VARIANTES SINTÁTICAS (PADRÃO E NÃO-PADRÃO) EM CONSTRUÇÕES PRONOMINAIS DO PORTUGUÊS: USOS, REPRESENTAÇÕES SOCIAIS E ATITUDES LINGUÍSTICAS DE FALANTES MADEIRENSES
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VARIANTES SINTÁTICAS (PADRÃO E NÃO-PADRÃO) EM CONSTRUÇÕES PRONOMINAIS DO PORTUGUÊS: USOS, REPRESENTAÇÕES SOCIAIS E ATITUDES LINGUÍSTICAS DE FALANTES MADEIRENSES
Aline Bazenga*, Catarina Andrade* e Lorena Rodrigues** (UMa, Portugal*; UFC-CAPES/PDSE, Brasil**)
IV CIDS - SORBONNE, PARIS - 2016
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INTRODUÇÃO Mudança e Variação nas construções pronominais em variedades do português: 1. Variação e mudança em PE 2. Variação dialetal em PE 3. Variação em variedades não europeias do português: variedades do PB e Africanas (Angola e Moçambique)
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INTRODUÇÃO Etapas de uma investigação ainda em curso sobre Variantes não-padrão de OD em variedades do PE na Madeira (usos e perceção) 1. 2.
◦ ◦ ◦ ◦
Dados atestados em falantes madeirenses Amostra do CSF (Corpus Sociolinguístico do Funchal); BAZENGA (2011) Primeiros resultados quantitativos - trabalhos de mestrado de 2014 Dados da perceção de falantes madeirenses ANDRADE (2014); BAZENGA e ANDRADE (2015) RODRIGUES (2015); RODRIGUES e BAZENGA (2016)
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VARIAÇÃO E MUDANÇA NA SINTAXE PRONOMINAL EM PE (MARTINS, 1994) Tabela 1. Dados retirados de documentos de tipo legal (Martins, 1994)
ordem
1250-99
1300-49
1350-99
140049
145099
150049
cl V
7.1% (4/56)
24.6% (15/61)
41.9% (18/43)
78.9% (30/38)
92.7% (38/41)
98.8% (80/81 )
V-cl
92.9% (52/56)
75.4% (46/61)
58.1% (25/43)
21.1% (8/38)
7.3% (3/41)
1.2% (1/81)
Século XIII (1) a. (Lx, 1290) presente fuy e esta procuraçõ cõ mha mãão propria escreuy e rapeyaa e emmendeya na oytaua regra no logo que diz Achelas b. (NO, 1277) e o dito Steuã díaz u octorgou Século XV (2) a. (NO, 1408) e façouos della doaçom Antre vjuos b. (NO, 1414) e xe lho obrigem A lhas defender e lhas Asy darem desëbargadas Século XVI (3) a. (Lx, 1544 e desta maneira os ha ella dita senhora dona guyomar por Reçebidos em sy Fonte: http://cvc.instituto-camoes.pt/hlp/gramhist/sxgenerativa.html
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VARIAÇÃO E MUDANÇA NA SINTAXE PRONOMINAL EM PE (MARTINS, 1994) Tabela 2. Colocação dos clíticos em PE do século XVI ao século XIX (Martins, 2003)
AUTORES
PRÓCLISE
ÊNCLISE
INTERPOLAÇÃO
Afonso de Albuquerque (1462-1515)
73.5% (119)
26.5% (43)
sim
Damião de Góis (1502-1574)
97.1% (130)
2.9% (4)
sim
Fernão Mendes Pinto (1510?-1583)
98.1% (102)
1.9% (2)
sim
Diogo do Couto (1542-1616)
72.5% (74)
27.5% (28)
sim
Francisco M.de Mello (1608-1666)
92.3% (36)
7.7% (3)
António Vieira (1608-1697)
31.6% (117)
68.4% (248)
sim (residual) não
António Verney (1713-1792)
27.3% (18)
72.7% (48)
não
Almeida Garrett (1799-1854)
19.3% (11)
80.7% (46)
não
Oliveira Martins (1845-1894)
2.4% (2)
97.6% (80)
não
Fonte: disponível em : http://www.clul.ul.pt/files/ana_maria_martins/MartinsFromUnity.pdf IV CIDS - SORBONNE, PARIS - 2016
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VARIAÇÃO E MUDANÇA NA SINTAXE PRONOMINAL EM PE (Português Arcaico) • Nunes, José Joaquim Nunes, Compêndio de Gramática histórica, 1989: 235 (pronomes) • ele ou el acusativo (ou OD): exemplos publicados por Pedro D’Azevedo (Revista Lusitana, VIII, 39) (4) Séc. XIII (1270) a. “(...) faredes senpre per tal preeto que uos tenades ele em uossa uida” Séc. XIV (1311) b. “(...) que esta carta mandamos fazer ela per dante homees “
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VARIAÇÃO NA SINTAXE PRONOMINAL – PE dialetal (5) a velha onti à nõiti dê Ø uma pazada (Odeleite – p. 125) (6) começa Ø só com duas ripas tambéim (Odeleite – p. 128) (7) Eu não quero ele cá dentro (Ericeira – p. 180) (8) Molhómos elas todas (Ericeira – p. 180) (9) dá para mim guardari (Odeleite – p. 153) (GUEDES E BERLINCK, 2006: 1476)
(10) apenas eu lhe boto no forno (Ajuda da Bretanha/Açores) (BERNARDO e MONTENEGRO, 2003: 88) IV CIDS - SORBONNE, PARIS - 2016
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VARIAÇÃO NA SINTAXE PRONOMINAL - PB
Tabela 3. Paradigmas dos pronomes pessoais em PB (CASTILHO E ELIAS, 2012)
Português brasileiro formal Pessoa 1ª pessoa singular Eu
Sujeito
Complemento Me, mim, comigo
Português brasileiro informal Sujeito Eu, a gente
Complemento Eu, me, mim, Prep + eu, mim Você/ ocê/ cê, te, Preposição + você/ocê (= docê, cocê)
2ª pessoa singular Tu, você, o senhor, a senhora
Te, ti, contigo, (preposição +) o senhor, com a senhora Você/ocê, tu
3ª pessoa singular Ele, ela
0/a (em desaparecimento), lhe, se, si, consigo
Ele/ei
Ele, ela, lhe, Prep + a gente
A gente
A gente, Prep + a gente
1ª pessoa plural
Nós
Nos, conosco
2ª pessoa plural
Vós (de uso restrito), os senhores, as senhoras, vocês Eles, elas
(preposição +) os senhores, as senhoras
3ª pessoa plural
Vocês/ ocês/ cês, Vocês/ ocês/ cês Preposição + Vocês/ vocês Os/as (em Eles/eis, elas, Preposição desaparecimento), lhes, se, si, Eles/eis, elas + eles/eis, elas consigo
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1.2 O trabalho de Duarte 21 Por esse motivo, Cyrino (1997), utilizando a teoria para elipses de Fiengo & May
Duarte (1987 e 1989), trabalhando (1994), propõe que, devido a fatores históricos que descreveremos abaixo, o objeto nulo é um fenômeno de elipse em Forma Fonética eda reconstrução nos cidadeemdeForma SãoLógica, Paulo,
principalmente com corpus de língua falada
identifica um processo de mudança lingüística em
VARIAÇÃO NA SINTAXE PRONOMINAL
moldes das elipses de sintagma verbal.
curso com relação à realização do objeto direto anafórico, com a substituição
Essa proposta tenta resgatar a idéia avançada em Kato (1993) de que o objeto nulo em
do clítico acusativo de 3ª pessoa (o/a/os/as) pela categoria vazia [cv] e, em
- PB
Português Brasileiro é a contraparte nula do pronome neutro o, o primeiro pronome
menor pelo opronome clítico de terceira pessoa a desaparecer nessa língua. Comoescala, veremos abaixo, objeto
lexical na forma nominativa (ele[s]/ela[s]). De
nulo parece ter surgido a partir da queda desseum pronome, em construções em ocorrências, que a total de 1.974 elipse também era permitida pela gramática.
o clítico só representa 4,9% dos dados,
conforme a tabela:
Os resultados do estudo diacrônico em Cyrino (1997) mostram vários fatos acerca do Português Tabela 4.Brasileiro: Variação OD nulo / realizado no PB (CYRINO, 1997; Tabela 5. Variantes OD em PB, num corpus de língua falada em S. Paulo (Duarte, 1986; 1: do1989) objeto direto anafórico em Duarte (1987) a)2002) um decréscimo de posições preenchidas para o objeto direto - vejaTabela a tabela 1. Realização Século
posições nulas
posições
Variante
TOTAL
preenchidas
Ocorrências
Clítico
%
97
4,9
n.
%
n.
%
n.
%
Pronome lexical
304
15,4
XVI
31
11
259
89
290
100
Categorial vazia
1235
62,6
XVII
37
13
256
87
293
100
SNs anafóricos
338
17,1
XVIII
53
19
234
81
287
100
Total
1974
100,0
XIX
122
45
149
55
271
100
XX
193
79
51
21
244
100
Fonte: Duarte (1989, p. 21), adaptado.
Tabela 1. Distribuição de posições nulas vs. preenchidas, em Cyrino (1997).
Note-se que o uso de SNs anafóricos não se constitui exatamente como uma
mas b) o primeiro objeto nulo a aparecer é aquele cujovariante antecedente lingüística, é proposicional, isto é, o objeto que poderia ser realizado pela clítico neutrodiante o:37
sim pode ser visto como um processo de esquiva
da avaliação social da variação.
Século
NP[+específico] NP[-específico] proposicional
XVI
3 % (4/139)
9% (3/34)
Com efeito,50%Duarte busca identificar os valores sociais adquiridos pelas 23% (23/99) (1/2)
XVII
4% (4/100)
18% 16/90)
21% (14/68) Embora 33% (3/12) seja a forma conservadora e investida de prestígio pela variantes.
XVIII
8% (9/120)
6% (2/33)
45% IV(41/90) 25% (1/4)PARISo- 2016 CIDS -gramatical, SORBONNE, tradição uso do clítico não tem boa aceitação10social entre os
XIX
31%(38/121)
4% (1/24)
XX
67% (64/95)
86% (31/36)
83% (81/98)
genérico
33% (1/3)
informantes, por ser considerado “pedante”, sendo pouco apropriado para a 91% (97/107) 0
e a adaptado conversação espontânea. Já o pronome lexical, que passa a Tabela 2. Objetos nulos de acordo com o fala tipo natural de antecedente, de
VARIAÇÃO NA SINTAXE PRONOMINAL - PB
• uso do clítico o (11) A- Meu filho estava no shopping. B- a. Eu vi seu filho lá. [estr. SN pleno – muito frequente] b. Eu vi ele lá. [estr. ‘ele acusativo’, estigmatizado] c. Eu vi-o lá. [estr. Clítico o – Norma culta] d. Eu vi [ ] lá. [estr. Omissão ] • uso do clítico lhe (perda da sua função como dativo e uso crescente como acusativo em alternância com te (mesmo se o falante trata o interlocutor por você) (12) a. Você gosta mesmo de golfe! Eu lhe vejo sempre no clube. [estr. ‘lhe acusativo’] b. Você gosta mesmo de golfe! Eu te vejo sempre no clube. [estr. Te/você]
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VARIAÇÃO NA SINTAXE PRONOMINAL – PB (+ PE)
Freire (2005), A realização do acusativo e do dativo anafóricos de Terceira pessoa na escrita brasileira e lusitana PB
PE
77%
47%
31%
14% 8%
11%
12%
SNanafórico
Objeto Nulo
0%
Clítico
Pronome ele
Gráfico1.Resultados globais: Distribuição d as variantes segundo a variedade d o p ortuguês (PE e P B) in FREIRE, 2 005: 1 06)
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VARIAÇÃO NA SINTAXE PRONOMINAL – PM e PA
(13)
PM: Levam a miúda para o quarto, vestem-lhe. PA: minha mãe diz que lhe vão buscar e lhe vão levar todos os dias. (GONÇALVES, 2015: 175 )
•
Uso de lhe como OD, o fenómeno mais frequente em PA (CHAVAGNE, 2005: 227 )
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VARIANTES DE OD NO PORTUGUÊS FALADO NO FUNCHAL (BAZENGA, 2011) o Amostra do CSF (Corpus Sociolinguístico do Funchal) –0 (14)
a. […] jogava-o po chão (FNC11_MA1:032) b. […] é normal que a seguir prevaleça e os corrija de com maior cuidado do que corrija o meu teste. (FNC-MA3.1:101)
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VARIANTES DE OD NO PORTUGUÊS FALADO NO FUNCHAL (BAZENGA, 2011) o Amostra do CSF (Corpus Sociolinguístico do Funchal) objeto nulo [ ] (15)
a. […] faço o jantar sirvo [ ] [sirvo-o] à família (FNC11_MA1:010) b. o meu pai falava comuigue e eu ouvuia [ ][ouvia-o] logue (FNC11_MA1:082) c. a minha licenciatura termina-se antes do tempo pretendido_ tive que me enquadrar no bolonha e tive que [ ] [a] acabar mais cedo – (FNC-MA3.1:013)
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VARIANTES DE OD NO PORTUGUÊS FALADO NO FUNCHAL (BAZENGA, 2011) o Amostra do CSF (Corpus Sociolinguístico do Funchal) repetição lexical (16)
a. gostava de comprar uma mota_ e os meus pais detestam motas [detestam-nas] (FNC-HA1:004) b. queria a minha roupa vestia a minha roupa [vestiaa] (FNC11_MA1:067)
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VARIANTES DE OD NO PORTUGUÊS FALADO NO FUNCHAL (BAZENGA, 2011) o Amostra do CSF (Corpus Sociolinguístico do Funchal) ELE (17)
a. ponho ele a ver boneques [bonecos] (FNC11_MA1 243) b. mete [meto] ele andar de bicicleta (FNC11_MA1 243) c. vi ele a passar ao pé dela (FNC11_MA1 270) d. e depois o maride deixou ela e ficou na na quinta (FNC11_MC1.1 453) e. e então _devorava logo eles todos (FNC11_MA2.2 31) f. levou ele à cozinha (FNC-MB1: 344)
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VARIANTES DE OD NO PORTUGUÊS FALADO NO FUNCHAL (BAZENGA, 2011) o Amostra do CSF (Corpus Sociolinguístico do Funchal) LHE (18)
a. tento-lhe explicar e lhe informar [informá-lo] sobre as coisas (FNC11_HA1426) b. levo-lhe [levo-o] a escola (FNC11_MA1 006) c. eu não gostava dele nem lhe [nem o podia] podia ver a frente (FNC11_MA1 204-5)
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VARIANTES DE OD NO PORTUGUÊS FALADO NO FUNCHAL (BAZENGA, 2011) OD NÃO-PADRÃO (FUNCHAL ,2011) OD- ele
OD NÃO-PADRÃO (FUNCHAL, 2011)
OD-Lhe
OD- ele
9
OD-Lhe
12
8
10
7 6
8
5
6
4
5
3
4
2
2
1 0
0 NÍV E L 1
NÍV E L 2
NÍV E L 3
Gráfico2. Variantes ele/-lhe e fator nível de escolaridade (Corpus Funchal)
( 18- 35)
0 ( 36- 55)
0 ( 56- 75)
Gráfico3. Variantes ele/-lhe e fator faixa etária (Corpus Funchal)
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VARIANTES DE OD NO PORTUGUÊS FALADO NO FUNCHAL (Dados quantitativos, 2014)
1,80% 16,40%
50%
32,70% Repetição Padrão
27,30% 25%
25%
27,30% 22,20% 9,10%
5,60%
0%
Ele 18,20%
.
Lhe
Gráfico 4 Realização OD, 6 informantes mais velhos do Funchal (CAIRES e LUIS, 2014).
Nível 1
33,30%
Nivel 2
OD Nulo
30,90%
36,40%
36,10%
Repetição
Padrão
OD Nulo
Ele
2,80% 0%0%
Nível 3
Lhe
.
Gráfico 5 Realização OD, 6 informantes mais velhos do Funchal (CAIRES e LUIS, 2014).
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VARIANTES DE OD NO PORTUGUÊS FALADO NO FUNCHAL (Dados quantitativos, 2014) 20
Ele 9% Lhe; 7; 9%
Nulo; 30; 37%
18 16
Repetição 29%
Padrão 16%
14
Repetição (R)
12
Padrão (O)
10
Nulo (Z)
8
Lhe (L)
6
Ele (E)
4 2 Repetição
.
Padrão
Nulo
Lhe
Gráfico 6 Realização OD, 6 informantes jovens do Funchal (NÓBREGA e COELHO, 2014)
Ele
0 nivel 1
nivel 2
nivel 3
Gráfico 7. Realização OD, 6 informantes jovens do Funchal: Variável Nível de escolaridade (NÓBREGA e COELHO, 2014)
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21
SNRep
OD Nulo
Lhe
Padrão
Ele
Gráfico 8. Variação na realização OD, 6 informantes com escolaridade básica (nível 1) do Funchal (AVEIRO e SOUSA, 2014).
S NRE P
Faixa C
OD NU LO
LH E
PAD RÃO
16,30% 22,60% 19,10%
2,30% 0% 6,40%
36,4%
22% 21,30%
23,30% 34%
37,1%
Faixa B
11,60% 1,90% 0%
19,6% 2,8% 4,2%
Faixa A 46,50%
53,20%
VARIANTES DE OD NO PORTUGUÊS FALADO NO FUNCHAL (Dados quantitativos, 2014)
E LE
Gráfico 9. Variação na realização OD, 6 informantes com escolaridade básica (nível 1) e por faixa etária do Funchal (AVEIRO e SOUSA, 2014).
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VARIANTES DE OD NO PORTUGUÊS FALADO NO FUNCHAL (Dados quantitativos, 2014) PE (Funchal)A
PE (Funchal)C
29 17,1
16,4
4,9
9
15,4
18,2
16
30,9
32,7
37
62,6
PB (S.Paulo)
CLÍT ICO
PRO- E LE
VAZIO/NU LO
RE PE T IÇÃO S N
Gráfico10. Variação na realização OD no português falado (variedades PB e PE - Madeira
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PERCEÇAO / AVALIAÇÃO - VARIANTES DE OD NO PORTUGUÊS FALADO NO FUNCHAL (ANDRADE, 2014) Pontos de Inquérito (6) Funchal, Santa Cruz, Machico, Câmara de Lobos, Santana e S. Vicente Tabela 6.Amoststra estratificada (18 informantes p/ ponto de inquérito) num total de 126 (Andrade, 2014)
Idade Figura 1. Pontos de Inquérito (Andrade, 2014)
Escolaridade
Sexo Homem
A
18 - 35 anos
1 > Básico
H
B
36 - 55 anos
2 > Secundário
M Mulher
C
56 - 75 anos
3 > Superior
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PERCEÇAO / AVALIAÇÃO - VARIANTES DE OD NO PORTUGUÊS FALADO NO FUNCHAL (ANDRADE, 2014) A B B1 C Variantes sintáticas (escala de Lickert)
Figura 2. Questionário (excerto) (Andrade, 2014)
Figura 3. Questionário: Parte C (Variantes sintáticas)(Andrade, 2014)
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PERCEÇAO / AVALIAÇÃO - VARIANTES DE OD NO PORTUGUÊS FALADO NO FUNCHAL (ANDRADE, 2014) O namorado da Carolina estava na praia 65%
63%
Sim, eu sei, eu vi-lhe ontem 54%
Sim, eu sei, eu vi-o ontem sim, eu sei, eu o vi ontem
33%
29%
sim, eu sei, eu vi ele ontem 17%
16% 10%
1- very bad
6%
2- bad
11%
7% 7%
11%
9%
3-average
13% 8%
18% 9%
4- good
10% 4%
5- very good
Gráfico11. Avaliação de variantes sintáticas (OD) por informantes madeirenses (Andrade, 2014)
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PERCEÇAO / AVALIAÇÃO - VARIANTES DE OD NO PORTUGUÊS FALADO NO FUNCHAL (ANDRADE, 2014)
Sim, eu vi ele ontem Calheta
Sim, eu vi ele ontem
Câmara de Lobos
Funchal
Machico
61% 50% 33% 22%
17% 0% 1-Very Bad
44%
39%
2- Bad
0% 0% 3- Average%
11%
6% 4- Good
Gráfico12. Avaliação de variantes sintáticas (OD) por informantes madeirenses (Calheta e Cª de Lobos) (Andrade, 2014)
17% 17%
11% 0%
5- Very Good
28%
22%
1-Very Bad
22%
0% 2- Bad
3- Average%
4- Good
5- Very Good
Gráfico13. Avaliação de variantes sintáticas (OD) por informantes madeirenses (Funchal e Machico) (Andrade, 2014)
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PERCEÇAO / AVALIAÇÃO - VARIANTES DE OD NO PORTUGUÊS FALADO NO FUNCHAL (ANDRADE, 2014) Perceção de construções não-padrão no PE insular (ilha da Madeira)
58% 48%
33%
17% 12%
“Porque estava chovendo”
“Sim, eu sei, eu vi ele ontem.”
“Tem muito trânsito nas Porque só no verão é que “Sim, eu sei, eu vi-lhe ruas.” a gente vai-se à praia.” ontem.”
Gráfico14. Avaliação de construções sintáticas não-padrão do PE por informantes madeirenses: continuum percetivo (Andrade, 2014) World Conference on Pluricentric languages and their non-dominant varieties IV CIDS - SORBONNE, PARIS - 2016 28 08-11 July 2015, University of Graz, Austria
PERCEÇAO / AVALIAÇÃO - VARIANTES DE OD NO PORTUGUÊS FALADO NO FUNCHAL (RODRIGUES, 2015) • 412 estudantes da Universidade da Madeira; • De ambos os sexos; • Das áreas de Humanidades, psicologia, engenharia, educação física e gestão
Figura 4. Universidade da Madeira (Funchal, Ilha da Madeira)
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PERCEÇAO / AVALIAÇÃO - VARIANTES DE OD NO PORTUGUÊS FALADO NO FUNCHAL (RODRIGUES, 2015) •Avaliação dada a cada forma •Sexo do informante •Curso •Viveu fora da ilha •Traço [± humano] do OD Figura 5. Questionário (excerto).(Rodrigues, 2015)
•Género do OD •Forma do verbo (simples ou composta) •Posição do pronome
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PERCEÇAO / AVALIAÇÃO - VARIANTES DE OD NO PORTUGUÊS FALADO NO FUNCHAL (RODRIGUES, 2015)
Gráfico 15. Resultados globais da avaliação das variantes OD ele e -lhe por estudantes da UMa (RODRIGUES, 2015; RODRIGUES e BAZENGA, 2016).
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PERCEÇAO / AVALIAÇÃO - VARIANTES DE OD NO PORTUGUÊS FALADO NO FUNCHAL (RODRIGUES, 2015)
Gráfico 16. Resultados da avaliação das variantes OD ele e -lhe por estudantes da UMa (RODRIGUES, 2015; RODRIGUES e BAZENGA, 2016): fator social (género dos inquiridos). IV CIDS - SORBONNE, PARIS - 2016
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PERCEÇAO / AVALIAÇÃO - VARIANTES DE OD NO PORTUGUÊS FALADO NO FUNCHAL (RODRIGUES, 2015)
Gráfico 17. Resultados da avaliação das variantes OD ele e -lhe por estudantes da UMa (RODRIGUES, 2015; RODRIGUES e BAZENGA, 2016): fatores linguísticos (traço semântico [humano] e género de N).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS • O sistema pronominal da Língua Portuguesa está
em processo de mudança avançado nas variedades brasileira, africanas e madeirense, em comparação com o PE continental. • A não distinção de formas entre nominativo, acusativo e dativo, na terceira pessoa, aponta para uma mudança em que o sistema de casos passa a um sistema referencial (FREIRE, 2005; RODRIGUES (no prelo)). IV CIDS - SORBONNE, PARIS - 2016
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CONSIDERAÇÕES FINAIS • Fatores cognitivos e culturais (LABOV, 2010) estariam no centro dessas mudanças, uma vez que ocorrem de modo semelhante em diversas variantes geográficas do português “pós-colonial”.
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MUITO OBRIGADA! IV CIDS - SORBONNE, PARIS - 2016
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Referências bibliográficas ANDRADE, Catarina Graça Gonçalves, Crenças, Perceção e Atitudes Linguísticas de Falantes Madeirenses, Dissertação de Mestrado em Estudos Linguísticos e Culturais apresentada à Universidade da Madeira, Funchal, texto policopiado, 2014 BAZENGA, Aline, Aspectos do português falado no Funchal e Variedades do Português, III SIMELP (Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa), Universidade de Macau. Macau, China. 31de Agosto-3 de Setembro de 2011. BAZENGA, Aline e ANDRADE, Catarina, Evaluating The Continuum Of Syntactic Variability In Spoken European Portuguese (Madeira Island), World Conference on Pluricentric languages and their nondominant varieties, University of Graz, Austria, 8-11 de Julho de 2015. CÂMARA JR., J. Mattoso. Ele como acusativo no português do Brasil. In: CÂMARA JR., J. Mattoso; UCHÔA, C. E. Falcão (org.). Dispersos. Ed. Fundação Getúlio Vargas, 1975, p.47- 53. CASTILHO, Ataliba T. de; ELIAS, Vanda Maria. Pequena gramática do português brasileiro. São Paulo: Contexto, 2012. CYRINO, Sônia Maria Lazzarini. Observações sobre a mudança diacrônica no português do Brasil: objeto nulo e clíticos. In: ROBERTS, Ian; KATO, Mary A. (orgs.). Português Brasileiro: uma viagem diacrônica. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 1993, p. 163-184.
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Referências bibliográficas CHAVAGNE, Jean-Pierre, La langue portugaise d’Angola. Etudes des écarts par rapport à la norme européenne du portugais, Université de Lyon 2, Tese de Doutoramento, 2005. DUARTE, M.E.L. Clítico acusativo, pronome lexical e categoria vazia no português do Brasil. In: TARALLO, Fernando (org.). Fotografias sociolingüísticas. Campinas, SP: Pontes, UNICAMP, 1989, p.1934. FREIRE, Gilson Costa. A realização do acusativo e do dativo anafóricos de terceira pessoa na escrita brasileira e lusitana. Tese de Doutorado em Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Faculdade de Letras, UFRJ, 2005. FIGUEIREDO, Maria Cristina Vieira de. O objeto anafórico no dialeto rural afro-brasileiro. 2004. Dissertação (Mestrado em Letras e Linguística) – Universidade Federal da Bahia, Salvador. GONÇALVES, Perpétua, A Génese do Português de Moçambique, Lisboa: IN-CM, 2010. GONÇALVES, Perpétua. O português em África. In: RAPOSO, Eduardo B. P. et al.(Org.) Gramática do Português. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2015.
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Referências bibliográficas GONÇALVES, Perpétua, Albertina MORENO, António TUZINE, Maria João DINIZ e Marisa MENDONÇA. Estruturas gramaticais do português: Problemas e exercícios, em P. GONÇALVES e C. STROUD (Orgs.), Panorama do Português Oral de Maputo - Vol. III: Estruturas gramaticais do português: Problemas e exercícios, Maputo, Instituto Nacional do Desenvolvimento da Educação, 1998, pp. 35-163. Disponível em http://cvc.institutocamoes.pt/conhecer/biblioteca-digital-camoes/explorar-por-autor.html?aut=133 INVERNO, Liliana, Português vernáculo do Brasil e português vernáculo de Angola: reestruturação parcial vs. mudança linguística. In Mauro Fernández, M. Fernández-Ferreiro e Nancy Vázquez Veiga (eds.) Los Criollos de base ibérica: ACBLPE, Madrid: Iberoamericana/Frankfurt am Main: Vervuert, 2004, pp. 201-213. INVERNO, Liliana, A transição de Angola para o português vernáculo: estudo morfossintático do sintagma nominal, In Ana M. Carvalho (ed.) Português em contato, Madrid, Frankfurt: Iberoamericana, Editorial Vervuert, 2009, pp. 87-106 LABOV, William Padrões sociolingüísticos. Trad. Marcos Bagno; Ma. Marta Pereira Scherre; Caroline Cardoso. São Paulo: Parábola, 2008. LABOV, William Principles of linguistic chance: cognitive and cultural factors. V. 3, Oxford: WileyBlackwell, 2010.
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Referências bibliográficas MARTINS, Ana Maria, Clíticos na História do Português, Tese de doutoramento. Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 1994. MARTINS, Ana Maria, Construções com SE: Mudança e Variação no Português Europeu, in CASTRO, Ivo e DUARTE, Inês (eds.), Razões e Emoção. Miscelânea de Estudos em Homenagem a Maria Helena Mateus, vol. 2, Lisboa, INCM, 2003, pp. 19-41 MINGAS, Amélia A. Interferência do Kimbundu no Português Falado em Lwanda. Caxinde: Luanda, 2000. OMENA, Nelize Pires. Pronome pessoal de terceira pessoa: suas formas variantes em função acusativa. Rio de Janeiro, 1978. Dissertação (Mestrado em Linguística de Língua Portuguesa) – Departamento de Letras, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. PAGOTTO, Emílio G. Clíticos, mudança e seleção natural. In: ROBERTS, Ian & KATO Mary A.(org.). Português Brasileiro. Uma viagem diacrônica. Campinas: Editora da Unicamp, 1993, p. 185-206. RODRIGUES, Lorena e BAZENGA, Aline, “A categoria caso nos pronomes pessoais de terceira pessoa: "estou estudando ela" em perspectiva sociolinguística”, III Congresso internacional “Pelos mares da língua portuguesa”, Universidade de Aveiro, 4-6 de maio de 2016.
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Referências bibliográficas RODRIGUES, Lorena, As Fronteiras Linguísticas entre o Português Falado na Madeira e o Português Brasileiro, comunicação apresentada no Colóquio Internacional “As Fronteiras da Mobilidade”, Funchal, Centro de Estudos de História do Atlântico, 12 nov. 2015.
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