UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO ABR/2013 DISCIPLINA:ZOOLOGIA AGRÍCOLA FILO CHORDATA: CLASSE REPTILIA CARACTERES GERAIS, MORFOLOGIA, FISIOLOGIA, ECOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO

July 1, 2017 | Autor: Mariana Damascena | Categoria: Vertebrate Zoology
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO DISCIPLINA: ZOOLOGIA AGRÍCOLA PROFª: JOZÉLIA CORREIA

ABR/2013

FILO CHORDATA: CLASSE REPTILIA CARACTERES GERAIS, MORFOLOGIA, FISIOLOGIA, ECOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO. INTRODUÇÃO A Classe Reptilia (lat. Reptum = rastejar, refere-se ao modo de locomoção). São vertebrados amniotas, de temperatura variável, com um epitélio queratinizado desprovido de glândulas. Seus representantes são: tartarugas, jabutis, cágados, lagartos, serpentes, cobra-de-duas-cabeças, tuatara, crocodilos e jacarés. A maioria dos répteis vive em regiões tropicais e subtropicais; seu número declina rapidamente em direção aos pólos e altas altitudes. Tartarugas e cobras são mais numerosas em regiões úmidas, e os lagartos em territórios áridos. Ocupam uma variedade de habitats; terrestres, subterrâneo, brejos, rios, mar, ilhas oceânicas, florestas, desertos, etc. Caracteres adaptados à vida terrestre • O espessamento e a cornificação da pele, juntamente com o abandono de seu papel respiratório. A pele aumentou a proteção contra o atrito e a perda de água. Em pequenas áreas do corpo a pele permaneceu fina dando flexibilidade às partes do corpo. • Presente um órgão copulador. Ovos com casca resistente à perda de água e contendo uma câmara cheia de líquido, a cavidade amniótica que protege o embrião em desenvolvimento contra a dessecação e lesões mecânicas. • Ação da língua no transporte de informações químicas do ambiente externo para os órgãos de Jacobson. Taxonomia Classe Reptilia Ordem Chelonia – tartarugas, cágados e jabutis Ordem Squamata Subordem Sauria ou Lacertilia – Lagartos Subordem Ophidia – Serpentes Subordem Amphisbaenia – Cobra-de-duas-cabeças Ordem Crocodilia – Crocodilos, jacarés e gavial Ordem Rhynchocephalia – Tuatara Atividade Não tendo mecanismos internos bem desenvolvidos de produção de calor e de controle da temperatura do corpo, os répteis são influenciados pela temperatura do ambiente. Regulam a temperatura do corpo procurando temperaturas ambientais adequadas (sol e sombra). Nos trópicos os répteis podem ser ativos durante todas as estações, mas nas regiões temperadas apenas nos meses mais quentes. No inverno ficam dormentes por um período que depende da duração e da severidade da estação fria (hibernam). Em temperatura alta os répteis comem mais e sua digestão é mais rápida. Tegumento A maioria dos répteis tem uma pele não glandular constituída de uma epiderme estratificada e uma derme subjacente. A epiderme produz células que passam a superfície, tornam-se cornificada e constituem o revestimento externo. O corpo dos répteis é coberto por escamas secas, que fornecem proteção. As escamas têm 2 origens: epidérmicas (são superficiais e trocadas periodicamente) e dérmica (são placas ósseas permanentes, aprofundadas na pele e mantidas durante toda a vida). A forma das escamas é essencialmente constante em cada espécie, sendo a forma e o arranjo das escamas úteis na classificação dos répteis. Na derme estão situados os cromatóforos, responsáveis pelo padrão de cor. A cor dos répteis pode mudar pela mudança na posição do cromatófora, ou pela sua contração. A coloração pode ter várias funções: escondê-lo de presas e protegê-lo de predadores, fornecer um reconhecimento específico ou reconhecimento sexual (dimorfismo sexual marcado pela cor) usado na termoregulação (clareando sua coloração em altas temperaturas e escurecendo em temperatura baixo).

Os répteis não possuem glândulas na pele. Os crocodilianos possuem no lado inferior da cabeça um par de glândulas de almiscar, que lhes dá um odor característico. Alguns Lagartos possuem glândulas próximas a cloaca que parecem ser ativas durante a estação reprodutiva. A parte externa da epiderme é cornificada, sendo mudada em intervalos nos lagartos e nas cobras. As células epidérmicas produzem uma nova cutícula por baixo da velha. Nas cobras, entre as duas camadas é produzida uma secreção turva a cutícula que cobre o olho e provavelmente prejudica sua visão. Nas cobras a muda sai de uma só vez, os lagartos mudam a cutícula em pedaços. Algumas tartarugas e crocodilianos eliminam a camada externa de seus escudos como peças inteiras isoladas. Nos lagartos e serpentes as escamas são epidérmicas e se sobrepõem uma às outras (imbricados). As escamas são trocadas periodicamente, este processo chama-se ecdise. Nas serpentes a troca de pele ocorre de uma só vez, numa única peça. O número de vezes que ocorre essa troca depende da taxa de crescimento. Os guizos das cascavéis representam vestígios cornificados da pele, que aderem à base da cauda, e não se perdem durante a ecdise

As tartarugas e cágados possuem escamas epidérmicas cornificadas que recobrem externamente as placas dérmicas ósseas (carapaça e plastrão). Essas escamas não são trocadas regularmente, são gradualmente gastas e substituídas. Os crocodilianos também têm seus corpos recobertos por escamas epidérmicas. As escamas epidérmicas dos répteis são dispostas em padrões bem definidos e apresentam considerável diversidade de forma e estrutura nos diferentes grupos. As diferenças de tamanho, forma e número destas escamas fornecem importantes características para a classificação. As escamas dérmicas são altamente desenvolvidas nas tartarugas, e formam a carapaça e o plastrão, que se unem por uma ponte, de cada lado do corpo. Os crocodilianos possuem algumas placas ósseas, e pequenas escamas dérmicas estão presentes em alguns lagartos. São inexistentes nas serpentes.

Carapaça

Plastrão

Glândulas de peçonha são características de alguns ofídios, e sempre pares. Estão situados por baixo e atrás dos olhos. Esqueleto Esqueleto Cefálico A ossificação do crânio dos répteis é maior do que a dos anfíbios. Durante a evolução ocorreu variação na região temporal. O crânio sólido sem aberturas chama-se anápsido (tartarugas); o crânio com 2 aberturas, diápsido (maioria dos répteis); o crânio com 1 abertura (répteis extintos).

O teto do crânio é arqueado, em vez de achatado, como nos anfíbios. Início de um palato secundário. Existe um único côndilo occipital. O quadrado é solidamente fundido ao crânio em tartarugas, crocodilianos e no tuatara. Nas serpentes e lagartos, ele é móvel e serve como dobradiça entre as maxilas superior e inferior. A mandíbula é composta de vários ossos. A conexão entre as duas metades da mandíbula varia de uma união firme (tartarugas), até uma conexão mais frouxa, obtida por meio de ligamentos (serpentes). Essa conexão mais móvel permite as serpentes expandir sua mandíbula a fim de deglutir presas grandes. Esqueleto Axial A coluna vertebral dos répteis apresenta nítidas regiões (exceto nas serpentes e lagartos ápodos): cervical, torácica, lombar, sacral e caudal. O Côndilo occipital único articula-se com a primeira vértebra cervical (atlas). As vértebras torácicas possuem costelas que encontram ventralmente com o esterno (exceto nos quelônios e répteis ápodos). O número de vértebras caudais é extremamente variável. Esqueleto Apendicular A grande variabilidade no esqueleto apendicular dos répteis está relacionada com os diversos tipos de locomoção usados. Os membros inexistem em alguns lagartos e nas serpentes (as jiboias apresentam vestígios de membros posteriores que surgem como esporões ao lado da cloaca). Nas tartarugas os membros são adaptados para nadar e assumem a forma de nadadeiras. As tartarugas terrestres tem pernas adaptadas para suportar o peso, semelhantes às de um elefante. A maioria dos lagartos tem 5 dedos com garras em cada perna.

Sistema muscular Os músculos axiais (tronco) começam a apresentar algumas características mais complexas, encontradas nos mamíferos. Estes músculos servem para os movimentos laterais do corpo. Nas serpentes os movimentos são realizados apenas pelos músculos do tronco. Nas tartarugas, devido a carapaça imóvel, a musculatura do tronco é pouco desenvolvida. Sistema Circulatório O coração possui dois átrios separados, o ventrículo é parcialmente dividido por um septo (nos crocodilianos divididos em 2 câmaras). Da parte direita sai o grupo de artérias pulmonares, e da parte esquerda um par de arcos aórticos. Aparelho Digestivo O sistema digestivo dos répteis adapta-se aos hábitos alimentares das espécies envolvidas. Sendo assim, existem animais herbívoros, carnívoros e onívoros. Os répteis aquáticos tem glândulas orais mais desenvolvidas do que os anfíbios. Isso está associado à necessidade de umedecer o alimento para reduzir a fricção durante a deglutição. Estas glândulas orais incluem as palatinas, labiais, linguais e sublinguais). As glândulas venenosas originam-se de algumas dessas glândulas orais. A língua dos lagartos e cobras é bastante desenvolvida. Nos camaleões é extensível com ponta pegajosa para capturar as presas. Nas serpentes, a ponta bifurcada capta os estímulos químicos externos do ambiente. Nas tartarugas e crocodilianos a língua não pode ser estendida. Ao longo da vida de um réptil, os dentes se substituem varias vezes.

Sistema Respiratório É do tipo pulmonar. O ar é deglutido, como fazem os anfíbios, utilizam-se também dos músculos costais e abdominais para aspirar o ar para dentro dos pulmões. Nas serpentes o lobo esquerdo do pulmão é reduzido ou ausente. Os crocodilianos possuem pulmões bem semelhantes ao dos mamíferos. Alguns lagartos, um pulmão é maior do que o outro. Do pulmão dos camaleões partem uns sacos aéreos. Sistema Nervoso Nos répteis, pela primeira vez, ocorre a mudança do centro nervoso para o cérebro. Isto está relacionado com o aumento acentuado do tamanho dos hemisférios cerebrais. Órgão dos Sentidos Os Tegumentos são ricos em terminações táteis. Os corpúsculos gustativos restringem-se a região faríngea. Na língua dos lagartos e serpentes há numerosas papilas sensoriais. O olfato está presente nas fossas nasais (alongadas nos répteis superiores pelo desenvolvimento de palato secundário). É composta de um vestíbulo, que comunica com o exterior, e de uma região posterior, na qual se localizam células olfativas, parcialmente divididas por uma presa (corneta). O órgão de Jacobson alcança seu ponto mais alto de desenvolvimento nas serpentes e nos lagartos, e é ligado ao teto da boca e não ao canal nasal. Há nos olhos glândulas lacrimais que mantém úmida a córnea. A retina encerra cones e bastonetes. A acomodação da visão para perto ou distante, é efetuada não pelo movimento do cristalino; mas sim pela mudança da sua forma. Pode ser achatado (visão à distância) ou arredondado (visão de perto), através da ação dos músculos do corpo ciliar. As pálpebras estão presentes em muitos répteis, são móveis. Presente uma membrana nictitante (terceira pálpebra), que vai adiante do olho. Nas serpentes e em alguns lagartos cavadores, não existem pálpebras móveis, olho é recoberto por pele transparente e imóvel.

Apenas alguns répteis (crocodilianos, lagartixas e jabutis) se comunicam vocalmente. Duvida-se se há percepção de sons por outros répteis. Os répteis que vocalizam, emitem sons para defesa de território e acasalamento. As cobras não têm tímpano nem ouvido médio, mas a columela e o ouvido interno estão presentes. Muitos répteis predadores percebem sua presa pela visão. As presas pequenas são agarradas com os dentes e engolidas, sendo mortas pela ação trituradora da maxila e da mandíbula, por asfixia ou pelos sucos digestivos. As cobras constritoras matam sua presa por asfixia, enrolando-se em torno dela. As cobra peçonhentas injetam veneno e a vítima morre rapidamente.

As cascavéis e outros membros da família das víboras possuem fossetas loreais próximas as narinas de cada lado da cabeça. As fossetas funcionam como termorreceptores que permitem ao animal localizar e atacar vertebrados de sangue quente.

Aparelho excretor Os rins são do tipo metanefro (mais desenvolvidos, igual aves e mamíferos). São planos e lobulados. Estão situados de ambos os lados da coluna vertebral. Os túbulos renais abrem-se nos ureteres que desembocam na cloaca. A bexiga urinária é uma evaginação da parede ventral da cloaca, apenas existe nos lagartos e tartarugas. A urina, em algumas espécies, é sólida ou semi-sólida. Vários répteis possuem glândulas secretoras de sal situada na cabeça, para promover a rápida eliminação de sal do sistema. Nos iguanas marinhos de Galápagos e nas serpentes marinhas, que passam toda a sua vida no oceano, estas glândulas são muito desenvolvidas. Aparelho reprodutor Os ovários e testículos são pares. Órgãos copuladores estão presentes nos machos. Os lagartos e serpentes há uma estrutura par na cloaca chamada hemipênis. Os crocodilianos e tartarugas possuem uma estrutura homologa do pênis dos mamíferos.

Hemipênis

Pênis

A fecundação é interna. Ovos com casca resistente à perda de água e contendo uma câmara cheia de líquido, a cavidade amniótica que protege o embrião em desenvolvimento contra a dessecação e lesões mecânicas. Os ovos são grandes, com membrana interna e grande quantidade de vitelo, necessário para o crescimento do filhote antes da eclosão. São regados de albumina e cobertos por uma casca coriácea ou calcária. Albumina e a casca são produzidas por glândulas localizadas ao longo dos ovidutos. A forma geral é a de um oval longo, mas é esférica nos jabutis e tartarugas. O filhote ao eclodir ou nascer, é semelhante ao adulto e torna-se imediatamente independente.

Os répteis podem ser ovíparos, vivíparos e ovovivíparos. Os ovos são depositados em cavidades naturais, embaixo de pedras ou dentro de troncos, por baixo de restos vegetais, na terra ou na areia. Populações de fêmeas que reproduzem partenogeneticamente* ocorrem em alguns lagartos. *A partenogênese é o desenvolvimento de um novo indivíduo a partir de um óvulo não fecundado. Dentes As tartarugas são desprovidas de dentes, as maxilas, inferior e superior estão envolvidas por bainhas córneas semelhantes a um bico. Os dentes estão presentes nos demais grupos e são substituídos quando perdidos. Nos crocodilianos a dentição é tecodonte, forma cônica e situados em alvéolos dentários, reduz a chance de perda, quando em luta ou captura de presa.

Classificação da Dentição das Serpentes Áglifas – dentes maciços, desprovidos de canal ou sulco externo e não dispõe de presas inoculadoras de veneno (ex: jibóia, sucuri, salamanta e caninana). Opistóglifas - dentes com sulco localizado na parte posterior da maxila superior (ex: muçurana e falsa coral). Proteróglifas – par de presas (dentes) com ducto situado na parte anterior da maxila superior, as presas são rígidas(ex: corais verdadeiras). Solenóglifas - par de dentes com ducto situado na parte anterior da maxila superior, as presas são eréteis móveis (ex: jararacas,cascavel e surucucu).

Áglifa

Proteróglifa

Opistóglifa

Solenóglifa

Ordem Chelonia (tartarugas, cágados e jabutis) As tartarugas descobriram um modo de vida bem sucedido no Triássico e, desde então, modificaram-se muito pouco. O casco de uma tartaruga é seu caráter mais distinto. Mostram especificações morfológicas associadas a habitats terrestres, de água doce e marinhas. Todas são ovíparas e nenhuma exibe cuidado parental.

O sexo de um indivíduo é determinado pela temperatura em que este é exposto no ninho. A maioria das tartarugas consiste em animais de vida longa, com capacidade relativamente pequena para crescimento populacional rápido. A morfologia do casco reflete a ecologia da espécie: as formas terrestres, os jabutis da família testudinidae, possuem cascos em forma de cúpula e pés em forma de tronco semelhantes aos dos elefantes. As tartarugas aquáticas possuem os pés espalmados, o que facilita a natação, e a carapaça (casco) baixa que oferece pequena resistência ao deslocamento na água. Caracteres gerais As tartarugas são muito diferentes dos outros amniotas ectotérmicos (crocodilia e lepidosauria), sua morfologia e a fisiologia são especializadas. Têm o corpo recoberto por ossos, com costelas fusionadas à carapaça e com bico córneo em vez de dentes.

A carapaça e o plastrão são ligados por suportes estruturais denominados pontes, localizadas entre os membros anteriores e posteriores de cada lado do corpo. A rigidez do casco resulta de uma estrutura óssea interna formada pela fusão de placas que são cobertas por escudos córneos feitos de queratina. O padrão atual destas duas camadas varia de tal forma que a junção de cada secção não se sobrepõe. Em algumas tartarugas a carapaça e o plastrão estão recobertos por pele em vez de escudo, outras a carapaça é formada por pequenos ossos poligonais imersos em cartilagem, e os ossos do plastrão são reduzidos. O esqueleto dos quelônios é totalmente ossificado. O crânio é bem resistente e maciço, apresentando apenas um único côndilo occipital. A coluna vertebral possui oito vértebras cervicais, que constitui o pescoço e são extremamente flexíveis. A parte central da coluna vertebral funciona como suporte para a carapaça, estando fusionada por dez vértebras dorsais, as quais estão fixas às costelas, sendo que a 11ª e 12ª vértebras são denominadas sacrais e não estão fusionadas à carapaça. A cauda contém entre vinte e trinta vértebras e, como o pescoço, é completamente flexível. Esses animais, devido a flexibilidade das vértebras do pescoço, podem move-lo numa curva em S. Os ammiotas primitivos utilizavam movimentos da caixa torácica para aspirar ar para dentro dos pulmões e para forçá-lo para fora, os lagartos ainda empregam esse mecanismo. Nas tartarugas, a fusão das costelas ao casco rígido impede esse método de respiração. As tartarugas produzem mudanças na pressão pulmonar pela contração de músculos que forçam as vísceras para cima, comprimindo os pulmões e expelindo o ar. O movimento das vísceras para baixo expande os pulmões, aspirando o ar. Muitas tartarugas aquáticas são capazes de absorver oxigênio e liberar dióxido de carbono na água. A faringe e a cloaca são os principais locais das trocas gasosas aquáticas. As tartarugas são ectotérmicas e, como os lagartos e crocodilianos, conseguem uma estabilidade de temperatura corpórea por meio da troca de energia térmica com o ambiente. Tartarugas aquecendo-se ao sol, tem uma função primariamente termo-reguladora. Temperaturas corporais mais elevadas podem acelerar a digestão, o crescimento e o desenvolvimento. As tartarugas podem regular sua temperatura movendo-se entre o sol e a sombra. Durante as interações sociais, as tartarugas empregam sinais táteis. Visuais e olfativos. Em algumas espécies, durante a estação de acasalamento, os machos identificam as fêmeas de sua própria espécie através da cor e do padrão das patas posteriores. Feromônios também podem desempenhar algum papel na identificação das espécies. Como sinais táteis, podem ser utilizados mordidas, golpes e contatos corporais diretos. Muitos jabutis vocalizam durante a corte. Os grupos de tartarugas possuem hierarquias sociais determinadas, em grande parte, por encontros agressivos, golpes e contatos corporais são empregados. Essas hierarquias sociais são expressas em comportamento relacionado com o acesso ao alimento ou áreas de forrageio, parceiros e locais de repouso. Todas as tartarugas são ovíparas. As fêmeas utilizam as patas posteriores para escavar um ninho na areia ou no solo, onde depositam seus ovos. A sexagem nos quelônios poder ser realizada observando o tamanho da cauda, os machos apresentam cauda maiores que as fêmeas. Outra característica presente nos machos de jabutis é uma concavidade no plastrão para facilitar o encaixe na fêmea durante a cópula .

Macho – Fêmea

Fêmea –Macho

Cópula Jabuti

Tartaruga marinha fêmea e macho Os ovos podem apresentar cascas moles e flexível ou rígida. O sexo de algumas tartarugas, lagartos e crocodilianos é afetado pela temperatura a que os animais ficam expostos durante o desenvolvimento embrionário. Nas tartarugas, baixas temperaturas durante a incubação normalmente produzem machos e a temperaturas altas produzem fêmeas. Nos jacarés e nos lagartos ocorre o oposto. As tartarugas são auto-suficientes ao nascer. Os ninhos das tartarugas são muito profundos, os ovos podem ser enterrados a 50 cm abaixo da superfície da área. Após várias semanas de incubação, todos os ovos eclodem dentro de um período de poucas horas, e os filhotes encontram-se numa pequena câmara no fundo do ninho. A atividade espontânea de poucos indivíduos coloca o grupo em movimentos, uns rastejando sobre os outros. À medida que os filhotes se aproximam da superfície, as altas temperaturas da areia inibem sua atividade, e eles aguardam até a noite, quando ocorre o declínio da temperatura e eles saem do ninho. A emergência simultânea é uma característica importante da reprodução das tartarugas, pois, os filhotes sofrem uma grande mortalidade ao atravessarem uns poucos metros de areia e arrebentação. Os predadores terrestres aguardam sua aparição, caranguejos, raposas, guaxinins e outros reunem-se nas praias de reprodução na época da eclosão. A ordem Chelonia divide-se em duas sub-ordens de acordo com movimento do pescoço. São elas: Cryptodiros - retraem o pescoço num plano vertical. Kinosternidae - Kinosternon scorpioides (muçuã) Testudinidae - Geochelone carbonaria (jabuti vermelho) - Geochelone denticulata (jabuti amarelo) Emydidae - Trachemys sp. (tigres d’água) - Rhinoclemmys punctularia (aperema) Dermochelidae - Chelonia mydas (tartaruga verde) - Careta careta (tartaruga cabeçuda) - Eretmochelys imbricata (tartaruga de pente) - Lepidochelys olivacea (tartaruga comum) - Dermochelys coriacea (tartaruga de couro) Exemplos de quelônios brasileiros:

Pleurodiros – flexionam o pescoço nas laterais do corpo. Pelomedusidae - Pelumedusas sp. (tartarugas africanas) - Pelusias sp. (tartarugas africanas) - Podocnemis expansa (tartaruga da Amazônia) - Podocnemis unifilis (tracajá) - Podocnemis sextuberculata (pitiú) - Podocnemis eritrocephala (irapuca) - Peltocephalus dumerilianus (cabeçudo) Chelidae - Chelus fimbriatus (mata-matá) - Prynops sp. (cágados)

MUÇUÃ (Kinosternon scorpioides) Tem a carapaça caracterizada pela presença de três quilhas longitudinais, que lhe conferem aspecto original. Plastrão com as extremidades móveis, permitindo ao animal encerrar-se dentro da carapaça em caso de perigo.

TARTARUGA-DA-AMAZÔNIA (Podocnemis expansa) É a maior espécie do gênero. Sua carapaça é achatada, mais larga na região posterior, pode atingir até 80 cm de comprimento. Sua coloração é marrom, cinza ou verde oliva. Suas patas são espalmadas com membrana inter digital.

TRACAJÁ (Podocnemis unifilis) Tem a carapaça oval e alta, com até 45 cm de comprimento, de coloração marrom, cinza ou verde oliva. As patas são espalmadas com membrana inter-digital. Jovens e adultos com manchas amarelas na cabeça.

APEREMA (Rhiniclemmys punctularia) É uma espécie semi-aquática, tem as patas espalmadas com membranas inter digitais. Possui a carapaça negra com uma quilha no centro, patas e pescoço de cor amarelo e preto. A cabeça apresenta linhas alaranjadas.

JABUTI VERMELHO (Chelonoides carbonaria) Espécie terrestre, pés em forma de coluna com dedos indistintos. Casco ovalado, bastante alto. Carapaça de coloração negra, com área central de cada escudo amarela. Escamas da cabeça, membros e cauda avermelhadas, alaranjadas e/ou amareladas.

JABUTI AMARELO (Chelonoides denticulata) Espécie terrestre, pés em forma de coluna com dedos indistintos. Casco ovalado, bastante alto. Carapaça de coloração marrom, geralmente mais clara no centro de cada escudo. Escamas da cabeça, membros e cauda alaranjadas e/ou amareladas.

MATAMATÁ (Chelus fimbriatus) É, seguramente, uma das mais bizarras, intrigantes e fascinantes espécies de quelônio. Carapaça com até 40 cm de comprimento, quadrangular, apresentando três fileiras de quilhas; cabeça achatada, triangular, com uma probóscide; nos lados da cabeça e pescoço são observadas extensões de pele. Os jovens apresentam cores contrastantes, inclusive faixas vermelhas e pretas no pescoço.

JABUTI MACHADO (Platemys platycephala) Tem a carapaça achatada com um profundo sulco vertebral; plastrão marrom enegrecido com as bordas amareladas; pescoço curto com tubérculos laterais cuneiformes; cabeça achatada com coloração alaranjada.

Ordem Squamata

Lepidosauria

Sphenodontia Lagartos Squamata Cobra – duas cabeças Serpentes

Os Squamatas tiveram sua origem no Triássico, e se diversificaram bastante. Uma das caraterísticas derivadas dos lagartos consiste no crescimento determinado. Os crocodilianos e os quelônios continuam a crescer durante toda sua vida, embora com taxa de crescimento muito menor que quando jovens. Aspectos ambos da biologia dos lagartos estão correlacionados aos modos de forrageio, incluindo a morfologia, a fisiologia do exercício e o comportamento social. O comportamento predatório dos lagartos varia desde esperar em um local e emboscar os insetos que passam até a procura ativa de alimento, percorrendo a área domiciliar. As especializações anatômicas das serpentes estão associadas à forma alongada de seu corpo e incluem modificações das maxilas e do crânio, que permitem que esses animais submetam e imigram presas grandes. Reprodução do Squamata Os machos de Squamata apresentam órgãos copulares pareados denominados hemipênis. Uma fêmea receptiva de serpente ou lagarto muitas vezes levanta a cauda e inclina para o lado, sinalizando sua disposição para acasalar. O macho responde presionando sua região cloacal contra a região cloacal da fêmea. Os Squamata apresentam uma variedade de modos reprodutivos, desde a oviparidade até a viviparidade. Uma condição intermediária inclui a retenção dos ovos durante o desenvolvimento com a produção de filhotes nutridos pelo material vitelínico. Uma espécie de serpente e 6 famílias de lagartos são partenogenéticos (espécies onde todos indivíduos são fêmeas). O cuidado parental foi registrado em muitos Squamata. Os incluídos permanecem com os ovos no local do ninho. A incubação de ovos foi registrada para algumas pítons, a fêmea enrola-se em torno dos ovos. Termo – Regulação As atividades de regulação térmica podem ocupar uma porção considerável do tempo de um animal, pois o tempo gasto com essa atividade não está disponível para outros. Em regiões temperadas, a estação de atividades ocorre apenas durante os meses mais quentes e ensolarados, nos demais as serpentes e lagartos hibernam. Lagartos Os lagartos variam de tamanho, desde 3 cm a 3 m de comprimento. Cerca de 80% pesam quando adultos, menos de 20g e são insetívoros. São animais facilmente adaptáveis que ocupam habitats que variam de pântanos a desertos. Muitas espécies são arborícolas. A maioria dos lagartos de grande porte são herbívoros. Os iguanas são arborícolas e habitam os trópicos da América Central e América do Sul. Os herbívoros terrestres menores vivem em habitats continentais do Novo e Velho Mundo. Muitas espécies vivem em praias, mas poucas realmente entram na água.

A forma do corpo é variada. As pernas podem ser longas ou curtas, fortes ou delicadas. São reduzidas em alguns e ausentes nos lagartos ápodos. Lagartos que correm rapidamente, a cauda longa e delgada serve como contrapeso, mas em formas lentas ela é curta e rombuda. A pele é geralmente flexível, frouxamente presa ao corpo e contém muitas escamas. As escamas podem ser lisas, rugosas ou apresentar uma quilha longitudinal. Um tímpano externo é geralmente evidente de cada lado da cabeça. A língua pode ser apenas ligeiramente móvel ou extensível, para capturar insetos com a ponta revestida de muco. A maxila e a mandíbula são providas de modo variado de dentes. Muitos lagartos apresentam display na defesa do território ou durante a luta, corte ou em outras interações sociais. Cada espécie apresenta um padrão de ação de display inato e distinto. Este padrão é importante para reconhecimento específico e para a comunicação. Os métodos utilizados pelas serpentes e lagartos para encontrar, capturar, subjulgar e deglutir as presas são diversificados entre as espécies de uma comunidade. Variação da ecologia e do comportamento está associada a diferentes no modo de forrageio. Os predadores de espreita e de procura ativa consomem diferentes tipos de presas e são vítimas de diferentes tipos de predadores, mesmo quando os dois tipos de lagartos ocorrem no mesmo habitat. As formas do corpo de lagartos predadores de espreita podem refletir pressões seletivas diferentes das que atuam em espécies de procura ativa. Os lagartos de espreita apresentam coloração críptica, corpo robusto e cauda curta. As espécies de lagartos de procura ativa geralmente são delgadas e alongadas, possuem caudas longas, frequentemente apresentam padrões de listras. A habilidade de soltar a cauda quando capturado por um predador (autotomia) está presente nos lagartos independente de modo de forragear. As espécies de lagartos de procura ativa, devido a locomoção contínua, gastam muita energia. Eles possuem corações maiores e mais células sanguíneas vermelhas que as espécies de espreita, como resultado, em cada batimento mais oxigênio pode chegar aos tecidos. Os iguanas utilizam principalmente sinais visuais (com extensos repertórios de exibições). As vocalizações são utilizadas por algumas espécies. Os padrões de exibições consistem de vários movimentos dentre eles, vibração da cabeça e expansão e contração do apêndice gular, elevação do corpo por extensões das partes anteriores. Cada espécie apresenta um padrão de exibição. Estes comportamentos são utilizados para reconhecimento da espécie e do sexo e muitos são empregados na defesa de território. A territorialidade envolve a defesa de algum recurso importante (alimento e parceiros sexuais) para o indivíduo defensor. IGUANA (Iguana iguana) Podem ultrapassar os 2 m de comprimento, sendo 2/3 correspondente a cauda. O corpo é forte, membros bem desenvolvidos e fortes, com dedos compridos. Apresentam uma prega de pele na região gular e uma crista no alto da cabeça, característica mais desenvolvida nos machos. A coloração geral é verde intenso nos jovens, e vai apresentando bandas escuras ao longo do corpo e da cauda à medida que o animal vai se desenvolvendo. Apresentam uma enorme escama arredondada embaixo do tímpano. É uma espécie arborícola e vive na copa das árvores próximas aos cursos d’água.

Autotomia – A cauda é o único apêndice que os vertebrados autotomizam, esta habilidade está desenvolvida em salamandras, lagartos e tuatara e em poucas espécies de serpentes e roedores. Na maior parte dos casos, a autotomia é seguida pela regeneração de uma nova cauda. A autotomia ocorre em planos especiais de fratura. As artérias possuem esfíncteres musculares anteriores a cada plano de fratura e as veias possuem válvulas. Os esfíncteres e válvulas se contraem e evita a perda de sangue, quando ocorre a contração dos músculos da cauda, seguindo do rompimento do centro vertebral. A cauda autotomizada agita-se rapidamente atraindo a atenção do predador, enquanto o próprio indivíduo foge. Quando a cauda se regenera, as vértebras são substituídas por um bastão de cartilagem, que não contém planos de fratura. A futura autotomia ocorre anteriormente à porção regenerada. Cobras-de-duas-cabeças Incluem espécies extremamente fossáreos (fossor = escavador). Suas especificações morfológicas para a escavação apresentam como características: maioria ápode; crânio com constituição bastante rígida (utilizado na

construção de túneis);possuem um único dente mediano na maxila superior (característica exclusiva desse grupo de vertebrados), a pele com anéis envolvendo o corpo. O tegumento é quase desprovido de conexões com o tronco. A pele forma um tubo, dentro do qual o corpo de deslizar para frente e para trás. A separação entre o tronco e a pele é empregada durante a locomoção sanfonada, que utilzam sob o solo. Podem ser reconhecidas 3 categorias funcionais para esse organismos de hábitos escavadores: algumas espécies apresentam cabeça arredondada; outras possuem focinho quilhado verticalmente ou em forma de pá horizontal. As espécies com cabeça arredondada são capazes de devorar uma maior variedade de presas do que as formas mais especializadas para a escavação.

Serpentes O tamanho varia entre 10 cm a 10m de comprimento. Podem ser terrestres, semi-aquáticas ou totalmente aquática. A sucuri é uma espécie semi-aquática de boidae considerada a maior serpente atual. O crânio de uma serpente é muito mais flexível que o de um lagarto. Contêm 8 ligações, com articulações que permitem a rotação e proporciona uma complexidade de movimentos ao crânio. Nos lagartos, as hemimandíbulas são unidas em uma sínfise, nas serpentes, são conectadas por músculos e pele, podendo expandir-se para os lados e mover-se independentemente para frente e para trás. Os movimentos de deglutição ocorrem de forma lenta. As serpentes geralmente engolem a cabeça da presa em primeiro lugar, dessa forma, as patas da presa ficam pressionadas contra o corpo, facilitando a deglutição. Presas pequenas podem ser deglutidas pela cauda ou de lado. Os dentes são ancorados na presa e as hemimandíbulas são protraídas independentemente ou em conjunto e seguram a presa ventralmente. Quando atinge o esôfago, a presa é forçada na direção do estômago pela contração da musculatura do pescoço.

A constrição e a peçonha são especializações para a predação que permite que uma serpente manipule presas grandes com pouco risco de danos. A constrição é característica das jibóias sucuris e pítons e de diversas serpentes da família colubridae. Uma serpente constritora agarra a presa com as maxilas e a envolve com uma ou mais alças de seu corpo. Cada vez que a presa expira, a serpente aperta as alças levemente, em poucos minutos, a presa é sufocada. As serpentes capazes de inocular uma dose letal de peçonha em suas presas desenvolveram um método seguro de captura de presas grandes. Elas necessitam apenas injetar a peçonha e permitir que a presa fuja para morrer. Mais tarde, seguindo a trilha de odor da presa encontra seu cadáver. Esse é o padrão de captura de presas da maioria das serpentes solenóglifas. Os olhos são recobertos com cutícula transparente. Não há membrana ou abertura externa do ouvido. O crânio é delicado e alguns de seus ossos podem mover-se uns em relação aos outros. Dentes inclinados para trás ocorrem na maxila e mandíbula e nos ossos do teto da boca, servem para segurar o alimento enquanto este é deglutido. A língua é estreita, flexível, com extremidade bífida. Os odores do alimento e do parceiro são levados pela língua para o órgão de Jacobson, duas câmaras sensitivas que se abrem na parte posterior do palato. O reconhecimento específico na maioria ocorre por quimiorrecepção, através do órgão de Jacobson e sentido do olfato. As cobras nunca mastigam ou dilaceram seu alimento, mas o engolem inteiro. Podem comer presas de diâmetro maior que o seu corpo devido a uma série de adaptações, que incluem: 1- União das duas mandíbulas na parte anterior por um ligamento elástico. 2- Quadrado frouxamente articulado, tanto com o crânio como com a mandíbula. 3- Movimento dos ossos do palato. 4- Delicados dentes apontando para trás, na maxila, mandíbula e palato. Evita que o alimento escorregue para frente. 5- Ausência de esterno e costelas livres. Permite o corpo dilatar-se. 6- Presença de pele mole, elástica. Permitindo larga distensão. 7- Paredes finas e elásticas do esôfago e do estômago.

8- Posição bem anterior da glote logo atrás da língua. Permite a respiração durante a deglutição do alimento. Durante a deglutição as maxilas e mandíbulas flexíveis avançam alternadamente em um movimento de “andar” sobre a presa. Exemplos de serpentes constritoras brasileiras: JIBÓIA (Boa constrictor) As jibóias estão entre as serpentes mais comumente mantidas em cativeiro. São animais bastante robustos, atingindo em média 2 a 2,5 m. Apresentam típicos desenhos romboidais ao longo do corpo.

SUCURI (Eunectes murinus) Trata-se de uma das maiores serpentes do mundo. Assemelha-se à asiática píton em tamanho e pode atingir até 9 m (há relatos de sucuris com 12 m). É sem dúvida a serpente que atinge maior peso. Sua coloração geral é marrom olivácea, com duas fileiras de manchas pretas arredondadas, dispostas alternadamente no dorso. Tem seus hábitos intimamente ligados à água e são excelentes nadadoras. Répteis Peçonhentos Cobras peçonhentas ocorrem em todos os continentes e em muitas ilhas. O veneno serve para a captura de suas presas, mas é usado defensivamente. O veneno é secretado por um par de glândulas, uma em cada lado do maxilar superior, cada uma é ligada por um ducto à presa. O veneno é um complexo de matérias protéicas com vários efeitos fisiológicos e cada espécie de veneno tem características e toxicidade diferentes. O veneno neurotóxico (elapidae) afeta particularmente os centros respiratórios e a morte sobrevém por asfixia, o veneno hemotóxico (viperidae) afeta o aparelho circulatório, destruindo as paredes dos capilares e os glóbulos sanguíneos. Cada tipo de veneno tem propriedades diferentes e nenhum antiveneno isolado pode servir contra todas as cobras.

Distinção entre serpentes peçonhentas e não peçonhentas: Serpente Peçonhenta Serpente não peçonhentas Cabeça Chata, triangular bem destacada Estreita, alongada, mal destacada Movimentos Vagarosos Rápidos Escama/cabeça Cabeça com escamas pequenas semelhantes ao Cabeça com placas no lugar de corpo escamas Olhos Pequenos, com pupila vertical Grandes, com pupila circular Fosseta loreal Presente, entre os olhos e as narinas Ausente Cauda Curta, afinada bruscamente Longa, afinando gradualmente Escamas corpo Alongadas, pontudas, imbricadas com carena, ao Achatadas, sem carena, ao tato uma tato uma impressão de aspereza impressão de liso Atitude Quando perseguida, toma atitude de ataque Quando perseguida foge A fauna ofídica brasileira é representada por quatro gêneros: Micrurus (cobra coral), Bothrops (jararacas), Crotalus (cascavéis) e Lachesi (surucucus).

O quadro mostra a distinção de serpentes venenosas brasileiras de acordo com a dentição, presença de fosseta loreal e particularidades da cauda, do corpo e de sua biologia. Características

Cascavel

Jararaca

Cauda

Ponta da cauda com guizo ou Parte inferior da cauda lisa chocalho

Cabeça

Chata, triangular, bem destacada

Surucucu

Cobra-coral

Parte inferior da ponta da cauda com escamas espinhosas (arrepiadas) Arredondada e mal destacada Pequenos arredondada

com

pupila

Olhos

Pequenos, com pupila em fenda

Fosseta loreal

Presente entre olhos e narinas

Ausente

Escamas na cabeça

Alto da cabeça com escamas pequenas

Alto da cabeça com escamas grandes, em forma de placa

Dentição

Solenóglifas

Proteróglifa

Biologia

Hábitos noturnos, colocam-se em posição de ataque quando molestadas.

Noturna, durante o dia ficam em buracos ou outros esconderijos. Ao perceberem perigo, enrolamse e levantam a cauda, dando a impressão se trata da cabeça.

Classificação

Família Viperidae

Família Elapidae

Ordem Crocodilia Caracteres gerais O corpo compreende cabeça, pescoço, tronco e cauda distintos. Cada perna possui dedos terminados em garras córneas. A longa boca é margeada com dentes cônicos, situados em alvéolos. Narinas na extremidade e focinho. Olhos grandes laterais com pálpebras superiores e inferiores móveis e uma membrana nictante. O ânus é uma fenda longitudinal, atrás das bases das pernas posteriores.

A pele coriácea é resistente com escamas córneas. O tegumento cornificado sofre desgaste, sendo substituídos por camada da epiderme subjacente. Os adultos têm um esqueleto formado por placas dérmicas, do pescoço até a cauda. Glândulas de almíscar ocorrem na cabeça e dentro da cloaca. Crânio maciço com longo focinho. A mandíbula articula-se na margem posterior do crânio com o osso quadrado fixo. Ventralmente ao crânio há um palato duro, sobre o qual estão as passagens respiratórias. A coluna vertebral com 5 tipos de vértebras: cervicais, torácicas, lombares, sacras e caudais. Nas vértebras cervicais existem costelas cervicais curtas e livres, as torácicas e o esterno estão unidos por costelas torácicas. Entre o esterno e os ossos púbicos há costelas abdominais em forma de V. Tem maior diversidade em seus músculos, do que os anfíbios, devido a variedade dos movimentos realizados tanto em terra como na água. Os músculos da cabeça, pescoço e pernas são bem diferenciados. Grande boca com dentes fortes usados para ataque e defesa. Uma língua achatada situada no assoalho da cavidade bucal, mas não é protrátil. Depois da curta faringe fica o esôfago, um tubo delgado que vai até o estômago (com uma grande região esférica e uma porção menor pilórica). O intestino delgado enrolado, que vai ao reto, e à cloaca. A cloaca é a parte terminal comum para os aparelhos digestivos, excretor e reprodutor. O coração fica na parte antero ventral do tórax; é formado por um pequeno seio venoso, 2 átrios e 2 ventrículos (completamente separados). O ar entra pelas narinas e passa sobre o palato duro, para as coanas, e daí para glote e laringe (logo atrás da língua). A laringe é formada por cartilagens e contém as cordas vocais, liga-se a traquéia tubular, reforçada por anéis cartilaginosos. A traquéia se divide em 2 curtos brônquios, um para cada pulmão. Os pulmões são divididos por septos internos. Os 2 rins achatados e lobulares situam-se na parte posterior e dorsal da cavidade do corpo; um ureter vai de cada um rim até a cloaca. Há botões gustativos na língua e órgãos olfativos na cavidade nasal. Os olhos têm glândulas lacrimais. Cada ouvido tem um canal auditivo externo curto. Gônadas e ductos pares. Nos machos os 2 testículos situam-se perto dos rins; um ducto deferente de cada vai para ureter entrando na cloaca. O pênis mediano situa-se no assoalho ventral da cloaca. Nas fêmeas, os dois ovários estão perto dos rins, tem um oviduto com a parte anterior como um funil aberto, este vai até a cloaca. Os ovos formam-se nos ovários e passam para dentro dos funis; nos ovidutos, cada um é fecundado e envolvido por albumina, membranas da casca e uma casca antes da ovipostura. Muitos crocodilianos vivem em pântanos ou rios; alguns habitam em costas marinhas. Cavam buracos nos barrancos dos rios para se esconder. A fêmea constrói um ninho de vegetação em decomposição.

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