UNIVERSIDADE PAULISTA -UNIP

May 23, 2017 | Autor: Nelbert Araujo | Categoria: Pedagogia
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Daniele Nascimento Neiva Nayara Xavier de Oliveira Nelbert Henrique Araujo Thalia Melo Barros

A escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir

São Paulo 2016

UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP

Daniele Nascimento Neiva Nayara Xavier de Oliveira Nelbert Henrique Araujo Thalia Melo Barros

A escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir

Este trabalho consiste em analisar a obra A escola que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir e explicá la a parte de diferentes epistemologias. Apresentando à matéria Psicologia do Desenvolvimento Teorias da Aprendizagem, sob a orientação da professora Mônica.

São Paulo 2016

Sumário

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.

Resumo....................................................................................................................4 Abordagem Psicanalítica..........................................................................................6 Abordagem Histórico-Cultural...................................................................................7 Abordagem Construtivista..........................................................................................8 Aboragem Sistêmica.................................................................................................9 Inteligência Emocional e Inteligências Múltiplas.....................................................10 Conclusão...............................................................................................................11 Bibliografia..............................................................................................................12

Resumo O livro “A Escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir” fala da visita de Rubem Alves à Escola da Ponte de Portugal, uma escola democrática com educação inclusiva em que se dá o protagonismo ao aluno, alicerçada nas ideias pedagógicas do previamente estudado Freinet. A priori, o autor condena quão automatizado está o ensino, como em uma fábrica que sistematiza as crianças a pensar não de maneira livre e criativa, mas pré-determinada, aprendendo por programas e descartando individualidade ou “peculiaridades”. Ao visitar a escola da Ponte o educador, Rubens Alves se depara com a “escola que sempre sonhou”. Uma escola que a cooperação é a palavra-chave, todos se ajudam em uma sala enorme sem divisões, não tem um professor para cada faixa etária e ano letivo ou mesmo professores de matérias especificas, alunos e professores convivem como amigos, onde se compartilham espaços, dividem ambientes, vive-se em conjunto, sem preconceitos e egoísmo, para assim adquirir o conhecimento com experiências vividas por eles mesmos. Os alunos aprendem a ler com frases inteiras como aprendemos a falar, alunos com síndrome de Down estão incluídos em todas atividades e tem as mesmas tarefas e responsabilidades como as outras crianças, aprendendo a ter um lugar tão importante quanto. As crianças na escola da ponte não aprendem o que está no programa, o programa ensina coisas que talvez nunca seja usada, Rubens Alves relata alguns exemplos de crianças que perdem o interesse ou a motivação nas escolas convencionais. Na escola da ponte eles aprendem e têm prazer nisso, cada criança tem interesses diferentes em conteúdos diferentes, e formam grupos para estudar aquilo que gostam. Em outras escolas com uma epistemologia empirista, isso não é aceito, as crianças precisam aprender o que está no programa para passar no vestibular. Rubens Alves mesmo sendo professor universitário, se apaixonou pelo mundo das crianças, elas são puras e se encantam com tudo, por cada detalhe que os adultos jamais prestariam atenção. Um professor universitário que não trabalha com as crianças a anos não tem esse olhar, que é muito importante para as aulas não se tornarem entediantes e até chatas. Por isso o escritor, almeja esse universo infantil e quer ensinar as crianças. Numa escola é importante que o professor prepare suas aulas, analisando seus alunos e tendo em mente sempre um plano B, cada criança tem um jeito e um tempo de aprender, isso deve ser respeitado. Na escola da ponte, os alunos ajudavam uns aos

outros, para isso o professor deve usar uma pedagogia não diretiva, centrada no aluno, com coerência, empatia e aceitação incondicional, respeitando que cada criança tem um jeito, método e objetivo. O espaço também é importante, o trabalho em grupo e a inclusão social. No fim da crônica o professor cita que: “escola tem de ser como um jogo para ser divertido e fazer sentido, tem que ter regras”. Assim é possível que as crianças aprendam além do Programa, e assim um desenvolvimento maior. Não há competição ou rivalidade entre os alunos, mas os objetivos são traçados em conjunto, o que torna a escola tão harmoniosa e progressista.

Abordagem Psicanalítica Na fase infantil, o pedagogo tem a responsabilidade de passar concepções de sociedade moral e valores às crianças, além do ensino, conforme essa abordagem. Esta, em que os processos educativos modificam os seres humanos nos seus estados físicos, mentais, espirituais e culturais dá a configuração a nossa existência humana individual e grupal (LIBÂNEO, 2001). É necessário fazer da Psicanálise uma ferramenta para a educação, para trabalhar com o processo de desenvolvimento da criança e possibilitar uma visão mais clara de seu comportamento e o porquê dele – além de auxiliar sua formação enquanto indivíduo social. Quando a criança domina sua sexualidade, aprende também a dominar seus instintos, impulsos e agressividade. De acordo com Freud, a educação deve ser baseada numa relação onde o aluno projeta no professor sentimentos. Na teoria freudiana, esses sentimentos podem ser bons ou ruins, o professor fica como o objeto da relação onde o aluno demonstra desejo, porém isso vai depender de como o professor devolve os sentimentos para o aluno. Para Freud, o educador deve limitar-se apenas a transferir conhecimento, e dessa forma a relação vai se consolidar e o aluno vai respeitar o professor. Já sabemos que a educação não consiste em seguir receitas ou métodos fixos de ensino, pois deve haver a preocupação constante por parte do educador de reconstruir sua prática pedagógica. A educação pode ser rígida, repressiva e violenta, ao visar adaptar a criança ao que é socialmente aceito e orientar o que deve aprender (ignorando o que gostaria de aprender), no entanto, esse processo não precisa se abusivo. Nem toda escola pode ser como a escola da Ponte, mas trabalhar de maneira flexível aos educandos, dar atenção ao que gostariam de expressar e o professor bem esclarecido nas teorias psicanalíticas com uma boa relação aluno-professor possibilita um saber vivo às crianças em vez de conteúdos sem significados para eles. Os pequenos são seres repletos de potencial que não deveria ser limitado, mas sim trabalhado. Todos são como uma peça original que, nas escolas atuais, havendo "peculiaridades" estas são descartadas para se adequarem a um único modelo. Através dessa abordagem entendemos que é necessário que o aluno é que levante questões sobre si mesmo reflita sobre o que passa em sua própria mente, conheça a si mesmo e tenha o sentido de que aprender é prazeroso e benéfico.

Abordagem Histórico-Cultural Nesta abordagem, o pensador é Paulo Freire, surge após a segunda Guerra Mundial e aparece como uma forma de democratização da cultura. Freire, ficou conhecido por sua pedagogia libertadora, onde o papel do educador (e da escola) é situar o aluno enquanto um ser atuante sócio-policamente. O conteúdo escolar deve ser desenvolvido a partir de textos políticos, para que desde cedo a criança tenha o gosto pela política e que assim crie uma conscientização a respeito da realidade, é o processo de Desvelamento da realidade. Aqui a relação alunoprofessor se oferece de forma relacional. O método utilizado por Freire, se dá através do diálogo, para ele, através do diálogo que podemos provocar o que ele chama de Transformação da realidade. Visto que, é através da organização popular – através de Grupos – que pode acontecer essa tranformação. Paulo Freire, foi um grande pesquisador sobre o marxismo, e isso veio a refletir no seu modus operandi em sala de aula. Assim como no socialismo-comunismo de Marx, o conhecimento deve ser utilizado como um modo de libertar o sujeito, do estado de ignorância em que determinada classe social impôs visando a perpetuação de um modelo econômico injusto e unilateral. Freire, ainda dizia que o contexto em que o aluno está inserido, ou seja, os aspectos socias e culturais dele, irão refletir no seu desenvolvimento, tal como iniciativas públicas e grau de desigualdade sócio-econômica. Em suma, essa abordagem entende que é através do pensamento político e crítico, que pode se alcançar o empoderamento das massas. O professor procurará desmitificar e questionar com o aluno, valorizando a linguagem e cultura deste, criando condições para que cada um dos alunos analíse seu contexto. Somente através do diálogo será possível democratizar a cultura.

Abordagem Construtivista Aqui, temos Piaget como representante do construtivismo, a idéia central desta abordagem é sobre a construção do conhecimento. Becker, categoriza o construtivismo como a idéia de que nada está acabado, e que o conhecimento não é dado de forma terminada. Para ele, a estruturação do conhecimento depende da interação do meio físico e social com o simbolismo humano, embora Piaget não leve em consideração o contexto social. Para Piaget, o Construtivismo não é um modo didático, um recurso pedagógico, ele a classifica como sendo uma teoria capaz de conceituar e repensar toda a interação do desenvolvimento. O processo de aprendizagem só tem significância para Piaget, se coincidir com o de desenvolvimento do conhecimento, como Becker nos diz. Nessa abordagem, o conhecimento não depende unicamente das relações sociais ou da bagagem genética herdada. Na abordagem construtivista, conforme Piaget, existe uma troca entre o sujeito e o objeto, na qual a interação desses, sustenta a construção do connhecimento científico – outros pensadores, como Vygotsky, falam sobre a interação com o meio que também pode afetar essa construção. A partir dessa construção o sujeito cria hipóteses, sendo que esses podem virar um erro. O erro construtivista é benéfico para a aprendizagem, pois esse é o processo natural de construção do conhecimento. O erro tem três níveis para Piaget, o primeiro é o de Nível I, o sujeito erra e não sabe o que errou, este é um erro não observável, o segundo é o de Nível II, o erro é observáve nesta etapa, porém depois que ele já foi cometido, já o terceiro é o de Nivél III, aqui o erro é observável e antecipado, o sujeito consegue controlá-lo. De modo geral, a abordagem construtivista visa a estruturação do conhecimento científico pelo sujeito, conforme o nível de aprendizagem, que se dá pela interação do sujeito com o objeto, ou seja, do aluno com o professor.

Abordagem Sistêmica Esta abordagem, entende que toda a estrutura político-social se organizou de forma sistemática, ou seja, existe um sistema que delimita e forma o sujeito, sendo que todos os eventos contextuais são provocados por causa dele. A abordagem sistêmica propõem a análise desses eventos, de forma que lhes é retirado a culpa e consequentemente atribuída ao sistema. Realizando uma comparação, podemos imaginar que o sistema, para esta abordagem, se trata da Escola, enquanto que o processo de ensino-aprendizagem, são os professores e os alunos. O enfoque nesta abordagem é nas relações inter-pessoais desse meio social. É muito recorrente ouvirmos expressões como: "Hoje em dia, o ensino está completamente ruim", ou ainda, "A aprendizagem não é como antes", entre tantas outras. Todas essas expressões partem de um pressuposto não-sistêmico, não foi feita uma análise de todo o sistema para entender o porquê do déficit em determinado ponto da educação. A abordagem sistêmica instiga um olhar não fragmentado para esse contexto, pois segundo ela, o sujeito – aqui podemos entender tanto aluno, quanto professor – é vítima de um sistema patológico, ao mesmo tempo em que engloba todo o contexto, levando em conta todos os elementos da situação. A proposta da abordagem sistêmica visa a ampliação do nosso campo de reconhecimento das problemáticas, para que consigamos uma resposta realmente satisfatória, que ela não atinja o superficial e que consigamos com essa práxis um retorno que foi previamente calculado.

Inteligência Emocional e Inteligências Múltiplas Finalizando o trabalho apresentamos os tipos de inteligência, Emocional e Múltiplas, teorizadas respectivamente por, Daniel Goleman e Howard Gardner. Ambos os teóricos, dissertam sobre a ressignificação do conceito de inteligência, dissociando-o do sentido apenas lógico ou linguístico. Goleman fala, que as pessoas são, na maioria das vezes, motivadas pela emoção, conhecido como QE (Quociente Emocional), ou seja, nas relações sociais as decisões tendem a ser mais emotivos do que racionais, é o que podemos classificar como instinto. Na sua obra, Goleman fala que está intrinsecamente ligado fatores como relações sociais e o quão a pessoa tem domínio sobre sua inteligência emocional. As pesquisas de Goleman, falam que existem cinco áreas de habilidades sobre a inteligência emocional, sendo elas: Autoconhecimento emocional, Controle emocional, Automotivação, Reconhecimento de emoções em outras pessoas e Habilidade em relacionamentos interpessoais. As inteligências Múltiplas de Gardner, levam a discussão de Goleman a um outro patamar ao afirmar que possuímos sete tipos de inteligências – com mais três em discussão/pesquisa. As inteligências múltiplas são: Inteligência verbal ou linguística, Inteligência lógico-matemática, Inteligência cinestésica corporal, Inteligência espacial, Inteligência musical, Inteligência interpessoal e Inteligência intrapessoal. Para Gardner, todos nascem com o potencial para as inteligências. O que vai influenciar são as relações com o ambiente, dos aspectos culturais, por isso ele diz que algumas desenvolvemos mais do que outras no espectro. O espectro foi o modo de definir as inteligências num aspecto de gráfico, onde ele mostra as inteligências múltiplas do sujeito. Com base nessas duas teorias, o papel da escola, fica em desenvolver no educando todas as habilidades ou inteligências, respectivamente inteligência emocional e inteligências múltiplas. Os professores, na abordagem emocional, ficam como preparadores emocionais, visando a emancipação do aluno do conteúdo e que ele seja um ser autônomo, capaz de aprender por ele mesmo. Enquanto que na abordagem das inteligências múltiplas, o professor deve desenvolver todas as inteligências através da janela de interesse do aluno.

Conclusão No decorrer do trabalho, o grupo chegou a conclusão que por mais que cada abordagem tenha sua peculiaridade e particularidade, todos instigam uma relação humana entre o professor e o aluno, paltada em respeito e igualdade. Assim como vemos na Escola da Ponte, que nos traz elementos novos, em termos de orientação pedagógica, comunitária e administrativas. Através do processo histórico, principalmente na América Latinha e alguns países Europeus, devido aos acontecimentos da II Guerra Mundial e as ditaduras, uma pequena parcela do mundo sentiu a necessidade da mudança no pensar em relação a concepções de vida, política, relações sociais e do fazer pedagógico. A construção de um modelo de escola tal qual Rubem Alves presenciou, parte dessa necessidade que se teve em reformular o processo educacional. Conforme dados e pesquisas vem evidenciando, há diversos questionamentos referente a funcionalidade na contemporaneidade com relação os modelos tradicionais de educação. É através do surjimento desses modos alternativos que nos instigam para criarmos uma sociedade que seja baseada na fraternidade, que tenhamos uma escola que seja um ponto de apoio da comunidade, que esteja verdadeiramente presente na vida não só do aluno, mas dos parentes, familiares, vizinhos, amigos... Que seja uma escola que o aluno não precise sonhar, mas que realmente exista.

Bibliografia ALVES, R. A escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir. 7ª ed. São Paulo: Papirus, 2005. MIZUKAMI, M. da G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986. KUPFER, M. C. Freud e a Educação. O Mestre do Impossível. São Paulo: scipione, 1989

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