Uma fala sobre o lixo.

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UMA FALA SOBRE O LIXO



Iraci del Nero da Costa
São Paulo, junho de 2015







"Temos que definir se queremos salvar nossa pele, nossos
cargos ou nosso projeto."..."A gente só pensa em cargo, só
pensa em emprego, só pensa em ser eleito, ninguém trabalha
mais de graça."..."Eu, que sou uma figura proeminente do PT,
tenho 69 [anos], estou cansado. Estou falando as mesmas coisas
que falava em 1980." (Luiz Inácio da Silva, Folha de S.Paulo,
23/06/2015, Caderno Poder, p. A6).






A sujidade regurgitada por Luiz Inácio da Silva é perfeita e expressa
com rara felicidade o conjunto de "malfeitos" por ele protagonizado e
estimulado. Tal lixo político, e aí está a inverdade maior do aludido
desembuchamento, é atribuído de maneira desleal ao PT e, pior do que isso,
aos militantes petistas que ainda o são por não terem se afastado do
outrora carismático líder que lhes ofereceu uma paradisíaca quimera na qual
acreditaram e pela afirmação da qual tão arduamente lutaram.

Ardiloso como sempre e portador de pleno autoconhecimento, o ex-
sindicalista diagnosticou com precisão refinada os passos que o levaram ao
poder e nele o sustentaram por mais de uma década, lembrados aqui os
"postes" que plantou nos três âmbitos do poder executivo.

No âmbito das declarações reproduzidas acima é retomada, de modo
velado, a crítica à atual presidente da República.

Tais reparos, os quais já vêm sendo feitos por Luiz Inácio da Silva há
tempos, haviam ganhado dimensões maiores nas seguintes afirmações diretas
contra a presidente ao fim de encontro com religiosos ocorrido no último
dia 18: "Tem uma frase da companheira Dilma que é sagrada: 'Eu não mexo no
direito dos trabalhadores nem que a vaca tussa'. E mexeu. Tem outra
frase... que é marcante, que é a frase que diz o seguinte: 'Eu não vou
fazer ajuste, ajuste é coisa de tucano'. E fez."

A recorrente tentativa de desvincular-se do governo Dilma tem sido
perseguida em quase todas as manifestações públicas ou privadas de seu
criador. Espera ele, assim, postar-se como absolutamente independente e
salvador da hoje combalida pátria nas eleições presidenciais de 2018.
Conseguirá com tais velhacarias e seguidas mentiras seu intento? Alcançará
um público que aparentemente deixou de lado as promessas petistas? As
próximas eleições de 2016 certamente nos darão uma ideia de quão desgastado
encontra-se um partido que, segundo palavras de seu líder máximo "está
abaixo do volume morto".
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