Uma proposta de categorização do fotojornalismo contemporâneo

May 30, 2017 | Autor: Silvio Costa Pereira | Categoria: Jornalismo, Fotografia, Fotojornalismo
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Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016

Uma proposta de categorização do fotojornalismo contemporâneo1 Raquel Ritter LONGHI2 Sílvio da Costa PEREIRA3 Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC Resumo Neste artigo apresentamos um levantamento dos tipos de imagens fotojornalísticas sob a perspectiva das suas matrizes de linguagem, propondo uma desvinculação das subáreas baseadas no suporte de veiculação. A discussão apresentada sugere que o fotojornalismo é um fornecedor de imagens técnicas para o jornalismo. Do ponto de vista metodológico, realizamos um mapeamento de produções jornalísticas contemporâneas que se valem de imagens técnicas e suas derivações. Tais imagens constituem a maior parte da matriz visual utilizada pelo campo jornalístico, e são divididas em três tipos. Concluímos que algumas categorias têm um potencial de perda da relação indicial com o referente a partir das operações numéricas efetuadas, apontando desafios para os profissionais que buscam produzir discursos visuais sobre a realidade. Palavras-chave: fotojornalismo; imagens técnicas; mapeamento.

1. Introdução Nas últimas décadas, e principalmente após a abertura da internet nos anos 1990, o jornalismo vem passando por uma série de mudanças, que tem provocado a revisão de alguns conceitos já estabelecidos. Nosso objetivo neste artigo é discutir o conceito de fotojornalismo, esboçando uma proposta de revisão4. A tradicional divisão do jornalismo em impressos, telejornalismo, radiojornalismo e jornalismo online, baseada no suporte de veiculação do produto jornalístico (tinta sobre papel, televisão, rádio e internet) é uma classificação totalmente distinta daquela que está na base do atual conceito de fotojornalismo. Para Baeza (2007) o termo fotojornalismo designa tanto uma função profissional quanto um tipo de imagem usado pela imprensa. Para Sousa (2004) o fotojornalismo é um campo que não tem as fronteiras claramente delimitadas, 1

Trabalho apresentado no GP Fotografia, XVI Encontro dos Grupos de Pesquisas em Comunicação, evento componente do XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação 2

Professora no Programa de Pós-Graduação em Jornalismo e no Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina – e-mail: [email protected] 3

Professor do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e doutorando no Programa de PósGraduação em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina – e-mail: [email protected] 4

Tal proposta foi inicialmente formulada no artigo 'Fotojornalismo contemporâneo: ensaio teórico sobre possíveis categorias', produzido no início de 2016 e que será publicado em livro (no prelo). Dele aproveitamos alguns conceitos básicos. A proposta de categorização, no entanto, foi profundamente reformulada.

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podendo tanto ser restrito às fotografias de notícias quanto aberto às fotografias dos projetos documentais. Já Newton (2001) o compreende como um campo que reporta informações visuais através de vários meios, sendo sinônimo de jornalismo visual. De forma geral ele é compreendido como a produção fotográfica usada nas narrativas jornalísticas. Só que não há como colocar no mesmo patamar uma área definida pelo suporte midiático de veiculação e outra definida pelas matrizes lógicas da linguagem e do pensamento (SANTAELLA, 2005). 2. O fotojornalismo como fornecedor de imagens técnicas para o jornalismo Para tentar resolver essa incompatibilidade entre o fotojornalismo e as áreas tradicionais do jornalismo, propomos compreender o primeiro não como uma subárea, mas como um fornecedor de imagens técnicas para o jornalismo (Figura 1). Levamos em conta que todos os produtos jornalísticos são criados a partir de três tipos de linguagem (verbal, visual e sonora), as quais “constituem-se nas três grandes matrizes lógicas da linguagem e do pensamento” (SANTAELLA, 2005, p. 20).

FIGURA 1 - Relação entre as áreas do jornalismo e as matrizes empregadas na sua produção. FONTE: O autor (2016).

Defendemos que a matriz visual do jornalismo possui um ramo principal – o fotojornalismo – que é responsável pela criação de imagens técnicas de base luminosa e seus derivados. Propomos, no presente trabalho, uma categorização da produção fotojornalística contemporânea. Antes de apresentá-la, no entanto, é preciso definir alguns conceitos que empregaremos. Utilizamos o termo 'imagens técnicas' no sentido cunhado por Vilém Flusser (2011, p. 48), que as compreende como imagens produzidas por aparelhos, ou seja, por “caixas-pretas que brincam de pensar”. Para ele, a câmera fotográfica é o primeiro aparelho, que já carrega

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em si o germe da cultura pós-industrial, ao valorizar a informação em detrimento do objeto. Irão nos interessar neste trabalho os aparelhos que produzem imagens técnicas a partir do espectro eletromagnético visível, ou seja, da luz. Propomos que a fotografia seja compreendido em um sentido lato, abrangendo o que chamamos de fotografia estática, animada e dinâmica. Assim, usamos o termo 'fotografia estática' (still picture) para denominar as imagens técnicas nas quais o conteúdo visual do quadro é idêntico a si próprio ao longo do tempo. Aumont (1993, p. 160), o chama de “imagem não-temporalizada”. Restringimos o conceito aqui de forma a abranger apenas as imagens técnicas de base luminosa. Consideramos também que dentro do termo fotografia cabem as imagens técnicas em movimento, que definiremos como 'fotografia dinâmica' (motion picture), ou seja, aquelas nas quais o conteúdo visual do quadro se modifica ao longo do tempo sem a intervenção do espectador. Mais uma vez recorremos a Aumont (1993, p. 160), que cunhou o termo 'imagens temporalizadas', o qual também restringimos de forma a abarcar apenas as imagens técnicas de base luminosa. Vamos, no entanto, além das categorias de Aumont, ao propor uma outra, situada entre a fotografia estática e a fotografia dinâmica, a qual chamaremos de 'fotografia animada'5. Usaremos essa concepção para nomear as imagens criadas tanto a partir de fotografias que ganham movimento com o auxílio de softwares quanto a partir de pequenos trechos de vídeo onde quase tudo se mantém estático. Ela nos parece útil para refletir sobre os diversos pontos que podem existir sobre a curva que liga fotografias estáticas a fotografias dinâmicas. 3. Metodologia utilizada No emaranhado de transformações e influências deste início de século XXI, o jornalismo – e consequentemente o fotojornalismo – está em processo de mudança (ANDERSON, BELL e SHIRKY, 2013; DEUZE e WITSCHGE, 2015; NEWTON, 2001; BARBALHO, 2015). Essa transformação constante é uma das características da cibercultura (PERANI, 2010), e se por um lado faz com que o pesquisador trabalhe sempre com objetos instáveis, por outro estimula a busca não apenas por novos conhecimentos mas também por ligações entre os objetos deste universo. 5

Não ignoramos que o termo ‘fotografia animada’ foi utilizado – e ainda é, em estudos históricos como 'Le cinéma: naissance d'un art. 1895-1920' de Daniel Banda e José Moure (orgs), de 2008 – como sinônimo de imagem cinematográfica. No entanto, o uso do termo no sentido que propomos segue o emprego que lhe vem sendo dado contemporaneamente na área de efeitos visuais. Academicamente, o sentido que damos se aproxima do empregado por Dulcília Buitoni no artigo ‘Fotografia animada no webjornalismo: interfaces e multimídia’ (revista Studium, n. 27).

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No presente artigo buscamos mapear as transformações que tem ocorrido nas últimas décadas nos produtos fotojornalísticos para através delas refletir a respeito das mudanças no fotojornalismo. O levantamento realizado consistiu na busca de produções jornalísticas feitas a partir de fotografias ou por profissionais convencionalmente conhecidos como repórteres fotográficos. De acordo com Perani (2010, p. 2) o mapeamento é uma metodologia comumente utilizada para se conhecer e divulgar conteúdos e ferramentas relacionados ao ambiente cibernético, constituindo-se assim como parte das narrativas ciberculturais. A autora elenca dois tipos: um que busca identificar e compreender padrões existentes, e o outro que tem por foco selecionar e organizar as possibilidades que as tecnologias oferecem (PERANI, 2010, p. 4). O mapeamento que realizamos se insere no primeiro tipo, ao buscar captar padrões na produção fotojornalística contemporânea. A coleta de dados foi orientada para a busca de diferentes formatos narrativos que se valessem de imagens técnicas de base luminosa, independente do suporte empregado. A seleção do material que veio a compor o mapa levou em conta que há um volume muito grande de veículos jornalísticos produzindo narrativas com fotos, vídeos e suas hibridações6, universo que tem se expandido pelo uso de múltiplas plataformas na internet (sites, blogs, aplicativos e inúmeras redes sociais). Consideramos também que a delimitação de fronteiras para a busca incorreria no risco de perda de diversidade, o que era indesejado. Para compensar tais problemas nos valemos de uma coleta de dados que se alargou no tempo: iniciou em 2010, ganhou contornos mais fortes em 2013, e teve uma busca mais intensiva ao longo de 2015. As fontes que nos fizeram chegar às narrativas aqui elencadas foram inúmeras. Essa abrangência levou a uma das características desejadas para a realização de um mapeamento, que é o distanciamento da experiência imediata (PERANI, 2010, p. 5). O tempo que pudemos dedicar para a fruição das narrativas e busca de possíveis conexões entre elas, bem como para nos deixar inicialmente surpreender, também contribuiu para a realização do mapa que apresentaremos a seguir. 4. As categorias fotojornalísticas Se o fotojornalismo é um fornecedor de imagens técnicas de base luminosa e seus derivados para o jornalismo, compreendemos que elas podem dividir-se em três categorias: básicas, sintetizadas e finalizadas. 6

Nos referimos aqui a fotos retiradas de trechos de vídeo, a vídeos feito a partir de fotos, ao movimento dado a elementos ou planos específicas de uma fotografia (cinemagraph), entre outras formas intermediárias entre a fotografia estática e o vídeo. A hibridação aqui é compreendida como uma mescla de elementos tradicionais, onde a mistura não resulta na mera soma de suas características, mas no surgimento de um elemento novo com características próprias, e que mesmo tendo um caráter fronteiriço não situa-se claramente em nenhum dos dois (ou mais) lados que o constituem.

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4.1. Imagens fotojornalísticas básicas São produzidas diretamente por câmeras, e dificilmente são utilizadas no jornalismo. Geralmente recebem pelo menos um tratamento básico (ajuste de cores e reenquadramento, no caso de imagens estáticas, ou edição/montagem no caso de imagens dinâmicas): a) Fotografia estática retangular: imagem técnica estática obtida diretamente de uma câmera, no formato do sensor (altura x largura) ou de um corte dele. Seu formato pode ser retrato (altura maior que a largura), paisagem (largura maior que a altura) ou quadrado (altura igual à largura); b) Fotografia estática 360º: imagem técnica estática obtida diretamente de uma câmera, no formato esférico (360º x 180º); c) Fotografia dinâmica retangular: imagem técnica dinâmica obtida diretamente de uma câmera, no formato do sensor (altura x largura) ou de um corte dele. Seu formato pode ser retrato (altura maior que a largura), paisagem (largura maior que a altura) ou quadrado (altura igual à largura), muito embora a maior parte das produções seja ou se dê no formato paisagem; d) Fotografia dinâmica 360°: imagem técnica dinâmica obtida diretamente de uma câmera, no formato esférico (360º x 180º). 4.2. Imagens fotojornalísticas sintetizadas: são produzidas por transformações numéricas a partir de imagens fotojornalísticas básicas, e não constituem um produto finalizado. 4.2.1. Imagens fotojornalísticas sintetizados com base em imagens técnicas estáticas: a) Imagem montada7 ou manipulada8: produzida com fins ilustrativos ou argumentativos a partir de uma ou mais fotografias, ou ainda fotografias e desenhos/pinturas ou imagens de síntese. Pode apresentar um cunho realista em sua forma e assim levar os leitores a, se não observarem certas incongruências em seu conteúdo, considerá-las simples fotografias9. Essa montagem também pode ser 7

Imagem obtida pela combinação de elementos de uma, duas ou mais imagens.

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Alteração significativa dos elementos de uma imagem, valendo-se do apagamento, inserção ou alteração de posição relativa de pessoas/objetos, alteração drástica das cores, entre outras mudanças que resultem na criação de uma imagem que já não possui mais uma relação indicial com o mundo que esteve à frente da objetiva no momento da captura da imagem de base. 9

Capa da revista Isto É, edição 2387, de 02/09/2015, que mostra o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, em primeiro plano e ocupando toda a altura da página, e ao fundo a imagem do Palácio do Planalto. Ao lado, a chamada 'Gilmar Mendes - O caçador de crimes eleitorais”.

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feita com fotografias e desenhos/pinturas10, caso em que a intervenção fica mais explícita para o observador, resultado que pode ser igualmente obtido com montagens fotográficas que deixem pistas ao leitor. Vilches (1987) compreende a montagem fotográfica como uma operação retórica que, operando sobre o suporte da fotografia, manipula sua expressão. Embora o Código de Ética dos Jornalistas brasileiros, em seu artigo 12° indique que os jornalistas devem “rejeitar alterações nas imagens captadas que deturpem a realidade, sempre informando ao público o eventual uso de recursos de fotomontagem”11, reconhecemos que não é sempre essa a prática corrente. Entretanto, mesmo quando não avisado, o leitor pode se dar conta das operações retóricas usadas ao valer-se dos conhecimentos anteriores e comparar a imagem que vê com outros modelos que a vida já lhe mostrou (VILCHES, 1987, p. 115). Mas a leitura dessas ilustrações fotográficas é sempre uma tarefa complexa, e “o leitor está condenado a uma grande atividade inferencial que lhe permite formular hipóteses sobre como há de entender o que vê” (VILCHES, 1987, p. 115); b) Tratamento: são operações de ajuste na imagem (pequenas correções de cor, contraste, brilho, saturação e/ou temperatura de cor) que buscam dar um tratamento estético ou corrigir defeitos da captura. Os tratamentos não provocam a perda do referencial indicial da imagem; c) Cinemagraph: operação que consiste em dar movimento a uma parte específica de uma imagem técnica estática. O uso jornalístico ainda é praticamente inexistente 12, mas consideramos que há potencial nesse sentido. Em função do movimento focado e específico, ela é mais que uma fotografia estática, mas como não há movimento em toda a imagem, é menos que uma fotografia dinâmica; d) Fotografia dinâmica criada a partir de fotografias estáticas: enxergamos três tipos dessas imagens: o timelapse, o stop-motion e o fotovídeo. Consideramos aqui, no entanto, que tais produtos estão crus, sem edição nem sonorização, tendo sido obtidos apenas pela montagem sucessiva de imagens técnicas estáticas. Podem ser usados como matéria-prima para a criação de narrativas multientradas ou como etapa inicial da produção de timelapses e fotovídeos. Seu detalhamento será apresentado adiante; 10

Todos no jato eleitoral de Lula (Revista Veja, 30/07/2008, p. 74-75)

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http://www.fenaj.org.br/materia.php?id=1811

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DC Online utiliza técnica fotográfica inédita no país chama de Cinemagraph (http://migre.me/ujan5)

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e) Montagem panorâmica: consideramos como montagens panorâmicas as fotografias estáticas criadas a partir da costura de diversas fotografias estáticas retangulares. A fotografia panorâmica é um tipo especial de fotografia estática, pois ao alongar uma das dimensões estimula o observador a passear pela cena. Mesmo sendo uma imagem estática, ela carrega consigo o princípio das imagens dinâmicas, que é a variação temporal, uma vez que cada imagem estáticas usada na costura final foi capturada em um tempo diferente; f) Montagem 360º: a diferença entre uma fotografia 360º montada e outra captada em uma câmera de 360º é temporal. Na câmera, as duas imagens são captadas pelas lentes esféricas ao mesmo tempo. Na montagem, a captura das diversas imagens – geralmente no mínimo quatro, mas podendo ser um número bem maior – não é feita no mesmo tempo, o que permite, por exemplo, que objetos ou pessoas em movimento apareçam em diversos locais da mesma imagem. A montagem nada mais é que a modelagem matemática das fotografias na parte interna de uma esfera, feita por um aplicativo digital específico. Sua visualização se dá por uma janela, na qual o espectador vê parte da imagem, movimentando a porção visível através dos comandos disponíveis (cima-baixo-esquerda-direita)13. 4.2.2. Imagens fotojornalísticas sintetizados com base em imagens técnicas dinâmicas: a) Fotografias estáticas obtidas a partir de fotografias dinâmicas: a morte das câmeras fotográficas já foi sugerida por aqueles que acreditam que em um futuro próximo todas as fotografias estáticas serão obtidas a partir de frames de fotografias dinâmicas. Não sabemos hoje se chegaremos a tal extremo, mas já nos valemos de tal possibilidade. A resolução da imagem estática obtida é ainda a maior limitação, pois depende da resolução da fotografia dinâmica, tradicionalmente inferior à da estática em equipamentos digitais. Tal cenário, no entanto, vem mudando rapidamente, com o ingresso de câmeras 4k, 8k ou superiores; b) Tratamento: assim como as imagens estáticas, as dinâmicas podem receber tratamentos de cor, saturação, temperatura de cor ou outros que não promovam a perda da ligação indicial com o referente do mundo. Aqui também o objetivo pode ser estético ou a correção de defeitos de captura;

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A arena do Corinthians em 360 graus (http://migre.me/ukGcV)

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c) Aplicação de efeitos visuais: assim como nas fotografias estáticas, nas dinâmicas também é possível realizar montagens ou manipulações. A mais tradicional, oriunda dos equipamentos analógicos, é o cromakey14. No cinema, tais efeitos são mais radicais, pois buscam criar uma nova realidade para os espectadores. No jornalismo, além de terem um custo alto, tais usos poderiam ter implicações éticas negativas. Assim, é mais comum que os usos jornalísticos de efeitos visuais se deem para a criação de vinhetas, infografias, transições, ou ainda para provocar determinados efeitos no espectador (fazer o repórter sumir ou aparecer de uma cena, de forma a 'brincar' com a temática da matéria, por exemplo); d) Edição/montagem: embora geralmente seja utilizada para criar o produto final, a edição/montagem pode ser usada para a criação de imagens fotojornalísticas sintetizadas quando se produz trechos de fotografias dinâmicas que não são o produto final, mas que o comporão, constituindo-se assim em matéria-prima para uma finalização posterior. 4.3. Imagens fotojornalísticas finalizadas São todos os produtos jornalísticos prontos para consumo, embora individualizados (uma notícia, uma reportagem, uma infografia, um perfil, etc), que agregam imagens técnicas de base luminosa e seus derivados como matéria-prima. E, embora saibamos que existem produtos jornalísticos finalizados cuja narrativa é exclusivamente sonora ou textual, nos interessam aqui apenas aqueles que chamamos de imagéticos, multientradas e infográficos. 4.3.1. Infográficos: Aqui as imagens fotojornalísticas básicas ou sintetizadas são usadas para a construção de uma narrativa prioritariamente visual. Não apresentaremos uma definição de infografia pois, como mostra Cordeiro (2013), é grande o debate acerca de tal definição. Não há dissenso, no entanto, nem na importância das imagens, nem na possibilidade do uso de imagens técnicas nas narrativas infográficas. 4.3.2. Imagéticos: Nos referimos aqui às narrativas exclusivamente visuais, como os slideshows sem texto e as timelapses e stop-motion sem áudio. Embora seja quase certo que

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Técnica que tem por objetivo eliminar o fundo de uma imagem para isolar os personagens ou objetos de interesse, e posteriormente combinar esses personagens ou objetos com uma nova imagem de fundo. Muito usado no telejornalismo.

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o produto jornalístico terá texto ou áudio complementar, em separado, buscamos destacar nessa categoria a possibilidade de produção visual em formatos segmentados específicos: a) Slideshow: é um produto que se vale da interatividade da web, e que constitui-se em uma janela na tela onde fotografias podem ser apresentadas sucessivamente ou por saltos, sob o comando do usuário15 ou automaticamente16. Elas são apresentadas no mesmo espaço, uma de cada vez. Alguns slideshows possibilitam passar apenas para a próxima ou para a anterior, mas outros permitem também passar direto a uma fotografia específica. Há aqueles que possuem legendas, podendo ser tanto uma legenda única para todo o conjunto de imagens, quanto específicas para cada imagem. Longhi (2011, p. 793), citando McAdams, diz que “o slideshow pode ser usado para contar histórias, quando se combinam fotos descritivas e área de legendas para informações adicionais”, mas considera que o texto escrito pode ser complementado ou substituído por texto sonoro, música ou sonoplastia, sugerindo inclusive uma espécie de imersão, pois “o som adiciona informação à experiência da foto, que pode mudar a história que o espectador vivencia” (LONGHI, 2011, p. 794). Para a autora, o slideshow recebe influência dos ensaios e reportagens fotográficas, onde uma série de fotografias são usadas para abordar a temática, sendo a argumentação narrativa feita basicamente pelas imagens; b) Timelapse: fotografia dinâmica criada a partir de uma série de fotografias estáticas captadas em intervalos regulares e longos, criando a sensação de compressão do tempo. O timelapse permite ao espectador observar, em poucos segundos, movimentos que ocorrem ao longo de períodos maiores de tempo; c) Stop-motion: técnica de animação que permite representar o movimento através da apresentação sequencial, e em curtos intervalos de tempo, de imagens estáticas. Embora no cinema de animação essa técnica seja usada para criar movimentos fluidos e naturalizados, através de desenhos, pinturas ou imagens de síntese, é comum que a produção baseada em imagens técnicas estáticas resulte em movimentos quebrados e não-naturalizados, devido ao intervalo entre a captura de duas imagens sequenciais17. Nesse sentido o stop-motion pode fornecer fotografias dinâmicas cuja representação do movimento não seja nem realista nem verossímil, 15

Tragédia em Mariana põe em risco financiamento do BNDES à Samarco (http://migre.me/ujaq9)

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Cliff Diving World Series makes a splash in Pembrokeshire (http://migre.me/ujaup) Stock Car em stop motion (http://migre.me/ujavo)

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chamando a atenção do espectador para o aspecto subjetivo e de representação da produção. Encontramos o stop-motion sendo usado também em fotovideos18. 4.3.3. Multientradas: Incluímos nesta categoria todos os produtos jornalísticos criados a partir da união de imagens fotojornalísticas básicas ou sintetizadas com informações textuais ou sonoras. São produtos complexos, que serão apresentados com grande brevidade, em função do espaço disponível e do foco deste artigo na discussão a respeito do conceito de fotojornalismo: a) Texto com imagens: páginas ou telas nas quais o texto constitui-se no principal motor da narrativa jornalística, sendo que as imagens fotojornalísticas básicas ou sintetizadas atuam de forma complementar; b) Imagem com texto: páginas ou telas nas quais as imagens fotojornalísticas básicas ou sintetizadas constituem o motor da narrativa, e os textos atuam de forma complementar; c) Audioslideshow: trata-se de um slideshow associado a uma trilha de áudio. Sua narrativa fica próxima do fotovídeo, estando as fronteiras borradas. A informação complementar, que no slideshow é carregada pelo texto, aqui chega através do áudio19. A camada sonora está entrelaçada com o conjunto das fotografias, e há transição automática das imagens para que seja construída uma sincronia entre as informações visual e sonora; d) Fotovídeo: produção fotográfica dinâmica feita a partir unicamente de fotografias estáticas20. Seu uso é focado na web, podendo ser veiculado em sites, redes sociais como o Instagram21 ou Facebook22. Embora seja possível tê-lo também na televisão, desconhecemos seu uso jornalístico nesse veículo. Em sua forma mais simples ele nada mais é que um slideshow ou audioslideshow, mas há muitas possibilidades a serem exploradas em um fotovídeo, tais como movimentos de câmera nas fotografias (pan, zoom e rotação), transições, tempos diferenciados de 18

Curse of the Black Gold: 50 Years of Oil in the Niger Delta (http://migre.me/ujaw8)

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One in 8 million (http://migre.me/ujawN)

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O cinema se valeu de fotografias para algumas produções. O filme de ficção La Jetée, de Chris Marker, é um dos exemplos mais conhecidos. No gênero documental Salut les Cubains, de Agnès Varda é um exemplo interessante, que usa inclusive técnicas de stop-motion em sua narrativa. 21

Sons e imagens do último treino do Corinthians (https://instagram.com/p/9y3uAdM_vC)

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Mus@s 24 horas de São Paulo - Tati Minerato (http://migre.me/ujaBx)

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permanência de cada imagem, uso de textos escritos ou sonoros, músicas e/ou sonoplastia. O emprego desses elementos, no entanto, requer um bom planejamento, com a produção de um roteiro prévio que oriente a montagem, de forma a que cada elemento possa ser explorado em sua especificidade, sendo usado como linguagem e não apenas como recurso estético; e) Cinefotografia23: narrativa audiovisual composta por fotografias estáticas, dinâmicas e/ou animadas, usadas junto a áudio e/ou texto. Diferente das produções televisivas ela é feita com câmeras fotográficas, por fotógrafos/fotojornalistas, resultando em uma linguagem própria, cujas influências vêm mais do cinema documental do que da televisão. Tem sido produzido especificamente para a internet, embora suas características técnicas habilitem a produção para a TV. Busca, através do processo de edição24, utilizar as características específicas de cada um dos dois tipos de imagem técnica para impulsionar a narrativa ou estimular a compreensão do espectador25. Recebe ainda uma camada informativa ou expressiva de áudio, o que pode ser feito por um texto sonoro, uma música e/ou sonoplastia. Muitas destas produções são um diferencial, publicado no site do veículo, complementar a uma reportagem impressa feita a partir do mesmo conjunto de fotografias estáticas. Diferente do fotovídeo, a cinefotografia tem sido bastante popular e pode ser encontrada em diversos veículos, o que colabora para nossa compreensão de que os repórteres fotográficos estão cada vez mais produzindo fotografias dinâmicas com câmeras fotográficas, e que os limites do uso entre fotografias estáticas e fotografias dinâmicas nas narrativas jornalísticas para a web começam a diluir-se. A cinefotografia ganhará mais autonomia como produto se o usuário puder interagir com a estória, na forma de menus ou vias condicionais, que permitam realizar escolhas de trajetória. Desde 2011 este tipo de narrativa passou a ser aceita26 no maior concurso de fotografias jornalísticas do 23

Termo cunhado por profissionais do mercado fotográfico. Ver, por exemplo, nota do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal, que chama para um curso de Cinefotografia (http://migre.me/ujaCs). 24

Usamos o termo edição como sinônimo de montagem, no mesmo sentido usado por Denis Porto Renó (Uma linguagem para as novas mídias: a montagem audiovisual como base para o cinema interativo. In: Comunicologia - Revista de Comunicação e epistemologia da Universidade Católica de Brasília, v. 3, n.2, 2010), embora reconheçamos no primeiro um uso tradicionalmente ligado a processos eletrônicos e digitais, e no segundo um uso geralmente associado à produção analógica. Para o uso que fazemos, no entanto, a diferenciação das possibilidades de cada mídia não é significativa. 25

Uma geração invisível (http://migre.me/ujaDy) ou Voz das ruas - conheça o talento musical de uma moradora de rua em Florianópolis (http://migre.me/ujaEc) 26

Categoria 'Multimídia', com três subcategorias: short feature (peças únicas de até 10 minutos), long feature (peças únicas ou séries de tema único, maiores que 30 minutos), e interactive documentary (estória interativa ou app desenvolvido para plataformas móveis).

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mundo ocidental, o Wold Press Photo. A relevância desta categoria também aparece em estudo sobre o trabalho de fotojornalistas 27, que revela que um em cada três fotojornalistas já trabalha tanto com fotografias estáticas quanto com fotografias dinâmicas, seja por escolha ou necessidade; f) Telejornalismo: não é à subárea do jornalismo que nos referimos aqui, mas sim ao formato clássico de produção telejornalística, uma vez que ele se vale de imagens fotojornalísticas básicas ou sintetizadas. Tais narrativas utilizam fotografias dinâmicas, áudio e texto escrito, e eventualmente fotografias estáticas, dentro de alguns padrões recorrentes, como a chamada da matéria por um apresentador; a matéria composta por passagens de um repórter, entrevistas e imagens cobertas por áudio do repórter ou dos entrevistados; e a identificação textual da equipe de produção e dos entrevistados. Seu espaço de veiculação são canais de TV aberta ou fechada, bem como sites, blogs e aplicativos web. O uso de fotografias estáticas tem sido pequeno e limitado a situações nas quais a emissora não possui imagens dinâmicas28 ou onde deseja destacar a imagem estática em si29. Algumas fotografias estáticas podem ganhar movimentos de pan ou zoom, constituindo o que

chamamos de fotografia animada. A narrativa visual também pode ser

composta por imagens sintéticas ou desenhos/pinturas, estáticos ou animados (vinhetas, infografias, simulações), que podem utilizar fotografias estáticas em sua produção (SILVA, 2014). 5. Conclusões Há algumas décadas atrás, quando alguém questionava o que significava fotojornalismo, a resposta indubitavelmente apontaria para (1) o trabalho dos profissionais que produziam imagens técnicas estáticas para o jornalismo impresso, (2) as imagens técnicas estáticas usadas no material jornalístico veiculado pela imprensa, ou (3) as narrativas compostas por imagens técnicas estáticas e texto nas quais as imagens possuem protagonismo.

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HADLAND, Adrian, CAMPBELL, David e LAMBERT, Paul. The state of news phogography: the lives and livelihoods of photojournalists in the digital age. Reuters Institute for the Study of Jornalismo e World Press Photo. set/2015. Disponível em www.worldpressphoto.org/activities/research/state-of-news-photography. Acesso em 23/01/2016. 28

Brasil conquista medalha de ouro no Pan-Americano de Toronto (http://globoplay.globo.com/v/4317382)

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Fotografia de 1926 pode ser a primeira selfie da história (http://migre.me/ujaG3)

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Entretanto, com a digitalização dos meios de produção, circulação e consumo midiáticos, com o processo de convergência tecnológica, empresarial, profissional e editorial (SALAVERRIA e NEGREDO, 2008), entre outras transformações que vêm ocorrendo no campo do jornalismo, a compreensão do que era fotojornalismo no século XX tornou-se limitada para o século XXI. O entendimento de que é importante compreender a produção, circulação e consumo de imagens técnicas estáticas e dinâmicas juntas, e não mais como se fossem áreas separadas, faz parte destas mudanças que citamos. Imersos nesse ecossistema em rede, e estimulados por uma cultura cada vez mais visual e sonora, os jornalistas enxergam que tanto podem criar novos formatos como adaptar antigos formatos às novas possibilidades. Ao fazer isso promovem uma ampliação das possibilidades expressivas e narrativas do jornalismo feito com imagens técnicas. Os produtos 'novos' tendem a utilizar: (1) as características próprias das fotografias estáticas (que congelam uma fatia do tempo) e da fotografia dinâmica (que congela um trecho do tempo); (2) as possibilidades de edição via softwares, sempre com o auxílio narrativo de outra mídia (áudio e/ou texto); (3) a diagramação da página/tela como forma de promover relações ou dar destaque aos elementos visuais; (4) movimentos leves, loops e movimentos criados por software para chamar a atenção do usuário ou criar breves encenações, sem que isso gere uma narrativa; (5) a interatividade possibilitada pela web para dar ao usuário algum grau de escolha na navegação pela narrativa. Hoje, as imagens técnicas provenientes das câmeras digitais já não se enquadram perfeitamente no paradigma fotográfico (SANTAELLA e NÖTH, 2008), pois por mais que sua base ótica continue ligada à câmera escura, a indicialidade possibilitada pelo substrato químico já não existe nos sensores digitais. Isso nos faz compreender que a mais básica das imagens fotojornalísticas é híbrida, tendo no máximo uma potência indicial, a qual é dependente de uma 'caixa preta' digital, que simula a formação da imagem do filme analógico através de uma correlação matemática entre a luz recebida pelo sensor e a formação da matriz colorida de pixels no arquivo de imagem. Entretanto, boa parte – possivelmente a maioria – das imagens técnicas passa por operações matemáticas que as transformam, as quais descrevemos como imagens sintetizadas. E se nos tratamentos, na criação de imagens dinâmicas através das estáticas, na obtenção de quadros estáticos de fotografias dinâmicas e na edição/montagem não ocorre degradação do potencial indicial das imagens originais, em todas as demais há uma perda de tal indicialidade, e as imagens que eram híbridas tornam-se sintéticas.

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Por fim, as imagens finalizadas recebem, já para sua produção, imagens híbridas ou de síntese. Dentre aqueles que descrevemos, apenas o stop-motion tem potencial de perda da relação indicial com o referente. Tal quadro tem a força de mostrar que (1) há uma diversidade de características entre as imagens técnicas de base luminosa usadas pelo jornalismo contemporâneo; (2) boa parte dessas imagens não possui lastro indicial com o mundo, mesmo se considerarmos que o código que transforma a luz recebida pelo sensor em pontos luminosos na matriz fotográfica simula perfeitamente o processo analógico; e que (3) tem ocorrido o surgimento de novos formatos e a adaptação de antigos às mídias digitais, o que faz com que o jornalismo tenha à disposição um leque maior de possibilidades narrativas visuais baseadas em imagens técnicas. E se por um lado tais narrativas imagéticas incorporam cada vez mais o observador/usuário/leitor na criação dos significados (CRARY, 2012), elas também apresentam inúmeros desafios no sentido de que trazem uma maior responsabilidade para os profissionais que produzem discursos sobre o real sem o 'auxílio' da objetividade fotográfica ou da indicialidade analógica. Referências bibliográficas ANDERSON, Christopher W.; BELL, Emily; SHIRKY, Clay. Jornalismo pós-industrial: adaptação aos novos tempos. In: Revista de Jornalismo ESPM, ano 2, n. 5, abril/maio/junho/2013, p. 30-89. Disponível em . Acesso em 03/02/2016. AUMONT, Jacques. A imagem. 12ª ed. Campinas/SP: Papirus, 2007. BAEZA, P. Por una función crítica de la fotografía de prensa. 3ª ed. Barcelona: Gustavo Gili, 2007. BARBALHO, Marcelo Leite. Fotojornalismo expandido: Fotógrafo e reportagem visual no atual sistema de produção e difusão de notícias. Rio de Janeiro, 2015. Tese (Doutorado em Comunicação e Cultura) – Universidade Federal do Rio de Janeiro. 197 f. Disponível em . Acesso em 05 jun. 2016. CORDEIRO, William Robson. Infografia interativa na redação: o exemplo do Diário do Nordeste. Mossoró, RN: Sarau de Letras, 2013. CRARY, Jonathan. Técnicas do observador: visão e modernidade no século XIX. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012. DEUZE, Mark e WITSCHGE, Tamara. Além do jornalismo. In: Leituras do Jornalismo, ano 2, v. 2, n. 4, julho/dezembro-2015. Disponível em . Acesso em 11 fev. 2016. FLUSSER, Vilém. Filosofia da caixa preta. São Paulo: Annablume, 2011.

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LONGHI, Raquel Ritter. Slideshow como formato noticioso no webjornalismo. In: Revista Famecos, v. 18, n. 3, p. 782-800, setembro/dezembro-2011. Disponível em . Acesso em 21 jan. 2016. NEWTON, Julianne H. The burden of visual truth: the role of photojournalism in mediating reality. New Jersey: LEA, 2001. PERANI, Letícia. Sobre cartas para um território singular: uma exploração dos mapeamentos da Cibercultura. In: Anais do XIX Encontro da Compós, GT Comunicação e Cibercultura. Rio de Janeiro, 2010. Disponível em . Acesso em 19 mai. 2016. SALAVERRÍA, Ramon e NEGREDO, Samuel. Periodismo Integrado: Convergencia de medios y reorganización de redacciones. Barcelona: Editorial Sol90, 2008. SANTAELLA, Lucia. Matrizes da linguagem e pensamento: sonora visual verbal: aplicações na hipermídia. 3ª ed. São Paulo: Iluminuras: Fapesp, 2005. SANTAELLA, Lucia e NÖTH, Winfried. Imagem: cognição, semiótica, mídia. São Paulo: Iluminuras, 2008. SILVA, Ana Juliana Fontes da. Unidades infotelejornalísticas no Jornal Nacional. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Jornalismo, Universidade Federal de Santa Catarina, 2014. Disponível em . Acesso em 29 jan. 2016. SOUSA, Jorge Pedro Fotojornalismo: introdução à história, às técnicas e à linguagem da fotografia na imprensa. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2004. VILCHES, Lorenzo. Teoría de la imagem periodística. Barcelona/Espanha: Paidos, 1987.

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