Uma viagem ao mundo das pirâmides

June 7, 2017 | Autor: R. Funari | Categoria: Egyptology, Egypt, Teaching History, Historia Antiga, Historia, Ensino de História
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Uma viagem ao mundo das pirâmides Conheça o projeto realizado pelo Colégio Santo Américo que propõe, além de alfabetizar, inserir os alunos no universo da pesquisa e de outras culturas Eixos temáticos: Linguagens Oral e Escrita; Natureza e Sociedade. Responsável: Raquel Funari, supervisora de história; Lia Mara Salamani, coordenadora da Educação Infantil; Sílvia Helena Fuertes, assistente de coordenação da Educação Infantil, Jardim 1 e 2; e professores do Jardim 2.

Objetivos: conhecer o gênero texto informativo e identificar suas características; ampliar o conhecimento cultural;

Divulgação Colégio Santo Américo

observar e analisar imagens; desenvolver o comportamento investigativo e registrar informações. Idade: 5 anos Texto: Jade Barreto e Renata Santana (estagiária).

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O PROJETO Coordenadores e professores do Jardim e da Educação Infantil do Colégio Santo Américo, em São Paulo (SP), desenvolveram o projeto “O Egito no tempo dos faraós”, com o objetivo de despertar o interesse dos alunos por outras civilizações, trabalhar com temas fora do contexto escolar e exercitar a escrita de textos informativos. A partir desse tema, as crianças foram inseridas no universo da pesquisa, ao mesmo tempo em que eram alfabetizadas. “Já trabalhamos com o tema Mundo Medieval, que mexeu muito com o imaginário das crianças. Agora, escolhemos o Egito por também despertar a curiosidade nelas”, conta Sílvia Helena Fuertes, assistente de coordenação da Educação Infantil, Jardim 1 e 2. Os educadores tiveram a supervisão da professora Raquel Funari, especialista no tema Egito, e puderam desenvolver nas crianças uma postura investigativa, proporcionando-lhes o aprendizado de alguns procedimentos científicos, como formulação de perguntas, observação, pesquisa, comparação de dados e elaboração de hipóteses e conclusões.

A primeira etapa do projeto foi enviar aos alunos cartas escritas em hieróglifos e imagens do Egito para já despertar a curiosidade nos pequenos. Em um segundo momento, a professora Raquel enviou outra carta fictícia, se apresentando como pesquisadora daquele país e dizendo que gostaria da ajuda deles para montar uma exposição sobre o tema. Na terceira etapa do projeto, realizado durante o primeiro semestre de 2011, os alunos pesquisaram em livros, entrevistaram a professora Raquel e ouviram palestras de pessoas que visitaram o Egito, trazendo a realidade histórica daquele país para perto deles. Nesse momento, as crianças puderam ampliar o vocabulário e também o conhecimento cultural. Segundo Raquel Funari, os estudantes demonstraram interesse pelos egípcios já na apresentação da proposta de estudo e

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Divulgação Hopi Hari

Divulgação Colégio Santo Américo

DESENVOLVIMENTO

buscaram informações em livros escritos por especialistas, que foram lidos em sala de aula. Os grupos começaram a reunir dados sobre o Rio Nilo, hieróglifos, deuses egípcios, amuletos, alimentação, vida cotidiana, múmias, flor de lótus, papiro, entre outros. Para trabalhar o gênero “texto informativo”, o educador fez a vez de redator e escreveu o que as crianças ditavam sobre a história e as curiosidades do Egito. Com isso, eles puderam construir o texto de forma coletiva, ao mesmo tempo em que aprenderam sobre as características desse gênero. Identificaram, por exemplo, que substituições de palavras ou mudanças na ordem das frases podem fazer a diferença na leitura e, consequentemente, na interpretação do leitor. Depois de muita pesquisa e debates sobre o tema, os professores levaram as crianças para fazer uma visita à Katakumb, a réplica do templo de Ramsés II, uma das principais atrações do parque de diversões Hopi Hari, na cidade de Vinhedo, interior de São Paulo. No local, eles puderam aprender um pouco mais sobre essa cultura ao visualizarem, por exemplo, painéis gigantes com informações sobre as civilizações, esculturas, réplicas de tesouros e serpentes. Durante o percurso, os alunos conheceram um pouco mais da riqueza cultural do Egito e seus mistérios, incluindo aprendizagens que a relacionam à nossa realidade, como alguns hábitos alimentares semelhantes (comiam alface e tâmaras), observar as cheias (a partir dos nilômetros) e possuir jardins em suas casas. Os professores orientaram as crianças a levar lanterna para desbravar o local.

RESULTADO

Divulgação Colégio Santo Américo

Após o término do projeto, os alunos realizaram uma exposição na escola com maquetes, cartazes, sarcófagos e múmias, tudo produzido pelos alunos. “Os pais que visitaram a exposição ficaram impressionados com o quanto as crianças tinham aprendido. Alguns comentaram o desejo do filho de ir ao Egito, o que demonstra que se interessaram pelo tema e têm curiosidade de saber ainda mais”, comenta Sílvia.

Colocando em prática

Fotos: shutterstock

Como pudemos ver, o Egito é um tema que abre um leque enorme de assuntos a serem trabalhados com as crianças em sala de aula e fora dela. Reúna a equipe escolar, proponha pesquisas sobre essa civilização e organize projetos multidisciplinares para despertar a curiosidade da turma e promover um aprendizado eficiente e divertido. Inspire-se na experiência contada aqui e não se esqueça de nos escrever para relatar os resultados obtidos na sua escola.

Egito: uma cultura responsável por grandes conquistas

A civilização egípcia, que se desenvolveu nos vales no Rio Nilo, é a mais grandiosa e duradoura de que se tem notícia. É reconhecida pelos primeiros registros de escritas, pelas grandes obras hidráulicas e pelo pioneirismo das técnicas agrícolas. De tempos em tempos, no período de chuvas, a nascente do Rio Nilo transbordava, alagava as encostas e trazia húmus composto de nutrientes, que serviam para a nutrição do solo das margens. Após o término do período de chuvas, o solo estava pronto para receber a plantação e, com isso, possibilitava o desenvolvimento da agricultura na região. A cultura egípcia tem características únicas que são lembradas até os dias de hoje, por exemplo a escrita hieroglífica, que demorou muito tempo para ser decifrada; e o calendário solar, que é composto por doze meses com trinta dias cada um. As pirâmides são outro destaque dessa civilização. As de Gizé, por exemplo, foram erguidas depois de 2780 a.C. para abrigar os túmulos dos faraós (considerados filhos de Deus pelos súditos) da quarta dinastia egípcia. A maior de todas – a Queóps – foi construída com 6 milhões de toneladas de pedras e ocupa uma extensão de aproximadamente 60 mil metros quadrados e 145 metros de altura. A construção dessa pirâmide durou cerca de 20 anos e recrutou toda a população local, o equivalente a 100 mil homens, que trabalhavam em sistema de rodízio de três em três meses. Os egípcios mantinham a crença na vida após a morte, e foi isso que ditou o costume desse povo de enterrar os corpos com os seus melhores pertences, para assegurar sua passagem para a eternidade. Também por causa dessa crença, os egípcios utilizam a técnica de mumificação para acondicionar os corpos. A imagem do sarcófago era pintada com os olhos abertos para que a alma pudesse “enxergar” o caminho para o paraíso. Esse processo também era utilizado para preservar o corpo e dar condições para receber a alma de forma adequada. Porém, essa técnica era destinada somente aos corpos dos faraós e das pessoas que tinham condições de pagar pelos altos cultos. Todo o processo era feito por especialistas e, graças a eles, os egípcios tiveram muitos avanços nas áreas científicas, pois, quando se abriam os corpos, aprendia-se muito sobre a anatomia humana. No campo da religião, predominava o politeísmo, que cultuava centenas de deuses, entre eles animais como vacas, touros, serpentes, crocodilos e outros que eram uma mistura de pessoas e animais. Os egípcios faziam oferendas para esses deuses em busca de ajuda para resolver os problemas. A cultura egípcia é muito rica e deixou importantes estudos científicos para outras civilizações. Em busca de solução para os problemas práticos, os egípcios avançaram com as pesquisas e descobriram a cura de doenças, novos elementos químicos e grandes novidades nos campos da arte e da arquitetura. Portanto, estudar a cultura desse povo é fazer uma viagem a um mundo distante e cheio de particularidades. Fontes: História Geral, de Cláudio Vicentino (Editora Scipione) e História do Mundo (Editora e Gráfica Visor)

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