USANDO A COMUNICAÇÃO E A COORDENAÇÃO NO GERENCIAMENTO DA SEGURANÇA AEROPORTUÁRIA

July 14, 2017 | Autor: Félix Mora-camino | Categoria: Air Transport, Risk Perception, Power Generation, Coordination Mechanisms
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Sitraer 7 (2008) 745-755– Tr. 533

USANDO A COMUNICAÇÃO E A COORDENAÇÃO NO GERENCIAMENTO DA SEGURANÇA AEROPORTUÁRIA Antonio José Caulliraux Pithon1 Marina Rodrigues Brochado1 Félix Mora-Camino2

Centro Federal de Educação Tecnológica – CEFET/RJ1 École Nationale de L’Aviation Civile – ENAC/DGAC2 RESUMO O transporte aéreo tem revelado nas últimas duas décadas, significativas melhorias nas condições de rapidez no atendimento, comodidade e segurança. O que vem colocando o aeroporto como um poderoso gerador de empregos e aglutinador de atividades de serviço, comércio e indústria. Suscitando a necessidade de harmonização das normas e procedimentos na sua exploração, que demandam por em ordem à prevenção da prática de atos ilícitos contra a aviação civil, em particular de atentados terroristas e de apropriação de aeronaves. Este fato tem direcionado estudos de risco, que procuram entender a colaboração implícita nas atividades de segurança. Este artigo apresenta uma proposta para a articulação entre os grupos de segurança que atuam no aeroporto baseada em modelos de representação de comunicação e coordenação para as atividades colaborativas groupware. Para esta proposta, é apresentado um modelo onde os compromissos gerados definem as atividades colaborativas e mecanismos de coordenação. Palavras-Chave: Colaboração; Coordenação; Segurança aeroportuária; Aeroporto ABSTRACT Air transportation has known in the last two decades an improvement with respect to delays, comfort, safety and security. Then airports appear to be powerful generators of jobs and agglutinations of service activities, trade and industry. This rise the need for harmonization of norms and procedures in their operations with respect to the prevention of illicit actions against the civil aviation, in peculiar attacks terrorists and appropriation of aircraft. Then studies about risk perception appear necessary to design implicit collaboration in safety's activities. This article presents a proposal for the articulation of safety groups that act at the airport. This proposal is based on models of communication representation and coordination for the collaborative groupware activities developed by these safety groups. A model is presented where the acknowledged commitments define the collaborative activities and coordination mechanisms which have to be performed to manage the interdependences among these tasks. Keywords: Collaboration; Coordination; Air safety; Airport

1. INTRODUÇÃO Para que haja comunicação e coordenação é necessário ter colaboração. Colaboração é o trabalho conjunto de duas ou mais pessoas visando resultados maiores do que os que seriam obtidos com a soma dos resultados de cada pessoa trabalhando isoladamente. Colaborando, os membros do grupo rapidamente identificam inconsistências no raciocínio uns dos outros. Assim, planejar é essencial na realização de tarefas colaborativas. Visa garantir que o objetivo final seja alcançado a partir das tarefas individuais, coordenando a natureza do trabalho colaborativo. Em CSCW (Computer Supported Cooperative Work), a noção de planejamento é realizada pelo trabalho de articulação. Sem a articulação há o risco dos membros do grupo se envolver em tarefas conflitantes ou repetitivas (Schmidt e Bannon, 1992). A articulação é composta da pré-articulação das tarefas, do desenvolvimento das mesmas e da pós-articulação. A pré-articulação compreende as ações necessárias para preparar a colaboração, normalmente concluída antes de o trabalho colaborativo iniciar, isto é, a identificação dos objetivos, o mapeamento destes objetivos em tarefas, a seleção dos participantes e a distribuição das tarefas entre os membros do grupo. 745

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A pós-articulação ocorre após o término das tarefas e envolve a avaliação e a análise das tarefas realizadas e a documentação do processo de colaboração (memória do processo). A coordenação ou o gerenciamento do processo, que cuida das interdependências entre as tarefas, precisa ser renegociada de maneira contínua ao longo do tempo (Malone e Crowston, 1990). Algumas atividades, principalmente as atividades colaborativas fracamente integradas (Raposo e Fuks, 2002) como as que acontecem nos chats e nas videoconferências, são intimamente associadas com as relações sociais e geralmente são satisfatoriamente coordenadas pelo protocolo social em vigor. Nestes casos, não existe um mecanismo de coordenação explícito, ficando a articulação a cargo da habilidade dos participantes em mediar às interações (a coordenação é culturalmente estabelecida e fortemente dependente da percepção mútua). Por outro lado, as atividades colaborativas fortemente integradas necessitam de mecanismos de coordenação sofisticados para que tenham um suporte computacional eficaz. Neste tipo de atividade, uma tarefa depende da outra para iniciar, para ser executada ou para ser finalizada. Este artigo apresenta uma proposta para a articulação entre os grupos de segurança que atuam no aeroporto baseada em modelos de representação de comunicação e coordenação para as atividades colaborativas groupware apresentadas pelos grupos de segurança. Para esta proposta, os atos da fala, que é a ação básica de uma comunicação, são utilizados para capturar as decisões e o conhecimento gerado pelo grupo durante os processos argumentativos. Desse modo, é utilizado o modelo 3C para representar os aspectos da comunicação do sistema de segurança aeroportuário. Para apontar as ferramentas de mediação colaborativas envolvida na segurança aeroportuária face às interdependências entre as tarefas executadas pelos membros do grupo se utiliza a teoria da atividade na modelagem destas ferramentas. 2. O MODELO 3C E A TEORIA DA ATIVIDADE O objetivo desta seção é identificar as principais ferramentas colaborativas. Para isso serão descritos os conceitos de colaboração, o que é uma ferramenta colaborativa, como funciona, qual é a sua correlação com os grupos de trabalho, como os indivíduos se interagem, se comunicam de forma não presencial e principalmente, como os indivíduos trabalham colaborativamente a distancia? Vamos primeiramente contextualizar o que é trabalho colaborativo, trabalho colaborativo suportado por computador, groupware e como e percepção se relaciona com o trabalho colaborativo. O termo trabalho colaborativo possui uma longa historia nas ciências sociais, sendo primeiramente empregado no século XIX por economistas como designação geral e neutra do trabalho envolvendo múltiplos participantes. A colaboração, a troca de informação, a capacidade de comunicação, o respeito às diferenças individuais e o exercício da negociação são requisitos importantes para o trabalho colaborativo.

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Na literatura é comum encontrar os termos colaboração e cooperação sendo usados indistintamente. Alguns pesquisadores os diferenciam de acordo com o grau de visão do trabalho. Na cooperação, os membros do grupo executam tarefas individualmente e depois combinam os resultados parciais para obter o resultado final. Na colaboração, os membros dos grupos trabalham juntos em um esforço coordenado. Segundo alguns autores, a colaboração é classificada como um estado e a cooperação como um dos processos necessários para estar no estudo de colaboração. No contexto desta pesquisa, a cooperação é uma das atividades da colaboração. Na colaboração, o papel da comunicação é fundamental, podendo ser realizada de varias formas, através de encontros face-a-face ou por meio eletrônico. Verifica-se hoje em dia que os serviços das redes de comunicação potencializam o trabalho colaborativo, especialmente o baseado em CSCW (Computer Supported Colaborative Work – Trabalho Colaborativo Suportado por Computador). O CSCW é a área de estudo que investiga como as pessoas trabalham em conjunto utilizando a tecnologia de computadores. Tipicamente uma aplicação de CSCW inclui o correio eletrônico, videoconferência, sistemas de chat, interações entre múltiplos indivíduos, aplicações compartilhadas em tempo real, sistemas de notificação e o suporte a percepção. O termo Groupware pode ser definido a partir da união do conceito: “processos e procedimentos intencionais de um grupo para realizar propostas especificas” + “ferramentas de softWARE projetadas para suportar e facilitar o trabalho em grupo”. Normalmente é considerada como sinônimo de CSCW. O groupware é uma tecnologia desenvolvida para facilitar o trabalho em grupo. A tecnologia é utilizada para a comunicação, coordenação, cooperação com o objetivo de auxiliar a solução de problemas em grupo, a competição ou a negociação. Enquanto as tecnologias tradicionais como o telefone caracteriza-se groupware, o termo é geralmente usado para fazer referencia a uma classe especifica de tecnologias que se apóiam em redes de computadores, como o correio eletrônico, grupos de discussão, videoconferências ou chats. Os sistemas groupware são classificados segundo a abordagem tempo x espaço (Tabela 1). Eles podem ser assíncronos (tempos diferentes e espaços diferentes) tais como o e-mail e síncronos (mesmo espaço e tempo) tais como uma videoconferência ou um encontro face-aface. Tabela 1: Tipos e exemplos de groupware 1) Síncrono 2) Assíncrono 3)

Face-a-face

Suporte à apresentação

Computadores compartilhados

4)

Distribuído

Chats, videoconferência

E-mail, workflow

O tema percepção tem recebido recentemente uma atenção considerável na pesquisa de CSCW. Estar perceptível com relação às situações do dia-a-dia é fato comum. Invariavelmente as pessoas tomam ciência das situações ao seu redor através dos seus sentidos.

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Na literatura inglesa sobre CSCW, o termo awareness é utilizado para fazer referencia ao conceito de percepção que será o conceito abordado nesta pesquisa. Esta compreensão da palavra awareness também já é utilizada na literatura brasileira com referencia a percepção. Percepção pode ser definida a principio como a consciência que alguém tem sobre o que outras pessoas estão fazendo, mesmo quando não estão se comunicando diretamente. O ato de perceber é fundamental para a coordenação com os outros indivíduos em tarefas colaborativas onde nem sempre ocorre a comunicação direta. Percepção também se refere às formas indiretas de comunicação, como, por exemplo, fazer deduções ou suposições sobre o que outra pessoa esta argumentando baseado nas informações que estão sendo transmitidas ou nos gestos que estão sendo realizados no espaço que compartilham. A manutenção da percepção dentro de um ambiente de trabalho envolve vários aspectos cognitivos relativos à habilidade humana. Enquanto a interação entre pessoas dentro de um ambiente face-a-face parece natural, visto que os sentidos como a visão e a audição estão disponíveis em sua plenitude, a situação fica menos clara quando ha a tentativa de fornecer a percepção em sistemas groupware. Isso é muito complexo quando a situação não é face-a-face e os mecanismos de interação são diferentes dos usados naquele espaço. Perceber outros indivíduos é um fator importante no fluxo e na naturalidade do trabalho colaborativo. Assim, possibilitar a percepção pode ser encarado como um modo de reduzir a característica da frieza da colaboração à distancia. A percepção está presente na atividade humana e nos não damos conta dela. É fácil demonstrar porque é ela que possibilita que caminhemos sem tropeçar em algum objeto na rua. Em uma videoconferência, o simples fato de estabelecer um ângulo amplo das câmeras pode fornecer um maior grau de percepção sobre o ambiente. Perceber, então, é se tornar ciente. O modelo de Neisser (1976) relativo ao ciclo percepção-ação (Figura 1), captura alguns elementos na interação entre um individuo e o ambiente, e incorpora os relacionamentos entre o conhecimento de uma pessoa e a atividade de aquisição de informação. Segundo o autor, o conhecimento “efetivamente direciona movimentos investigativos (na utilização) e aumenta a receptividade de aspectos particulares e interpretações da informação disponível” no ambiente. Ambiente

Modifica

Conhecimento

Exemplo

Conduz

Exploração

Figura 1 – O ciclo percepção-ação (Neisser, 1976)

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A percepção em um ambiente é obtida através deste ciclo. Quando uma pessoa entra em um local para realizar uma determinada ação, ela traz consigo um entendimento geral da situação e uma idéia básica do que deseja. A informação que esta pessoa retira do ambiente pode ser interpretada devido ao conhecimento nele presente que auxilia na determinação de sua situação atual (o que esta havendo) e também na previsão do que ira acontecer nos próximos momentos. Essas expectativas levam a um refinamento na sensibilidade para perceber, por exemplo quando uma pessoa freia um automóvel. O modelo 3C para colaboração está baseado no pressuposto que para haver colaboração é necessário que os indivíduos tenham que trocar informações (se comunicam), organizam-se (se coordenam) e operam num ambiente compartilhado (cooperam). As trocas ocorridas durante a comunicação geram compromissos que são gerenciados pela coordenação, que por sua vez organiza e dispõe as tarefas que são executadas na cooperação. Ao cooperar os individuos tem necessidade de se comunicar para negociar e para tomar decisões sobre situações não previstas inicialmente. Isso mostra o aspecto cíclico da colaboração. Cada evento ocorrido durante a comunicação, coordenação e cooperação gera informações que são disponibilizadas ao grupo através de elementos de percepção. O modelo estudado (Figura 2) foi originalmente construído por Ellis et al. (1991) e aperfeiçoado por Fuks (2000).

pode gerar

Conflitos

prejudica

trata

Coordenação

organiza o grupo para possibilitar a

Cooperação

gera fornece elementos

Trabalho Colaborativo

fornece elementos

Percepção fornece elementos

gera compromissos gerenciados pela

pode causar

gera

gera

Comunicação

mostra seus resultados pela prejudica

inicia-se pela

sobrecarga de informação

Figura 2 – Modelo de colaboração Fonte. Ellis et al. (1991) e aperfeiçoado por Fuks (2000) As atividades de práticas humanas não são isoladas uma das outras. Situações reais envolvem uma teia interconectada de atividades que é especificada através de um diagrama de atividades. A Teoria da Atividade é uma técnica de análise de contexto que oferece como diferencial uma forte fundamentação teórica que explora os elementos que estruturam uma atividade humana tanto no seu aspecto individual como social (Nardi, 1996). Por mais de uma década, a Teoria da Atividade tem sido uma reconhecida plataforma para auxiliar no projeto de interfaces homem máquina e sistemas de Trabalho Colaborativo Suportado por Computador (CSCW). Para a elaboração deste modelo, foi utilizado o conceito da teoria da Atividade.

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A Teoria da Atividade possui origens na filosofia sócio-cultural soviética fundada por Lev Vygostsky e seus colegas Leont’év e Luria (1979). Segundo esta teoria, uma atividade é formada por um sujeito (ou grupo) que possui uma forma de agir direcionada a um objeto. A motivação do sujeito (ou do grupo) está na transformação do objeto em um resultado. Os objetivos podem ser algo concreto (como um programa de computador) ou algo mais abstrato (como uma idéia). Ferramentas de mediação, tais como um editor de texto ou uma ferramenta de e-mail, são os artefatos usados para auxiliar na transformação do objeto no resultado. Ferramentas podem ser usadas para manipular e entender o objeto, ou para melhorar a comunicação e motivação dos indivíduos. Práticas humanas estão sempre incluídas dentro de um contexto social. Na Teoria da atividade as relações sistêmicas existentes entre o sujeito e o seu ambiente são representadas pelos conceitos de comunidade, regras e divisão do trabalho. A comunidade é formada por todas as pessoas que possuem interesse na atividade. Regras sociais são normas e convenções sociais estabelecidas dentro da comunidade. A divisão de trabalho refere-se à forma de organização de uma comunidade relacionada ao processo de transformação de um objeto em um resultado. As atividades podem ser detalhadas em vários níveis através dos conceitos de ação (sub-ação) e operação. Cada atividade pode ser decomposta em um número de ações, que por sua vez, podem ser desmembradas em sub-ações. Para cada ação, ou sub-ação, existe um objeto consciente específico que auxilia a atividade na realização de seu motivo. Quando as subações são desmembradas em tarefas pequenas que não são mais realizadas de forma consciente, então estas tarefas são chamadas de operações. Operações caracterizam-se por serem feitas de forma inconsciente como uma resposta às condições que ocorrem no ambiente. A Figura 3 ilustra o modelo sistêmico definido por Engeström (1987) que mostra graficamente as relações entre os elementos que estruturam a atividade. Ferramentas de Mediação

Usuários (grupos)

Regras Sociais

Objeto

Comunidade

Resultado ou Objetivo

Divisão de Trabalho

Figura 3 – Modelo Sistêmico (Engeström, 1987)

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3. MODELO DE ARTICULAÇÃO ENTRE OS GRUPOS DE SEGURANÇA – UMA PROPOSTA 3.1 Modelagens das Atividades do Aeroporto Para levantar os fluxos de entrada e saída do aeroporto, foi utilizado o software IDEF (Integration DEFition Methods). O IDEF0 (1993) é uma família integrada de métodos de modelagem baseada em representações de diagramas. Cada método IDEF fornece o conjunto de sintaxe de modelagem e passos para descrever uma particular perspectiva ou a visão do todo. Os métodos IDEF mostram um excelente poder de comunicação, além de fornecer grande visibilidade aos processos de negócios, através de uma notação simples que pode ser dominada tanto pelo escalão executivo quanto pelo grupo desenvolvedor de software. Os resultados são visões do negócio como um todo, possibilitando diversas abstrações de complexidade. Para os novos sistemas, o IDEF pode ser usado, primeiramente para definir as necessidades e especificar as funções e, então, projetar uma implementação que reúne as necessidades e execute as funções. Para os sistemas já existentes, o IDEF pode ser usado para analisar a execução das funções dos sistemas e registrar os mecanismos (meios) pelos quais estes são executados. O IDEF0, que é o primeiro conjunto de padrões do IDEF, processa uma coleção de atividades e outras ações utilizando-se de ICOMs (Input, Control, Output, Mechanism, ou entrada, controle, saída e mecanismo), setas e caixas. Cada atividade ou função é conceitualmente representada por uma caixa retangular, sendo que esta atividade pode ser decomposta em vários níveis. Estes sub-níveis seguem as mesmas convenções. Portanto, um modelo completo de IDEF0 é uma representação hierárquica do processo, decomposta por atividades ou funções em quantos níveis forem necessários. A Figura 4 representa o nível mais elevado (A0) da modelagem dos fluxos de entrada e saída do aeroporto. As setas neste diagrama indicam a interface entre o mundo externo e este diagrama (Pithon, 2008) Comando da Aeronáutica Administração do Aeroporto controle wifi do passageiro

passageiros com bagagens empregados das concessionarias de serviços carga

usuários tripulantes

ANAC

Aeroporto

aviões

A0

outros

decolagem usuários

saida dos

outros passageiros carga

ferramentas de groupware equipamento de segurança equipe de segurança

Figura 4 – Fluxo Geral de Atividades de um Aeroporto - Modelo IDEF0 nível A0

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O desdobramento do nível A0 resultou em dois sub-níveis: A1 e A2, onde A1 é a Operação do Aeroporto e A2 é a Concessionária de Serviços do Aeroporto. Como o foco do trabalho é o processo A1 (Operação do Aeroporto), o processo A2 não foi explodido. Ainda dentro deste foco, apresentaremos a explosão de A1 que resultou no processo A11(Companhias Aéreas). O desdobramento do processo A11 resultou em três sub-processos: A111 (Partida), A112 (Chegada) e A113 (Conexão). O processo A111 desdobrou nos processos A1111 (Embarque Doméstico) e A1112 (Embarque Internacional). Destes processos, iremos focar no Embarque Internacional, por não diferenciar muito dos outros aeroportos. A Figura 5 mostra esta modelagem. AUTHOR: Antonio Pithon PROJECT: Projeto Pos

USED AT:

passageiros I1 com bagagens

DATE: 07/03/08 REV: Versão 5

NOTES: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 controle wifi Comando da C1 do passageiro C2 Aeronáutica

Administração do Aeroporto

órgão público

DATE CONTEXT:

READER

Cia aérea

C3 decolagem

carga

Entrada do Aeroporto

passageiro com bagagem

passageiros com bagagens

A11121

O1 passageiro com bagagem

bagagens

Chek in I2

WORKING DRAFT RECOMMENDED PUBLICATION

x

Inspeção dos passageiros e tripulantes com suas malas de mão A11125

A11122

tripulantes

Controle de bagagens

bagagens

Portão de embarque A11127

Avião

A11123

carga A11128

Controle de passaporte pasageiro com bagagem

A11124

passageiro com bagagem

passageiro com bagagem tripulantes

I3

carga

O2

Free shop

carga

tripulantes tripulantes

A11126 tripulantes

I4

aviões M1 ferramentas de groupware

NODE:

A1112

TITLE:

câmera de vigilância com recobhecimento de face

portal

scaner M3

câmera de vigilância

controle visual

NUMBER:

Embarque Internacional

M2 equipe de segurança

equipamento de segurança

P. 7

Figura 5 – Fluxo de Embarque Internacional de Passageiros em um Aeroporto 3.2 Estudos de cenários - Exemplos de uma atividade de colaboração De posse das informações coletadas pelo modelo IDEF, é possível definir ferramentas colaborativas para mapear e controlar os diversos grupos de segurança que atuam no aeroporto, utilizando para tal o modelo sistêmico. A ênfase do trabalho surgiu das regras sociais que norteiam as ações tomadas pelo gestor do sistema de segurança aeroportuária. Para a obtenção destas regras, foram inicialmente mapeadas as seguintes atividades: Formação do Projeto de Sistema de Segurança do Aeroporto; Construção do Plano de Trabalho Colaborativo; Desenvolvimento do Projeto de Colaboração e das Ferramentas de Colaboração. Na primeira fase é feito de forma geral a Formação do Projeto de Sistema de Segurança do Aeroporto. A partir desta forma geral, é definido a Construção do Plano de Trabalho Colaborativo. A definição da construção do plano serve de objeto para Desenvolvimento do Projeto de Colaboração e das Ferramentas de Colaboração e assim por diante. Para cada um dos dois cenários descritos a seguir, são apresentados os elementos que as

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estruturam através do modelo sistêmico definido na Figura 3. Observa-se, por exemplo, que para a atividade Formação do Projeto de Sistema de Segurança do Aeroporto é motivada pela transformação do Projeto de Sistema em projetos reais. O projeto contém uma regra social que diz como as equipes devem atuar, e possui ainda uma divisão de trabalho onde esclarece que o gestor do sistema de segurança é o responsável pela segurança do aeroporto. Para tal, dois cenários serão apresentados. Ambos descrevem a chegada do passageiro ao Check in do embarque internacional (Figura 5 - IDEF A1112), onde é feito o primeiro ponto de controle do sistema após a validação do seu bilhete e de sua identificação. O único controle feito pela empresa aérea é verificar se a documentação do passageiro está correta e assegurar que a bagagem despachada está corretamente identificada com o passageiro. O cartão de embarque possibilita o passageiro ser reconhecido como “passageiro admitido para o vôo”, que será essencial para os controles seguintes. Descrição do Cenário 1: - recursos iniciais do passageiro: passaporte e nenhum objeto impróprio; - tipo de vôo: internacional; - evento: o passageiro se desloca para o embarque internacional sem nenhum objeto impróprio. Formação do Projeto do Sistema de Segurança do Aeroporto Ferramentas

Comando da Aeronáutica Anac, Administração do Aeroporto

ICAO Anexo 17

Construção do Plano de Trabalho Colaborativo

Vários projetos no Sistema de Segurança

Ferramenta de Mediaçào Colaborativa

Empresas Aéreas Gestores do Sistema de Segurança passageiros

Equipes de segurança

Ferramentas Colaborativas

Membros da coordenação

Colaboração no Sistema de Segurança

Gestores dos Programas de Usuários, passageiros Sub-sistemas de segurança e tripulantes Segurança

Ferramentas de fala

Resultado: passageiro tem embarque normal

Regras e procedimentos Equipe de Gerente de operação do trabalho colaborativo segurança da colaboração

Resultado: Dentro das regras sócias definidas pelas normas de controle de acesso aos aeroportos e aos vôos, o passageiro não tem problema em passar nos detectores de metais, desse modo o seu embarque é realizado. Descrição do Cenário 2: - recursos iniciais do passageiro: passaporte e o passageiro apresenta um objeto impróprio; 753

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- tipo de vôo: internacional; - evento: o passageiro se desloca para o embarque internacional com um objeto impróprio dentro de sua roupa. Formação do Projeto do Sistema de Segurança do Aeroporto Ferramentas

Comando da Aeronáutica Anac, Administração do Aeroporto

ICAO Anexo 17

Construção do Plano de Trabalho Colaborativo

Vários projetos no Sistema de Segurança

Ferramenta de Mediaçào Colaborativa

Empresas Aéreas Gestores do Sistema de Segurança passageiros

Equipes de segurança

Ferramentas Colaborativas

Membros da coordenação

Colaboração no Sistema de Segurança

Gestores dos Programas de Usuários, passageiros Sub-sistemas de segurança e tripulantes Segurança

Ferramentas de fala

Resultado: passageiro não embarca

Regras e procedimentos Equipe de Gerente de operação do trabalho colaborativo segurança da colaboração

Resultado: Quando o passageiro passar pelo primeiro posto de verificação, será notada a presença de um objeto estranho e de acordo com as regas sócias definidas pelas normas de controle de acesso aos aeroportos e aos vôos, o gerente da segurança aeroportuária é avisado e a partir daí serão adotados os procedimentos relativos a esta situação e o passageiro não irá embarcar. 4. CONCLUSÃO Este trabalho apresenta uma primeira abordagem conceitual para a modelagem das atividades colaborativas necessárias para levar a cabo de forma coerente e eficiente o controle dos passageiros num aeroporto. O quadro proposto deve permitir abordar questões tais como a avaliação da sinergia organizacional, a robustez do esquema frente à condições anormais de operação, a reatividade frente a novos contextos operacionais, etc. O potencial da abordagem proposta poderá ser demonstrado através da auditoria de caso reais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Allen, J.F. (1984). Towards a General Theory of Action and Time. Artificial Intelligence, 23, 123-154. Engestrom (1987). Learning by Expanding Helsinki: Orienta-Konsultit. Integration Definition for Function Modelling (IDEF0), (1993). Federal Information Processing Standarts Publications (FIPS PUBS). Leont´ev, A.N. (1979). The Problem of Activity in Psychology. J. Westch (Eds.), The Concept of Activity in Soviet Psychology. Armonk, New York. Malone, T.W; Crowston, K. (1990). What is coordination theory and how can it help design cooperative work systems? Proceedings of CSCW´90, Los Angeles, ACM Press, 357-370. Nardi, B.A. Eds. (1996). Activity Theory and Human-Computer Interactions. London: MIT Press. Pithon, A.J.C. (2008). Relatório Técnico de Pós-doutorado, École Nationale de L’Aviacion Civile, Toulouse,

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França. Raposo, A.B.; Fuks, H. (2002). Defining Task Interdependencies and Coordination Mechanisms for Collaborative Systems Design. Frontiers in Artificial Intelligence and Applications, 74, 88-103. IOS Press, Holland. Gerosa, M.A.; Raposo, A.B.; Fuks, H.; Lucena, C.J.P. (2003). Combinando Comunicação e Coordenação em Groupware, 3a Jornada Ibero-Americana de Engenharia de Software e Engenharia de Conhecimento – JIISIC 2003, Anais Eletrônicos, 26-28 de novembro, Valvidia, Chile. Antonio José Caulliraux Pithon [email protected] Av. Maracanã, 229 – Bl E – Sl 505 Maracanã 20271-110 – Rio de Janeiro - RJ Marina Rodrigues Brochado [email protected] Av. Maracanã, 229 – Bl E – Sl 505 Maracanã 20271-110 – Rio de Janeiro - RJ Félix Mora-Camino [email protected] 7 Avenue Edouard-Belin BP 54005 31055 Toulouse – France

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