V Encontro do Meio Ambiente: uma prática educativa para a sensibilização da importância da conservação do ambiente cavernícola

July 6, 2017 | Autor: Christiane Donato | Categoria: Environmental Education, Caves, Meaningful Learning
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V ENCONTRO DO MEIO AMBIENTE: UMA PRÁTICA EDUCATIVA PARA A SENSIBILIZAÇÃO DA IMPORTANCIA DA CONSERVAÇÃO DO AMBIENTE CAVERNÍCOLA Aline Garcia Alves Oliveira1 Christiane Ramos Donato2 Mário André Trindade Dantas3 Eixo temático: Educação, Sociedade e Práticas Educativas Resumo – O objeto central desse trabalho é apresentar a experiência vivenciada em uma instituição de ensino particular de Aracaju, Sergipe quanto à questão ambiental. A sensibilização ocorreu através de um evento sobre o Meio Ambiente com o tema Cavernas, que ocorreu no período de 07 a 09 de agosto de 2008 com cento e vinte alunos do Ensino Fundamental Maior. A metodologia da pesquisa é de natureza qualitativa, baseada no método de pesquisa-ação. O principal instrumento de coleta de informações utilizado foi a avaliação continuada que teve como critérios a serem analisados através de observações e atividades pontuadas: os conceitos, os procedimentos e as atitudes desempenhadas pelos participantes do evento antes, durante e após o mesmo. Como resultados destacam-se a experiência científica dos alunos e a aprendizagem significativa sobre cavernas. Palavras chaves: Educação ambiental, cavernas, aprendizagem significativa Abstract – The main aim of this work is to show the lived experience in a private school of Aracaju city, in the State of Sergipe, concerning the environmental issue. The motivation came out after a natural environment and cave event, which took place between august 7th and 9th of 2008 with a hundred twenty elementary school students. The qualitative research is based on research-action methodology. The main instrument of collection of information was the continuous evaluation that had as criterion to be analyzed through observation and activities worthing grade: the concepts, the procedures as well as the activities performed by the participants of the event before, during and after the procedure. As result, it is detached the scientific experience of the students and the significant learning about caves. Keywords: Environmental education, caves, meaningful learning. 1. INTRODUÇÃO 1

Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Sergipe, estudante de especialização da Pósgraduação em Gestão Ambiental da Faculdade Pio X. Email: [email protected] 2 Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Sergipe, aluna de mestrado do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade Federal de Sergipe. Email: [email protected] 3 Mestre em Ecologia e Conservação pela Universidade Federal de Sergipe, aluno de doutorado do Programa de Pós-graduação em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre da Universidade Federal de Minas Gerais. Email: [email protected]

A questão ambiental está entre as prioridades de resolução em relação aos problemas do mundo e é um dos mais difíceis de serem resolvidos. Para tanto, é necessário uma mudança de consciência, de comportamento e de planos sócio-econômicos. A melhora e conservação do meio ambiente, e consequentemente de sua biodiversidade, não é algo simples, mas é determinante para o bem estar de todo o mundo e deve ser almejada em todos os campos da sociedade, a começar pela educação. A educação tem entre suas principais responsabilidades ser instrumento de mudança de mentalidade, conscientização e mesmo mudança cultural e social de um povo (DURKHEIM, 1978). O conhecimento científico tem o mérito de ampliar nossa capacidade de compreender e atuar no mundo em que vivemos. Por isso, a educação ambiental deve oferecer ao aluno oportunidades de reflexão e ação e prepará-lo para reivindicá-las por amadurecimento próprio. A educação ambiental pode alcançar esse objetivo se estiver vinculada a situações cotidianas, nas quais o aluno seja convidado a posicionar-se diante de fatos e fenômenos novos. Devido à abrangência e à natureza dos objetos de estudo da educação ambiental e utilizando-se da interdisciplinaridade, o desenvolvimento deste projeto pôde ser efetivado de forma bastante dinâmica, despertando o interesse do estudante para a observação do meio ambiente e das interferências antrópicas no mesmo, tanto nos ambientes que estão próximos como nos mais distantes no espaço e no tempo. Além de gerar uma mudança atitudinal, adquirida através do conhecimento dos conceitos e da vivência. Em uma instituição de ensino formal, uma das formas de se comprometer também com a melhoria ambiental é através de projetos interdisciplinares, como encontros de educação ambiental, que aliam o conhecimento dos conceitos vistos em sala de aula com a vivência e a mudança de visão e atitude conseguida através de atividades integradas com as várias áreas do conhecimento em um evento diferenciado. De acordo com Oliveira (1997) para que ocorra a aprendizagem é necessário um ambiente sócio-cultural propício para tal, pois nosso desenvolvimento individual depende da relação que temos de suporte com os outros da nossa sociedade. Na escola, o professor e as demais crianças e adolescentes são quem ajudam o indivíduo a alcançar avanços que não ocorreriam espontaneamente. Tudo isso sem tornar o ensino diretivo e autoritário, como a educação tradicional. Pois é a constante recriação da cultura por cada pessoa que constrói o processo histórico, o qual está em constante modificação. E são as ações embasadas nos processos ativos, nos quais o sujeito (educando) participa da elaboração de seus próprios

conceitos, com sua lógica e respeitando seu desenvolvimento e ritmo pessoal que terão como resultado o aprendizado significativo. Já que ao se vivenciar ativamente uma situação os conceitos são mais bem elaborados e fixados no conjunto de conhecimentos do indivíduo (MOREIRA, 2006). Partindo-se do pressuposto da aprendizagem significativa, o presente trabalho teve como base teórica de sua construção que o sujeito é um elemento ativo no processo de aprendizagem e necessita interagir com o meio para completar o seu caminho para adquirir conhecimentos, que começa com uma dificuldade e com a necessidade de resolver um problema. Nesse contexto, cabe aos facilitadores proporcionarem um ambiente de liberdade para que os alunos possam se expressar e dirigir suas ações de acordo com os seus interesses. Desta forma, o estudante manifestará a sua aprendizagem através dos meios que achar conveniente como a produção de banners, a elaboração de peças teatrais, dentre outras maneiras (BECKER, 1997). Assim, em 2008 foi realizado o V Encontro do Meio Ambiente que teve como objetivo sensibilizar os educandos sobre a importância da conservação do Meio Ambiente, através do ecossistema cavernícola, aliando o conhecimento conceitual, com a experimentação, a vivência, a conscientização e a tomada de atitude, auxiliando na construção de um cidadão crítico e acostumado com atividades científicas. 2. METODOLOGIA 2.1 Caracterização da escola

O estudo foi feito em uma instituição de ensino particular, localizada na cidade de Aracaju, Sergipe, que atende a alunos das seguintes modalidades de ensino: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. A escola oferece todas as disciplinas recomendadas pela Lei de Diretrizes e Bases (1996), inclusive música e filosofia, ofertando ainda aulas de teatro, esportes e culinária no período vespertino, e ainda a opção de ensino integral. A unidade na qual funciona o Ensino Fundamental Maior apresenta em sua infraestrutura: um prédio de três andares, com terraço, disposto em formato circular, uma piscina olímpica, uma quadra de esportes e uma área de lazer. E dispõe de salas de aulas refrigeradas e bem iluminadas, sala de projeção em data show, biblioteca, auditório, sala de vídeo, laboratório de informática e laboratório de Ciências.

O colégio apresenta uma filosofia de trabalho baseada na metodologia construtivista e desenvolve todos os anos projetos que norteiam o trabalho dos professores durante o ano letivo. Para tanto, a maioria dos educadores reúne-se aos sábados, tanto para discutir assuntos colocados em pauta como para planejar em conjunto as aulas da semana. 2.2 Execução do evento O “V Encontro do Meio Ambiente” foi um evento organizado entre os dias 07 a 09 de agosto de 2008, e teve como público-alvo os 120 alunos do Ensino Fundamental Maior de uma escola particular situada em Aracaju, Sergipe. O evento trouxe aos estudantes uma ampla programação, com atividades de campo, esquete, palestras, mini-cursos, oficinas, vivências e a apresentação de banners pelos próprios educandos sobre temas relacionados a cavernas. A diversidade de atividades tinha como objetivos passar aos alunos os conteúdos de formas diversas, objetivando uma facilitação na assimilação desses conteúdos. Apesar de o evento tratar sobre o Meio Ambiente cavernícola, foram incluídas atividades de desenvolvimento pessoal, e de interação entre grupos. As atividades de campo ocorreram antes do evento, com a visita dos estudantes a duas cavernas uma no município de Maruim (Gruta da Pedra Branca) e uma no município de Laranjeiras (Gruta da Pedra Furada). Devido ao tamanho reduzido da primeira caverna, alguns educandos foram selecionados para conhecer e fotografar a cavidade natural, e depois eles passariam o seu relato aos demais alunos. Como a segunda caverna possui maior porte, todos os estudantes puderam conhecê-la. Desejando passar aos alunos o clima de um congresso, o primeiro dia do evento foi reservado para atividades de abertura, com a entrega de material (pastas, blocos de anotações, programação, canetas), e a apresentação de duas atividades distintas, uma esquete, que apresentou a ligação histórica entre o ser humano e os ambientes cavernícolas, e uma palestra que teve como tema “O equívoco ecológico atual”, em que foram apresentados conceitos ecológicos, e os equívocos mostrados pela mídia e pela Ciência. A partir do segundo dia começaram as demais atividades, com a primeira palestra relacionada ao tema do evento (cavernas), apresentando conceitos sobre o que é uma caverna, o tipo de rocha em que elas são formadas, e as principais cavidades encontradas em Sergipe; e as oficinas, as quais foram oferecidas no total de sete opções com temas variados: três de relações interpessoais, uma de Paleontologia, uma de reciclagem, uma de agroecologia e uma de recuperação de áreas degradadas. Cada estudante deveria escolher apenas uma oficina, pois todas ocorreram concomitantes umas às outras. As oficinas tinham um caráter mais prático,

com algumas orientações e explicações sobre o tema, sendo praticamente todas realizadas fora da sala de aula. No terceiro, e último dia, os alunos apresentaram seus trabalhos de pesquisa sobre o tema cavernas. Para a apresentação dos trabalhos foi reservada todo turno matutino, e os educandos foram visitados por um grupo de espeleólogos, que os interrogavam sobre os trabalhos deles. No período vespertino, os mini-cursos foram ofertados, houve também sete opções, todos relacionados ao tema Cavernas, com assuntos diversos: formação de cavernas, fauna existente nesses ambientes, Paleontologia, Biologia da Conservação, e, por fim, impactos ambientais em cavernas. Todos os mini-cursos tiveram em média quatro horas de duração e objetivaram passar informações complementares às passadas na atividade de campo aos estudantes sobre o ambiente cavernícola. Desse modo, permitiu-se aos alunos escolher dentre as opções disponíveis, qual tema de seu interesse queria aprofundar. A programação reservou para o fim do evento duas vivencias, com a construção de uma caverna artificial, em que os educandos puderam adentrar e vivenciar um pouco de como seria um ambiente cavernícola com o auxílio de um guia. Ao percorrer o percurso da caverna artificial os estudantes recebiam explicações sobre as peculiaridades desse ambiente. Também foi elaborada uma “capsula do tempo”, na qual foi apresentada a historia da vida no planeta em quatro minutos e meio, fazendo uma alusão ao tempo de formação da Terra e os eventos biogeológicos ocorridos durante o período de 4,5 bilhões de anos da Terra. 2.3 Avaliação do evento

A avaliação das atividades foi feita de forma quali-quantitativa, observando os conceitos, as atitudes, os procedimentos e os valores humanos aprendidos pelos educandos, conforme recomenda os pressupostos dos Parâmetros Curriculares Nacionais (1997). A assimilação dos conteúdos atitudinais foi avaliada através da observação do comportamento dos alunos em situações variadas, como a postura perante os colegas em momentos de trabalho grupal e as posições defendidas em debates cujo tema esteja relacionado à atitude em questão. Assim as atitudes foram avaliadas antes, durante e após o evento para observar se houve mudanças comportamentais referentes às experiências vivenciadas durante o encontro. Os procedimentos foram avaliados ao se verificar se os alunos possuem conhecimento relativo ao conteúdo aprendido e se sabem executá-lo. A avaliação do conteúdo procedimental foi realizada no período pré-evento, momento em que os alunos pesquisaram para realizar os trabalhos que seriam apresentados durante o encontro, e

também durante o próprio evento, período em que apresentaram seus trabalhos como se estivessem em um congresso científico. E a avaliação dos conceitos apreendidos pelos alunos foi realizada através de atividades escritas e orais que ocorreram antes, durante e após o evento. Essas atividades escritas consistiram em trabalhos feitos pelos alunos, que orientados por dois professores de diferentes áreas do conhecimento, pesquisaram sobre temas previamente escolhidos pela escola. O 6° ano pesquisou sobre a relação dos homens com as cavernas na Pré-história, e a arqueologia em cavernas; o 7° ano sobre os seres vivos que vivem em cavernas ou se relacionam com elas; o 8° ano acerca dos impactos ambientais no entorno das cavernas; e o 9° ano a respeito do processo de formação de cavernas e da paleontologia nas cavernas. Todos esses trabalhos culminaram em apresentações no último dia do V Encontro do Meio Ambiente, e foram avaliados por professores e pesquisadores espeleólogos. 3. Relato de experiência

Na organização do evento foram pensadas diferentes estratégias para a sensibilização dos alunos quanto à importância da conservação do Meio Ambiente. Como exemplo, foi utilizado um ecossistema que tem sofrido com a destruição de seus recursos tanto pela falta de informação da população e do governo, como pela ambição de empresários: o ecossistema cavernícola. Acreditando que a conscientização da necessidade da preservação do ambiente cavernícola é possível a partir do instante que o indivíduo percebe a importância do ecossistema, compreendendo os elementos necessários para a sua homeostase, foram realizadas palestras, mini-cursos, apresentação de trabalhos de pesquisa realizados pelos alunos, vivências e oficinas. As pesquisas, sobre assuntos relacionados ao tema do Encontro, realizadas meses antes do evento, antecipou a aprendizagem de alguns conceitos e permitiu a discussão em sala de aula de temas como: geologia de cavernas, bioespeleologia, importância das cavernas no estudo da história da Terra e do homem, e impactos ambientais sofridos por esse ecossistema. Esses trabalhos possibilitaram uma aprendizagem significativa, à medida que provocando novas necessidades e desafios pela análise crítica, levou o aluno a ultrapassar a sua experiência, os estereótipos e as sínteses anteriores (PELIZZARI et al., 2002; MOREIRA, 2006).

Esses estudos, no entanto, resultaram em diferentes níveis de aprendizado entre os alunos, pois além de nem todos eles participarem ativamente das pesquisas, alguns professores orientadores tiveram dificuldades de encaminhar os estudantes em suas pesquisas. Uma vez que, alguns educadores ficaram incumbidos de orientar turmas cujos temas não estavam incluídos em sua área do conhecimento, ou não dispunham de tempo para conciliar seu conteúdo programático ao tema dos trabalhos. As apresentações dos trabalhos (Figura 1E-F), que ocorreram no terceiro dia do evento, foram feitas no pátio da escola e tiveram como público pais, alunos, professores e pesquisadores espeleólogos. Alguns pesquisadores e professores avaliaram as apresentações, observando características como: domínio do conteúdo, clareza e qualidade dos banners apresentados. Essas exposições contribuíram positivamente para o desempenho dos alunos nos minicursos ministrados na tarde do último dia do evento. Os alunos participaram ativamente das discussões, aprofundando temas estudados e questionando os pesquisadores especialistas no assunto. O fato dos educandos poderem escolher o mini-curso do qual iriam participar colaborou para o bom andamento das atividades. Uma vez que, aqueles que já tinham pesquisado o assunto, possuíam subsunçores, e outros que escolheram o curso por interesse pelo tema estavam dispostos a aprender, ou seja, ambos apresentavam características que facilitam uma aprendizagem significativa (MOREIRA, 2006). Os mini-cursos trataram de assuntos importantes para o conhecimento acerca do ecossistema cavernícola: mamíferos fósseis de Sergipe; o papel do ser humano para melhorar a situação do meio ambiente; a formação das cavernas; características do carste sergipano; atividades humanas nocivas ao ecossistema cavernícola; evolução e vida nas cavernas; importância ecológica dos morcegos; e planejamento e ordenamento territorial com conservação (Figura 1D). As oficinas, idealizadas para aliar conceitos e procedimentos, e repensar atitudes, animou bastante os alunos. Na oficina “Na ‘pele’ de um paleontólogo!” (Figura 1B-C), por exemplo, os alunos experimentaram procurar fósseis verdadeiros, que foram enterrados, em uma quadra de areia da escola, assim vivenciaram uma atividade de campo que um pesquisador em paleontologia exercitaria em sua prática profissional. Já na oficina “Quais são seus valores?”, os estudantes puderam refletir a maneira como vivem, em uma interação dinâmica com o meio físico e social, favorecer situações de motivação e a capacitação para o auto cuidado, bem como a saúde como direito e responsabilidade ambiental e social. Uma das oficinas que mais encantou os alunos foi “Agroecologia: conservando o meio ambiente através da

agricultura sustentável”, na qual os participantes discutiram sobre a importância de uma agricultura ecologicamente correta. A oficina “Turismo e Meio Ambiente: as diversas maneiras de se divertir sem esquecer de cuidar do planeta” objetivou proporcionar o conhecimento acerca das práticas do turismo em áreas naturais, conceituar turismo sustentável e ecoturismo, e sensibilizar os alunos para a importância de conservar áreas naturais através do turismo. E na oficina “Reutilizando materiais para confeccionar brinquedos” foram construídos brinquedos com materiais recicláveis e/ou reutilizáveis. Nessas atividades, mesmo não tratando diretamente sobre o ecossistema cavernícola, foi possível discutir sobre a importância da conservação e preservação do meio ambiente, e sobre responsabilidade do homem na busca por um desenvolvimento sustentável. Despertando os educandos para repensarem suas atitudes, e mostrando a eles que existem alternativas menos depredatórias para o desenvolvimento das tecnologias. Três vivências também foram realizadas: uma visita a duas cavernas localizadas no Estado de Sergipe, a Gruta da Pedra Branca, localizada no município de Maruim, e a Gruta da Pedra Furada, localizada no município de Laranjeiras (Figura 1G-I); um passeio por uma caverna artificial construída nas dependências da escola (Figura 1A); além de um passeio por uma “capsula do tempo”, que continha uma apresentação sobre o surgimento e a evolução dos seres vivos no decorrer do tempo desde a formação da Terra até o momento atual.

Figura 1. (A) Vivência, simulando a visita a uma caverna; (B) e (C) Oficina “Na pele de um paleontólogo”; (D) Mini-curso “A natureza no entorno do meio urbano” sobre impactos ambientais; (E) e (F) Apresentação de trabalhos sobre cavernas pelos alunos; (G) a (I) Visita a cavernas nos municípios de Maruim e Laranjeiras.

As visitas às cavernas permitiram que os alunos visualizassem as características do interior e do entorno de algumas cavernas, e vivenciassem um ambiente natural, com toda a sua fauna e flora associada. Observando também os problemas enfrentados por esse ecossistema, como o desmatamento da vegetação nativa e a degradação do patrimônio espeleológico (ex: depósito de lixo, pichação, destruição de espeleotemas). Assim puderam comparar com as informações teóricas que receberam. As pesquisas feitas pelos estudantes, as vivências e os mini-cursos trouxeram informações mais específicas sobre o ambiente cavernícola. E aliadas às discussões e reflexões possibilitadas pela esquete e pelas oficinas, facilitaram a sensibilização dos educandos que demonstraram a compreensão de alguns conceitos e a capacidade de argumentação sobre a importância da conservação desse ecossistema.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nas pesquisas anteriores ao evento realizadas pelos alunos, esses foram orientados pelos docentes da escola que muitas vezes não os acompanharam adequadamente. A escolha aleatória dos professores orientadores das turmas que não levou em consideração o tamanho do conteúdo programático ou da carga horária de algumas disciplinas, e a falta de afinidade ou interesse do educador pelo tema podem ter sido os motivos do problema. Tal acontecimento comprova a dificuldade que ainda existe de se organizar um trabalho interdisciplinar no ensino formal, mesmo que isso seja uma exigência presente nos Parâmetros Curriculares Nacionais. Mesmo em meio a essas dificuldades, o “V Encontro do Meio Ambiente” contribuiu para o conhecimento científico dos alunos acerca do ecossistema cavernícola, e para a percepção da necessidade de mudança de atitude e de valores humanos que atentem para conservação do meio ambiente como um todo. As atividades teóricas e práticas formaram um conjunto importante para a sensibilização dos educandos. A conversa com os especialistas ampliou o conhecimento dos estudantes, que puderam questionar esses profissionais e conhecer detalhes do trabalho deles, adquirindo informações precisas sobre o tema. E as atividades práticas também foram de grande valia, uma vez que possibilitaram aos alunos conhecerem de perto o ecossistema, visualizando suas características e os impactos causados pelo homem. Eventos como esse são uma boa alternativa para as escolas que, aos poucos, podem modificar a atitude passiva dos alunos diante da aprendizagem e dos problemas ambientais, transformando-os em indivíduos críticos e ativos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BECKER, F. A epistemologia do professor: o cotidiano da escola. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 1997. BRASIL. 1996. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União. Brasília, nº 248, 23/12/1996. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília : MEC/SEF, 1997. p. 81-90. DURKHEIM, E. Educação e sociologia. 11 ed. São Paulo: Melhoramentos, 1978. MOREIRA, M.A. A teoria da aprendizagem significativa e sua implementação em sala de aula. Brasília: Editora Universidade de Brasília. 2006.

OLIVEIRA, M. K. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento, um processo sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 1997. (Pensamento e Ação no Magistério). PELIZZARI, A.; KRIEGL, M.L.; BARON, M.P.; FINCK, N.T.L.; DOROCINSKI, S.I. Teoria da Aprendizagem Significativa Segundo Ausubel. Revista PEC. vol. 2, n° 1, 2002. p. 37-42.

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