Vão pro caralho

June 3, 2017 | Autor: Def Yuri | Categoria: Hip-Hop/Rap, Artigos, Viva Favela
Share Embed


Descrição do Produto

Vão pro caralho!

Autor: Def Yuri | 17/04/2002 | Seção: Def Yuri

Chega! A todo instante ficamos cientes das humilhações sofridas por brasileiros ao redor do mundo e principalmente nos Estados Unidos da América, tratamento que nem os piores criminosos recebem. Em um primeiro momento confesso que não fico sensibilizado, pois grande parte desses brasileiros que se aventuram por esses lugares, são aqueles que exaltam e assimilam por osmose tudo o que aparece. Agregando ao seu dia-a-dia várias coisas de caráter, digamos, equivocado. E o Uncle Sam atocha nesses indivíduos sem vaselina. Quem nunca ouviu? - Lá é assim. Lá é assado. Lá é uma democracia, todos são civilizados e etc... Não ignoro os sonhos de cada um desses indivíduos ou a necessidade. Porém, com o tempo, percebi o quão são nefastos os efeitos da lobotomia / colonização no nosso povo. A partir dessa constatação, aflora em mim um sentimento que transcende a indignação e beira o ódio - não um ódio comum. Ao saber das ações de grupos oficiais dos EUA que objetivam cidadãos comuns brasileiros, pergunto - onde estão as nossas autoridades? Essa corja de filhos da puta que tem por hábito se locupletar com o dinheiro público. Cadê a merda do Itamarati e suas medíocres relações exteriores? Somos realmente uns bundões - é isso mesmo! Bundões. Eu e você que está lendo nesse exato momento. Sabe porque? Enquanto a nossa reação não for coletiva, o dinheiro dos nossos impostos que poderia (deveria) ser usado em benefício da população elevando a qualidade de vida , seguem rumo ao ralo. Querem um exemplo? Recentemente estive em Buenos Aires e lá está um exemplo do desperdício. Ao invés de termos a nossa representação (que realmente nos representasse) em um só lugar, temos um prédio para a embaixada, outro para o consulado e a maior aberração que vi: a casa do senhor embaixador, de 27 quartos, do tamanho da embaixada da França. E observem: falo de Buenos Aires - imaginem as embaixadas nos ditos países de 1º mundo ? Voltando ao assunto principal. Recebemos todos os anos em nosso país uma leva de cidadãos estadunidenses e aqui eles usufruem de todas as maravilhas turísticas. De uma forma ou de outra, no geral são bem tratados - até quando incorrem em algum ilícito. Neste caso o nosso governo é conivente. Qual será o preço da conivência? Enquanto isso, lá a xenofobia é genética - No Brasil, seria como nascem os anjos. Lá é como nascem os serial killers e os seus distúrbios de personalidade, sua altivez fajuta. Tudo fruto de fantasias de um pretenso super povo que vive entorpecido. A Colômbia que o diga!... Volto a falar, sempre se tem notícia de cidadãos brasileiros sendo alvo de ações e até pessoas de maior poder aquisitivo que se fodem. Que o diga um conhecido jornalista preso e humilhado em Miami. Será que esse baba-ovo gostou do tratamento vip? Se com quem tem acontece isso, imaginem o resto? Novamente digo, de primeira eu nem me sensibilizo com essas situações pois as vítimas tem que se fuder um pouquinho para lembrar de alguns desatinos feitos por aqui. Porém depois percebo que o tratamento dispensado aos brasileiros é só uma pálida amostra do que eles realmente sentem por nós. É só uma pálida amostra da sua política de dominação. O respeito deve prevalecer em todos os cantos do mundo, o tratamento deve ser recíproco. Chega de submissão. As nossas autoridades são constituídas de hordas de filhos da curicas desprovidos de moral e que só tomam alguma atitude quando é do seu próprio interesse. Essa porra tem que acabar, a resposta deve ser imediata. O que será preciso para que os sobrinhos do Sam nos respeitem? Não sou contra o povo americano, porém questiono e sou contrário ao estado deles com sua política que se assemelha a Alemanha nazista. Quero dizer, consegue ser pior. E isso é copiado pelos outros filhos da puta que fodem a nossa população diariamente. Acompanhem mais um relato que me foi enviado por e-mail. Obrigado à leitora pela confiança depositada e vamos seguir de cabeça erguida enfrentando esses e outros absurdos.

Nós não temos o direito de amarelar.

From: [email protected] To: [email protected] Fw: Simplesmente deprimente e absurdo Date: Sat, 13 Apr 2002 17:36:39 +0000 Def Yuri, Fiquei bastante indignada ao ler um e-mail que recebi, contando a história de um brasileiro que sofreu discriminação e foi bastante humilhado no exterior. Creio ser a sua coluna, um meio pelo qual eu possa compartilhar esse sentimento de revolta. Marjorie Bastos -----------------------------------------------------------------------------------------Artigo publicado na Tribuna da Imprensa, na Coluna de Roberto M. Moura. Chegou a hora de pedirmos justiça, de exigirmos que os gringos sejam tratados da mesma forma por aqui, sobretudo os que nos espoliam e humilham. "Se você tem planos de visitar os EUA. aconselho-o a pensar nas experiências que tive no Aeroporto de Los Angeles, dia 25 de fevereiro. Sou engenheiro eletrônico, 20 anos de formado. Hoje, administro meus próprios negócios, no setor agropecuário. Em 42 anos de vida, viajei inúmeras vezes aos EUA, a negócio ou a turismo. No ultimo dia 24, embarquei em Salvador com destino a Los Angeles, de posse do meu terceiro e último visto para os EUA, de novembro/1999, válido até novembro/2009. "Sabia do aumento nas medidas de segurança, em função do 11/09. E já no Galeão-Tom Jobim a mudança de rotina é facilmente percebida. Mas jamais poderia imaginar o que se segue. Cheguei a LA às 7 da manhã. O oficial que me atende no controle de passaportes olha os meus documentos por uns cinco minutos e me dirige a órgão da Imigração chamado `Secondary 1'. Nunca acontecera, mas imaginei ser atendido por outro oficial para prestar esclarecimentos referentes à minha visita. "Um segundo oficial me pede que pegue a bagagem e o acompanhe. Ato contínuo, sou jogado dentro de uma cela de 2x2m. Bagagem, dinheiro e documentos são confiscados. Retiram meu cinto e o cadarço dos sapatos. Meus protestos (falo inglês fluentemente) são respondidos com ameaças de agressão física e confinamento. Sou revistado dos pés a cabeça. Tiram minhas impressões digitais e me jogam numa sala imunda, fétida, sem ventilação e já apinhada de gente. Todos já tinham passado pelo mesmo `ritual'. "Numa sala de 4x4m, com cadeiras imundas e carpete preto igualmente imundo e mal-cheiroso, havia 20 pessoas e uma enorme tevê de 50" ligada a todo volume. Gente cansada, faminta, doente. Gente vomitando. Pedi para fazer uma ligação telefônica. `Shut up! No phone calls!' "Às dez da manhã, preso e sem a menor idéia do que aconteceria a seguir, percebo a romaria de pessoas que chegam à cela e me escandalizo - o mesmo tratamento é dado a mulheres, adolescentes, crianças e idosos. Oficiais americanos disputam o privilégio de revistar as mulheres e adolescentes mais bonitas, sem a menor preocupação de esconder a luxúria dos seus respectivos pais, maridos ou irmãos, fazendo comentários, convites, insinuações e declarações obscenas na frente de todos. "Acabei de revistar um latino nojento...agora é a minha vez de revistar esta italiana gostosa', diz um deles ao colega, referindo-se à esposa de um turista. A pequena cela cada vez mais cheia e com um mau cheiro insuportável. Duas da tarde sou levado para uma `entrevista' quase surrealista com um dos oficiais de Imigração. Ele me `explica' que como o meu visto e todos os meus papéis estão legais e em perfeita ordem ele me daria duas opções: a primeira era assinar um documento onde eu `solicitava' o cancelamento do meu visto, retornando no primeiro vôo disponível ao Brasil. Se recusasse, seria preso por tempo indeterminado e passaria por um processo de deportação compulsória. Detalhe: enquanto eu não assinasse o documento, não receberia água ou comida. O que você escolheria? Pois é. Eu também. "Às quatro, eu e mais uns cinco `prisioneiros' somos retirados da sala. Somos algemados e escoltados por policiais armados, nos fazem caminhar pelo aeroporto, sob os olhares de turistas aterrorizados. Levam-nos até uma van, estacionada na frente do aeroporto e nos transferem para uma cela em outro terminal.

Às seis, em função dos meus insistentes protestos, recebo autorização para fazer uma ligação telefônica. Ligo para um advogado de LA, na esperança que ele pudesse me tirar daquele inferno, mas a informação que ele me da é ainda mais surpreendente: as instalações da Imigração no aeroporto não são consideradas legalmente como solo americano. Não se pode invocar nenhum direito civil. "Começo a sonhar com a hora de voltar ao Brasil... antes disto, porém, iria passar a pior noite da minha vida. Cadeiras de plástico imundas. Frio e a perspectiva de usar aqueles cobertores pretos e pegajosos. Cinco policiais de guarda, entediados, divertem-se chutando `chineses nojentos', xingando `pretos estúpidos', ameaçando `latinos babacas'. São incapazes de articular três palavras sem um palavrão. Passamos a noite imersos neste mar de preconceito racial, prepotência, violência, arrogância e covardia. "Na cela, dois posters imensos na parede. Um enorme mapa do Brasil e uma foto da cidade de Ouro Preto. Segunda, uma da tarde, depois das piores 30 horas da minha vida, dois policiais armados me conduzem até o avião, entregam meu passaporte à comissária e montam guarda na porta do avião até a decolagem. Uma humilhaçãozinha de última hora. "Na terça, 7h30, desembarco cansado mas imensamente feliz no Aeroporto do Galeão. Ligo para a minha namorada - a Sarah - em Belo Horizonte. Depois do susto e das explicações, convido-a a celebrar o nosso inusitado reencontro com uma viagem. Para Ouro Preto - é claro!" (Ricardo Abude, engenheiro- Salvador / BA) * Conheço o Ricardo há pelo menos 15 anos. É pessoa séria e competente. Já morou na Nigéria, casou-se com austríaca e rodou o mundo. Está sinceramente chocado e disposto a fixar-se na Salvador em que nasceu. Creio que a embaixada americana deve desculpas a todos os brasileiros. E o Itamaraty não deveria deixar barato um episódio dessa natureza. Reparem que faz sentido: dias antes de humilharem o Ricardo, os americanos não tiveram nenhum prurido em constranger o chanceler Celso Lafer a tirar os sapatos para poder adentrar a terra do tio Sam. O pior é que ele tirou.

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.