Uma nova versão do Heartland segundo a geopolítica chinesa

July 6, 2017 | Autor: E. Costa Almeida | Categoria: European Union, China, Russia, Grecia
Share Embed


Descrição do Produto

Uma nova versão do Heartland segundo a geopolítica chinesa 

De acordo com a versão online do semanário português Expresso, a China terá defendido hoje [27.Junho.2015], e cito, "a continuação da Grécia na zona euro, mostrando-se disponível para "contribuir" para uma solução para a crise. Declarações são feitas dois dias antes da cimeira com a União Europeia, que decorre segunda-feira, em Bruxelas" (fim de citação).

Esta atitude chinesa de se pôr adiante, perante os Gregos e a Europa, não é mais do que um reafirmar daquilo a que já designei da Teoria de Mahjong – onde a política externa chinesa através da "queda" territorial peça a peça, e com a sua reconhecida paciência, vão forçando todos os territórios limítrofes a se submeterem ao controlo político, geográfico e militar chinês!

Na realidade, passa por a China recuperar aquilo que considera seu (os tais territórios limítrofes – o Tibete é um dos casos, bem como as penínsulas do sudoeste asiático – mais os territórios conquistados por Gengis Khan e apertar o cerco aos "falidos" (recorde-se EUA, Europa, África) até a tenaz ser impossível de ser aberta!

Em boa verdade, e na perspetiva chinesa, não há aqui mais que uma nova versão do Heartland do geógrafo e estratega britânico Halford John Mackinder – segundo a sua interpretação, o Estado que controlasse todo o Heartland poderia tentar obter saídas para mares abertos e tornar-se uma potência anfíbia que poderia dominar o que ele denominava World Island (Ilha Mundo), zona compreendida pela Eurásia e África do Norte, ligados pelos Montes Urais e pelo istmo de Suez. Daí que Mackinder defendesse o reforço dos Estados talassocratas (potências marítimas, no caso o Reino Unido), mas que foi mais levada a sério pelos EUA).

Ora, perante estes novos dados geopolíticos, pode-se e deve-se complementar aquela estratégia geopolítica com a teoria geopolítica de Nicholas John Spykman, o Rimland, onde previa que o controlo marítimo (leia-se, todos os Estados marítimos entre a Ásia e a América do Norte, contornando toda a África) por parte de uma nova potência epirocrata (potências continentais) levaria ao evidente controlo de todas as rotas marítimas asfixiando o comércio e a política internacionais. Ora, Spykman dizia que quem "controlasse o Rimland governaria a Eurásia, e quem governasse a Eurásia controlaria os destinos do mundo"!

Com as suas proverbiais calma e paciência, os chineses vão conseguindo alguns dos seus intentos. É certo que têm um adversário de peso, ainda que com um calcanhar de Aquiles muito debilitado, chamado Rússia. Não é em vão que Putin tenta mostrar uma Federação Russa forte, determinada, política e militarmente, embora com evidentes carências financeiras e económicas – como o mostram as sanções euro-norte-americanas – mas procura esbatê-las através de sinaléticas financeiras, como as que já fez constar através de uma ajuda à Grécia, o que colocaria em causa as geopolíticas ocidentais, nomeadamente a OTAN/NATO.

Ver blogue Pululu: http://pululu.blogspot.pt/search?q=Uma+nova+vers%C3%A3o+do+Heartland+segundo+a+geopol%C3%ADtica+chinesa

NOTA:
Talassocrata: do grego: Thalassa (água, mar) kratein (territórios, áreas, competências)
Epirocrata: do grego: Epiro (terra, continente) kratein (territórios, áreas, competências)

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.