Vigil–Espiritualidade da Militância Pluralista [Port]

Share Embed


Descrição do Produto

Espiritualidade da militância pluralista** José María VIGIL* Em: FELIX, Isabel (org.), Teologias com sabor de mangostão. Ensaios em homenagem a Lieve Troch, Nhanduti Editora, São Bernardo do Campo SP 2009, p. 127-134. Uma versão um pouco mais desenvolvida, em espanhol, em: https://independent.academia.edu/josemariavigil

Pluralismo, sinal dos tempos A experiência – ao mesmo tempo feliz e conflitiva – do pluralismo é um dos “sinais dos tempos” mais marcantes e atuais. A melhora dos meios de transporte, de comunicações e telecomunicações fez com que as sociedades humanas tenham multiplicado os seus contatos exponencialmente. A comunicação, o conhecimento mútuo e a experiência da alteridade caracterizam, como nunca antes, as sociedades atuais. Semelhante ampliação quantitativa do conhecimento sempre causa a reestruturação qualitativa deste mesmo conhecimento a partir de novas perspectivas, com novos horizontes, sob novos paradigmas, e por tanto assumidos com novas valorações. Não somente se adicionam novos dados de conhecimento, mas também são organizados de outra maneira e adquirem um significado e uma valoração diferentes. A experiência nova que, nos últimos tempos, a Humanidade está fazendo de sua própria pluralidade, do pluralismo cultural e religioso tem este efeito: não somente, nem principalmente, aumenta a quantidade de dados à nossa disposição (o que é quantitativo), mas muda profundamente a valoração e o significado dos mesmos dados, de forma que a nossa mentalidade e o quadro de referências nos quais os inscrevemos são agora muito diferentes de como eram antes (o que é uma transformação qualitativa). Muda a mentalidade geral: superamos a forma de pensar chauvinista, etnocêntrica, patrioteira, centrada na própria etnia ou cultura pensadas como as “melhores”. Conhecemos a variedade quase infinita de configurações culturais, filosóficas, artísticas... que a Humanidade tem produzido e é capaz de produzir. Temos uma consciência maior das limitações de cada uma dessas configurações e temos a evidência de que, em princípio, tudo isso é, de alguma forma, parte da “biodiversidade”, quase infinita, deste planeta vivo, a biodiversidade na qual o ser humano alcança níveis culturais, artísticos, filosóficos, teológicos e espirituais. Do mesmo modo que a vida em geral em sua evolução não parece obedecer a um plano preestabelecido, mas que evolui provando todas as possibilidades e esperando que seja a realidade que verifique e consolide a viabilidade de cada tentativa, assim teria procedido também a biodiversidade humana. Não existe, pois, um plano preconcebido, teleológico, um filum portador do objetivo da evolução ou um povo escolhido para expressar o summum possível dos valores humanos. Toda essa vivência tem a experiência da diversidade que não precisa ser estudada academicamente, mas que se realiza inevitável e inconscientemente, estende-se e difunde-se como por osmose pelos meios de comunicação social, penetra nas consciências, no inconsciente coletivo, na opinião pública, no senso comum social... manifestando a emergência de um novo espírito que comporta uma nova epistemologia e axiologia. Obviamente, essa transformação abrange também o âmbito religioso, pois não poderia ser de outra maneira. A experiência atual do pluralismo cultural, ao transformar a epistemologia e a axiologia humanas, em geral não pode senão transformar a epistemologia e a axiologia religiosas. A experiência adicional do pluralismo religioso transforma a maneira como as pessoas podem dar sua adesão às religiões. Uma pessoa que nunca tenha conhecido outra religião que a da sua sociedade (e que tenha sido formada no espírito de “não há povo como o meu, nem religião como a nossa”) não pode dar sua adesão à sua religião do mesmo modo de quem tenha conhecido e experimentado profundamente o pluralismo religioso.

2

Aqui também muda a mentalidade religiosa geral: afirmações religiosas que tradicionalmente eram aceitas com toda a naturalidade agora despertam rejeição espontânea, mesmo que as pessoas não saibam explicar o porquê. Adesões cegas, orgulhos chauvinistas, afirmações da superioridade própria, fundamentalismos irracionais... vão cedendo progressivamente a uma nova atitude, mais tolerante, menos fanática, mais respeitosa, mais democrática e menos orgulhosamente autoafirmativa. Pluralismo, avanço evolucionário positivo Cremos que esta transformação, que insistimos em chamar de globalmente “epistemológica e axiológica” – como uma transformação, acima de tudo, da forma de conhecer e de avaliar – deve ser assumida como um passo importante dentro do caminho da evolução da cultura e da evolução do mesmo ser humano. Não é uma mudança sem importância. é um novum historicum. Marca um antes e um depois. Supõe o final de uma maneira primitiva de lidar com a realidade. o ser humano sai transformado dessa experiência. Em certo sentido, poderíamos dizer que, com isso, o ser humano “evolui”, transforma-se como espécie. (o ser humano é essa espécie na qual a evolução biológica, por meio de transformação genética – no hardware – passou a ser a evolução cultural, e no software, para uma acomodação mais ágil ao meio.) A passagem das etapas exclusivistas da história das culturas à etapa pluralista, apenas iniciada, representa uma mudança qualitativa da humanidade, uma mudança realmente evolutiva. E, queremos destacar isso, é uma mudança positiva. Com o acesso à epistemologia e axiologia pluralistas, a Humanidade realiza uma autotransformação que é positiva, libertadora de atitudes e pesos epistemológicos obsoletos, que leva a uma atitude mais objetiva, mais holística, mais abrangente da totalidade da realidade. A Humanidade é melhor, mais acolhedora e compreensiva, mais pacífica e benévola, mais humana, com essa transformação do que sem ela. Por isso, porque esse espírito pluralista representa uma etapa superior da Humanidade, é que podemos falar da possibilidade de uma “militância pluralista”. “Militância pluralista” Chamamos de “militância pluralista” a atitude e o esforço das pessoas convictas da qualidade profunda desta transformação “pluralista” da sociedade e da cultura atual – incluída aí a religião – que se dedicam a expandi-la, a torná-la consciente, a explicitá-la, a fundamentá-la, a aprofundá-la e/ou a difundi-la. É uma atitude digna da maior consideração. Trata-se do trabalho e do esforço dedicados a expandir esta visão pluralista, a difundir esta nova mentalidade, a propagar a nova visão epistemológica e axiológica da Humanidade avançada, por quaisquer dos meios pelos quais isso seja possível: educação formal e informal, educação popular, geração de opinião pública, conscientização popular, reflexão e elaboração teórica dos fundamentos desta nova visão..., para conseguir que se converta em práxis assumida pela maior parte da Humanidade. No que se refere concretamente à “reflexão teórica pluralista”, eu diria que é uma “prática teórica”, uma prática encaminhada à ação social e histórica por meio da consciência humana. Não se faz – não se deve fazer – teoria do pluralismo por si mesma, mas para ajudar à Humanidade a assumir esta visão e, quando ela assumir a visão, a praticar e viver o pluralismo. Também aqui cabe a afirmação: “Não fazemos teoria do pluralismo para interpretar a realidade, e sim para transformá-la”. Não pretendemos um exercício especulativo abstrato, e sim uma transformação das mentes e dos corações e, com isso, uma transformação da prática social, uma libertação da Humanidade em relação àquelas atitudes e visões antigas fechadas, chauvinistas, etnocêntricas, rígidas e imperialistas... A militância pluralista é uma militância libertadora: queremos libertar a Humanidade dos lacres e das ilusões exclusivistas sofridas no passado que, até hoje, fazem-nos sofrer... A militância pluralista é uma contribuição muito valiosa para o crescimento da Humanidade... e para a construção de outro mundo possível, um mundo unido e em paz. Expressaremos alguns pensamentos breves, concentrados em pontos, alguns elementos para uma síntese da espiritualidade da “militância pluralista”. Pontos para uma espiritualidade da militância pluralista (Olhando para as raízes)

3

A atitude “pluralista”, atual sinal dos tempos, não é fruto de uma teoria nova inventada por um intelectual genial, nem provém de um grupo humano mais avançado ou mais desenvolvido que a tenha descoberto ou a lidere, mas corresponde a uma experiência espiritual autêntica. Em resultado, a maior parte das grandes transformações humanas tem sua raiz em grandes e profundas experiências espirituais pelas quais passa o gênero humano como um todo. Toda esta constelação de epistemologia, de axiologia, do novo paradigma... surge e é fruto dessa nova experiência espiritual. É uma experiência espiritual que a Humanidade está fazendo globalmente e que se difunde de modo constante e crescente por suas veias de comunicação. Este espírito pode ser detectado um pouco em toda parte, e sua força impele tudo. Com a militância pluralista não vamos contra a corrente da História, nem à margem dela. Vamos na mesma direção da transformação histórica e montados na mesma crista de uma de suas ondas principais (talvez um tsunami benéfico). Somos impelidos por um Vento que está a nosso favor e do qual nos sentimos cúmplices. Dos pontos de vista cultural e espiritual, hoje em dia, um pouco em toda parte, o pluralismo tem hegemonia epistemológica e prática sobre o exclusivismo e sobre a unidade ou o monopólio. As visões uniformistas, redutivas, ou a sujeição de tudo debaixo da hegemonia de uma unidade imposta são percebidas majoritariamente pelo senso comum não somente já como difícil, suspeito ou impossível, mas inclusive e, sobretudo, como indesejável e como negativo. (É um avanço evolucionário positivo.) Não estamos militando por uma idéia axiologicamente indiferente, por uma mudança eticamente equivalente ou sem valor, uma de tantas correntes que circulam pela história sem transformá-la, mas por uma corrente evolucionariamente relevante que vai transformar e já está transformando a Humanidade num sentido ascendente e convergente, integrador da diversidade numa unidade que não a destrói, mas que a faz fecunda. A Humanidade “pluralista” é Humanidade melhor, é mais humana e mais natural holisticamente. É uma “oportunidade” que há de se aproveitar: é um Kairós para a Humanidade. (A militância pluralista é libertadora.) Ainda que o paradigma pluralista (próprio da filosofia inter-cultural e da teologia pluralista das religiões) seja distinto do paradigma da justiça e da opção pelos pobres (da filosofia e da teologia da libertação), e ainda que eles estejam em patamares epistemológicos distintos, convergem na realidade da práxis histórica: a atitude pluralista faz justiça aos pequenos e aos pobres, e a opção pelos pobres é também um dos fundamentos da atitude pluralista. A militância pluralista tenta libertar a Humanidade de atitudes ancestrais defeituosas, de ilusões epistemológicas... que a tem acompanhado durante muito tempo, durante o que talvez tenha sido, em certo sentido, a sua “infância”, da qual ela pode e deve sair. Trata-se de atitudes ancestrais defeituosas, como a luta agônica pela supervivência, o instinto pela reprodução da própria espécie, o orgulho inato, o empenho irracional de defender o que é próprio acima do que é dos outros, o espírito corporativista ou tribal, a ambição por dominar os outros grupos, o imperialismo de conquista; como diz E. Wilson, no nosso fundo biológico ancestral, continuamos sendo «carnívoros tribais», que tudo o enxergam sob a perspectiva de saber se é comestível ou se interessa à própria tribo. E trata-se também de ilusões epistemológicas, por cuja causa temos a impressão de sermos os eleitos, os melhores, os realizadores mais plenos da humanidade, os mais próximos da realidade suprema... A chave desta libertação é muitas vezes epistemológica. As pessoas e os grupos não podem se libertar dessas atitudes porque estas estão reforçadas por um anel ideológico que as eleva de categoria e as subtrai do pensamento crítico. Esse é o pretexto que as justifica como atitudes queridas por Deus, idéias “reveladas”. Motivações humanas – às vezes por demais “humanas” – geram mitos, crenças, afirmações encobridoras de intenções pouco confessáveis; de imediato, essas crenças ou mitos são elevados ao plano de “revelação”, de vontade manifestada por Deus, e, a partir disso, convertem-se em idéias e atitudes sagradas, indiscutíveis, secundadas acriticamente, reforçadas religiosamente, e absolutamente irreformáveis. As pessoas e os grupos ficam “seqüestrados”, reféns de si mesmos, de suas próprias construções. A militância pluralista quer travar uma batalha re-interpretativa contra esses anéis ideológicos que nos privam da lucidez e que (auto)seqüestram os grupos humanos.

4

Outras vezes, a chave das ilusões é afetiva: um “amor desordenado” ao próprio grupo, à própria tradição, à cultura ou à religião próprias... A militância pluralista quer abrir as mentes e os corações das pessoas e dos grupos, para fazê-los sentir-se membros da comunidade humana mundial, sem chauvinismos, acima dos particularismos, ainda que sem eliminá-los, integrandoos. A militância pluralista tem uma dimensão kenótica conflitiva, implica e exige um despojamento, uma espécie de aniquilamento, uma renúncia a visões, a prioridades, a “destinos manifestos”, a hegemonias e dominações, a privilégios imperialistas, a identidades conflitivas e seguras em demasia, à consciência de serem os eleitos... Em troca dessa renúncia, as pessoas e os grupos se livram dessas atitudes opressoras para com os demais, conseguindo a disponibilidade para construir positivamente e não obstruir a fraternidade humana. O militante pluralista sabe que a superação da consciência exclusivista, o encontro com as novas perspectivas pluralistas, pode suscitar momentos de desestabilização nas pessoas e nos grupos humanos enrolados em fundamentalismos antigos... A militância pluralista exige prudência, tato pastoral, pedagogia, paciência... para ganhar a mente e o coração das pessoas. Sem desanimar frente às dificuldades, frente à inércia da resistência. E sem os militantes arriscando-se a ficarem incompreendidos, a serem vistos como iconoclastas ou como partidários da ruptura com a tradição. Concretamente, com referência às religiões, a militância pluralista busca libertá-las de muitos fundamentalismos atávicos: o pensar que são “a” religião, a única “religião verdadeira”, ou “a melhor”, aquela da qual todas as demais participariam de maneira subordinada, a que seria a protagonista do único plano de salvação de Deus. ou do fundamentalismo de pensar que são a única religião “revelada” (as demais seriam simplesmente “religiões naturais”, realidades simplesmente humanas, não divinas...), ou que são a religião “depositária da plenitude da revelação”, por isso não poderiam aprender nada de ninguém em matéria religiosa... Ainda que muitos confundam o tema da filosofia e da teologia do pluralismo com o tema do diálogo inter-religioso, estes não são iguais. A militância pluralista tem a ver com a atitude pluralista, com o pluralismo como paradigma (contrário ao exclusivismo), não propriamente com o diálogo de religiões. A militância pluralista, por si mesma, não busca tanto o diálogo interreligioso quanto o “intra-diálogo”: não tanto conversar com outras religiões, quanto conversar em cada religião consigo mesma, conosco mesmos, para tomar consciência de todos esses prejuízos, das atitudes ancestrais defeituosas, das miragens epistemológicas, dos fundamentalismos, e para revisá-los.. Somente quando destruirmos e superarmos tudo isso em nós mesmos, dialogando conosco mesmos (“intra-diálogo”), só então estaremos em condições de dialogar efetivamente com outras culturas e religiões. A militância pluralista, pois, liberta as religiões e Igrejas de seus fundamentalismos, de seu orgulho exclusivista, de sua incapacidade de dialogar e de pôr-se em pé de igualdade com todas as suas irmãs, todas elas servidoras – não donas nem dominadoras – da humanidade. Com isso, contribui para renová-las, para fazê-las acreditáveis, para prolongarlhes o tempo de vida na nova sociedade de hoje e de amanhã que já não tolerará aqueles fundamentalismos ancestrais obsoletos. A militância pluralista, concretamente entre os cristãos, liberta inclusive Jesus de Nazaré (!). libertao de ser o Pantocrator do império, o titular de uma “religião de Estado” (ou “religião de sociedade”, ou “religião de sistema econômico”... quando já não cabe o Estado confessional), o legitimador de uma conquista material e espiritual mundial... ¡feita em seu nome!... A militância pluralista combina perfeitamente com a militância libertadora, com a opção pelos pobres e com a militância feminista, porque luta na raiz contra a dominação de uns sobre os outros, impossibilita que uns se sintam os eleitos (ou o sexo escolhido por Deus, ou o gênero mesmo de Deus...). o paradigma pluralista anula a legitimidade desde a raiz dos motivos ideológicos de dominação, de desprezo dos demais, do complexo de superioridade sobre os outros. A militância pluralista da-se perfeitamente com a militância ecológica e a defesa da sua imensa biodiversidade: p pluralismo cultural não é mais do que uma forma concreta de essa biodiversidade cultural humana, e o pluralismo religioso não é mais do que «hiero-diversidade» (diversidade do sagrado), um desenvolvimento último da própria biodiversidade. Lutando pela biodiversidade cultural ou religiosa estamos defendendo a liberdade e o pleno desenvolvimento da única e múltipla Realidade.

5

A militância pluralista é militância por uma Causa muito nobre: a transformação da cultura, da religião e da Humanidade mesma, sobre o caminho do paradigma pluralista. Está em caminho uma transformação da consciência humana, uma reformulação pluralista das culturas, uma releitura pluralista das religiões, também do cristianismo. Militar pluralisticamente é ter captado a importância desta Causa e entregar-se a ela como a um grande serviço – entre muitos outros que se devem fazer – à Humanidade. A militância pluralista sintoniza plenamente com o Kairós desta hora histórica. é compreensível e justificado o entusiasmo com que muitas pessoas a vivem e a ela aderem. ‘ Nesta hora da humanidade, esta militância é bem urgente, uma das maiores urgências. (A militância pluralista é uma forma de lutar pela paz.) A militância pluralista é uma forma de lutar pela paz, porque bem se sabe que não haverá paz no mundo enquanto ela estiver ausente entre as culturas e entre as religiões. E só haverá paz entre as culturas e entre as religiões, quando estas se tiverem libertado dos preconceitos, daquelas “atitudes ancestrais defeituosas e daquelas ilusões epistemológicas” que durante milênios mantiveram as culturas e as religiões no engano, dando-lhes pretextos para justificar suas pretensões de conquista, de hegemonia e de domínio imperial. Despojadas desses preconceitos e ilusões, as religiões podem descobrir concretamente que, no próprio fundo de seu patrimônio simbólico, têm as melhores motivações para pôr-se a trabalhar todas juntas pela qualidade de vida espiritual da humanidade, o que inclui a paz. Já faz tempo que as religiões deveriam ter convocado uma assembléia macro-ecumênica pelo bem da Humanidade e do planeta, fomentando e animando ao mesmo tempo uma “Aliança de religiões” dentro da “Aliança de civilizações”. A militância pluralista combina também com a emergência atual na Humanidade de uma “consciência planetária”. Trata-se de superar de modo definitivo e irreversível a forma de pensar provinciana, chauvinista, etnocêntrica, monocêntrica, antropocêntrica... para passar a pensar e a sentir em sintonia não somente com toda a humanidade em sua diversidade inteira, mas também com a biosfera, com o planeta e com o cosmos, aos quais voltamos cada vez mais como o nosso lugar espiritual e integral. Nossa irmã Lieve tem sido, é, e desejamos que continue sendo, uma figura destacada desta militância pela causa pluralista – entre muitas outras às quais se tem entregado em sua vida –, assim como desejamos que continue animando-nos e dando-nos exemplo em tantos e tão diversos lugares do planeta. * José Maria VIGIL é espanhol de origem, naturalizado nicaragüense, e atualmente vive no Panamá. É Missionário Claretiano e teólogo da libertação. Com Pedro Casaldáliga é editor da Agenda latino-americana Mundial. É responsável (2006-2011) pela Comissão Teológica latino-americana e pela World Theological Commission da Associação de Teólogos do Terceiro Mundo, além de ter publicado diversos livros e artigos. ** Palavras-chave: Espiritualidade – Militância Pluralista – Transformação. Tradução do espanhol - Antônio Carlos de Góis Cajueiro.

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.