Variação do consumo em Portugal desde o Estado Novo

June 13, 2017 | Autor: ComparaJá .pt | Categoria: Estado Novo, Consumo
Share Embed


Descrição do Produto

A variação do consumo em Portugal desde o Estado Novo  

    A importância do consumo para Portugal sair da crise  Saiba como o consumo alavancou a economia portuguesa  Factos que não deve descurar sobre o consumo em Portugal  Factos que deve saber sobre o consumo em Portugal  (Uma pequena história sobre o consumo em Portugal)  Variação do consumo em Portugal e o impacto na economia

Mudança do paradigma Com  o  final  do  Estado  Novo,  o  contexto  em  Portugal deu  azo  a  um  processo  coletivo  de  nacionalização do sistema bancário e a um aumento progressivo do  consumo,  consequência  da  subida  exponencial  dos  salários,  que,  apenas  em  1974, aumentaram cerca de 31%, segundo o Banco de Portugal.   Os  portugueses   viam,  desta  forma,  o  seu  poder  de  compra  aumentado  e  a  fixação de  um salário mínimo  no  valor de 3,300 escudos  (€531,92  a preços de 

2014).  No  entanto,  inevitavelmente,  isso  levou  a  uma  diminuição  da  competitividade  económica  (pois  o  aumento  dos  salários  resulta  no  aumento  dos  custos  de  produção  e,  consequentemente,  dos  preços  dos  bens  produzidos e das exportações). De  acordo  com  dados  do  Banco  de  Portugal,  de  1973 para 1974, o consumo  privado  (de bens  não  duradouros,  tais  como  alimentação,  tabaco  ou vestuário)  cresceu  29%.  Quanto  ao  consumo  de  bens  duradouros,  como  a  compra  de  automóveis ou habitação, cresceu cerca de 32,1%. No que toca aos serviços, o  aumento rondou os 24%, em período homólogo. Ao  mesmo  tempo,  dá­se  uma  explosão  no  que concerne  às  trocas comerciais  com  o  estrangeiro.  Só  para  se  ter uma ideia,  no  mesmo  período,  Portugal viu  aumentar  a  sua  despesa  nacional  com  importações  de  bens  e  serviços  em  48,75%,  traduzindo  bem  a  aceleração  da  oferta  de  produtos   estrangeiros  a  entrar no país.  Destas  importações,  os  bens  de  consumo  aumentaram  cerca  de  47%  entre  1973 e  1974. Os  dois  indicadores  porém  são muito influenciados pelo efeito de  substituição  das importações de matérias primas das ex­colónias que não eram  registadas como importações antes do 25 de Abril.

Diversificação da oferta em Portugal Nas  décadas  de  60  e  70,  os  poucos  festivais  que  existiam  ­  como  o  Vilar de   Mouros  ou  o  Cascais  Jazz  ­  eram  bastante  controlados  pela  PIDE  (depois  DGS), sendo vistos como possíveis locais para conspirar.  A entrada em Portugal de música, roupa ou mesmo refrigerantes estrangeiros –  o  primeiro  anúncio  da  Coca­Cola,  por  exemplo,  apenas  passou  na  televisão  portuguesa  depois  do  25  de  abril,  40  anos  após  o  lançamento  nos  Estados  Unidos da América –, ilustram o  “boom” português.  O  efeito  do  conjunto  do  referido  aumento  das  importações,  da  privatização  e  liberalização  do setor  financeiro a partir  da década  de  80,  principalmente  após  a  adesão  à  antiga  Comunidade  Económica  Europeia  (CEE)  ­  de  notar  que  ​ o  primeiro  passo  de  Portugal  rumo  à  integração  europeia  foi  dado  por  Salazar,  com  a  adesão  à   EFTA,  em  1960  ­,  trouxe  muitas  novidades  no  que  toca  à  oferta cultural e de bens de consumo.   Dados  referentes  aos  três anos  seguintes à adesão à União Europeia mostram  que a tendência  crescente  das  importações  veio para ficar.  Tanto  os  bens não 

duradouros  com  os  duradouros  cresceram  cerca  de  222%  e  239%,  respetivamente.    Este  crescimento  foi  também  acompanhado  pelo aumento do crédito bancário,  seja  sob  a  forma  de crédito à habitação,  crédito automóvel, ​ crédito pessoal  ou  cartões  de  crédito​ .  Esta  maior  disponibilização  permitiu  o  aumento  do  consumo, como viagens, casas, carros, melhores condições de vida, educação,   entre outros.

A entrada na União Europeia e o consumo em Portugal Portugal  integra   oficialmente  a  União  Europeia  a  1  de  janeiro  de  1986.  Esta  integração  teve  um  efeito  de  alavanca  na  economia  do  país,  permitindo,  a  prazo,  a  redução  da taxa de inflação para níveis historicamente controlados e a  melhoria das condições de vida da generalidade dos portugueses.  O  acesso  de  Portugal  aos  fundos  estruturais  europeus  foi  fulcral  para  a  modernização   e  desenvolvimento  de  vários  setores  no  país,  aproximando­se  desta forma dos números dos outros Estados­membros, ainda que distante. Entrava­se,  desta  forma,  numa  era  de  globalização  no  que  respeita  à   livre  circulação  bens,  pessoas  e  de  capitais,  acentuada  pela  implementação  da  moeda única, o  euro, iniciada a partir do acordo de Maastricht em final de 1991,  que deu origem ao tratado da União Europeia, em 1992. Segundo  dados da  PORDATA,  nos  anos antecedentes à crise internacional de  2007/2008,  verificou­se  uma  subida  constante  no  consumo  dos  portugueses,  como se pode verificar no gráfico. 

Deste  modo,  entre  1995  e  2008  o  consumo  em Portugal  aumentou 18,3%  no  vestuário e calçado,  25,5% em acessórios para  o lar, equipamento doméstico e  manutenção  da  habitação,  20,4%  em  atividades  relacionadas  com  lazer,  recreação e cultura e 31,2% em restaurantes e hotéis, entre outros. Este  período  é  caracterizado  pelo  fácil  acesso  a  ​ vários  tipos  de  crédito  por  parte  dos  consumidores  e  dos  próprios  bancos  ou  instituições  financeiras  de  crédito.   O  paradigma  viria,  no  entanto,  a  alterar­se  com  a  chegada  da  crise  internacional de 2007.

A crise de 2007/2008 A  deterioração  da  situação  financeira  internacional  e  a  quebra  dos  mercados  bolsistas  globais,  desencadeada  a  partir de 2007  na sequência da falência do  Lehman  Brothers  e,  consequentemente,  da  crise  do  mercado  hipotecário  nos 

EUA,  provocaram  um  enfraquecimento  significativo  do  património  financeiro  líquido na Europa e, por conseguinte, em Portugal.

De  acordo  com  o   gráfico,  o  consumo  de  vestuário   e  calçado  desde  a  crise  internacional  até  2012  decresceu  11,9%.  As  atividades  relativas  com  lazer,  recreação  e  cultura  viram  o  consumo  reduzido  em  12,5%,  assim  como  os  acessórios  para  o  lar, equipamento  doméstico e manutenção corrente da  casa,  que desceu  17,3%.  Durante  este  período, por outro lado, a indústria hoteleira e  restauração teve o seu consumo aumentado em 2%. Porém,  numa  atualidade  altamente  influenciada  pela  crescente globalização e  diversificação  de  ofertas,  a  confiança  dos  portugueses  está,  pouco a  pouco, a  crescer,  assim  como a dos  bancos  e  instituições  de  crédito.  Um  bom  exemplo  da  confiança  dos  mercados  em  Portugal  é  o  registo  do  10º  trimestre  consecutivo de financiamento externo que Portugal conseguiu recentemente.   Com  a  confiança  voltam  as  boas  condições  ao  crédito  e,  como  descrito  ao  longo  do  texto,  condições  ao  crédito  favoráveis  potenciam  o  crescimento  económico. É, portanto, mais fácil solicitar crédito pessoal.

Felizmente,  hoje  em  dia  se  cumprir  alguns  requisitos  pode  ter  acesso  a  um  variado leque de créditos pessoais e cartões de crédito.   Esta análise foi efetuada pelo ​ ComparaJá.pt​ , uma empresa na área de ​ fintech​ .

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.