41ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia 19 de Julho a 22 de Julho de 2004 - Campo Grande, MS
VALOR NUTRITIVO DO SUBPRODUTO DA INDÚSTRIA PROCESSADORA DE ABACAXI (ANANAS COMOSUS) EM DIETAS PARA OVINOS 3. PARÂMETROS RUMINAIS1 AUTORES MARCOS CLÁUDIO PINHEIRO ROGÉRIO2, IRAN BORGES3, JOSÉ NEUMAN MIRANDA NEIVA4, JOSÉ CARLOS MACHADO PIMENTEL5, ELOISA DE OLIVEIRA SIMÕES SALIBA3, NORBERTO MARIO RODRIGUEZ3, FRANCISCO CANINDÉ DE SOUSA NUNES6, ROBERTO FERREIRA CARVALHO7
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Pesquisa financiada pela FUNCAP/PROCAD e Banco do Nordeste Doutorando em Ciência Animal - UFMG, Bolsista CNPq, e-mail:
[email protected] 3 Professor adjunto - Escola de Veterinária - UFMG, Belo Horizonte-MG, Bolsista CNPq, e-mail:
[email protected] 4 Professor adjunto - UFC, Fortaleza-CE, e-mail:
[email protected] 5 Pesquisador da EMBRAPA Agroindústria Tropical, Fortaleza-CE, e-mail:
[email protected] 6 o Eng agrônomo, Mestre em Zootecnia-UFC, Fortaleza-CE 7 Mestrando em Zootecnia, UFC, Fortaleza-CE 2
RESUMO O presente estudo foi conduzido com o objetivo de avaliar a influência da inclusão do subproduto do processamento de abacaxi (Ananas comosus L.) sobre a concentração de nitrogênio amoniacal (mg/100 ml) e pH do líquido ruminal de dietas experimentais isofibrosas e isoprotéicas contendo o subproduto em níveis crescentes. Vinte ovinos machos, inteiros foram distribuídos em quatro tratamentos através de um delineamento em parcelas sub-divididas com cinco ovinos para cada um dos quatro tratamentos de inclusão percentual do subproduto do processamento de abacaxi: 0; 10 %; 19 %; 28 % e quatro tempos de colheita: 0 h, 2 h, 5 h e 8 h após o fornecimento das dietas experimentais. Não houve diferenças de pH entre os tratamentos experimentais, entretanto houve efeito cúbico descendente do pH entre os horários de colheita para cada um dos níveis de inclusão. Nos tratamentos 0 e 10% de inclusão o tempo 2 apresentou as maiores concentração de N-NH3. No tempo 8, o tratamento que incluiu 28% de subproduto de abacaxi apresentou maior concentração de N-NH3 do que os tratamentos 0 e 10% de inclusão. Portanto, a inclusão do subproduto do abacaxi em até 28 % do total dietético trariam os melhores resultados no que diz respeito aos parâmetros analisados neste trabalho.
PALAVRAS-CHAVE Abacaxi, amônia, frutas, ovinos, pH, ruminantes
TITLE NUTRITIVE VALUE OF PINEAPPLE BY-PRODUCT (Ananas comosus) IN DIETS FOR SHEEP. 3. RUMINAL 1 PARAMETERS
ABSTRACT The study aimed to evaluate the influence of increasing levels of pineapple by-product (Ananas comosus L.) on concentration of amoniacal nitrogen (mg/100 ml) and pH of ruminal liquid of isofibrous and isoproteics experimental diets. Twenty rams were randomly allotted to four treatments in a split-plot design with five replications and four time of harvest. The treatments were formulated to contain 0; 10; 19 and 28 % of pineapple by-product. No significant differences were observed for pH between experimental treatments, but descendent cubic effect of pH was observed between time of sampling. In treatments 0 and 10% of inclusion, time 2 showed higher N-NH3 concentrations. At time 8, the treatment 28% of inclusion showed higher concentrations than treatments 0 and 10% of inclusion. Diets formulated to contains up to 28 % of pineapple by-product would present the best results related to parameters analised in this work.
KEYWORDS NR 379 - pág. 1
41ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia 19 de Julho a 22 de Julho de 2004 - Campo Grande, MS
Amoniacal nitrogen, fruits, pH, pineapple, ruminants, sheep
INTRODUÇÃO A escassez de dados particularmente no que diz respeito a utilização de subprodutos da indústria processadora de frutas na alimentação de ruminantes têm representado perdas econômicas incríveis no que diz respeito a perda de material de reconhecido valor nutritivo e contaminações ambientais, já que grande parte destes resíduos são acumulados a céu aberto sem ser executado nenhum tipo de tratamento. O uso de fontes de fibra não forrageiras requer cuidados especiais particularmente em função dos métodos de análises laboratoriais dos constituintes fibrosos das dietas utilizados na atualidade serem falhos e direcionados para fontes de fibra forrageiras. Isso pode levar a problemas de acidose subclínica nos rebanhos comerciais que podem representar grandes perdas produtivas para os rebanhos. Um outro aspecto não avaliado para estes subprodutos é a disponibilidade de nitrogênio amoniacal utilizado na síntese de proteína microbiana. Objetivou-se com o presente trabalho, avaliar a disponibilidade de nitrogênio amoniacal e o pH do líquido ruminal de ovinos em terminação, que receberam dieta composta de capim elefante, milho, torta de algodão e níveis crescentes de subproduto da indústria processadora de abacaxi.
MATERIAL E MÉTODOS Foram utilizados vinte cordeiros machos e inteiros com oito meses de idade e peso vivo médio de 32 Kg. Os tratamentos consistiram de subproduto agroindustrial de abacaxi composto basicamente de cascas e polpa prensadas, secas ao sol, em níveis crescentes (0, 10, 19 e 28 %), em relação a dietas compostas de capim-elefante in natura, milho e torta de algodão, isoprotéicas e isofibrosas conforme o NRC (1985). Os ovinos utilizados foram pesados no início do experimento e alojados em gaiolas metabólicas. O período de adaptação dos animais às dietas e às gaiolas foi de quatorze dias. Realizou-se colheita de urina e fezes durante sete dias e no oitavo dia (imediatamente após o término do experimento de digestibilidade aparente), fez-se a colheita do líquido ruminal para as mensurações de N-NH3 (mg%) e pH ruminais em 4 tempos pré-estabelecidos, a saber, 0 h (antes do fornecimento da dieta), 2 h, 5 h e 8 h, indicando 2, 5 e 8 horas após o fornecimento da dieta . As dietas foram fornecidas às 7 horas. Água e sal mineralizado estiveram disponíveis à vontade. O pH foi medido imediatamente após a colheita através de um potenciômetro enquanto que as amostras de aproximadamente 50 ml de líquido ruminal foram acidificadas em 1 ml de ácido sulfúrico 1:1 e guardadas a -5oC para futuras análises de N-NH3. O nitrogênio amoniacal no líquido ruminal foi determinado por destilação com óxido de magnésio, usando-se ácido bórico como solução receptora e titulando-se com HCl 0,01N. O experimento obedeceu um delineamento em parcelas sub-divididas, tendo nas parcelas os tratamentos e nas sub-parcelas os tempos de coleta (0, 2, 5, 8 h) com 5 repetições. As médias foram comparadas pelo teste SNK (P
