VIABILIDADE DA UTILIZAÇÃO DE VEÍCULO ELÉTRICO LEVE NA LOGÍSTICA DO BRASIL

June 1, 2017 | Autor: Ezequiel Mendes | Categoria: Logistics, Sustentabilidade, Veículos Elétricos
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VIABILIDADE DA UTILIZAÇÃO DE VEÍCULO ELÉTRICO LEVE NA LOGÍSTICA DO BRASIL

RESUMO Em um cenário que reduzir o volume de resíduos gerados se tornam cada vez mais relevante, o presente artigo busca, por meio de uma revisão de literatura, avaliar a viabilidade do uso de veículo leve de carga com motor elétrico para entrega de encomendas leves, nas regiões metropolitanas do mercado consumidor brasileiro, como opção aderente aos modelos de sustentabilidade socioambiental, considerando que possibilita reduzir a emissão de gases nocivos, direta ou indiretamente, à saúde humana. Conclui-se que a introdução gradativa deste tipo de veículo nas frotas das empresas de logística gerará economia financeira com custo de combustível, óleo lubrificantes, filtro e outras peças desnecessárias nesta configuração de automóvel, bem como mitigará as emissões de poluentes, proporcionando uma melhor qualidade de vida na sociedade.

Palavras-Chave: Logística; Meio Ambiente; Veículo Elétrico.

RESUMEN

En un escenario que reducir el volumen de residuos que se generan cada vez más importante, este artículo busca, a través de una revisión de la literatura, evaluar la viabilidad de utilizar vehículo ligero motor eléctrico con carga para la entrega de paquetes de luz en el áreas metropolitanas en el mercado brasileño, como opción pegajoso para los modelos de sostenibilidad del medio ambiente, teniendo en cuenta que es posible reducir la emisión de gases nocivos, directa o indirectamente, para la salud humana. Llegamos a la conclusión de que la introducción gradual de este tipo de vehículos en las flotas de las empresas de logística generará ahorros de coste económico de combustible, aceite lubricante, filtros y otras partes innecesarias en esta configuración del coche, y mitigar las emisiones de contaminantes, proporcionando una mejor calidad de la vida en la sociedad.

Palabras Clave: Logística; Medio ambiente; Vehículo eléctrico.

1. INTRODUÇÃO

A dinâmica urbana, que define a forma como as pessoas ocupam o espaço territorial urbano, bem como as mudanças de comportamento do consumidor, com o aumento considerável de pequenas encomendas, tem proporcionado um cenário favorável à adoção de veículos elétricos no transporte de encomendas para distribuição ao consumidor final. Os marcos que corroboram com este apontamento é a crescente urbanização associada ao desenvolvimento do comércio eletrônico, o que eleva a quantidade de mercadorias entregues porta a porta, com a fragmentação do transporte devido as restrições dos veículos pesados para circulação nas áreas centrais das grandes cidades. Esta alteração é responsável por impactos negativos no ambiente e bem-estar das cidades, acarretando danos devido a emissão de gases poluentes no ar e ruídos oriundos dos veículos à combustão interna, bem como o descarte de peças da manutenção destes veículos. Os Veículos Elétricos passaram a fazer parte da indústria automobilística e conquistar os consumidores a partir de 2007, com o apoio dado ao setor pelo presidente dos Estados Unido da América. Em 2016 muitas montadoras já possuem modelos puramente elétricos em fabricação e no Brasil, dois modelos de furgões já podem ser encomendado (Renault Kangoo Z.E. e BYD T3).

2. PROBLEMA DE PESQUISA E OBJETIVO

A utilização destes modelos é uma maneira de melhorar a eficiência urbana na entrega de mercadorias e de melhorar a qualidade de vida dos moradores e grandes empresas no Brasil estão adotando em sua frota para as entregas da última milha. Diante desse cenário as empresas de logística têm algumas dúvidas, como: É viável a troca dos veículos convencionais por veículos elétricos? Ele é confiável? Quais os entraves e benefícios com a adoção desses veículos? Para esse estudo foi escolhida a seguinte questão norteadora: A introdução do veículo elétrico nas frotas das empresas de logística gerará

economia financeira e contribuirá com a redução de emissões de poluentes, proporcionando uma melhor qualidade de vida para a Sociedade?

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Inicialmente é apresentado o surgimento dos Veículos Elétricos, as principais características de cada sistema de propulsão, de forma a facilitar o entendimento, mostrado um histórico dos veículos elétricos e híbridos, os pontos fortes e fracos, alguns modelos que fizeram sucesso e outras informações pertinentes. Na sequência é apresentado o veículo elétrico no século XX e XXI sua história e características. Em seguida é apresentado o veículo elétrico leve tipo furgão para entrega de encomendas, que é o foco principal desta pesquisa, mostrando os principais modelos que estão atuando no mercado brasileiro e para finalizar a revisão da literatura, é feita uma breve apresentação sobre a logística, em especial no tocante a entregas por veículos leves.

3.1 Surgimento dos Veículos Elétricos

Os Veículos Elétricos, que neste estudo será denominado de VE, são divididos em duas categorias: O Elétrico puramente a Bateria, denominado como Battery Electric Vehicles (VEB), que é conhecido como VE puro devido a propulsão utilizar a eletricidade proveniente da rede armazenada eletroquimicamente em bateria para o seu funcionamento, e o Elétrico Híbrido, denominado como Hybrid Electric Vehicles (HEV), que é um automóvel que possui mais de um motor de propulsão, normalmente dois motores, sendo um elétrico, que pode extrair e armazenar energia a partir de uma rede elétrica e em alguns casos pela energia regenerativa da frenagem, e outro a explosão através da queima pelo motor de combustíveis (Borba, 2012 e Machado, 2015). A história da propulsão elétrica veicular remonta à invenção da bateria e do motor elétrico utilizado como sistema de tração. Em meados do ano de 1800, Alessandro Volta, físico italiano, criou a primeira bateria conhecida como “Bateria de Volta”, demonstrando que a energia elétrica pode ser armazenada quimicamente. Michael Faraday, físico e químico inglês expos os princípios da indução eletromagnética em 1831, demonstrando a relação entre o magnetismo e a corrente elétrica, estabelecendo assim as bases da tecnologia elétrica e eletrônica, explicitamente necessários para os motores e geradores elétricos. A partir destas constatações, os inventores começaram a pensar na possibilidade de uso da bateria de Volta

para acionar um Motor Elétrico conectado às rodas de um veículo leve (Corrêa, 2013 e Hoyer, 2008). A figura 1 ilustra o desenvolvimento do VE no século XIX.

Figura 1 – Desenvolvimento do Veículo Elétrico no século XIX

Fonte: (Baran,2012; Corrêa,2013 e Hoyer,2008). Elaborado pelos autores.

3.2 VE no século XX e XXI A partir de 1900 foi alcançado o pico de utilização do VE nos EUA. Em 1912 foram produzidas cerca de 30.000 unidades. Em Paris foram desenvolvidas duas novas tecnologias para melhoraria da autonomia dos VE. A primeira foi o princípio da frenagem regenerativa, utilizando a capacidade do motor elétrico de acionamento para atuar como um gerador de carregamento da bateria. A segunda tecnologia importante desenvolvido foi a dos veículos híbridos. A figura 2 ilustra o desenvolvimento do VE nos séculos XX e XXI.

Figura 2 – Desenvolvimento do Veículo Elétrico no século XIX

Fonte: (Baran,2012; Corrêa,2013; Hoyer,2008; Nissan,2015; Renault,2015 e Viotti,2016). Elaborado pelos autores.

3.3 VE leve tipo Furgão para entrega de encomendas

3.3.1 Kangoo Z.E.

Em 2011, a Renault lançou no mercado europeu o VE furgão Kangoo Z.E. Fabricado na França, é equipado com motor de 60 cavalos que vai de 0 a 100 km/h em 20,3 segundos e alcança 130 km/h. O modelo é equipado com baterias de íon-lítio que permite rodar 170 km com uma só carga e pode ser recarregado entre 6 e 8 horas. O motor elétrico é capaz de gerar 44 kW (60cv) e 23 kgfm, levando-o a uma velocidade máxima de 130 km/h limitada eletronicamente. Com capacidade de carga para 800 kg, sendo boa opção para ser um veículo de entrega de encomendas nas cidades. O veículo consome 3KVA/16A de energia para rodar 120 km. Desde 2013, a Renault já comercializou mais de 80 unidades no Brasil, para empresas e instituições públicas em projetos de mobilidade “zero emissão”. Um dos diferenciais do deste veículo é o quadro de instrumentos com indicadores de autonomia, capacidade da bateria e média de consumo instantâneo (Renault, 2015).

3.3.2 Byd T3 Em 2016, a fabricante chinesa BYD Motors, especialista em veículos elétricos e baterias recarregáveis e maior fabricante de veículos elétricos na China, traz para o Brasil o furgão T3, com capacidade para transportar até 800 kg e 3,5 m³ de cubagem de carga. Equipado com bateria de fosfato de ferro, com maior capacidade de armazenamento de energia elétrica e podem ser carregadas mais rapidamente que as de lítio e ter a vantagem de vida útil de aproximadamente 10 anos. O veículo tem autonomia de mais de 200 km e atinge uma velocidade de até 130 km/h (BYD, 2016).

3.3.3 Seed A empresa brasileira VEZ desenvolveu o modelo SEED Utility, que tem autonomia de até 100 km. Tem carregadores rápidos de rua, que podem repor a carga em 15 minutos. O veículo tem carroceria em fibra de vidro, chassi tubular, pneus de baixa resistência à rolagem, direção mecânica, pneus 165/65 R14 e freios a disco nas quatro rodas. A velocidade máxima é de 120 km/h. Possui comprimento de 2,90 m, 1,56 de largura, 1,40 de altura e 2,10 de entreeixos, peso de 850 kg e capacidade de carga de 350 kg (Noticias Automotivas, 2016).

3.4 Logística Em relação a logística, inicialmente é importante compreender o conceito, assim o Council of Supply Chain Management Professionals – CSCMP (2016), autoridade no segmento internacional, define em seu glossário de termos logística como: O processo de planejamento, implementação e procedimentos de controle para o transporte e armazenamento de mercadorias, eficiente e eficazes, incluindo os serviços e informações relacionadas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, para atender às expectativas do cliente. Esta definição inclui entrada, saída, movimentação interna e externa.

No Dicionário Aurélio (Ferreira, 1998), logística é: Parte da arte da guerra que trata do planejamento e da realização de: a) projeto e desenvolvimento, obtenção, armazenamento, transporte, distribuição, reparação, manutenção e evacuação de material (para fins operativos ou administrativos); b) recrutamento, incorporação, instrução e

adestramento, designação, transporte, bem-estar, evacuação, hospitalização e desligamento de pessoal; c) aquisição ou construção, reparação, manutenção e operação de instalações e acessórios destinados a ajudar o desempenho de qualquer função militar; d) contrato ou prestação de serviços.

Um dos pontos mais relevante dentro dos processos é a distribuição, que em termos gerais representa o processo de entrega ao cliente, este processo consome um volume considerável de recursos, e está mais próximo do cliente e sociedade, logo suas eventuais falhas e ineficiências ficam mais claramente percebidas. A utilização de veículos equipados com motores a combustão interna gera alguns inconvenientes, tais como: 

Descarte de resíduos como lubrificante para motor e câmbio;



Descarte de filtros de óleo e combustível;



Descarte de fluidos de refrigeração;



Geração de ruídos (poluição sonora);



Emissão de gases poluentes; e



Aumento do calor.

O processo em questão considera as características do local onde se realiza a operação logística, assim se um processo é executado em um ambiente cujas percorridas, entendendo como sendo o trajeto entre dois pontos quaisquer que se inicia e termina uma entrega, independentemente de ser de reabastecimento do entregador, são um fator preponderante para se definir o modal de transporte. Trajetos mais curtos com cargas leves podem utilizar veículos com capacidade menor e movida por meio de motores com menor consumo de combustível, ou até mesmo com fontes de energia alternativas, a exemplo dos veículos objeto deste estudo. Dentre as principais características deste processo, pode ser destacada a quantidade relativamente elevada de percorridas em pequenos trechos, além de tempos parados com o motor em funcionamento em congestionamentos, devido ao fluxo de veículos das cidades.

Embora os processos logísticos visem aperfeiçoar constantemente a utilização de recursos, para obter melhores resultados, deve-se também ressaltar que os impactos ambientais são um fator que deve ser considerado nas decisões. Em áreas rurais e regiões mais periféricas, onde a distância percorrida pelo entregador de um ponto a outro é consideravelmente longa, o uso de veículos com menor eficiência energética não chega a ser tão crítica, mas pode ser melhorado, porém em grandes centros urbanos, com a aglomeração de habitações, afetadas sobremodo pela verticalização, o uso dos veículos de entrega, adicionado aos veículos de passeio entre os demais, adiciona os efeitos já apresentados, gerando possíveis danos ao meio ambiente. Neste sentido se observa que a adoção dos veículos elétricos pode contribuir de forma sistêmica com a redução dos danos ao ambiente, não apenas no que se refere a consumo de combustível fóssil, mas também nos quesitos de descarte de resíduos de manutenção. Dentre as limitações ao uso de veículos elétricos para distribuição de encomendas, pode se destacar o tipo de percorrida e de carga, onde se caracteriza da seguinte forma: Tipo de percorrida: Vários pequenos trajetos, de ponto a ponto, concentrados em uma pequena extensão territorial; Tipo de carga: Volume médio de pacotes, com pequenos volumes, concentrados em uma área de pequena extensão territorial. Dentre as limitações, além daquelas de ordem técnica que podem afetar o uso do VE no transporte de encomendas, destaca-se a questão tributária, legal e de infraestrutura. Do ponto de vista tributário e legal, deve ser considerado o aspecto de autorização de circulação, importação e fabricação dos veículos, que ainda encontram nestes fatores barreiras para entrada, que inclusive elevam os custos do processo utilizando o VE. Além destes aspectos, cabe a ressalva do aspecto de infraestrutura, uma vez que não há muitos pontos de abastecimento, bem como a própria questão de estrutura viária para circulação, que em alguns casos é danosa não apenas para veículos elétricos, mas para todos os meios de transporte, elevando o custo de manutenção e exigindo a providencia de peças e mão de obra especializada para sua manutenção, que também pode ser considerada como um limitador ao uso deste tipo de veículo.

3.5. Políticas públicas de fomento ao desenvolvimento de VE. Em 1988, a Constituição Federal do Brasil elevou a questão ambiental à categoria de Direito Humano Fundamental, conforme estabelecido no artigo 225, § 1°, inciso IV "Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações". Finalmente em 1992, ocorre a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro, ela contou com a presença de 178 países e aprovou diversos documentos, entre eles destaca-se a Agenda 21, que foi a primeira proposta de desenvolvimento fundado nos princípios da sustentabilidade. Foi aprovado também a “Convenção Quadro sobre Alterações Climáticas”, cujo objetivo é estabilizar a concentração de Gases do Efeito Estufa (GEE) na atmosfera, para evitar interferências no sistema climático. Os países com maiores emissões desses gases deveriam ter o maior índice de redução, consequentemente a substituição de motores a combustão interna por VE. Em 1993, a administração do governo Clinton nos EUA anunciou uma iniciativa chamada de “Parceria para uma nova geração de veículos”, com o objetivo de desenvolver um veículo limpo com um consumo de combustível de até cerca de 25 km por litro de gasolina (BARAN, 2012). Em 1997, o Protocolo de Quioto constitui um tratado complementar à ConvençãoQuadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e definiu metas de redução de emissões para os países desenvolvidos. De acordo com o Parlamento Europeu (2015, p. 13), na União Europeia, foi estabelecida a meta de emissão de 95 gCO2/km para veículos leves até o ano de 2021, que forçará os fabricantes automotivos a criarem novas tecnologias ou utilizar motores elétricos para reduzir a emissão de CO2. Em 2007, Com o objetivo de reduzir a dependência da economia dos EUA em relação ao petróleo importado e de aumentar o consumo de combustíveis limpos, o presidente norteamericano George W. Bush promulgou a lei Energy Independence and Security Act (Independência de Energia e Segurança), que destinou US$ 95 milhões anuais, entre os anos de 2008 e 2013, à pesquisa e ao desenvolvimento de um sistema de transporte elétrico, e à formação de capital humano especializado em veículos elétricos e na tecnologia PHEV. Além

disso, US$ 25 bilhões foram destinados aos fabricantes de automóveis e fornecedores que produzirem veículos híbridos e seus componentes até o ano de 2020 (Baran, 2011). Em 2015, foi aprovado o incentivo à utilização de VE no Brasil. O Governo Federal reduz de 35% para zero a alíquota do Imposto de Importação para carros elétricos, bem como reduziu o valor do imposto para o HEV (De zero a 7%, dependendo da cilindrada e eficiência). Em 2015, foi assinado um decreto na cidade de São Paulo, dando desconto de 50% no Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para os VE, bem como os isentando do rodízio municipal de circulação. Alguns estados brasileiros vêm adotando em política de isenção do IPVA a modelos elétricos: Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Sergipe e Pernambuco.

3.6. VE leve utilizado na logística no Brasil 3.6.1 CPFL/Natura utilizando Kangoo Z.E. A CPFL Energia em conjunto com a Natura, fabricante líder no mercado brasileiro de cosméticos, fragrâncias e higiene pessoal, iniciaram em 2014 uma parceria para realizar as entregas de produtos de beleza e higiene às revendedoras da marca através de um furgão Kangoo Z.E., da Renault. O teste ocorreu na cidade de Campinas/SP. A CPFL instalou um ponto de abastecimento dos veículos na transportadora responsável pelas entregas da Natura. O objetivo da Natura é reduzir em 33% as emissões relativas de GEE (gases de efeito estufa).

3.6.2 Correios utilizando Kangoo Z.E. Os Correios iniciaram o teste com a Kangoo Z.E. em Brasília e Curitiba. A parceria entre Correios e Renault resultou na cessão de dois veículos, em comodato, para uso em teste de entrega de encomendas. A parceria com a Renault soma-se a outras ações previstas no sistema de Gestão Ambiental dos Correios para a diminuição dos impactos ambientais causados pela estatal. A utilização de automóveis ecoeficientes impactará diretamente na obtenção do compromisso com o Programa Global de Redução da Emissão de Carbono do

Setor Postal, tendo em vista que a empresa tem como meta reduzir suas emissões de gás carbônico em 20% até 2020.

3.6.3 Correios utilizando BYD T3 Os Correios também recebeu em 2016, através de empréstimo temporário para testar durante três meses, um VE da BYD do Brasil, denominado T3, com capacidade para transportar até 800 kg e capacidade volumétrica de 3,5 m³ de carga. O teste avaliará além da eficiência no transporte de cartas e encomendas, a desenvoltura dessa alternativa em relação a questões como abastecimento, autonomia e manutenção (BYD, 2016).

4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Este trabalho caracteriza-se como um estudo bibliográfico exploratório, delineada principalmente a partir da pesquisa envolvendo o tema abordado. Por pesquisa bibliográfica entende-se um apanhado geral sobre os principais trabalhos realizados, capazes de fornecer dados atuais e relevantes relacionados ao tema (RUIZ, 1991). Entre as principais fontes bibliográficas pesquisadas, destacam-se as normativas que permitiram compreender a temática ambiental. Também foram utilizadas publicações científicas pesquisados no portal de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

5. ANÁLISE DOS RESULTADOS Foi realizado em 2015, um teste na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios) com o VE Kangoo Z.E. para uma análise comparativa dos custos de manutenção, abastecimento e emissão de CO2. Este trabalho foi registrado no artigo “Análise comparativa dos custos dos veículos de combustão interna e veículos elétricos: estudo de caso dos Correios”. Autores: Elisa Almeida Pereira (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos); Juan Pablo Espana Gomez; Adriana Cristina da Silva Souza e Fabiana Serra de Arruda (Universidade de Brasília-UnB Programa de Pós Graduação em Transportes-PPGT). (Pereira, 2015). De acordo com o artigo, dentro de suas metas ambientais, os Correios no Rio+20 assumiu um compromisso de reduzir 12% de CO2 de suas atividades até o ano de 2020. Uma

das formas encontradas para alcançar a meta foi a implementação de VE na sua frota (Pereira, 2015). Na tabela e gráfico 1 é possível verificar a economia de recurso utilizando o Kangoo Z.E., comparado com o Kangoo à combustão interna (VCI), perfazendo um total de R$ 50,50 por 100 km rodados. Tabela 1 – Teste comparativo dos veículos Kangoo VCI x VE

Fonte: (Pereira, 2015).

Gráfico 1 – Teste comparativo dos veículos Kangoo VCI x VE

Fonte: (Pereira, 2015).

Ainda de acordo com a pesquisa, a tabela 2 apresenta os resultados gerais obtidos no teste por meio da análise comparativa dos dados. Foram mantidas, ainda, as mesmas variáveis para análise: abastecimento, manutenção e emissão de CO2. Nota-se que o comportamento dos custos e emissão dos VE manteve-se menor do que dos VCI (Pereira, 2015).

Tabela 2 – Teste comparativo dos veículos Kangoo VCI x VE

Fonte: (Pereira, 2015).

Ao final, os autores relataram que os benefícios ambientais tornam o VE uma solução atrativa na busca da diminuição não só dos Gases do efeito estufa, mas de suas implicações negativas ao ambiente, além do fato destes veículos apresentam um baixo custo de manutenção e abastecimento em relação aos convencionais (Pereira, 2015).

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com a pesquisa, as grades empresas de logística vêm se preocupando com o meio ambiente e associando a ideia de implantação de VE como uma solução de frota mais sustentável, reduzindo as emissões de gases e resíduos, custo de manutenção e abastecimento, além de aumentar a responsabilidade social, gerando atratividade na imagem institucional. Desta forma, podemos concluir que a introdução gradativa de VE nas frotas das empresas de logística gerará economia financeira com custo de combustível, óleo lubrificantes, filtro e outras peças desnecessárias neste tipo de veículo, bem como mitigar as emissões de poluentes, proporcionando uma melhor qualidade de vida a Sociedade. Como politica de incentivo, é necessário que o poder público adote mais ações de isenção de impostos e taxas e um programa de financiamento com juros subsidiados para aquisição de VE, assim como fomentar o desenvolvimento de fábricas destes veículos no Brasil, tornando-se um polo produtor na América do Sul. Considerando a relevância da temática em questão, recomenda-se que para os estudos subsequentes seja buscado um maior entendimento sobre do custo de aquisição, depreciação, amortização e retorno sobre o investimento nas negociações com VE, para subsidiar a aquisição destes bens ambientais.

REFERÊNCIAS

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