VILAS BOAS, L; BETTENCOURT, AMS (2013). Vale de Chão 1, Braga. Um tumulus da Idade do Bronze no Noroeste português

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Vale de Chão 1, Braga. Um tumulus da Idade do Bronze no noroeste português Luciano Vilas Boas1 & Ana M. S. Bettencourt2 Projectos ENARDAS (PTDC/HIS-ARQ/112983/2009) e PPHSC (2009/1/568)

Localização e contexto físico e ambiental Vale de Chão localiza-se no distrito e concelho de Braga, freguesia de Pedralva, lugar das Eiras. As coordenadas geográficas em graus decimais são: 41° 5739 N; Longitude: -8° 3249 W. A altitude a que se encontra o tumulus é de 440 m (Fig. 1). O sítio está localizado a meio da vertente sul da Serra do Carvalho, numa pequena plataforma alongada no sentido NO-SE, sobranceira à ribeira de Reamondes, subsidiária do rio Ave. O substrato local é formado por granitos porfiróides de grão grosseiro a médio e médio a fino. A cerca de 4 km para nascente ocorrem locais de contacto entre o granito e o xisto, onde se registam recursos mineralógicos, nomeadamente estanho. O eucalipto é a árvore predominante da área, embora na envolvência do túmulo existam alguns carvalhos, pinheiros e sobreiros. A vegetação que o envolvia era arbustiva e herbácea. A área é, ainda hoje, usada para a pastorícia, embora no vale da ribeira de Reamondes existam campos agrícolas. $$$$$

Historial A descoberta e a escavação do monumento 1 de Vale de Chão ocorreu em Maio de 2007, durante o acompanhamento arqueológico efectuado por Luís Loureiro no âmbito da empreitada Desvio da Linha Aérea Alto do Lindoso – Riba D´Ave 1, a partir do Apoio P101 para a Subestação de Pedralva adjudicada à empresa Nova Arqueologia, Arqueologia, Informática e Serviços, LDA (Loureiro 2007).

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Após a intervenção arqueológica aprovada pela tutela várias questões ficaram por resolver que pressupunham novas escavações no monumento: a precisão do perímetro total do tumulus; o conhecimento do tipo de câmara existente; o significado de algumas irregularidades existentes na couraça lítica superficial, localizadas a noroeste, e o significado do valado existente sob o monumento. Também não foram realizadas quaisquer datações de radiocarbono que permitissem precisar a cronologia deste monumento e da estrutura por ele coberta. Por estes motivos considerou-se a realização de novas escavações arqueológicas neste local. Daí resultou o projecto “O povoamento pré-histórico da Serra do Carvalho. Estudo a partir dos tumuli 1 e 2 de Vale de Chão, Braga”, submetido ao Igespar por um de nós (LVB) como base de uma dissertação de mestrado inscrita no projeto ENARDAS, da responsabilidade de A.M.S. Bettencourt. $

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Descrição do monumento O monumento funerário de Vale de Chão 1 apresentava uma planta sensivelmente circular com cerca de 7 m de diâmetro por 1 m de altura máxima, apenas patente a sul e este do tumulus. A norte e a oeste este era quase impercetível tendo em conta que o monumento foi implantado numa zona com algum declive. O tumulus foi construído em terra que assentava diretamente sobre o substrato rochoso (camada 3), sendo, por vezes, pouco espessa. Esta foi coberta por uma couraça lítica constituída por calhaus e blocos graníticos e por calhaus de quartzo leitoso (camada 2), de origem local (Figs. 2 e 3). A área central encontrava-se em parte perturbada devido a violações e raízes (camadas 3a e 5a). Na base foi detectado um nível intacto (camada 5b) o que nos levou a concluir pela não existência de qualquer tipo de câmara em pedra. Na zona noroeste do tumulus, sob a anomalia na couraça lítica, detetou-se uma estrutura de planta sensivelmente subrectangular, paredes retas e base aplanada, parcialmente cortada no substrato rochoso. Tinha 1.80 m de comprimento, por 0.40 m de largura média e 0.52 m de profundidade máxima. Orientava-se de sudoeste para nordeste (Fig. 4).

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%$Datas de radiocarbono Uma datação proveniente de carvões vegetais da camada 5b da área central do monumento permite-nos inserir a sua primeira utilização no 1º quartel do II milénio AC, ou seja, no Bronze Inicial (Tab.1). A data obtida a partir de carvões vegetais da estrutura subretangular permite-nos colocar a hipótese de que teria sido construída no 2º quartel do II milénio AC, isto é, no Bronze Médio (Tab. 2). L'M$%1% !"#

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