VALORES ÉTICOS E JULGAMENTO MORAL

May 30, 2017 | Autor: Jose Vicente | Categoria: Ética, Ética Aplicada
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VALORES ÉTICOS E JULGAMENTO MORAL

José Carlos Vicente

Tete, Setembro de 2016

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1. INTRODUÇÃO 1.1. Apresentação e enquadramento No sentido prático, a finalidade da ética e da moral é muito semelhante. São ambas responsáveis por construir as bases que vão guiar a conduta do homem, determinando o seu carácter, altruísmo e virtudes, e por ensinar a melhor forma de agir e de se comportar em sociedade. No contexto filosófico, ética e moral possuem diferentes significados. A ética está associada ao estudo fundamentado dos valores morais que orientam o comportamento humano em sociedade, enquanto a moral são os costumes, regras, tabus e convenções estabelecidas por cada sociedade. Neste trabalho de pesquisa da cadeira de ética e deontologia profissional, pretende-se abordar em torno dos conceitos inerentes a ética tais como: Valores Éticos e Julgamento Moral. Trata-se de uma abordagem metodológica que ajudara a compreender os conceitos em estudo através do uso de métodos científicos.

O trabalho está estruturado da seguinte forma: Introdução (Apresentação e enquadramento do tema), objectivos (gerais e específicos); metodologia de pesquisa (técnicas e métodos de obtenção de dados); revisão de literatura (conceitos e abordagens teóricas), conclusões (considerações finais) e referências bibliográficas (apresentação das fontes de informação).

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2. OBJECTIVOS DE PESQUISA Subjacente aos temas em discussão, o trabalho visa alcançar 1 (um) objectivo geral, e 3 (três) objectivos específicos. 2.1. Geral De uma geral, o estudo tem por objectivo, analisar os conceitos de valor ético e julgamento moral. 2.2. Específicos  Definir os conceitos de valor ético e julgamento moral;  Mencionar os valores áticos fundamentais; e  Descrever os procedimentos de um julgamento moral.

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3. METODOLOGIA DE PESQUISA O tipo de pesquisa adoptado para este trabalho foi a pesquisa bibliográfica. Este tipo de pesquisa permitiu investigar uma gama de fenómenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar por outros métodos. Os resultados obtidos por intermédio deste tipo de de pesquisa auxiliaram no desenvolvimento de todas as fases e instâncias da analise dos conceitos de valores eticos de julgamento moral.

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4. REVISÃO DE LITERATURA Para Vasquez (2001), o valor não é propriedade dos objectos em si, mas ele só atinge propriedade graças à sua relação com o homem, enquanto sujeito social. Apesar de que os objectos também têm um valor em função de certas propriedades objectivas, é o homem. Como ser histórico social e a sua actividade prática. Que cria os valores e os bens nos quais acreditam e seguem. Os valores são, portanto, criações humanas, e só existem e se realizam no homem e pelo homem. 4.1. Valores éticos Partindo do conceito da ética, os valores éticos são princípios que não se limitam apenas às normas, costumes e tradições culturais de uma sociedade (valores morais), mas também procuram se focar nas características compreendidas como essenciais para o melhor modo de viver ou agir em sociedade de modo geral. De acordo com Dayananda (2001), a universalidade dos códigos de conduta não significa que estes padrões sejam absolutos. Um padrão ético pode ser relativo, mas não significa que seja puramente subjectivo. Embora muitas vezes relativos na aplicabilidade, padrões éticos básicos têm um conteúdo universal. Os valores éticos são baseados no senso comum, a respeito do que é a conduta aceitável, são normas de conduta originada na maneira pela qual eu desejo que os outros me vejam ou me tratem. Portanto, se desejo que a outra pessoa se comporte de certa maneira, estou presa a um sistema de valores. Qualquer coisa que eu valorize e escolha é por que estar relacionado ao meu bem-estar. A expressão da minha vida é exactamente a mesma da minha estrutura de valores bem assimilados. O que eu faço é a expressão do que é valioso para mim (DAYANANDA, 2001). Ainda a mesma autora, salienta que os valores não podem ser descartados, nem desafiados impunemente. Desconsiderar um valor coloca-me em conflito comigo mesmo. Neste caso, como posso ter conforto interno, praticar princípios éticos, se não tenho meus valores assimilados? Quando tenho meus valores assimilados, ou seja, internalizados por mim, eles não são mais uma escolha, são espontâneos no meu viver. Para alguém com valores assimilados tudo se torna

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simples, sem conflito na mente. Com uma mente serena consigo compreender e amar o outro, cuidar da terra, compartilhar excedentes e limitar o meu consumo. 4.2. Valores áticos fundamentais Os valores éticos pode ser muitos, variados e em diferentes percepções, no entanto, o ser humano tem quatro valores éticos fundamentais, sem dúvida, são a base da educação das pessoas entre si; estes valores têm muito profundamente enraizada em nossa consciência e agir. Quando se fala de algo fundamental falamos de algo sem o qual não poderia seguir, tão importante são esses valores (GEORGEN, 2005). De acordo com Aristóteles (2009), estes quatro valores e sua implementação é essencial para a convivência saudável do homem na sociedade, então descrevemos cada um deles: 4.2.1. Liberdade É definida como a qualidade de qualquer ser humano de escolher o seu destino, para decidir por si mesmos em suas próprias acções, ou seja, você está livre quando ninguém decidir por você. Uma coisa importante para limitar a liberdade, é que, assim como você é livre para escolher suas acções, você também deve assumir a responsabilidade pelas consequências de tais actos, caso contrário, estariam caindo em dissolução, deixar de tomar as consequências de suas acções. 4.2.2. Justiça Este valor ético é a qualidade de dar a todos o que por direito pertence, seja bom ou ruim. Justiça é cega, o que significa que não parece que for julgado, assim não haverá nenhum preconceito quando dar a uma pessoa que lhe é devido. 4.2.3. Responsabilidade Responsabilidade é a capacidade humana de suportar as consequências de suas próprias acções, é para cumprir as obrigações, seja por meio legal ou contrato ainda mais importante, pela palavra dada a uma pessoa. Ser responsável é sempre cumprir os deveres assumidos, embora eles não são inteiramente confortáveis. Um exemplo prático de responsabilidade é quando você tem um filho, que é um resultado de um ato de seu e seu parceiro, esta criança vai precisar do seu apoio

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financeiro, a responsabilidade por ter de comer e vestir, e para isso você deve conseguir um emprego, que, embora seja pesado, você deve fazê-lo para fornecer suporte para o seu filho, que vai fazer você uma pessoa responsável por suas acções. 4.2.4. Verdade A palavra verdade é amplamente usada para se referir a uma pessoa de boa honesto, sincero e fé, uma pessoa que você pode confiar. A verdade é o que define o que o falso real, algo verdadeiro é algo que você pode verificar. Ser honesto é para cumprir o que você tem a oferecer. "A verdade vos libertará", uma frase que se encaixa perfeitamente, porque só a verdade ABLE distinguir o certo do errado e ser uma pessoa melhor. 4.3. Julgamento moral Por tratar-se da mais influente e contemporânea teoria do desenvolvimento moral, consideramos que a teoria de Kohlberg (1981) pode nos ajudar a entender e discutir alguns aspectos relacionados a problemática abordada nesta pesquisa. A ética e valores dos sujeitos nas empresas. Por isso resolvemos incluir também o aspecto relacionado ao julgamento moral e compará-lo com valores e éticos seguidos na empresa. O modelo teórico de Kohlberg (1971) defende que os julgamentos e normas morais devem ser entendidos como construções universais dos agentes humanos que regulam as suas interacções sociais, em vez de reflexões passivas de qualquer fato externo ou de emoções internas. Os níveis de desenvolvimento dessa perspectiva sócio moral, baseados em Kohlberg, possibilitam uma organização geral do julgamento moral e servem para informar e unir outros conceitos morais mais específicos, como a natureza do moralmente certo ou bom, reciprocidade moral, regras, direitos, obrigações ou deveres, equidade, consequências do bem-estar e valores morais como a obediência à autoridade, a preservação da vida, a manutenção de contratos e de relações afectivas (Colby & Kohlberg, 1984). Kohlberg (1964) organizou uma série de seis estágios e três níveis (pré-convencional, convencional, pós-convencional), dois estágios em cada nível, do desenvolvimento e articulação do julgamento moral, que se estende da infância à vida adulta. Ele baseou o seu trabalho na

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classificação de tipos de raciocínio moral apresentados pelos indivíduos, quando eles eram confrontados com dilemas hipotéticos. A sua descrição vai do pré-moralismo, passa pelo conformismo e se estende até a moralidade de princípios individuais. No primeiro nível, denominado pré-convencional, não existe internalização de princípios morais. O ato é julgado pelas suas consequências e não pelas suas intenções, pois os indivíduos não chegaram a entender e respeitar normas e expectativas compartilhadas. Este é característico da maioria das crianças com menos de 9 anos, de alguns adolescentes e de muito criminosos adolescentes e adultos (Kohlberg, 1964). No segundo nível, chamado convencional, já existe a internalização, o indivíduo acredita no valor e no reconhecimento daquilo que julga por excelência. A moralidade consiste de regras morais, papéis e normas socialmente compartilhados. Este nível é o da maioria dos adolescentes e adultos da sociedade moderna americana (Colby & Kohlberg, 1984).

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5. CONCLUSÃO Findo o presente trabalho, foi possível constatar que, os valores áticos têm marcado importância em

nossa vida como ela é o guia para a acção, um guia para o comportamento humano correcto, além de ser um pilar fundamental da socialização humana. É verdade que os valores estão a sofrer alterações ao longo do tempo, mas hoje tem sido tão grande metamorfose que está a desaparecer; valores importantes, como a verdade, a justiça, a honestidade todos os dias estão a perder valor na vida diária, havendo necessidade urgente de se intervir com julgamentos morais. Com isto na significa dizer que eles não são praticados.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SWAMI DAYANANDA, S. Valor dos Valores. Rio de Janeiro. Vidya-Mandir. 2001. ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução do grego de António de Castro Caeiro. São Paulo, SP: Atlas, 2009. GOERGEN, P. (Orgs.) Ética e Educação: reflexes filosóficas e históricas. Campinas: HISTEDBR, 2005. COLBY , A. & KOHLBERG , L. (1984 ) . Sequência invariável e consistência interna em juízos e etapas morais. Nova Iorque : Um Wiley- Interscience. Kohlberg , L. (1964 ) . Desenvolvimento de caráter moral e ideologia moral. Revista de pesquisa do desenvolvimento infantil. New York: Russel Sábio Foundation.

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