Vernacular e Minimal. O discurso arquitectónico na obra de Dan Graham

June 5, 2017 | Autor: Bernardo Amaral | Categoria: Arquitectura, Arte Contemporanea, Critical Spatial Practice, Estudos Culturais
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Vernacular e Minimal. O discurso arquitectónico na obra de Dan Graham Bernardo Amaral

1. Cruzamentos e contaminações entre Arte e Arquitectura A relação dialética entre as práticas artísticas e arquitetónicas tem acompanhado toda a História de ambas as disciplinas. Partilhando formas de expressão comuns, como o desenho, a fotografia ou a composição plástica, estas são exploradas em sentidos diversos: se por um lado a Arquitectura está comprometida com a idealização e materialização de um espaço habitável, nas práticas artísticas o objectivo é a produção de sentido através de obras recebidas sensorial - e intelectualmente pelo espectador. Diferentes desígnios marcam a autonomia disciplinar da Arquitectura relativamente às práticas artísticas, a qual se começou a consolidar a partir do seculo XVI pela via da tratadística e da sistematização de metodologias projectuais e de representação. Desde então, ambas as disciplinas têm desenvolvido renovações linguísticas, partindo sobretudo de leituras críticas autorreferenciais, ou seja circunscritas ao seu corpo de conhecimento específico. Será durante o século XX, na Europa e Estados Unidos, que tanto a Arte como a Arquitectura se irão questionar ciclicamente no quadro de uma sociedade em acelerada transformação social, política e cultural. As diversas vanguardas artísticas entre as décadas de 10 e 70 surgem como movimentos de ruptura e de reformulação da crítica e da prática. Dentro desse contexto de revisão disciplinar, alguns artistas plásticos irão trabalhar e pensar temas até então específicos da Arquitectura e do Urbanismo. Será este o objecto de investigação da tese de doutoramento de Pedro Pousada1, que irá analisar diversas obras de arte para-arquitectónicas desde a Modernidade até à Contemporaneidade, um termo proposto pelo autor para denominar objectos de arte que manipulam criticamente códigos formais e materiais da Arquitectura e do Urbanismo. Ainda dentro deste campo híbrido entre a Arte e a Arquitectura, a historiadora e crítica Jane Rendell irá propor o termo prática espacial crítica no livro Art and Architecture: A Place Between2, publicado em 2006. Com este termo a autora está mais focada sobre trabalhos desenvolvidos fora do contexto museológico, no espaço público, e que manifestam um discurso crítico e ideológico sobre a cidade e o meio, através de intervenções (efémeras ou perenes) que produzem espaço: “In the long term it probably does make sense to abandon the term ‘public art’ simply because its use requires so many justifications and explanations. Here, in Art and Architecture, I suggest a new term, ‘critical spatial practice’, which allows us to describe work that transgresses the limits of art and architecture and engages with both the social and the aesthetic, the public and the private. This term draws attention not only to the importance of the critical, but also to the spatial, indicating the interest in exploring the specifically spatial aspects of interdisciplinary processes or practices that operate between art and architecture.”3 O conceito Jane Rendell, implica uma consciência política e ideológica sobre a cidade e os modos da produção do espaço, algo que se irá verificar de forma clara na obra do artista americano Dan Graham.

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Pousada, Pedro Filipe Rodrigues (2010), A arquitectura na sua ausência. Presença do objecto de arte para-arquitectónico no Modernismo e na Arte Contemporânea. (Tese de doutoramento não publicada), Universidade de Coimbra. Recuperado de http://hdl.handle.net/10316/14034 2 Rendell, Jane (2006) Art and Architecture: A Place Between, I.B. Tauris, Londres 3 Ibidem, p.20

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2. A leitura crítica da produção arquitetónica tardo-capitalista na obra de Dan Graham Durante as décadas de 60 e 70, Nova Iorque foi um palco intenso de manifestações de vanguardas artísticas no campo das artes plásticas, performativas e musicais. Dan Graham será um observador atento e participativo nos principais eventos de carácter experimental e underground da cidade, publicando desde cedo em revistas da especialidade as suas críticas e ensaios sobre música Punk e No Wave, mas também sobre Arte Minimalista e Arte Conceptual. Em 1964, com apenas 22 anos, abre com dois sócios a galeria de arte John Daniels, sendo também o seu director artístico. Durante seis meses irá organizar várias exposições colectivas com nomes da arte minimalista como Dan Flavin, Donald Judd e Robert Smithson e a primeira exposição individual de Sol Lewitt. É enquanto galerista e curador que Dan Graham irá entrar em contacto com as artes plásticas, gerando um interesse crescente que se revelará após o fecho da galeria no Verão de 65 por insolvência. Apesar de comercialmente falhada, esta experiencia será importante, pois permite que Dan Graham trave conhecimento e amizade com uma série de artistas, com quem ele partilha afinidades intelectuais e artísticas. Apesar da familiaridade com a Arte Minimalista, as primeiras obras de Dan Graham enquadram-se no ramo da Arte Conceptual, em que o objecto de arte é desmaterializado e descrito por uma série de números ou letras. O interesse pela Arte Conceptual denota uma ligação ainda forte à escrita e à poesia experimental e sobretudo ao entendimento do objecto artístico como um sistema de signos. 1966 é o ano da publicação de Complexidade e contradição em Arquitectura pelo arquitecto Venturi4, uma obra que abre o olhar crítico para a arquitectura vernacular, um tema que os autor irá explorar com profundidade em Learning from las Vegas de 19725. Curiosamente é também o ano em que Dan Graham publica uma obra que demonstra o seu interesse pela arquitectura, mais especificamente pela arquitectura vernacular do subúrbio americano. Homes for America 6(Fig.1) é um ensaio visual, publicado na revista de critica de arte Arts Magazine em que Dan Graham apresenta o resultado de uma série de fotografias que tirou ao longo de dois anos, estudando o carácter de serialidade e repetição dos bairros suburbanos de Nova Iorque, como Jersey City , Westfield ou Bayonne (Fig 1). O artigo é publicado em duas páginas centrais, e paginado pelo autor como uma composição pictórica de texto e imagem, que procuram exprimir os conceitos de repetição e serialidade: “It is importante that the photographs are not seen alone, but as part of the over-all magazine article layout(…). The photographs correlate to the lists and columns of serial documentation and both “represent” the serial logic of the housing developments which the article is about.”7 Usando, texto, imagem e a composição, Dan Graham reflecte criticamente sobre a produção do espaço doméstico na sociedade capitalista. Influenciado pela leitura do filósofo francês Michel Foucault, Dan Graham vê no modelo de casa suburbana um dispositivo de controle, que normaliza e condiciona a família americana, alienada pela cultura de produção-consumo 4

Venturi, Robert (1966), Complexity and contradiction in Architecture, Museum of Modern Art, N.Y. Venturi, Robert ; Scott-Brown, Denise ; Izenour, Steven (1972) Learning from Las Vegas, MIT Press, Cambridge, Massachussets 6 Artigo para Arts Magazine, publicado em 1966-67 7 Graham, Dan (1985), Perth in Brouwer, Marianne (Ed.) (2001) Dan Graham : Works 1965-2000, Richter Verlag, Düsseldorf, p.104 5

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que caracteriza cada vez mais o quotidiano da classe média. O conceito de sociedade de controle e de vigilância será explorado pelo autor em obras posteriores, em que a arquitetura joga um papel determinante enquanto medium. Dan Graham não se interessa pelos aspectos formais da arquitectura de autor, mas sim na forma como arquitectura comum condiciona a forma como habitamos em família, em sociedade, como trabalhamos, como vivemos, ou seja enquanto veículo do biopoder8. Usando ainda a casa suburbana como objecto de crítica, o autor irá apresentar em 1978 três obras, que são no fundo três projectos de arquitectura, materializados sobre a forma de maquete9. As maquetes apropriam a expressão plástica das maquetes comerciais usadas pelas imobiliárias, em que a realidade é miniaturizada de forma realista. Em Alteration to a Suburban House10(Fig.2), o autor propõe a substituição da fachada frontal da casa por um vidro translucido, revelando os espaços comuns como se fosse uma montra. Paralelamente a esta fachada de vidro e separando a zona comum de áreas mais privadas, o autor propõe a colocação de um grande espelho, que reflecte o interior da sala, mas também a rua e o ambiente circundante. Desta forma, o habitante da casa expõe-se ao exterior, serial, repetitivo, mas também se vê reflectido nele devido do espelho. Dan Graham quer provocar o sentido de habitar no subúrbio americano através de uma operação que desconstrói os códigos convencionais do conforto doméstico e da arquitectura. “In the normal suburban house, the delimited view that an outsider observer has of the interior of the house through its front window is arranged to give a picture of conventionally accepted normalcy. Where the facade of the suburban house, through nostalgic and conventional signs and symbols, expresses the individual home-owner’s identity, “Alteration to a Suburban House”, by substituting the actual in place of the conventional sign, strips the house of its community defined “personal” identity.”11 Para o artista, esta obra pode ser lida como tanto arte ou como arquitectura e admite a influencia de Frank Gehry, Michael Graves ou Robert Venturi ao incorporarem os signos e simbolismos da arquitectura circundante (vernacular) na sua obra, o que neste caso Dan Graham o faz através do espelho. Mas esta obra é também uma reflexão crítica à arquitectura de vidro das casas de Mies van de Rohe e Philip Johson, em que toda a vida doméstica é exposta. De Robert Venturi Dan Graham irá retirar o conceito de arquitectura como sistema de signos e o interesse pela arquitectura vernacular, quotidiana. De Mies van der Rohe irá retirar a depuração formal, minimalista, mas também a exploração material da arquitectura de vidro e de vidro espelhado, apropriado pela arquitectura corporativa das multinacionais, símbolo de uma sociedade de consumo ou tardo-capitalista. Sob argumentos de maior eficiência energética, a maior parte dessa arquitectura corporativa, irá adoptar fachadas-cortina em vidro espelhado, reflectindo ambiente circundante e ocultando o espaço interior, um aspecto analisado também pelo crítico marxista Frederic Jameson no Hotel Bonaventura em Los Angeles no ensaio Postmodernism, or the cultural logic of late capitalism12, publicado em 1984. Tanto para Jameson como para Dan Graham, a arquitectura não é uma mera representação de

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Conceito proposto pelo filósofo francês Michael Foucault associado à prática dos estados nações modernos sua regulação dos que a ele estão sujeitos por meio de "uma explosão de técnicas numerosas e diversas para obter a subjugação dos corpos e o controle de populações". Foucault usou-o em seus cursos no Collège de France, mas ele apareceu pela primeira vez em A vontade de saber, primeiro volume da História da Sexualidade. Recuperado de https://pt.wikipedia.org/wiki/Biopoder 9 Alteration to a Suburban House, Clinic for a Suburban Site e Video Projection Outside In Brouwer, Marianne (Ed.) (2001) Dan Graham : Works 1965-2000, Richter Verlag, Düsseldorf, pp. 179-182 10 Alteration to a Suburban House, 1978, maquete em madeira pintada, material sintético e plástico 11 Graham, Dan (1981) in Buildings and Signs, in Brouwer, Marianne (Ed.) (2001) Dan Graham : Works 1965-2000, Richter Verlag, Düsseldorf, p. 179 12 Jameson, Frederic (1984) Postmodernism, or the cultural logic of late capitalism in New Left Review I

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um sistema ideológico, mas um veículo de aplicação e institucionalização do mesmo através do impacto social e cultural dos espaços que produz. O vidro espelhado, frequentemente associado a salas de interrogatório, será explorado por Dan Graham em numerosas instalações que constrói em galerias e museus, frequentemente recorrendo também ao monitor e vídeo com efeito de time-delay. Nestas obras, Dan Graham constrói pequenos habitáculos dentro do espaço museológico, explorando os efeitos provocado pela forma como o expectador se move dentro destas e a sua relação com outros visitantes. São várias as instalações que irá fazer desde 1974 como Present Continous Past13 e os Time Delay Room14 em que o espectador é confrontado com a sua própria imagem num espelho ou vidro espelhado ou num televisor, filmado com time-delay – dispositivos que despertam a consciência do espectador enquanto sujeito observador e objecto observado, provocando a alteridade de comportamento entre espectador e actor (performer). Dentro desta lógica, irá realizar em 1976 a obra Public Space/Two Audiences 15(Fig.3)na Bienal de Veneza organizado por Germano Celant sob o tema “Ambiente”. Cada artista teria um espaço para apresentar o seu trabalho, um conceito qh ue o artista irá subverter. Dan Graham apresenta dois quartos vazios de expressão material e formal minimalista, aparentemente limitando o espectador à percepção do mesmo. Os quartos supostamente iguais, estão separados por um vidro duplo e num dos extremos coloca um espelho. Para Dan Graham, a escolha de materiais não funciona apenas como uma opção estética ou até simbólica, mas usaos enquanto signos sociais: “The art object/architectural forms reduced to a state of its materiality/ abstract expressiveness alone; i tis presumed to have no other connotation. But materials also functions as social signs; the way that materials are employed affects a person’s or a group’s social perspective (social reality). For example, the glass partition in the customs area of many international airports is acoustically sealed, insulating permissable residents of the country from those arriving passengers technically in limbo untill they clear customs.”16 Para além do choque inicial com a arquitectura do espaço vazio e minimal no seio de uma bienal cheia de objectos artísticos, o espectador, quando sozinho, vê-se confrontado com o seu reflexo, mas com a entrada de outras pessoas na sala em frente, sente-se observado em vez de observador. Para Dan Graham os materiais e a estrutura do espaço deixam de ser lidos como uma afirmação de uma estética minimalista, ou seja enquanto objecto artístico, para serem experienciados como dispositivos de controle social e psicológico. Por outro lado, deixa de ser um espectador “alienado” para construir uma visão cítica do ambiente em que se encontra e do qual é parte, provocada pela alteridade entre sujeito e objecto: “The spectator is made socially and psychologically more self-conscious… the observer becomes conscious of himself as a body, a s a perceiving subject, and of himself in relation to the group. This is the reverse of the usual loss of “self”, when a spectator looks at a conventional artwork. There the “self” is mentally projected into ( identified with) the subject of the art work.”17 13

Present Continous Past, 1974. Habitáculo com duas paredes espelhadas, camara de video e monitor com time-delay 14 Time Delay Room 1-7, 1974 Habitáculos com dois ou três quartos com entradas separadas, camara(s) de video, monitor(es) com time delay, microfone(s) e coluna(s) 15 Public Space/ Two Audiences, 1976.Dois quartos, cada um com entradas separadas divididas por vidro térmico, um parede espelhada, musselina, luz lourescente, madeira. 16 Graham, Dan (1981) Buildings and Signs In Brouwer, Marianne (Ed.) (2001) Dan Graham : Works 19652000, Richter Verlag, Düsseldorf, p.172 17 Ibid., p.173

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Com este tipo de instalações Dan Graham constrói ambientes interiores com artefactos arquitectónicos, que reflectem uma crítica ideológica, mas que são simultaneamente lúdicos, apelando ao jogo, interacção e performance. A obra só se realiza com a activação dos seus habitantes. Os jogos de reflexos com vidros e espelhos, a dissolução dos limites espaciais, a alteridade sujeito/objecto, e a utilização de uma gramática arquitectónica minimalista/ corporativista irão originar uma série de trabalhos no espaço público que Dan Graham irá realizar a partir dos anos 80, pelo qual se tornará mais conhecido. Pavillion/Sculpture for Argonne18(Fig.4) é o primeiro de uma série de esculturas habitáveis ou pavilhões de jardim, que exploram os efeitos reflexivos do vidro num ambiente natural e sujeito a variações lumínicas provocadas pelo clima. Dan Graham considera esta obra com a dupla função de pavilhão arquitectónico e de escultura, fazendo uma comparação com o pavilhão de Gerrit Rietveld 19 no parque de esculturas do museu Kröller-Müller em Otterlo, na Holanda. Há uma dissolução dos limites entre interior e exterior em ambas as obras, mas se no caso do pavilhão de Rietveld há o propósito de albergar esculturas, neste pavilhão Dan Graham considera que o objecto artístico são os próprios habitantes. À semelhança de Public Space/Two Audiences, o pavilhão é divido em dois espaços por um vidro na diagonal, criando a possibilidade de ter no interior duas audiências. A outra relação que se estabelece é entre os espectadores fora do pavilhão e os que estão dentro, criando também duas audiências. Também nesta obra há uma preocupação com a linguagem material utilizada. Os perfis de aço e o vidro espelhado são uma apropriação da linguagem da arquitectura corporativa, à qual alude criticamente, como é o caso do edifício administrativo do Laboratório Nacional de Argonne, projectado por Helmut Jahn em aço e vidro espelhado com uma expressão high tech: “ In this setting Pavillion/Sculpture for Argonne is analogous to a small, rustic or rococo pavillion in relation to the larger building’s technonogical Versailles symbolism”20 O conceito de pavilhão de jardim irá ser profusamente explorado por Dan Graham, baseado na sua investigação sobre o pavilhão dos jardins renascentistas e barrocos, mas também nos jardins ingleses. Para o artista interessa-lhe o caracter alegórico do pavilhão no jardim inglês, derivado da literatura e filosofia, mas também a sua dimensão lúdica no jardim renascentista e barroco, e por fim, o papel que terá enquanto objecto de experimentação arquitetónica durante o século XX. A série de pavilhões que irá fazer, funcionarão como obras de arte pública, fora do contexto museológico, e que realizam uma síntese dos temas trabalhados nas suas obras anteriores, como sejam a apropriação crítica de uma linguagem arquitectónica enquanto sistema de signos e codificação social e a provocação lúdica (através de jogos ópticos) para a alteridade espectador-actor, como forma de activação de uma consciência de si, enquanto sujeito no seu meio social e natural.

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Pavillion/Sculpture for Argonne, 1978-81. Estrutura em ferro, vidro translúcido, vidro espelhado. Pavilhão de esculturas temporário, construido em 1955 para a III Exposição Internacional de Escultura no Parque Sonsbeek em Arnhem, na Holanda. Dez anos mais tarde será reconstruído nos jardins do Museu Kröller-Müller em Otterloo com o nome Rietveld Pavillion. 20 Graham, Dan (1981) Buildings and Signs In Brouwer, Marianne (Ed.) (2001) Dan Graham : Works 19652000, Richter Verlag, Düsseldorf, p.196 19

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Imagens

Figura 1 - Homes for America, 1966

Figura 2 – Alteration to a Suburban House, 1978

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Figura 3 – Public Space/ Two Audiences, 1976

Figura 4 – Pavillion/Sculpture for Argonne, 1981

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