Ver sem ser visto: o desenvolvimento do voyeurismo no cinema e sua confirmação em \"Janela Indiscreta\"

June 1, 2017 | Autor: H. de Oliveira An... | Categoria: Cinema, Cinema Studies, Audiovisual, Voyeurism
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VER SEM SER VISTO: O DESENVOLVIMENTO DO VOYEURISMO NO CINEMA E SUA CONFIRMAÇÃO EM JANELA INDISCRETA Heitor de Oliveira Andrade¹

RESUMO: Esse artigo tem como objetivo analisar o voyeurismo na cinematografia, iniciando nos seus primórdios, seguindo por seu amadurecimento junto à linguagem cinematográfica, e confirmando seu ideal através do filme “Janela Indiscreta”, de Alfred Hitchcock, com ênfase na construção de planos em tal narrativa.

Palavras-chave: Voyeurismo. Cinema Voyeurista. Janela Indiscreta. Planos.

1) INTRODUÇÃO O desejo em ver sem ser visto, também conhecido como voyeurismo ou erotismo do olhar, sempre esteve presente na sociedade moderna, seja por simples diversão ou por intenções eróticas. Dentro da arte, esse ato se concretizava no século XVII através dos espetáculos de lanterna mágica, e posteriormente seria evocado nos primórdios do que é conhecido hoje como cinema, no fim do século XIX. Antes das projeções feitas em telões pelos irmãos Lumiére, foram exibidas pequenas sequências em visores individuais que consistiam em observar ações íntimas de desconhecidos, ou seja, espiar atitudes alheias somente pelo prazer de ver o que não é permitido pelos padrões sociais, e mesmo nas grandes telas, essa satisfação em espionar o outro continuou como marca, indicando que a linguagem cinematográfica carrega, desde seu surgimento, a questão central do voyeurismo em sua essência, independente do gênero e de como a imagem é reproduzida. Está na base de toda e qualquer exibição de uma produção fílmica a vontade de ter conhecimento sobre as vivências de outro indivíduo, sem levar em conta se é permitido ou não. 1.

Aluno do 2º período do curso de Comunicação Social – Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Espírito Santo. Artigo apresentado como parte das atividades da disciplina Métodos e Técnicas de Pesquisa em Comunicação (semestre 2014/1).

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Mesmo inserida em diversos tipos de narrativa, essa característica básica da sétima arte acabou se firmando na primeira era do cinema como um gênero significativo devido à grande popularidade em exibir essas ações. Chamado de filme voyeurista, essa criação gerou inúmeros filmes na época e colocava nas telas uma tradição que já estava no contexto social há muito tempo: as situações de escopofilia, o prazer em espionar, e suas consequências. O surgimento dessa vertente, bem como o seu amadurecimento contemporâneo ao desenvolvimento da linguagem cinematográfica e a confirmação de tal gênero como estrutura narrativa através do filme “Janela Indiscreta”, de Alfred Hitchcock, serão os pontos principais para explicar esse desejo de ver sem ser visto nas grandes telas. 2) INÍCIO DO CINEMA VOYEURISTA O filme de voyeurismo trouxe ao espectador em seus primórdios, os primeiros anos do cinema, uma produção baseada inteiramente na atitude do voyeur, que espiava uma cena usando objetos que o aproximavam do observado, como lunetas, ou através do buraco da fechadura, forma mais usual utilizada nesse tipo de sequência. Terminando geralmente com a punição do indiscreto, esse gênero cinematográfico tem destaque não só pela situação filmada, mas pelo que significou no que diz respeito ao molde narrativo, transformado drasticamente com o seu surgimento. Considerado inovador na construção do enredo, essa categoria fílmica é quem projeta ao público pela primeira vez o que mais tarde será conhecido como plano subjetivo, enquadramento que mostra literalmente o ângulo de visão do personagem, causando uma proximidade entre o espectador e a exibição. Segundo Arlindo Machado (2011, p. 116), “o filme voyeurista é o primeiro do ‘gênero’ cinematográfico a utilizar sistematicamente e com uma frequência que chega a tornar-se significante a aproximação da câmera do ator ou do objeto fotografado”, e esse uso estético induz quem assiste ao filme a se relacionar diretamente com a história, além de tornar possível o uso de primeiros planos sem causar estranhamento, sugerindo que o enquadramento mais próximo representa a visão propriamente dita do observador. Quanto à exibição de quadros mais fechados, foi preciso inicialmente usar um dispositivo que indicasse a ampliação como visão do personagem, o que foi resolvido com o uso da máscara circular negra, que aparecia

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nos planos que retratavam o olhar do bisbilhoteiro e fazia com que o público entendesse a subjetividade pretendida. Ao colocar uma nova visão dentro da narrativa, o gênero voyeurista causa novidade, já que deixa o espectador assistir ao decorrer de uma ação através dos olhos do protagonista que conduz a trama e introduz visualizações de detalhes nas cenas projetadas, além de criar um novo esquema de apresentação: a mistura de um panorama geral com uma percepção individual e mais parcial. Todos os filmes dessa vertente possuem esqueleto semelhante, a alternância entre proporções do olhar, e as técnicas desenvolvidas nesse período, primeiro plano e plano subjetivo, serão fundamentais para a construção de um modo maduro de narrativa posterior. Entretanto, toda a inovação presente no início do voyeurismo ainda não confirmava a concretização de um modelo narrativo mais complexo e que pudesse ser chamado de linguagem cinematográfica. Havia muitos aspectos, como a imobilidade da câmera, a falta de conexão entre as cenas, o uso de planos iguais, a frontalidade dos quadros, a presença do dispositivo de ampliação e a falta de uma situação narrativa mais forte, que precisavam ser superados para que a própria cinematografia amadurecesse e para que o gênero se sustentasse tanto em relação à estética quanto ao roteiro. 3) AMADURECIMENTO

VOYEURISTA

E

DA

LINGUAGEM

CINEMATOGRÁFICA O início do século XX tem papel importante no que diz respeito à transformação do cinema no que é visto nos dias de hoje, e o voyeurismo também esteve nessa época de crescimento. Diante da necessidade de ultrapassar técnicas consideradas emblemáticas, a partir do ano de 1903 começaram a surgir filmes desse gênero que já eliminavam aspectos indicativos de imaturidade e davam sinais notáveis

de

inovação

tanto

da

narrativa

voyeurista

como

da

linguagem

cinematográfica a cada obra lançada. A primeira delas é “Um coup d’oeil par étage”, em que a observação de um zelador ocorre sem nenhuma intervenção da máscara negra como sugestão de mudança de visão objetiva para subjetiva, pois o diretor percebeu que os espectadores já sabiam interpretar a passagem de planos de forma direta, seguindo

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por “The gay shoe clerk”, onde além de projetar a visão do voyeur e seu ponto de vista sendo alternadas somente por um corte seco, não há gestos do personagem indicando ao público a cena vista, o que ainda estava presente na obra anterior. Ambas são de 1903, e a última é a marca do gênero como uma narrativa de enquadramentos construídos apenas pelo olhar do personagem espião, sem dar nenhum outro indício do que o quadro subjetivo representa. Mesmo após a superação de algumas técnicas antigas, ainda existiam obstáculos relativos à construção da linguagem, e um dos principais era o uso de cortes e posições de enquadramento representando a visão do personagem observador. Não havia uma espontaneidade nas mudanças de planos subjetivos para objetivos devido à falta de um código básico de locomoção da câmera no ambiente, as montagens não tinham noção alguma de campo e contracampo e as transições de quadros não apresentavam continuidade coerente, sem coincidir os olhares entre um plano aberto e um fechado. Os pontos de vista eram filmados sempre de forma frontal, sem indicar realmente a visão do voyeur, que deveria ser mostrada obliquamente, o que não acontecia pela primeira fase do cinema ainda não ter a capacidade de apresentar tal clareza, e a próxima obra da lista que busca um avanço na construção fílmica é “The inquisitive boots”, cuja decupagem inverte ao mostrar para o espectador o campo visual do observado, inversão considerada ousada e causadora de mobilidade do olhar. Os filmes apresentados anteriormente são inovadores, mas existem dois em especial que merecem destaque, e o primeiro é “The story the Biograph told”, obra de 1904 cuja história gira em torno de um empregado que filma escondido o patrão no escritório, descobre que ele se encontra com sua própria secretária e arma para que a esposa do chefe descubra a traição. A montagem é feita de forma mais elaborada, com uma coerente continuidade da mudança do plano conjunto dos amantes para o detalhe do beijo dos dois, com o campo de visão alternando entre o olhar do observador e a colocação da câmera, inovando no que diz respeito ao deslocamento de quadros e planos durante a cena. A segunda obra que se destaca é “A search for evidence”, que põe a visão subjetiva em função do roteiro dramático e não como um simples fato aleatório, com um objetivo de transmitir através do voyeurismo uma lição moral de honestidade. Ambos os filmes abandonam a narrativa antiga do gênero e o colocam numa estrutura mais complexa de desfecho:

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antes, a punição caía sobre o voyeur que estava errado por espionar, e a partir dessas duas produções, o castigo cai sobre o infrator que desequilibrou a ordem, que é restaurada no encerramento. De acordo com Machado (2011), o ato de punir nas outras obras de observação era por simples diversão, e foi após essa mudança que passou a ter uma função institucional e um modo de encerrar a história. O interessante é que os dois foram produzidos pela Biograph, produtora que terá posteriormente o foco na construção dramática narrativa e no moralismo, e que mais tarde produzirá outros trabalhos voyeuristas, com o diferencial da técnica ligando e testemunhando os acontecimentos. A essência do voyeurismo também vai estar no trabalho de D.W. Griffith, pai da linguagem cinematográfica de forma complexa e dramática, mantendo a estética de planos e enquadramentos do gênero e colocando-os em função do conflito vivido pelos personagens no roteiro. Uma de suas obras, “The New York hat”, já em 1912, confirma essa técnica servindo o enredo: o narrador é quem conduz a história e condiciona, através dos quadros, as situações vistas pelo público e o que elas significam. Essa regência das cenas pela narração utilizando a observação indiscreta vai estar em grandes filmes lançados anos depois da criação do gênero estudado aqui, e o que mais representa essa estrutura no cinema clássico é “Janela Indiscreta”, de Alfred Hitchcock, que usa esse poder do olhar para direcionar a história, inserir o espectador nela e fazê-lo se envolver com a situação do personagem. 4) “JANELA INDISCRETA” CONFIRMANDO O IDEAL VOYEURISTA O longa-metragem dirigido por Hitchcock é talvez o filme que mais represente o voyeurismo, considerando tanto o enredo quanto a construção estética da obra. Lançado em 1954, seu roteiro retrata L.B. Jeffries, vivido por James Stewart, fotógrafo que está de repouso em seu apartamento devido a um acidente e que por não ter o que fazer espia de sua janela as atividades dos seus. Numa noite, ele escuta um grito vindo de um dos apartamentos vizinhos, e após observar durante vários dias as atitudes dos moradores, em especial um deles, chega à conclusão de que um dos moradores próximos matou a esposa e escondeu o corpo, e convence sua noiva Lisa, interpretada por Grace Kelly, a ajudá-lo a desvendar esse mistério e provar que está certo. O decorrer da narrativa se baseia na busca do protagonista

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em encontrar a verdade e incriminar o suspeito, e a escopofilia está em toda a estrutura da película. Desde seus minutos iniciais até o clímax misterioso, “Janela Indiscreta” carrega em sua narrativa o gênero voyeurista: é apresentada no começo do filme a atitude de Jeffries, espionar a vida dos vizinhos sem ser visto, posteriormente é mostrada a consequência dessa prática para o personagem e o suposto crime que ele testemunha, e mais ao final, é através do ato de observar que o fotógrafo planeja uma maneira de desvendar o mistério de um crime do qual suspeita. É a ação indiscreta do homem vivido por Stewart o fio condutor da história, desde o início, em que a observação é apenas uma forma de passar o tempo, até o seu desenvolvimento e fechamento, onde a atitude toma um caráter justiceiro, e essas duas maneiras de vigiar formam uma relação clara com o período de surgimento do filme de voyeurismo: os primórdios do gênero, onde o voyeur espreitava a intimidade alheia somente por diversão e sem nenhuma razão madura, são retratados na primeira parte do filme, cuja vigilância se dá por passatempo, e a era posterior, em que a conduta de espiar tinha um objetivo moralizante de punir o observado que cometia algo imoral, é representada mais no meio da história e no seu desfecho. A capacidade da obra de Hitchcock ter sido tão aclamada e elogiada em termos narrativos só é possível devido à estética desenvolvida no longa-metragem, onde as técnicas cinematográficas são utilizadas com muita esperteza, e merece destaque a construção da história através dos planos fílmicos, que conseguiram inserir o espectador na situação vivida pelo protagonista e possibilitar a quem assistisse viver essa tensão e suspense. 1.1)

O USO DOS PLANOS NA CONDUÇÃO DO FILME

Desde o seu começo, “Janela Indiscreta” coloca o público dentro da narrativa, e a forma com que Hitchcock consegue fazer isso é através dos planos cinematográficos, que guiam os olhares do espectador de maneira semelhante aos olhares de Jeffries e ainda mostram o protagonista e sua situação. O filme já traz essa engenhosidade dos enquadramentos na sequência inicial, que é constituída primeiramente de planos longos de um ambiente externo e das pessoas inseridas lá, vistos de longe e com sensação de espionagem. Em seguida,

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um plano-sequência começa mostrando o exterior e muda seu campo visual, indicando de onde vêm a visão apresentada no início: de um apartamento onde vive o protagonista, que tem essa atribuição sugerida pelo primeiro plano que o enquadra. Saindo com o personagem de quadro, a câmera rodeia todo o ambiente no qual Jeffries se encontra, mostrando ao público todas as informações sobre sua vida, desde sua situação de repouso, a perna quebrada, os objetos fotográficos que sugerem sua profissão e as fotos de explosões dando a entender o porquê de sua fratura. Após essa apresentação, alterna-se para um plano do fotógrafo falando ao telefone enquanto observa os vizinhos, que são mostrados pelos mesmos enquadramentos vistos na sequência inicial, o que confirma o olhar mostrado na abertura sendo o do protagonista, que tem sua visão representada na tela por planos subjetivos do ambiente ao redor, semelhantes aos do gênero voyeurista. Enquanto espia, esses planos mostram a ele e ao público os vizinhos e suas atividades cotidianas, com uma vista mais distante insinuando a distância do personagem de Stewart em relação a seus objetos de observação. Outra confirmação de que os planos do exterior mostrados ao espectador são de Jeffries é revelada no momento em que sua enfermeira chega, vai até a janela, observa o mesmo local examinado pelo homem e não há mudança de visão para um ângulo subjetivo, mantendo o quadro visual dos dois observando na janela. Na narrativa, os planos subjetivos do olhar do protagonista são sempre exibidos sem cortes para dar a sensação de visão constante, e mais a frente, no instante em que o fotógrafo ouve um grito que o intriga, o enquadramento do seu campo visual mostra ao público o que ele vê sem mostrar de onde vem o barulho, colocando mais uma vez o espectador na mesma condição do voyeur. São os planos-sequência do ambiente observado pelo personagem de Stewart que apresentam a primeira suspeita do personagem sobre quem supostamente teria cometido o crime que gerou o grito: o vizinho do prédio em frente ao seu, que sai do apartamento e volta diversas vezes. A desconfiança de Jeffries faz com que ele passe a espionar o lugar mais atentamente, usando primeiro um binóculo, depois uma teleobjetiva e alterando a forma com que vê o exterior da janela, com o campo visual mais próximo, não tão distante como nos planos anteriores, e marcado pela máscara negra indicando o uso de um dispositivo de ampliação, o que remete o público aos primórdios do voyeurismo, no qual essa técnica era usada.

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Partindo para o momento clímax do filme, no qual o fotógrafo planeja junto de Lisa e de sua enfermeira confirmar a suspeita de que o vizinho matou a esposa, são os planos subjetivos que constroem a situação de tensão ao mostrar para o espectador tudo o que Jeffries vê no prédio à frente, iniciando pelo suposto criminoso saindo da morada quando caiu no trote armado e seguindo pelas ações da personagem de Grace Kelly e da enfermeira entrando no apartamento do homem que julgam ser assassino para tentar desmascará-lo, colocando o público a par dos acontecimentos presenciados. Nessa sequência, a subjetividade varia de acordo com a maneira do protagonista de observar o ambiente, ora a olho nu, em que o enquadramento se mantém distante e sem nenhuma marca indicativa, ora espiando com a lente teleobjetiva, em que o quadro visual se torna mais próximo e com a máscara negra. A alternância entre tipos de planos subjetivos compartilha, assim como em todo o enredo, com as pessoas que assistem à película a mesma visão do personagem de Stewart, e é através desses enquadramentos que o voyeur compartilha na tela a revelação de que estava certo, ao ver detalhadamente o anel que sua noiva colocou na mão para mandar um código. É por esse mesmo quadro que se confirma a criminalidade do vizinho, quando o mesmo olha em direção ao observador com uma expressão de descontentamento por ter sido descoberto, e todas as indicações básicas para a resolução do mistério são feitas através das exibições do olhar do personagem principal, que examina o local externo compartilhando com as pessoas que vêem a obra. Sem a exibição dos enquadramentos da visão de Jeffries, o filme de Hitchcock não teria o mesmo impacto, já que insere o espectador ao mesmo instante no qual se encontra o protagonista e dá ao público a oportunidade de identificação com a situação ocorrida, ao mesmo tempo em que apresenta o palco dos fatos da narrativa. 5) CONSIDERAÇÕES FINAIS O voyeurismo sempre esteve presente na sociedade moderna, e foi através do cinema que o mesmo encontrou seu maior momento de glória, iniciando nas simples projeções de cenas mais simples, acompanhando depois a época de amadurecimento da linguagem e estética cinematográfica e marcando o roteiro e as técnicas de grandes filmes clássicos, cujo maior exemplo é “Janela Indiscreta”. Além

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desse longa-metragem, outros posteriores a ele também carregam o ideal voyeurista na narrativa, como “Blow Up”, de 1966 e dirigido por Michelangelo Antonioni, “Não amarás”, de 1988 e dirigido por Krzysztof Kieslowski, e “As virgens suicidas”, de 1999 e dirigido por Sofia Coppola. O motivo de tanto êxito ao exibir através das telas o ato de espionar o outro sem ser visto está na própria sociedade, que por viver essa realidade de observar as atitudes do próximo, se identificou de imediato com o conteúdo do filme de voyeurismo e pôde compartilhar com os personagens das obras a situação de escopofilia. 6) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS HITCHCOCK, Alfred. Janela Indiscreta. 1954. Disponível em: . Acesso em: 6 de jul. 2014.

MACHADO, Arlindo. O filme de voyeurismo. In: Pré-cinemas e pós-cinemas. Campinas: Papirus, 2011, p. 115-126.

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