . Porto/ Portugal: Porto Editora, 1995. pp. 155191. FRACALANZA, H.; AMARAL, I. A.; GOUVEIA, M. S. F. O Ensino de Ciências no primeir o grau. São Paulo: Atual, 1986. Disponível em: www.fe.unicamp.br/formar KRASILCHIK, M. O professor e o cur r ículo das Ciências. São Paulo: EPU, 1987. NÓVOA, A. O passado e o presente dos professores. In: NÓVOA, A. Pr ofissão Pr ofessor . Porto/ Portugal: Porto Editora, 1995A. pp. 1334. PORLÁN, R. e RIVERO, A. El conocimiento de los profesor es – uma pr oposta for mativa em el área de ciencias. Colección: Investigación y Enseñanza, n. 8, 1 ed. Sevilla España: Díada editorial, 1998, 213p. RODRIGUES, M. I. R.; CARVALHO, A. M. P. Pr ofessor es pesquisadores: reflexão e mudança metodológica no ensino de física – o contexto da avaliação. 2002. Ciência & Educação, v.8, n.1, p. 3953. TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. 7. ed. Petrópolis: Vozes, 2002.
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