Vida e Obra - Savanarola, Hus, Wyclife

July 7, 2017 | Autor: Diogenes Gimenes | Categoria: Teologia, Reforma protestante, Historia Da Igreja Cristã
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Nome: Diógenes de L. Gimenes.
FAESP – Pesquisa sobre: Savanarola, John Huss e John Wyclife.
SAVONAROLA, GIROLAMO (1452-1498)
Reformador, pregador da justiça social e frade dominicano italiano. Nasceu em Ferrara numa família de classe média alta que projetou para ele uma carreira em medicina. Sem embargo, em 1475 repentinamente Savonarola optou pelo noviciado na Ordem dos Dominicanos em Bolonha. Em 1482 foi enviado para pregar em Florença e em outras cidades italianas. Em 1941 regressou a Florença como prior do convento de São Marcos. Como dirigente promoveu o estudo de outros idiomas, além dos bíblicos, como o caldeu, latim e árabe, com visão de estabelecer trabalho missionário. Também como prior teve acesso ao púlpito da catedral de Florença e pôde, igualmente, ordenar a venda das propriedades do convento e repartir o dinheiro entre os pobres.
Seu amplo conhecimento bíblico Savonarola manifestou através de sua homilética incendiária a qual trovejava contra a corrupção tanto da igreja como da família governante de Lorenzo e Piério de Médicis. Em 1494 os Médicis caíram devido à invasão francesa. Savonarola interpretou a presença do rei francês Carlos VIII como providencial para a reforma social e eclesiástica. O frade dissuadiu o soberano estrangeiro de saquear a cidade, acrescentando assim sua influência no novo governo republicano florentino.
Savonarola lutou para que os pobres tivessem empregos; sugeriu que as riquezas da igreja fossem distribuídas entre as pessoas necessitadas. A praça principal de Florença foi testemunho de repetidas ocasiões da "queima de vaidades", quando a cidade se mobilizava para jogar nas chamas seus acessórios de beleza, sedas, livros inúteis, jogos de azar e joias. Este frade inimigo jurado do luxo e boato renascentistas estava por trás de tudo isto. Sua dimensão profética de denunciar as injustiças sociais e de desprestigiar a autoridade papal causou-lhe sérios problemas com o papa Alexandre VI. Este tentou, sem sucesso, suborná-lo ao oferecer-lhe o cardinalato, e Savonarola, como se comenta, assim respondeu: "Não quero mais chapéu do que um vermelho: um chapéu de sangue".
Finalmente, o papa o excomungou em 13 de maio de 1497. Savonarola fez mais caso ao chamado do Alto, não aceitou a excomunhão e em seu lugar pediu a celebração de um concílio universal para depor 0 papa. Nestas contendas, Savonarola foi pioneiro na utilização da imprensa para difundir suas ideias religiosas reformadoras. O "monge intrometido" terminou seus dias sendo torturado no cárcere e em 23 de maio de 1498 foi enforcado e depois queimaram seu corpo na fogueira. Suas cinzas foram espalhadas no rio Arno, como símbolo de uma segunda e definitiva excomunhão: a da negação cristã de sepultura (sepulta- mento). – EPA

HUSS, JOÃO (1369-1415)
Importante pré-reformador checo. Filho de pais camponeses, Huss (também escrito Hus) nasceu na pequena cidade de Husinec, no sul da Boêmia. Em 1390 começou seus estudos na Universidade de Praga, tornando-se, em 1938, membro de seu corpo docente. Dois anos depois foi ordenado sacerdote e designado pregador na capela de Belém da cidade de Praga. Suas críticas de alguns desvios da igreja de Roma fizeram com que fosse identificado como líder do partido reformista, no interior do catolicismo checo.
Huss se expôs com frequência ao pensamento de alguns clérigos de ideias reformistas como Milo de Kromerz, Mateus de Janov e principalmente João =»Wycliffe. Foi seu amigo Jerônimo de Praga, que em 1401 trouxe para a Boêmia grande número de obras teológicas de Wycliffe, junto com outras de diversos escritores de tendência reformista. Huss começou por incorporar as ideias menos radicais de Wycliffe dentro de sua reforma e traduziu para o checo a sua obra intitulada de Trialogus, apesar de que a Universidade de Praga censurava 0 pensamento do reformador inglês.
O pensamento de Wycliffe tornou-se tão popular na Boêmia que os papas Inocêncio VII e Gregório XII exortaram o arcebispo de Praga Zbynek Zalic a controlar de perto a proliferação dessas ideias. Dois dos amigos de Huss, Stanslav de Znojmo e Stephen Palec, foram processados pela inquisição sob acusação de promover as ideias de Wycliffe. Essa atmosfera de intolerância, unida ã incerta arena política criada pelo chamado "Cisma do Ocidente", limitava o raio de influência de Huss, que decidiu refugiar-se no sul da Boêmia em 1412.
Foi durante esta primeira atitude de refugiar-se que o reformador conseguiu por no papel algumas de suas ideias, agora bem mais elaboradas. Algumas dessas obras foram escritas em latim e outras em checo. As mais conhecidas são: Vyklad viery, Desatera Bozieho prikazanie a modlitby pane [Exposições sobre a fé, sobre os Des mandamentos e sobre o Pai nosso] (1412), De ecclesia [Sobre a Igreja] (1413). Nestas obras Huss deixa ver seu perfil teológico e sua visão do que deve ser uma igreja fiel.
Mesmo sendo em muitos pontos ortodoxo, seus examinadores não se limitaram ã análise isolada de sua doutrina, mas também de suas práticas. Alguns dos "extremos" censurados nas práticas de Huss foram, por exemplo, o uso do idioma vernáculo na pregação, sua posição utraquista (o uso das duas espécies pelos leigos na eucaristia), sua crítica à prática da venda de indulgência e permitir aos leigos interpretar as Escrituras.
Com a promessa de um salvo-conduto Huss foi convidado ao Concílio de =>Constança para defender suas posições teológicas. O debate se concentrou principalmente em suas práticas e em sua obra De ecclesia. Desta última houve 42 artigos que não puderam ser rebatidos por Huss, e que o incriminavam de seguidor de Wycliffe, sendo condenado e levado ã fogueira em junho de 1415. Martinho =^Lutero foi excomungado em 1521 por estar de acordo com algumas da ideias de Huss. O movimento hussita na Boêmia continuou resistindo ã pressão católica e ã várias tentativas armadas de suprimi-lo, e continua até hoje. – GCC

WYCLIFFE, JOÃO (ca. 1330-1384)
Reformador, filósofo, teólogo, educador e diplomático, comumente chamado da estrela matutina da Reforma. Wycliffe nasceu em Yorkshire, Inglaterra. Depois de doutorar-se em teologia na Universidade de Oxford em 1372, permaneceu ali na qualidade de professor. Wycliffe pôde desenvolver sua vasta produção teórica. Além disso, sua presença na universidade permitiu-lhe influir sobre jovens sacerdotes, que mais tarde se constituiriam no movimento pré-reformista chamado de "os lolardos". Estes eram sacerdotes pobres que pregavam os ensinamentos bíblicos no idioma do povo.
No aspecto político, Wycliffe esteve em diversas missões diplomáticas a serviço do Duque de Lancaster, John de Gaunt. John de Gaunt era filho de Eduardo III, e com a morte deste último em 1377, regeu a Inglaterra até que Ricardo II tivesse a idade para governar. Isto permitiu a Wycliffe escalar posições diplomáticas, e o mais importante, escrever várias obras de cunho político, como: De civili domínio (1376) [Sobre o domínio civil], Z)e potestate papae (1379) [Sobre 0 poder do papa]. De ordine Christiano (1379) [Sobre a ordem cristã] e Trialogus (1382) [Triálo- go]. Em todas estas obras de Wycli- ffe se pode notar uma crítica incisiva ao decadente poder eclesiástico de Roma, onde o papa é desenhado por Wycliffe como o capitão dos exércitos de Satanás, o qual deveria ser dito com urgência. A revolta dos camponeses na Inglaterra em 1381 á atribuída, em parte, aos ensinamentos do pré-reformador.
Além de outras obras na área de lógica e metafísica, Wycliffe conseguiu desenvolver seu controverso discurso teológico na obra Summa Theologiae [Suma de Teologia], Nela ele articula muito do temário vertebral que será amplamente explicado por seus seguidores boêmios, e mais tarde pelos distintos corpos protestantes. Alguns dos assuntos incluídos são; a predestinação, a justificação pela fé, o estado da graça, a autoridade papal e a igreja como comunidade dos santos. Outro assunto, entre os mais controversos, no pensamento de Wycliffe foi sua negação da doutrina da tran- substanciação que havia se tornado em dogma em 1215. Além de não aceitar a transformação das substâncias, Wycliffe insistia na prática de oferecer ao laicato, não somente a hóstia, mas também o cálice.
Dois outros empreendimentos em que Wycliffe esteve envolvido foram na realidade as que lhe deram notoriedade nas camadas populares da sociedade europeia. O primeiro deles foi o pequeno tratado De Pauperitate Salvatoris [Sobre a pobreza do Salvador], Trinta e três teses sobre a pobreza de Cristo, que chegou a ser um documento sumamente popular na Europa, e no qual Wycliffe ataca a viciada estrutura eclesiástica medieval, sua opulência e seu desvio moral. A outra empresa foi a tradução da Bíblia, da vulgata para o inglês. Por decreto papal as obras de Wycliffe foram proibidas. Os papas buscaram por vários meios apressar a Wycliffe e pediram sua deportação, ainda que sem consegui-la. Depois de sua morte, seu corpo foi exumado e queimado na fogueira por ser considerado herege. – GC
BÍBLIOGRAFIA
Artigos extraídos da obra "Dicionário Ilustrado dos Intérpretes da fé" organizado por Justo L. González. Editora Academia Cristã. São Paulo, 2005.

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