Vestígios de uso em vasilhas cerâmicas Aratu-Sapucaí de Minas Gerais Juliana de Resende Machado (Setor de Arqueologia da UFMG) -
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Em levantamentos dos vestígios de utilização no material cerâmico do acervo do MHN-UFMG, procuramos os elementos diagnósticos apontados por Skibo (1992) e Dantas & Lima (2006). Neste painel exemplificamos o resultado de análises macroscópicas de algumas peças da Tradição Aratu-Sapucaí. Depósito
São Gotargo - MG
São Gotargo - MG
Fuligem
Fuligem Ibirité - MG
Depósito
Arranhões
Fuligem
Ibiá - MG
Fuligem
Encontramos potes com manchas de uso (Dantas & Lima 2006), como fuligem e depósitos, assim como marcas de uso (ibidem) como arranhões e “linhas d’água”. Na face interna depósitos escuros são derivados da carbonização de alimentos. Na face externa são oriundas da queima de combustível que se deposita em duas partes do pote, na mais próxima do combustível (fundo do pote) e nas zonas de maior diâmetro (bojo, inflexão e borda). Em algumas situações, essa fuligem se agrega também na parte interna da borda. É preciso não confundir as manchas de fuligem decorrentes de utilização das manchas de redução decorrente da queima da cerâmica. Já os arranhões indicam desgaste mecânico, seja pelo uso de colher ou espátulas, seja durante a limpeza da vasilha com auxílio de instrumentos para a remoção da sujeira.
Resina
Procuramos relacionar o tipo de marca com sua localização na peça e a morfologia do pote. Os depósitos internos foram encontrados em vasilhas geminadas e fitomorfas (que acompanhavam sepultamentos); a fuligem aparece em todas as categorias: potes piriformes (urna funerária), globulares, em meia-calota, potes geminados e vasilhas fitomorfas (cabaça). Os arranhões somente foram identificados na face interna de um pote globular. Em um único pote piriforme de grande volume, as linhas de líquido apresentam dois diferentes níveis, marcados no bojo interno. Não foi identificada nenhuma marca de uso de tampa.
Sem referência
Sem Referência
Linhas d’água representadas na face externa
Fuligem
BIBLIOGRAFIA CARVALHO, A., MACHADO, J. R. Os vestígios de uso nos vasilhames cerâmicos do MHN/UFMG. Painel. 1º Simpósio de Arqueologia e Patrimônio de Minas Gerais, 2º Simpósio de Arqueologia e Patrimônio da Zona da Mata Mineira. DANTAS, V.J.; LIMA, T. A. Pausa para um banquete – Análise de marcas de uso em vasilhames cerâmicos pré-históricos do Sítio Justino, Canindé do São Francisco, Sergipe. Museu de Arqueologia do Xingó, Sergipe, 2006. pp.150. SKIBO, J. M. The pottery function – a use-alteration perspective. Plenum Press, New Yord, London, 1992. pp.201.
AGRADECIMENTOS: André Prous e Camila Jácome
