USO DE CLORETO DE TRIFENILTETRAZÓLIO PARA TESTE DE VIABILIDADE POLINICA DE MARACUJAZEIRO DOCE

May 30, 2017 | Autor: B. Natália Veloso... | Categoria: Genetics, Citogenetics, Genetica, Citogenética Vegetal
Share Embed


Descrição do Produto

XII CURSO DE INVERNO DE GENÉTICA – FCAV/UNESP

USO DE CLORETO DE TRIFENILTETRAZÓLIO PARA TESTE DE VIABILIDADE POLINICA DE MARACUJAZEIRO DOCE CHLORIDE TRIPHENYLTETRAZOLIUM FOR FEASIBILITY POLLEN PASSIONFRUIT SWEET

USE

Lorena Cristina Batista dos Santos (1) Lindisai Fernandes (2) Weslaine de Almeida Macedo (3) Bruna Natália Veloso dos Santos (4) Douglas Machado Leite (5) Isane Vera Karsburg (6) Milene Miranda Praça-Fonte (7)

Resumo O objetivo deste trabalho foi verificar a viabilidade polínica em grãos de pólen de Passiflora alata Curtis (maracujá-doce), com o uso do cloreto de 2, 3,5 trifeniltetrazólio (TTC), nas concentrações 0,30% e 0,075%. Para analise, foram considerados 300 polens por lamina, no qual foram avaliadas cinco laminas por tratamento, que observados em microscópico óptico, com lente objetiva 40x. As medias dos tratamentos foram obtidas pelo programa SISVAR. O corante utilizado foi capaz de distinguir com segurança os polens de passiflora alata Curtis, diferenciando os viáveis dos inviáveis. Na concentração de TTC 0,30%, foi verificada maior quantidade de polens viáveis.

Palavras-chave: maracujá-doce, grãos de pólen, corante.

Abstract The aim of this study was to determine the pollen viability in Passiflora alata Curtis (sweet passion fruit), using the chloride 2,3,5 triphenyltetrazolium (TTC) at concentrations 0.30% and 0.075%. For analysis, we considered 300 pollens by blades, which were evaluated by five treatment that observed in optical microscope with objective lens 40x . The averages of the treatments were obtained by SISVAR program. The dye used was able to safely distinguish the pollen Passiflora alata, differentiating viable from non-viable. In TTC concentration of 0.30%, it was verified larger quantity of viable pollen. Keywords: sweet passion fruit, pollen, dye.

___________________________________________________________________________ 1

Educadora, Escola Estadual Vitoria Furlani da Riva, Alta Floresta-MT. 2Graduada em agronomia, Universidade do Estado de Mato Grosso. 3-4Graduandas do curso de Licenciatura Plena e Bacharelado em Ciências BiológicasUNEMAT, Alta Floresta - MT. 5Graduando do Curso de Bacharel em Engenharia Florestal pela Universidade do Estado de Mato Grosso. 6Doutora em Genética e Melhoramento Vegetal, docente da Universidade do Estado de Mato Grosso, Alta Floresta, MT. 7Professora Adjunta Dep. Ciências Biológicas- UFES, Alegre – ES. Ciência & Tecnologia: Fatec-JB, Jaboticabal, v. 8, n.1, 2016. Número especial 2.

XII CURSO DE INVERNO DE GENÉTICA – FCAV/UNESP

1. Introdução Os maracujazeiros pertencem ao gênero Passiflora, havendo no Brasil mais de 149 espécies (BERNACCI et al 2016), algumas inclusive endêmicas e ameaçadas de extinção (Guedes, 2002). As espécies da família Passifloraceae pertencentes a este gênero, como a Passiflora alata Curtis conhecida como maracujá doce, que agregam grande valor comercial na indústria e no consumo in natura. Conforme Bernacci et al (2003), a espécie estudada, possui variações quanto ao tamanho e formato dos frutos, quanto ao peso, a espessura da casca, a coloração de polpa e número de sementes por fruto. Apesar de o Brasil ser considerado rico, em diversidade genética das espécies de Passiflora (PEIXOTO, 2005), ações antrópicas tem ocasionado grande redução das espécies e consequentemente,

perca

de

sua

variabilidade

genética.

Nesse

sentido,

torna-se

imprescindível, a realização de estudos, que estejam voltados para a observação de características que interferem no processo de polinização, como a viabilidade polínica. A viabilidade do pólen pode ser testada utilizando diversos métodos, um deles é o uso de corantes (GALETTA 1983). Portanto, estudos sobre o pólen servem de base para conhecer a biologia reprodutiva, além disso, é importante para o melhoramento e conservação de recursos genéticos vegetais (SEREJO et al, 2012). Diante do exposto, este trabalho teve por objetivo estimar a concentração adequada para verificar a viabilidade polínica em grãos de pólen de Passiflora alata Curtis, com o uso do cloreto de 2,3,5 trifeniltetrazólio (TTC) nas concentrações de 0,30% e 0,075%.

2. Materiais e Métodos

O trabalho foi realizado no Laboratório de Citogenética e Cultura de Tecidos Vegetais da Universidade do Estado de Mato Grosso, Campus de Alta Floresta/MT. O material foi coletado no perímetro urbano, especificamente em quintais do Município de Alta Floresta. Foram coletados 30 botões florais de diferentes indivíduos, selecionadas anteras de botões florais em estagio de pré antese, que submetidos imediatamente aos diferentes tratamentos, por conta do corante reagir em enzimas ativas. As anteras permaneceram por 12 horas no corante TTC em duas concentrações: 0,075% e 0,30% , utilizando o método de maceração e não maceração, sendo este, conduzido em ambiente de temperatura controlada de 25ºC.

Ciência & Tecnologia: Fatec-JB, Jaboticabal, v. 8, n.1, 2016. Número especial 2.

XII CURSO DE INVERNO DE GENÉTICA – FCAV/UNESP

A visualização do material foi realizada por meio de um microscópio óptico em dimensão 40x pelo método de varredura, sendo contados 300 grãos de polens por lâmina, totalizando 1500 gametas por tratamento, sendo determinados polens viáveis, os que apresentaram coloração vermelha a tons avermelhados ou inviáveis aqueles que não apresentaram coloração do protoplasma de acordo com a reação do corante. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade pelo Programa Estatístico Sisvar® (FERREIRA, 2011).

3. Resultados e Discussão

Na avaliação da viabilidade polínica de Passiflora alata Curtis, observou-se que as metodologias associadas às concentrações de 2,3,5 cloreto de Trifeniltetrazólio (TTC), apresentaram diferenças significativas entre si. A concentração 0,30% mostrou ser a de maior média (Tabela 1). Porém, não ultrapassa os 70%, que conforme estudos de Souza et al (2002), é considerado um alto valor de viabilidade polínica, quando esta for acima de 70%. Ao coletar os botões florais da espécie Passiflora alata, observou-se que havia pouca quantidade de frutos, entre três a cinco frutos por planta, quando comparado as espécies de maracujás azedo como o passiflora edulis, que apresentou maior quantidade de frutos, mais de 30 frutos por planta.

Tabela1-Valores médios percentuais de viabilidade polínica de Passiflora alata Curtis, com os corantes: Tetrazólio 0,075%, Tetrazólio 0,30% e maneira de preparo: antera macerada e antera inteira. Método

0,075%

A.macerada A.inteira

54,66 Aa 48.66Aa

CV (%)

Concentrações do corante 0,30% 55,40 Aa 60.13 Ba 10,71

Médias seguidas pela mesma letra maiúscula nas linhas e minúscula nas colunas não diferem pelo teste de Tukey a nível de 5% de significância.

Os grãos de polens deste estudo apresentaram uma taxa de viabilidade polínica maior na concentração 0,30%, com a técnica de não maceração das anteras. Nesta perspectiva, a coloração resultante da reação é uma indicação positiva da viabilidade, através da detecção da Ciência & Tecnologia: Fatec-JB, Jaboticabal, v. 8, n.1, 2016. Número especial 2.

XII CURSO DE INVERNO DE GENÉTICA – FCAV/UNESP

respiração a nível celular (grão de pólen). Porém, diversos que na viabilidade polínica, com o período de coleta e a escolha dos botões florais. O conhecimento do estádio adequado de coleta do botão floral é essencial quando se quer obter polens maduros com o máximo de viabilidade (Menck, 1990). Com o intuito de se obter uma amostragem ao acaso dos grãos de pólen viáveis (corados), foi utilizado o método de varredura até se alcançar o número total de 300 grãos de pólen por lâmina, em microscópio óptico com lente objetiva de 40x. Após a contagem, foram feitos cálculos para obtenção do percentual de viabilidade, de acordo com coloração dos grãos de pólen. O teste com o tetrazólio é considerado uma estimativa confiável da viabilidade polínica, sendo próxima àquela fornecida pelos testes de germinação in vitro (Mulugeta et al 1994; Bolat & Pirlak 1999). Conforme Derin e Eti (1999), atividade enzimática do grão de pólen está associada à sua capacidade de germinação. Dessa forma, quando o Tetrazólio reage com o hidrogênio produzido pela respiração celular dá ao pólen uma coloração vermelha (Hoekstra & Bruinsma 1975).

4. Conclusões O corante tetrazólio foi capaz de distinguir com segurança, os polens de Passiflora alata Curtis, diferenciando os viáveis dos inviáveis. A taxa de viabilidade na concentração de Tetrazólio 0,30% foi mais alta que a dos grãos de pólen da concentração 0,075%, porém não ultrapassou os 70% recomendados por autores. Acerca disso, fatores bióticos e abióticos podem ter sido responsáveis por essa taxa de viabilidade, o que pode comprometer a fertilidade dos genótipos.

Referências BERNACCI, L.C.,CERVI, A.C.,Milward-de-Azevedo, M.A.,Nunes, T.S.,Imig, D.C.,Mezzonato, A.C. 2016. Passifloraceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: . Acesso em: 30 mar. 2016. BERNACCI, L.C.; MRLETTI, L.M.M.; SOARES-SCOTT, M.D. Maracujá-doce: o autor, a obra e a data da publicação de Passiflora alata (Passifloraceae). Revista Brasileira Fruticultura, Jaboticabal, v. 25, n. 2. 2003. (no prelo).

Ciência & Tecnologia: Fatec-JB, Jaboticabal, v. 8, n.1, 2016. Número especial 2.

XII CURSO DE INVERNO DE GENÉTICA – FCAV/UNESP

BOLAT, I. & PIRLAK, L. An investigation on pollen viability, germination and tube growth in some stone fruits. Journal of Agriculture and Forestry 23:383-388, 1999. DERIN, K. & ETI, S. 1999. Determination of pollen quality, quantity and effect of cross pollination on the fruit set and quality in the pomegranate. Turkish Journal of Agriculture and Forestry 25:169-173. FERREIRA, Daniel Furtado. Sisvar: a computer statistical analysis system. Ciência e Agrotecnologia (UFLA), v. 35, n.6, p. 1039-1042, 2011. GALLETTA, G. J. Pollen and seed management. In: MOORE, J. N.; Janick, J. (Ed.). Methods in fruit breeding. West Lafayette: Purdue University Press, 1983. p. 23-47. HOEKSTRA, F.A. & BRUINSMA, J. 1975. Respiration and vitality of binucleate and trinucleate pollen. Plant Physiology 34:221-225. MENCK, A. L. M.; ODA, S.; MARCHI, E. L.; KOVALSKI, M. E. Infl uência do sistema de coleta de botões florais na viabilidade de pólen de Eucalyptus spp. IPEF, Suzano, v. 44, n. 43, p. 20-23, 1990. MULUGETA, D., MAXWELL, B.D., FAY, P.K. & DYER,W.E. 1994. Kochia (Kochia scoparia) pollen dispersion, viability and germination. Weed Science 42:548-552. PEIXOTO, M. Problemas e perspectivas do maracujá ornamental. In: Faleiro, F. G.; Junqueira, N. T. V.; Braga, M. F. (eds.). Maracujá: germoplasma e melhoramento genético. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2005, p. 456- 464. SEREJO, J. A. S.; MENEZES, M. C; SOUZA, F. V. D. Efeito da desidratação na viabilidade de pólen de bananeira. Anais... Congresso Brasileiro de Recursos Genéticos, Belém, PA. Brasília, DF: Sociedade Brasileira de Recursos Genéticos, 2012. SOUZA M. M.; PEREIRA, T. N. S.; MARTINS, E. R. Microsporogênese e microgametogênese associadas ao tamanho do botão floral e da antera e viabilidade polínica em maracujazeiro-amarelo (Passiflora edulis Sims f. flavicarpa degener). Ciência Agrotêcnica., Lavras. V.26, n.6, p.1209-1217, nov./dez., 2002.

Ciência & Tecnologia: Fatec-JB, Jaboticabal, v. 8, n.1, 2016. Número especial 2.

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.