Vicente Franz Cecim lança obras na Feira na Feira Pan-Amazônica do Livro

Vicente Franz Cecim lança obras na Feira na Feira Pan-Amazônica do Livro

Vicente Franz Cecim autografa Fonte dos que dormem, Breve é a febre da terra e oÓ: Desnutrir a pedra, na Feira Pan-Amazônica do Livro.

O escritor e jornalista Vicente Franz Cecim lança na Feira PanAmazônica, hoje, 3 de junho de 2016, o livro ‘Fonte dos que dormem’ (Editora Córrego, São Paulo), no Ponto do Autor, às 18:30 horas, após participar do encontro literário Marcas da Sua Criação, no Auditório Dalcídio Jurandir, a partir das 17 horas, com os escritores Age de Carvalho, Edy-Lamar e Salomão Laredo, e mediação de Renata Ferreira. O autor também autografa seu livro anterior, ‘Breve é a febre da terra’, que recebeu o Prêmio Haroldo Maranhão de Romance, do Instituto de Artes do Pará (ex-Iap, atual casa das Artes) e uma segunda leva recebida de ‘oÓ: Desnutrir a pedra’ (Editora Tessitura, Minas Gerais). “Esses são os mais recentes, como eu chamo, ‘livros visíveis’, do ciclo de ficções que tem o título geral ‘Viagem a Andara oO livro invisível’, e com eles a viagem chega ao seu décimo sétimo passo”, diz Cecim, que preferia manter guardada mais uma novidade da sua obra literária, mas acaba revelando: seu livro ‘K O escuro da semente’, publicado em 2005 em Portugal (Editora Ver o Verso) já tem seu lançamento marcado no Brasil, para setembro próximo, em São Paulo, pela Editora Letra Selvagem. “Já não me incomoda mais, como antes, mas não deixa de ser estranho”, ele comenta, “o fato de eu ter me tornado quase tanto um escritor português quanto um escritor brasileiro.” Segundo Cecim, essa migração teve início, após onze livros de Andara publicados no Brasil e a conquista do Grande Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (Apca), em 1988, por sua viagem literária, quando o inesperado da sua escrita - mesclando a linguagem contida da ficção e a linguagem em liberdade da poesia – se opôs aos padrões comerciais do mercado editorial brasileiro. “Enviei então meus dois novos livros para a Editora Iman, de Portugal, onde foram publicados em 2000”. Os livros saíram reunidos no volume ‘Ó Serdespanto’, que acabou sendo apontado pelos críticos portugueses, reunidos anualmente em consulta pelo jornal Público, o maior do país, como o segundo melhor lançamento do ano. Cecim não se espantou com a receptividade lusitana ao inusitado da sua literatura. “Afinal, Portugal está na Europa, onde se lê nas línguas originais e circulam por todos os países do continente os mais inovadores e rebeldes escritores do século XX, como Franz Kafka, Marcel Proust, Samuel Beckett, James Joyce. Portugal é pequeno, mas lê grande, já o Brasil, por si só um país continente, lê ainda muito pequeno”, acrescenta. Em 2005 foi a vez de ‘K’, agora anunciado no Brasil, mais de uma década após sua publicação portuguesa – assim como também “Ó Serdespanto” ainda teve que esperar alguns anos para finalmente sair, em 2006, em terras brasileiras, lançado pela Editora Bertrand Brasil (Rio de Janeiro).

Os três livros que Cecim apresenta aos leitores na Feira PanAmazônica do Livro levam sua ‘Viagem a Andara’ até o limiar de quatro décadas desde “seu primeiro passo”, como o escritor se refere a cada um dos seus livros. “A ‘Viagem’ deu seu primeiro passo em 1979, com o

lançamento de ‘A asa e a serpente’. A cada passo, foi crescente a resistência mercantil da política editorial brasileira. Mas quem disse que as coisas que rastejam sobre a terra podem parar as que voam? E, assim, Andara – pondo em diálogo a vida visível com a vida invisível, a vida densa e a vida sutil – se recusa a fechar as asas da imaginação. Não é como as pessoas falam? – Não dar asas a cobras? Por eu digo o contrário: vamos dar a elas essa chance de também voar, pelo menos nas Artes, e, no meu caso, na Literatura.”

Vicente Franz Cecim nasceu na Amazônia, Brasil, em Belém. É autor do ciclo literário Viagem a Andara oO livro invisível.

Foto do autor: Jordy Burch