VIABILIDADE E GERMINAÇÃO POLÍNICA EM BANANEIRA-DO-BREJO

May 30, 2017 | Autor: B. Natália Veloso... | Categoria: Citogenetics, Genetica, CITOGENETICA, Citogenética, Citogenética Vegetal
Share Embed


Descrição do Produto

XII CURSO DE INVERNO DE GENÉTICA – FCAV/UNESP

VIABILIDADE E GERMINAÇÃO BANANEIRA-DO-BREJO

POLÍNICA

EM

VIABILITY AND GERMINATION POLLEN IN BANANA-DOBREJO Vanessa dos Santos de Mello(1) Bruna Natália Veloso dos Santos (2) Jenifer Fernanda Damásio (1) Weslaine de Almeida Macedo (2) Douglas Machado Leite (3) Lorena Cristina Batista dos Santos (4) Isane Vera Karsburg (5) Resumo A Heliconia rostrata Ruiz & Pav. é uma planta ornamental muito cultivada para a composição de arranjos florais. Objetivou-se avaliar a viabilidade polínica através da análise de diversos corantes e a germinação do tubo polínico em condições in vitro. Para as análises foram coletados 30 botões florais de diferentes indivíduos. As lâminas foram preparadas pela técnica de esmagamento, utilizando os corantes: lugol 2%, orceína acética 2%, fucsina 0,5%, verde malaquita 1%, azul de astra e reativo de Alexander. Para a germinação, os grãos de pólen foram distribuídos em placas de Petri contendo meio líquido preparado e solução de sacarose 10% com 100 mg/L de ácido bórico (H3BO3). Os corantes lugol, fucsina, verde malaquita, azul de astra e orceína acética apresentaram um percentual médio de viabilidade polínica. O corante reativo de alexander foi o único que apresentou alta porcentagem de pólens corados, com 78,79% e permitiu uma melhor diferenciação dos pólens viáveis dos inviáveis. A média percentual de germinação do tubo polínico foi de 74,93%, considerada uma média alta. O corante mais indicado para avaliar a viabilidade dos pólens de H. rostrata é o reativo de alexander. Em relação a germinação do tubo polínico, o meio de cultura utilizado pode ser indicado para a germinação dos pólens desta espécie. Palavras-chave: Corantes polínicos. Grãos de pólen. Heliconia rostrata L. Abstract The Heliconia rostrata Ruiz & Pav. is an ornamental plant widely cultivated for the composition of floral arrangements. This study aimed to evaluate the pollen viability by analyzing various dyes and the germination of the pollen tube in vitro conditions. For the analyzes were collected 30 flower buds of different individuals. Slides were prepared by crushing technique using dyes: Lugol 2% acetic 2% orcein, 0.5% fuchsin, malachite green 1%, astra blue reactive and Alexander. For germination pollen grains were spread on Petri ___________________________________________________________________________ 1

Mestrandas em Genética e Melhoramento de Plantas, pela Universidade do Estado de Mato Grosso, Alta Floresta, MT. [email protected]. 2Graduandas em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado de Mato Grosso. 3Graduando em Engenharia Florestal, pela Universidade do Estado de Mato Grosso. 4Biológa, docente da Escola Estadual Vitória Furlani da Riva.5Professora Adjunta do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade do Estado de Mato Grosso.

Ciência & Tecnologia: Fatec-JB, Jaboticabal, v. 8, n.1, 2016. Número especial 2.

XII CURSO DE INVERNO DE GENÉTICA – FCAV/UNESP

Plates containing liquid prepared 10% sucrose solution with 100 mg / L of boric acid (H3BO3). The lugol dyes, fuchsin, malachite green, astra and acetic orceine blue showed an average percentage of pollen viability. The reactive dye Alexander was the one who had a high percentage of stained pollens, with 78.79% and allowed a better differentiation of viable pollens of unviable. The average percentage of germination of pollen tube was 74.93%, considered a high rating. The preferred dye to evaluate the viability of H. rostrata pollens is reactive Alexander. For germination of the pollen tube, the culture medium used may be suitable for the germination of pollen of that species. Keywords: Dyes pollen. Grains pollen. Heliconia rostrata L.

1. Introdução O gênero Heliconia é o único representante da família Heliconiaceae, a qual pertence a ordem Zingiberales. A Heliconia rostrata Ruiz & Pav. é vulgarmente conhecida como caetê, bananeira-do-brejo e bananeira-ornamental. É uma planta herbácea, rizomatosa, entouceirada, originária da Amazônia peruana e brasileira, mediando de 2,0 à 3,0m de altura, com florescimento muito ornamental, cultivada para a produção de arranjos florais (LORENZI & SOUZA, 2008). A determinação da viabilidade do pólen pode ser feita por métodos diretos, tais como a indução da germinação do pólen in vitro. No qual consiste a utilização de um meio de cultura para determinar a aptidão da germinação dos grãos de pólen (ZAMBOM, 2014). E métodos indiretos, baseados em parâmetros de coloração, que utilizam corantes químicos específicos que reagem com componentes celulares presentes nos grãos de pólen maduro (PAGLIARINI & POZZOBON, 2004). Diante do exposto e devido à escassez de informações sobre a viabilidade polínica de Heliconia rostrata, este trabalho tem como objetivo avaliar a viabilidade polínica pela análise de diversos corantes e a germinação do tubo polínico em condições in vitro.

2. Material e Métodos

O trabalho foi realizado no Laboratório de Citogenética e Cultura de Tecidos Vegetais da Universidade do Estado de Mato Grosso, Campus de Alta Floresta-MT. Foram coletados 90 botões florais em estágio de pré antese de diferentes indivíduos no município de Alta Floresta. Para a análise da viabilidade do pólen, as anteras foram retiradas dos botões florais e preparadas pela técnica de esmagamento, usando os corantes: lugol 2%, orceína acética 2%, fucsina 0,5%, verde malaquita 1%, azul de Astra 1% e reativo de Alexander. Para cada corante foram preparadas cinco lâminas e contados 300 grãos de pólen por lâmina. Ciência & Tecnologia: Fatec-JB, Jaboticabal, v. 8, n.1, 2016. Número especial 2.

XII CURSO DE INVERNO DE GENÉTICA – FCAV/UNESP

Para a germinação do tubo polínico os pólens foram distribuídos em placas de petri contendo meio líquido preparado segundo Trabelsi (1985) e solução de sacarose 10% com 0,001% de ácido bórico (H3BO3). As placas permaneceram sob temperatura de 32ºC em câmara de germinação com fotoperíodo. Após 48 horas foram analisados 500 grãos de pólen por placa, com três repetições. Foram considerados germinados os que apresentaram o comprimento do tubo polínico igual ou superior ao diâmetro do próprio grão de pólen. A visualização do material tanto da viabilidade polínica como da germinação foi realizada através de um microscópio óptico em dimensão de 40x pelo método de varredura. Com a contagem obtida em cada corante e germinação polínica, calculou-se a percentagem de polens viáveis e germinados através da fórmula: Nº de grãos corados/ Nº de grãos contados * 100 e posteriormente os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade pelo Programa Estatístico Sisvar® (FERREIRA, 2011).

3. Resultados e Discussão Para a avaliação da viabilidade polínica com a utilização dos diversos corantes os resultados demonstraram que não houveram diferença estatística entre eles (Tabela 1). A maioria dos corantes apresentou um percentual médio de viabilidade polínica, sendo eles, lugol 2% (59,26%), fucsina 0,5% (59,32%), verde malaquita 1% (64,73%), azul de astra 1% (64,79%) e orceína acética 2% (65,53%) (Figura 1). O corante reativo de alexander foi o único que apresentou alta porcentagem de pólens corados, com 78,79% e permitiu uma melhor diferenciação dos pólens viáveis dos inviáveis. O corante reativo de Alexander, permite a distinção entre polens viáveis e inviáveis corando de forma diferenciada a celulose da parede do grão de pólen, em verde-claro-azulado, e o protoplasma, em púrpura, facilitando a distinção (ALEXANDER, 1980). Segundo Souza et al. (2002) é considerado como alta viabilidade do pólen valores acima de 70%; como média, valores de 31 a 69% e valores até 30% como baixa viabilidade.

TABELA 1- Valores médios percentuais de viabilidade e germinação do pólen de H. rostrata. Corante e germinação Viabilidade (%) Lugol 2% 59,26 a Fucsina 0,5% 59,32 a Verde malaquita 1% 64,73 a Azul de astra 1% 64,79 a Orceína acética 2% 65,53 a Ciência & Tecnologia: Fatec-JB, Jaboticabal, v. 8, n.1, 2016. Número especial 2.

XII CURSO DE INVERNO DE GENÉTICA – FCAV/UNESP

Reativo de alexander Germinação CV (%)

78,79 a 74,93 a 10,34

Médias seguidas pela mesma letra, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade

FIGURA 1 – Grãos de pólen de H. rostrata corados com diferentes corantes e germinação de polens. Lugol 2% A) viável B) inviável; Fucsina 0,5% C) viável D) inviável; verde malaquita 1% E) viável F) inviável; azul de Astra 1% G) viável H) inviável; Orceina acética 2% I) viável J) inviável; Reativo de Alexander L) viável M) inviável. Barra = 10µm. N) grão de pólen germinado; O) grão de pólen não germinado. Barra = 20 µm

A média percentual de germinação do tubo polínico foi de 74,93%, é considerado uma germinação alta, pois um pólen viável deve apresentar 50 a 80% de grãos germinados com tubos bem desenvolvidos. Para uma alta taxa de germinação é necessário à compreensão de uma série de fatores como temperatura, pH, ajustes da composição do meio de cultura e período de emissão do tubo polínico (ZAMBOM, 2014), fatores que, diferem de acordo com as exigências de cada espécie. Segundo Bolat & Pirlak (1999) a porcentagem de germinação e porcentagem de viabilidade do pólen estão em completa acordância. Porém, as reações com corantes podem não se correlacionar bem com a germinação in vitro de pólen, que é confirmado através dos dados obtidos no presente trabalho, no qual o corante reativo de alexander foi o único método colorimétrico que forneceu resultados semelhantes à estimativa de viabilidade polínica dada pelo teste de germinação in vitro.

4. Conclusão O corante mais indicado para avaliar a viabilidade dos pólens de H. bihai, que permite a distinção com clareza entre pólens viáveis e inviáveis, é o reativo de alexander. Em relação a germinação do tubo polínico, o meio de cultura utilizado descrito na metodologia

Ciência & Tecnologia: Fatec-JB, Jaboticabal, v. 8, n.1, 2016. Número especial 2.

XII CURSO DE INVERNO DE GENÉTICA – FCAV/UNESP

apresentou alta taxa de germinação e, pode ser indicado para a germinação dos pólens desta espécie.

5. Referências ALEXANDER M. P. A. Versatile stain for pollen fungi, yeast and bacterium. Stain Tecnology, v.5, p.13-18, 1980. BOLAT, I.; PIRLAK, L. An investigation on pollen viability, germination and tube growth in some stone fruits. Journal of Agriculture and Forestry, v.23, p.383-388, 1999. FERREIRA, D.F Sisvar versão 4.6. Lavras: DEX/UFLA, 2003. 32 p. LORENZI, H.; SOUZA, H. M. Plantas ornamentais no Brasil: arbustivas, herbáceas e trepadeiras. 4. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2008. 730p. PAGLIARINI M. S.; POZZOBON M. T. Meiose em vegetais: um enfoque para a caracterização de germoplasma. IN: CURSO DE CITOGENÉTICA APLICADA A RECURSOS VEGETAIS, 2, 2004, Brasília. Anais... Brasília: EMBRAPA, 2004. p.86. SOUZA M. M.; PEREIRA, T. N. S.; MARTINS, E. R. Microsporogênese e microgametogênese associadas ao tamanho do botão floral e da antera e viabilidade polínica em maracujazeiro-amarelo. Ciência Agrotécnica, v. 26, n. 6, p.1209-1217, 2002. TRABELSI M. A. A. reliable method for testing fruit setting ability in tomato using “in vitro” pollen germination. Meded Fac Lanbouwwet, v. 50, p.1343-1356, 1985. ZAMBOM C. R. Meio de cultura para a germinação de grãos de pólens de cultivares de marmeleiros (Cydonia oblonga Mill.) 39 f. Dissertação (Mestrado em Botânica Aplicada) Universidade de Lavras, 2014.

Ciência & Tecnologia: Fatec-JB, Jaboticabal, v. 8, n.1, 2016. Número especial 2.

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.