VOCACAO E FORMACAO NA POSMODERNIDADE

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VOCAÇÃO E FORMAÇÃO NA PÓS MODERNIDADE Uma perspectiva personalista1

Pe Paolo Cugini2

Introdução Há muito tempo, seja nos documentos oficiais da Igreja3 que nas revistas especializadas, se fala de crise das vocações e, em modo especial, das vocações sacerdotais. Crise que começou de uma forma contundente e inarestável na época do Concílio Vaticano II, época de profundas mudanças não apenas eclesiais, mas também sociais. Estas mudanças se protelaram até os nossos dias, adquirindo uma fisionomia e uma identidade bem precisa. Hoje em dia fala-se que a Igreja Católica saiu do assim chamado regime de Cristandade, ou seja, daquela época aonde Igreja e Poder politico andavam de braços dados, cujo objetivo muitas vezes explicitado seja por teólogos que por Papas, era moldar a sociedade com um pensamento cristão. Era a época dos Bispos-Condes, dos Papas que abençoavam os imperadores, de uma identificação de poder temporal e poder espiritual, Cidade terrena e Cidade celeste. O tempo foi passando, a sociedade mudando, a história esfacelando os grandes sistema- as meta-narrações, como François Lyotard4 as chamou- que tinha impulsionado a modernidade na busca de uma felicidade que, ao longo dos séculos, mostrou-se inalcançável. Como dizia justamente Thomas Khun, num livro memorável escrito nos anos ’60,5 quando se passa de uma estrutura social para uma outra, esta passagem não acontece de um dia para o outro, de uma forma radical. Se, de fato, é verdade que Galileu abriu o caminho de uma revolução científica, que encontrará em Copérnico e Newton os grandes epígonos, é também verdade que na astronomia, apesar das mudanças, a visão tolemaíca permanecerá na opinião popular por muitas décadas ainda. É difícil mudar de mentalidade, também quando explicitamente admitimos isso. Uma estrutura abrange e molda toda a realidade e é humanamente impossível entrar numa nova estrutura, ou seja, numa nova visão do mundo de um dia para o outro. Por isso, em campo eclesial, se fala amiúde de “acompanhar a mudança”6, também pra entender para onde esta 1

Artigo publicado na revista Grande sinal, agosto 2008. Paroco de Tapiramutà-BA e professor de filosofia na FAFS (Faculdade Arquidiocesana de Feira de Santana-BA). 3 Cf. Carta aos presbiteros, Documnto da CNBB n. 75; João Paulo II, Mane vobiscum Domine, Carta apostolica ao episcopado, ao clero e fieis, 2004. 4 François Lyotard, A condição posmodrna, José Olimpio, São Paulo, 2002. 5 Thomas Khun, A estrutura das revoluções cientificas, Perspectiva, São Paulo 2003. 6 Cf. CEI, Comunicare il Vangelo in un mondo che cambia, Paoline, Milano 2001; CNBB, Evangelização e missão profetica da Igreja, Documento 80. 2

mudança se dirige e o que está afetando principalmente. Entramos, então, à décadas na assim chamada pós-modernidade. Folhando livros e revistas que falam do assunto, não dá para ter uma idéia clara sobre aquilo que é pós-modernidade. Algo, porém, é claro, ou seja a percepção que a grande confiança no futuro prometido das ideologias modernas acabou. Se abre, assim, um período de crise, marcado pela dificuldade de apontar novos rumos pela humanidade. Nesta crise epocal, que é ao mesmo tempo ideológica e espiritual, se abre o terreno para as ideologias materialistas, utilitaristas, que fazem do presente o único espaço possível da realização humana. De certa forma acontece hoje aquilo que aconteceu no IV século a.C. Depois da conquista de Alexandre Magno, que destruiu na raiz a experiência da Polis grega, da cidade estado, considerada pelos historiadores a mais elevada experiência democrática da humanidade7, o cosmopolitismo Alexandrino provocou a crise das conquistas espirituais levadas a cabo no V século a.C. pelos grandes filósofos da antiguidade: Sócrates, Platão e Aristóteles, para desembocar nos sistemas helenísticos, todos de cunho materialista8. Parece mesmo que a história proceda por cursos e recursos, de uma fase espiritualista se passa para uma materialista, para depois preparar o terreno a uma nova época espiritualista. Nessa altura, não sei se é possível apontar o mundo moderno como época espiritualista e a atual fase pós-moderna como espiritualista. Com tudo, aquilo que podemos perceber, é uma mudança épocal tão profunda que envolve todos os setores da cultura e sociedade. Nesta mudança também a Igreja é envolvida e é forçada pela história a buscar novos caminhos, permanecer aberta a voz do Espírito para que possa responder as exigências do tempo presente, na busca do difícil equilíbrio entre Tradição e acompanhamento do devir histórico. Aquilo que nesta mudança épocal quero analisar é a maneira da Igreja Católica resolver o problema das vocações sacerdotais, ou seja, da formação dos seus líderes. Numa época de crise como é a nossa que estamos vivendo, é natural, aliás é necessário questionar de uma forma aberta e construtiva as decisões tomadas, para que se possa encontrar soluções mais viáveis. O objetivo deste artigo é nesta linha: contribuir a um debate para que a formação dos líderes das comunidades, os sacerdotes, possa ser equipada para acompanhar a mudança e não se deixar atropelar por ela. Sendo pois que nos tempos de crise, a mudança mexe com a raiz, tentaremos retomar alguns dados bíblicos para apontarmos caminhos novos ou diferentes ou, talvez, muito antigos que, no quadro cultural atual, se tornam novos. Já Mircea Eliade9, no século passado, nos seus estudos de fenomenologia da religião sobre o mito, tinha afirmado que quem domina o passado entende e controla o presente. Buscando a origem da idéia de vocação, assim como surgiu na Bíblia, poderemos encontrar respostas mais certas e profundas para respondermos aos questionamentos que a pósmodernidade está levando.

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Cf Giovanni Reale, Historia da filosofia antiga, vol III, Loyola, São Paulo 2003. E’ a analise de G. Reale que achamos correta. 9 Cf M. Eliade, Mito e realidade, Perspectiva, São Paulo 2002. 8

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A origem da vocação: Deus Se existe um dato inalterável e, ao mesmo tempo, irrenunciável para abordar qualquer discurso sobre a vocação, é este: é Deus que chama, é Ele que toma a iniciativa. Encontramos este “fenômeno” já nas primeiras páginas da Bíblia, quando Javé se dirige a Abrão com estas palavras: “Sai da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu te mostrarei” (Gen 12, 1). Da mesma maneira, mas em circunstâncias diferentes, é Deus quem toma a iniciativa para salvar o seu povo do cativeiro do Egito escolhendo um guia. “Do meio da salsa Deus chamou: “Moisés, Moisés!” Ele respondeu: “ aqui estou” (Ex 3,4 ). Assim em diante, nas páginas da Bíblia encontramos o chamado de Samuel, Elias, Davi, Isaias, Geremias, até chegar ao chamado dos discípulos de Jesus. O primeiro dado que aparece nos relatos bíblicos da vocação, é que Deus chama uma pessoa por nome, buscando a aproximação, o relacionamento pessoal. O segundo dado que se apresenta nestas narrações, é que a identidade das pessoas chamadas por Deus, se realiza na mesma relação com Deus. Tudo isso nos leva a concluir que a prioridade da primeira fase do acompanhamento do vocacionado, não deveria ser concentrada frisando o serviço à comunidade, mas ajudando o vocacionado a aprofundar o mistério do chamado de Deus. De fato, se Deus chama Moisés para salvar o povo de Israel e não chama outras pessoas, isto quer dizer que, na libertação do povo de Israel e no conhecimento do caminho que ele realizou para chegar à terra prometida, o conhecimento da identidade e da pessoa de Moisés é extremamente importante. Isso vale para qualquer personagem da Bíblia que tenha um sentido vocacional. É por isso que podemos afirmar com segurança que, do ponto de vista bíblico, a prioridade da história da salvação não é o serviço ao povo mas o chamado daquela pessoa específica10. Pastoralmente falando podemos dizer que, se Deus chama, é necessário acompanhar o jovem chamado para que seja colocado na condição de escutar, para aprofundar o relacionamento pessoal com o protagonista do chamado, que é Deus mesmo. É isso que encontramos na experiência dos grandes vocacionados da Bíblia. Abraão é visitado em várias circunstâncias ao longo da sua vida por Deus, que lhe manifesta o seu projeto e a renovação das promessas, por causa da sua mesma obediência e fidelidade. Também Moisés e Elias, que sintetizam todo o Antigo Testamento -a Lei e os profetas- vivem um intenso relacionamento pessoal com Deus e, o mesmo Javé, se manifesta pessoalmente a eles de maneira diferente conforme o específico da vocação de cada um (cf. Ex 33, 18s; 1Rs 19, 1-18). A experiência pessoal de Deus, é um traço típico do profetismo de Israel. Assim, encontramos páginas de uma intensidade única no diário de Jeremias11, expressões que demonstram uma busca pessoal sem limites, que o distancia em profundeza de qualquer 10

Sobre este assunto cf. Judith Reiner-Gustav Dreifuss, Abramo: l’uomo e il simbolo, Giustina, Firenze 1994; Jonathan Kirsch, Mosè, una vita, Garzanti, Milano 2005; Richard S. Hess, Giosuè, GBU, Roma 2006. Nessa altura achamos interessantes as reflexões de A: Cencini, Quando Deus chama, Paulinas, São Paulo 2003; e também as reflexões teologicas de: I. Sanna, Chiamati per nome. Antropologia teologica, San Paolo, Cinisello Balsamo 1994. 11 Cf. sobretudo os capitulos 7,15 e 20.

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outra pessoa do povo de Israel. O relacionamento que Deus institui e cultiva ao longo dos anos com os seus profetas, os seus escolhidos, não é apenas ministerial, mas de amor12. Deus escolhe os seus enviados, os seus profetas envolvendo-os de atenção amorosa, pois o serviço que eles são chamados a realizar é manifestar com o próprio testemunho de vida, que Deus é amor e ama o seu povo. Existe um laço de paternidade incrível entre Javé e seus profetas. Elias, por exemplo, se encontra no auge da sua missão totalmente desesperado pelo aparente fracasso do seu trabalho profético13. Javé, então, o chama, o alimenta, se apresenta, o anima e estimula para continuar a missão, mostrando assim que servir o Reino de Deus não é um puro e simples trabalho matérial, que busca a eficiência, a segurança humana dos resultados, mas é apoiado exclusivamente na confiança em Deus, na sua ternura, no seu amor. Aquilo que aconteceu com Elias, com matizes diferentes, é vivido também por Jeremias, Davi, Isaias, Ezequiel, Malaquias, Oséias, e tantos outros. Estas simples anotações, têm como objetivo de frisar o dato bíblico fundamental que o profeta não é apenas um funcionário de Deus, que deve realizar um trabalho: é um escolhido de Javé, que ele mesmo chama e constantemente acompanha e cuida com carinho e amor. A tudo isso podemos dar um nome: espiritualidade vocacional. Esta, de fato, não é apenas identificada com a coragem tipicamente profética de enfrentar reis e políticos para questionar as injustiças e, assim, apontar o julgamento de Deus. Esta identificação da espiritualidade profética com a ação social deles è extremamente limitante e escassamente fundada na Bíblia. A espiritualidade dos profetas aponta antes de mais nada para aquela busca pessoal de Deus que faz do profeta um apaixonado de Javé. “Tu me seduziste, Javé, e eu me deixei seduzir. Fostes mais forte do que eu e venceste” (Jer 20,7). Palavras tocantes que desvendem uma experiência de amor, um envolvimento total, que abrange todo o universo pessoal. É este o dato que, nestas últimas décadas, por causa sobretudo dos eventos políticos sociais e culturais, que afetaram o mundo todo, se perdeu no caminho formativo. Nas décadas dos anos ‘70 e ‘80 o compromisso social da Igreja levou a identificar o cristianismo como uma prática social e politica, uma atividade. Dizia-se, de fato, que Cristo é presente nos pobres, e, por isso, não precisava explicitar o Evangelho, ou o nome de Jesus, enquanto era possível encontra-lo na ação considerada especificamente evangélica: a opção pelos pobres. Infelizmente, a história mostrou que muita gente explorou a opção pelos pobres para se promover politicamente. O grande santo Charles de Foucauld14 nos mostrou que, para amar os pobres de uma forma gratuita e desinteressada, precisa abastecer a própria alma daquele amor de Deus que se manifestou em Jesus e que encontramos na Eucaristia. A sua dedicação aos pobres era uma conseqüência das horas que de joelho passava em silêncio perante a Eucaristia. Do outro lado, nos anos ‘90, a Igreja do Brasil assistiu à impressionante expansão das Igrejas neopentecostais e da explosão do movimento da Renovação Carismática Católica 12

Cf. Cf Luis A. Schokel, Profetas I,II, Paulus, São Paulo 2004, sobretudo o comentario ao capitulo 31 do profeta Jeremias e do capitulos 2 e 11 do profeta Oseias; J.L. Sicre, Profetismo em Israel, Vozes, São Paulo 1996. 13 Cf. 1 Reis 19,1-18. 14 Charles de Foucauld (1858-1916). Para uma primeira abordagem sobre a espiritualidade deste santo, cf.: AA.VV., L’eloquenza di una vita secondso l’Evangelo, Qiqaion, Bose- Magnano, 2003.

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que, de uma certa forma, se apoderou da palavra espiritualidade15. O contexto religioso e histórico no qual RCC se desenvolveu no Brasil, fez com que a palavra “espiritualidade” fosse identificada com individualismo e, do outro lado, de desempenho no campo social. E assim está acontecendo na Igreja do Brasil, aquilo que aconteceu na época da Reforma. Sendo que Lutero frisava a importância da palavra de Deus colocando em segundo plano a Tradição, a contra reforma Católica decidiu no Concílio de Trento de priorizar a Tradição da Igreja, deixando em segundo plano a Bíblia. A história, como a falta de escuta de um e do outro, levou os protestantes e os católicos por caminhos de incompreensão que geraram guerras, violências e ódio que se protelaram até os dias de hoje. Esta atenção de escuta do outro deveria acontecer hoje dentro da mesma igreja Católica do Brasil, para chegar a uma vivência mais coerente e fraterna com o Evangelho que prega. A espiritualidade bíblica aponta, então, para uma unidade da experiência mística pessoal com Deus e o compromisso, que esta mesma experiência gera. Nada, então, de contraste e antagonismo entre interioridade e empenho social, mas unidade profunda entre as duas dimensões da experiência espiritual16. Isso quer dizer que, quando aparecem formas antagônicas entre interioridade e empenho social, não é por causa da verdadeira oposição entre os dois mundos, mas por causa de uma falta na compreensão dos dados bblicos. Se Deus deixou na Palavra revelada um modelo de guia que, com a ajuda do Espírito Santo, deve ser reproduzido, isso quer dizer que espiritual e social não são duas antinomias, mas sim dois elementos complementares da mesma experiência de Deus. É porque os profetas eram repletos do amor de Deus, que não agüentavam ver as injustiças dos políticos e ricos do tempo contra os pobres e os indefesos. Além disso, esta mesma circularidade entre momento contemplativo e ativo, encontra-se no mesmo Jesus o qual era acostumado a se entregar na oração de noite o de madrugada e depois, ao longo do dia, dedicar o seu tempo para cuidar dos pobre, curar os doente e liberar os endemoniados ( Cf. Mc 1, 17-37). Na mesma vida de Jesus é assim possível entender que a busca da intimidade com Deus, longe de ser uma fuga no individualismo egoísta ou num espiritualismo desencarnado, torna-se uma exigência profunda na vida do escolhido de Deus. Aliás, talvez seja esta busca de Deus o sintoma mais claro da autenticidade da vocação.

2. A formação Esta da formação do presbítero é sem dúvida um dos temas mais importantes que hoje estão sendo debatidos dentro e fora da Igreja Católica17. Isso se deve ao fato que, falando da formação dos presbíteros, o mesmo povo de Deus é envolvido, a comunidade no seu 15

O filosofo frances Emanule Mounier (1905-1950), analisando a situação politica dos anos Trinta na Europa, dizia que quando os movimento de direita se apoderam da palavra “espiritual”, os movimentos de esquerda começam a falar de “Mistica”, abrindo o campo a muitas reflexões ambiguas (cf. Cristianità nella storia, Ecumennica Bari, 1979). 16 Cf sobre este assnto as importantes reflexões de E: Mounier na sua obra: O personalismo, Centauro Editora, 2004. 17 Cf. em modo especial: João Paulo II, Pastores dabo vobis,. Paulinas, São Paulo 2001

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conjunto, pois como dizia Santo Inácio de Antioquia: “ Como o Senhor nada fez sem o Pai com o qual è um… assim voces nada fazeis sem o Bispo e os presbiteros””18. Também sobre este ponto, nesta época de mudança epocal, é preciso descer as fontes para nos perguntarmos: como acontecia a formação dos profetas? Como é que Jesus formou seus discípulos? O primeiro elemento da dinâmica vocacional é o relacionamento pessoal com o guia. Josué apreendeu o sentido da própria missão vivendo e partilhando a vida de Moisés. O mesmo aconteceu com Eliseu discípulo de Elias. Também os discípulos aprenderam vivendo juntos com o mestre Jesus. Este dato bíblico deve ser retomado pra não correr o risco de deformar o sentido da formação. Não são aulas teóricas que produzem a formação dos futuros presbíteros, mas a convivência com alguém que vive aquilo que prega. Os conteúdos que o candidato ao presbíterio deve assimilar, não são dados teóricos assimiláveis racionalmente. Assim como é impossível ensinar para alguém a rezar a não ser rezando junto com ele, da mesma forma é a aprendizagem das coisas de Deus, que o jovem candidato deve assimilar. Claramente, isto não quer dizer que as aulas de filosofia e teologia são inúteis; isso seria recair naquela velha polemica estorada nos primeiros seculos do crristianismo, quando, alguns padres da Igreja detonavam o estudo da filosofia e da literatura.19. Sabemos que os documentos da Igreja falam da formação intelectual, espiritual, afetiva e pastoral20. Só que, estas quatro partes da formação dos futuros presbíteros, não podem ser consideradas de uma forma separada. A modernidade trouxe na cultura ocidental beneficios e maleficios. Um destes últimos, é sem duvida a desintegração dos saberes, levando-os a uma excessiva separação e divisão21. O preço que o Ocidente está pagando, por causa da separação dos saberes, é altíssimo. Na antiguidade os discípulos dos filósofos não apenas participavam de aulas teóricas, mas eram inseridos num clima existêncial e espiritual, que envolvia todos os elementos da formação humana22. Isto quer dizer que, enquanto os discípulos de Sócrates ou Platão assistiam às aulas dos mestres, não era apenas uma parte teórica que era assimilada mas, ao mesmo tempo, recebiam indicações sobre a vida espiritual e moral. Também estas indicações não eram sò verbais, mas filtradas pela postura e coerência dos mestres. Não podemos,então, identificar o antigo com algo de inatual. O progresso é apenas um mito23. Nessa altura dà pra entender que o presente não é o melhor dos mundos possessíveis. O presente não é o fruto da seleção dos elementos que a história jà viveu. Pra isto acontecer, seria necessário acreditar que as pessoas, sobretudo aquelas que têm responsabilidades de lideranças, sejam atentas para o melhoramento desinteressado da 18

Cf. Inacio de Antioquia, Carta aos Magnesis VII,1, em Os Padres Apostolicos, Paulus, São Paulo. Cf.a posição sobretudo de Tertuliano, analizada em Etienne Gilson, A filosofia na idade media, Martins Fontes, São Paulo 2001 20 Cf. João Paulo II, Pastores dabo vobis, cit. 21 O autor que mais de qualquer outro analizou este problema è C. Péguy (1873-1914), em modo especial cf.: Cartesio e Bergson, Milella, Lecce 1977; Il denaro, Edizioni Lavoro, Roma, 1990. 22 Quem sublinha bastante isso è Giovanni Reale, Histiria da filosofia antiga, vol I, Loyola, São Paulo 1994; Jeager Werner, Paideia, Martins Fontes, São Paulo 2001. 23 Cf. sobre este assunto Bruno Forte, Teologia da historia:ensaio sobre a revelação,Paulu, São Paulo 1997;Francis Fukuyama, Nosso futuro pos-humano, Rocco, São Paulo 2003. 19

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sociedade e, sobretudo, das pessoas. Nós sabemos que a gratuidade e o amor desinteressado, nascem somente em pessoas de grandíssima e intensa espiritualidade, características que raramente encontram-se nos lideres políticos ou econômicos, fortemente interessados à explorar a posição de liderança, para cuidar dos próprios interesses. Isto quer dizer que as técnicas formativas que nós temos a disposição, não são as melhores que a humanidade elaborou cao longo dos seculos. Além disso, a este nível não podemos cair no erro de identificar moderno com verdadeiro e certo. A verdade de um modelo educativo deve ser procurada constantemente, ao longo do caminho formativo. Não é pedagogicamente correto ficar amarrados a um único modelo educativo, sobretudo quando se trata de uma formação que deseja ser o mais possível integral. Deve, nesta perspectiva, existir uma circularidade constante entre evento educativo e teoria pedagocica, ou seja entre a experiencia educativa e a elaboração teorica.24 Somente com um olhar educativo não fechado sobre os sistemas pedagógicos contemporâneos, e não vinculado a um particular sistema, mas atento as pessoas, é possível pensar de uma forma real para os problemas formativos ligados aos jovens que Deus está chamando para servir a Igreja. Tudo isso que acabamos de colocar, é simplesmente pra afirmar a necessidade de retomar um modelo educativo mais atento à pessoa e a sua formação integral. A formação espiritual, humana, intelectual e pastoral é uma experiência que deve ser o mais possível unitária, pois somente assim é respeitada uma dimensão antropológica fundamental que é a unidade da pessoa25. Na experiência espiritual das grandes religiões, encontramos grandes mestres e é a eles que é confiada a formação dos discípulos. A idéia de equipes educativas, que cuidam da formação dos jovens formados, é tipicamente moderna e esconde a idéia que a pessoa é feita de partes separadas, que é possível formar de maneira autonoma e indipendente das outras. Se na época atual assistimos a tantos casos de religiosos que por varios motivos abandonam o compromisso feito perante Deus e a comunidade, talvez seja também por causa da formação fragmentada que receberam. Sem duvida nenhuma, a modernidade troxe consigo muitos beneficios, Não è possivel, porem, transferir no plano pedagogico a scintificidade das disciplinas fisco-matematicas. Claramente isso não quer dizer que a pedagogia não tenha um especifico estatuto epistemologico. O problema è que a estrutura epistemologica de uma teoria pedagogica deve ser constantemente avaliada no campo de trabalho, ou seja no circulo da experiencia educativa. Se, sò pra fazer um exemplo, as teorias de John Dewey tiveram tão successo, foi por causa da força experimental que elas tinham. De fato, era na escola de Chigago que ele elaborava as teorias pedagogicas, observando como funcionavam na vida corriqueira de uma escola, no relacionamento entre as crianças e nas dinamicas educativas aplicadas pelo professor da aula26.

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Cf Sergio de Giacinto, Educazione come sistema. Studio per una formalizzazione della teoria pedagogica, Editrice La Scuola, Brescia 1985. 25 Cf. Cf. Gaudium et spes, Constituição pastoral do Concilio vaticano II sobre a Igreja e o mundo contemporaneo, nn 10-22, in: Documentos do Concio Vaticano II, Paulos, São Paulo 2002. Cf. também, I. Sanna, L’antropologia cristiana tra modernità e postmodernità, Queriniana, Brescia 2001. 26 Cf. J. Dewey, Teoria della valutazione, La nuova Italia,Firenze 1967; ID., Il mio credo pedagogico. Scritti sull’educazione, La nuova Italia, Firenze 1972.

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Estas reflexões visam de um lado, apontar a tarefa fundamental do formador, do outro estimular uma reflexão sobre o tema da formacão, amiude considerado um verdadeiro tabù nos ambientes eclesiais e, talvez por isso, ingessado a esquemas pedagogicos passados. A dificuldade de encontrar formadores de alta qualidade humana, intelectual, epiritual e pastoral não deve, a meu ver, abaixar o nível da proposta formativa. A excessiva especialização dos saberes, leva as pessoas que assumem a formação de uma determinada área, a ficar estritamente preocupados do próprio âmbito formativo e nada mais. Encontramos, então, nos seminários, jovens de altíssimas qualidades intelectuais e baixa qualidade humana ou espiritual. Claramente no campo formativo não existe a formula mágica. Sempre tiveram e sempre terão decepções também porque, graças a Deus, a pessoa humana é um mistério insondável. O objetivo é fazer de tudo para melhorar a formação dos jovens, que Deus desperta para se colocarem a serviço do povo de Deus. A meu ver, com a separação dos saberes, é mais fácil para um candidato ao sacerdócio ou a vida religiosa, esconder os próprios limites, os proprios problemas ou disfarçar pra não dever ou querer mudar. Não se trata, também, de jogar no lixo as grandes conquistas alcançadas no campo cientifico, sobretudo das disciplinas humanas. O problema que estou colocando é sobre o formador. Então, estou questionando se é possível retomar o jeito bíblico de formar aqueles que darão continuidade à formação espiritual do povo, repropondo um jeito mais humano, pessoal de transmitir os conhecimentos necessários para, no futuro, desenvolver esta tarefa. Também porque não se trata apenas de uma transferência de saberes, mas de um despertar, um amadurecer, que precisa de acompanhamento, atenção, que somente um relacionamento pessoal é capaz de realizar. É só fitar os olhos no relacionamento que Jesus instaurou com os seus discípulos, pra percebemos a necessidade existencial deste relacionamento.

Padre no mundo pós-moderno O desmoronamento das grandes ideologias modernas, das metanarrações que dominaram a cena cultural do mundo ocidental por mais de quatro séculos, está levando a reflexão filosófica à critica da racionalidade27. Se o mundo moderno foi caracterizado por um pensamento forte, a pós-modernidade se apresenta como proposta de uma racionalidade enfraquecida, desnorteada. O filosofo italiano Gianni Vattimo28 aponta a necessidade de passar de uma metafísica do ser para uma metafísica do evento. Enquanto a primeira era fruto de uma abstração racional – segundo Vattimo - e fora da realidade, gerando um pensamento rígido e incapaz de ler os dados históricos, a metafísica do evento consegue a ler a realidade histórica por como se manifesta no movimento e na pluralidade das manifestações sociais. A crise da racionalidade moderna, como conseqüência do desmoronamento das ideologias, leva consigo a desconfiança de realizar qualquer reflexão 27

Sobre este assunto cf. as importantes reflexões de Manfredo O. Oliveira, Dialogos entre razão e fé, Paulinas, São lo 1997; ID., Para além da fragmentaão, Loyola, São Paulo 2001. 28 Cf. G. Vattimo, O fim da modernidade, Martins Fontes, São Paulo 2002; ID. A tentação do realismo, Lacerda, São Paulo 2001; Depois da cristandade, Record, São Paulo 2004.

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sistemática que tente elaborar uma filosofia da historia recheada de promessas futurísticas do tipo que foram elaboradas na modernidade29. O relativismo ético e cultural, com a conseqüente vida fragmentada e desnorteada, é exatamente aquilo que assistimos hoje em dia30. Se não existe mais uma verdade que possa impor-se as outras, então existe uma pluralidade de verdades, de atitudes. Perante os problemas éticos imperantes na contemporaneidade, não se faz mais apelo a valores absolutos, mas ao dialogo entre as partes interessadas, para chegar a um consenso comum.31 Neste clima cultura hostil ao pensamento dogmático, não podemos pensar simplesmente de rebater e retrucar a cada golpe: é preciso uma mudança radical de atitude. Isto não quer dizer renunciar à Verdade, mas defendê-la e testemunha-la de uma forma diferente. A derrota das ideologias modernas, com a conseqüente crise da racionalidade, não deve nos levar na defensa extrema do castelo da Cristandade, mas sair no campo aberto na busca de um diálogo.32 Não é a caso que, enquanto o homem do passado era identificado como peregrino, na busca de uma meta bem precisa, o homem pos moderno é identificado como vagabundo, que não sabe aonde ir33. A Igreja hoje deveria saber encontrar os “vagabundos”34 deste mundo pós-moderno, não com discursos dogmáticos racionalmente inconfutáveis, mas com o testemunho da caridade. A metáfora que poderíamos utilizar para explicar aquilo que está acontecendo, a encontramos no mesmo Evangelho ao capítulo 24 de Lucas. Aqui Jesus se aproxima aos dois discípulos, tristes e sem esperança por causa da sua morte e, atraves da escuta atenta e do dialogo, consegue a reconduzilos a um encontro autentico com Ele na Eucaristia.. Saber escutar a tristeza do mundo para transformá-la em esperança renovada: foi este o papel de Jesus nesta história e é este o grande desafio da Igreja na pós-modernidade. Como escutar o desespero dos pobres, vitimas injustiçadas do egoísmo corrupto, ou o grito dos imigrantes em busca de um futuro melhor? Que dialogo tecer com os irmos islâmicos que se sentem sempre mais ameaçados do Ocidente Cristão? É por isso que é preciso mudar o jeito de formar os presbíteros. Nessa altura os seminários não são mais a estrutura ideal para formar pastores que saibam entrar em dialogo com a pós-modernidade. O seminário nasceu na época da Cristandade Ocidental, quando a Igreja Catolica era chamada politicamente e culturalmente a confrontar-se com um pensamento forte e, por isso, precisava de uma formação racionalmente forte. Hoje o clima de fragmentação cultural, exige um percurso formativo que saiba levar os pastores para uma atitude de escuta, de dialogo, de interpretação que saibam, em outras palavras, caminhar na companhia dos homens e das mulheres. 29

Cf. Francis Fukuyama, Nosso futuro pos-humano, cit.; G Morra, Il quarto uomo. Postmodernità e crisi della modernità, Armando, Milano 1996. 30 Que mais de qualquer outro autor està analizando o problema no plano etico è:Z. Bauman, Amore liquido. Sulla fragilità dei legami affettivi,Laterza, Bari 2006, ID, La società sotto assedio, Laterza, Bari 2006;O malestar da pos-modernidae, J. Zahar,1998. 31 Cf. J. Habermas, Etica del discorso, Laterza, Bari 2001. Cf. também: H. Kung, Perché un’etica mondiale? Religione ed etica in tempi di globalizzazione. Intervista con Jurgen Hoeren, Queriniana, Brescia 2004. 32 E’ aquilo que, por vexemplo, afirma o estudioso italiano Giorgio Campanini, Quale fede nella stagione della postmodernità?, Portalupi 2004. 33 Cf. Umbeto Galimberti, Repubblica do 12/9/2006, pp. 37-38. 34 Cf. Zygmunt Bauman, O mal-estar da pós-modernidade, Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 1998.

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Nesta altura, a mesma paróquia não corresponde mais ao estilo de evangelização que a pós-modernidade exige. Não é mais um território físico que deve ser ocupado, mas sim pessoas a serem encontradas35. A pós-modernidade exigem pastores que saibam traduzir a verdade em amor, a força da argumentação racional no dialogo que se faz caminho na história36. Separando a religião do território, para ligá-la sempre mais à pessoa, o Cristianismo para de ser uma obrigação, um “direito natural”, para se tornar uma proposta que, como tal, deve ser livremente aceitada. Esse é um outro grande desafio e, ao mesmo uma chance, que a pós-modernidade oferece ao Cristianismo. Se, de fato, até agora a grande preocupação da Igreja-Paróquia era ocupar um território para controlá-lo no sentido positivo, propondo caminhos de catequese o mais possível abrangente, na pósmodernidade é possível desenvolver um trabalho pastoral mais atento ao caminho pessoal e menos preocupado com o numero de frequentantes e mais com a qualidade dos discípulos. Desvinculando os sacramentos do território, os mesmos sacramentos poderão ser propostos no seu aspecto existencial, não como obrigação ligada ao percurso escolar, mas como proposta apresentada num caminho de conversão, que não conhece dias e tempos predeterminados. Desta forma, os pastores não serão mais preocupados de fornecer um conhecimento integral num itinerário bem catequético, bem articulado, mas poderão avaliar um caminho de conversão na liberdade dos filhos de Deus e na valorização da dimensão pessoal do sujeito. Uma proposta formativa deste tipo, fundada sobre a Palavra de Deus, atenta a pessoa, pode produzir na Igreja mais unidade e menos uniformidade. De fato, enquanto a unidade é um dom que vem de Deus e é respeitosa da diversidade, que o mesmo Espírito Santo impulsiona, a uniformidade é mais uma exigência humana, fruto amiúde da insegurança do líder da comunidade, que nasce mais do medo que da capacidade de acolher o dom do Espírito. Valorizar o relacionamento pessoal, acompanhando o caminho pessoal das pessoas que se aproximam da Igreja, ajuda também a valorizar a Eucaristia na sua especifica dimensão social e relacional, resgatando, desta forma, a profunda reflexão da mistagogia Patristica37. Já Santo Agostinho, numa famosa homilia mistagogica38, lembrava que a comunhão ao mesmo corpo de Cristo compromete os fieis na busca da paz e a união. Além do mais, o mesmo Jesus dizendo: “fazei isto em memória de mim”(Lc 22,19), não pedia simplesmente para os discípulos repetirem as mesmas palavras e os mesmos gestos, mas sim de se esforçarem a realizar na vida deles aquela doação total e gratuita que se manifestou na vida de Cristo, expressada nas palavras da ceia derradeira, profecia do Sacrifício da Cruz39. Liberados da necessidade de mostrar sistematicamente os mistérios divinos, para que todo mundo os aceite, os sacerdotes na pós-modernidade poderão concentrar as próprias forças para criar entre os fieis aqueles laços de amizade tão necessários na vida da igreja que derrama da Eucaristia. De fato, Jesus ao longo do seu ministerio, monstrou que o conteudo 35

cf G. Campanini, cit. Cf. Enzo Bianchi, Da foestiero nella compagnioa degli uomini, Piemme 1999. 37 Cf. E. Mazza, La Mistagogia. Una teologia della liturgia in epoca patrisitca, Edizioni liturgiche CLV, Roma 1988. 38 homilia 272, Sant’Agostino, Discorsi vol. XXXII/2: 230-272/B sobre os tempos liturgicos, Città Nuova, Roma 1994. 39 Cf.E. Mazza, La celebrazione Eucaristica. Genesi del rito e sviluppo dell’interpretazione, San Paolo, Cinisello Balsamo 1996. 36

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passa sobretudo atraves da relação. O mundo posmoderno precisa como nunca mais na historia, de padres humanos, que saibam tecer laos de amizade com os fieis e não fugir por medo dos proprioss limite, no autoritarismo fechado que nada deixa passar. O fim da época da Cristandade, desvenda o fim de uma maneira aparecente de ser Igreja. Grandes Catedrais, santuosas estruturas visando mostrar uma força, uma presença marcante no panorama político social moderno, símbolos de uma verdade forte, dogmática, racionalmente inconfutável. O clima cultural contemporâneo não exige mais isso, oferecendo assim a ocasião para um cristianismo mais simples, silencioso, escondido, em outras palavras: mais evangélico. A nova evangelização, que os ministros de Deus são chamados a chefiar, não exigirá especiais estruturas para chamar as pessoas ao centro, mas un ir encontro, nos ambientais vitais aonde o povo vive, do jeito que Jesus fazia. Nessa altura podemos afirmar que a rua, a praça, a casa tornam-se os lugares teológicos do encontro do homem pós-moderno com Deus. Esta Igreja despojada a caminho nas ruas, em companhia dos homens e das mulheres, exige ministros despojados de qualquer forma externa de poder, verdadeiros símbolos do cordeiro de Deus40. É claro que os seminários, assim como hoje são estruturados e organizados, não poderão ser o ambiente ideal para a formação dos futuros presbíteros. Na pós-modernidade será necessário retomar o jeito bíblico de formação, pedindo ao discípulo de se formar acompanhando e vivendo com um mestre que, neste caso, deveria ser uma padre experiente. Esta mudança no tipo de formação, não poderá acontecer de um dia para o outro: precisa de tempo. Então, poderia-se começar com algumas experiências pilotas, para depois reestruturar toda a formação. Nesta primeira fase, seria necessário procurar em cada Diocese 2 ou 3 párocos que se disponibilizem para acompanhar a formação dos futuros presbíteros. Esta maneira mais evangélica de formar, ajudaria também a focalizar mais a formação dos seminaristas e seus objetivos: formar pastores. De fato, a formação que os jovens recebem hoje no seminário, apesar de tantos discursos, visam mais a formação intelectual. Além disso, a vida no seminário, fora do ambiente de vida do povo, cria a tendência a buscar mordomias, privilegios, distancia. Para que o pastor cheire do cheiro do rebanho, deve aprender a viver no meio do rebanho, a gostar de viver no meio do povo, se identificar com o povo e os seus problemas. Educar os jovens, futuros líderes de comunidades, à uma vida simples, despojada é possível somente no contexto de vida simples. Não são discursos sobre a pobreza evangélica que estimula os jovens formandos na busca de um estilo de vida simples, mas a vivencia num ambiente de vida despojado. Uma Igreja mais missionária e profética- é disso que precisa o mundo pós-moderno- exige presbíteros missionários e profetas não apenas nas palavras, nos documentos oficiais, mas também no estilo de vida. Abandonar os seminarios para viver a contato com padres experientes, poderia ser o primeiro passo para uma nova maneira de formar lideres na Igrja Catolica. Primeiro passo que, sem duvida, preciserà de outros nesta mesma linha.

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esta è uma exigencia que apareceu com força no Concilio Vaticano II: Cf Lumen gentium, Costituição dogmatica sobre a Igreja, 8.

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Paolo Cugini Pça Heliodorio Nery 152 44840-000 Tapiramutá-BA [email protected] paroquiadetapiramuta.blogspot.com

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