Análise da usabilidade de sistemas operacionais para dispositivos móveis usando Android e Windows Phone

June 22, 2017 | Autor: F. Oliveira | Categoria: Usability, Mobile Technology
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BRASIL & BAHIA (2013)

ANÁLISE DA USABILIDADE DE SISTEMAS OPERACIONAIS PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS USANDO ANDROID E WINDOWS PHONE Wiharlley Moisés Santos Alves¹ e Francisco Kelsen de Oliveira2 ¹Bolsista PIBIC Jr. – IF-Sertão, estudante do curso subsequente em informática, Campus de Salgueiro – Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano, IF-Sertão. E-mail: [email protected]; 2Doutorando em Ciências da Computação, Orientador PIBIC, docente do curso subsequente de Informática, Campus Salgueiro – Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano, IF-Sertão. E-mail: [email protected]

Artigo submetido em 07/2013 e aceito em 10/2013

RESUMO O presente artigo consiste no desenvolvimento de um estudo comparativo e análise de dois dos principais Sistemas Operacionais (S.O.) para dispositivos móveis, sendo eles o Android e o Windows Phone, visando avaliar suas usabilidades e funcionalidades em diversos aparelhos. Em um primeiro momento, foi feita

uma pesquisa sobre os principais Sistemas Operacionais (S.O.) para dispositivos móveis em seguida, foram utilizadas umas adaptações das heurísticas de Nielsen, ISO/IEC 12207 e 15504 para a avaliação dos respectivos sistemas.

PALAVRAS-CHAVE: Usabilidade, Sistemas Operacionais, Dispositivos Móveis, Android, Windows Phone.

USABILITY ANALYSIS OF OPERATING SYSTEMS FOR MOBILE DEVICES USING ANDROID AND WINDOWS PHONE ABSTRACT This article is the development of a comparative study and analysis of two major operating systems (OS) for mobile devices, to evaluate their usability and functionality in different devices. At first, it was made a

research on the major operating systems (OS) for mobile devices were then used some adaptations of heuristics Nielsen, ISO / IEC 12207 and 15504 for the evaluation of their systems.

KEY WORDS: Usability, Operating Systems, Mobile Devices, Android, Windows Phone.

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ANÁLISE DA USABILIDADE DE SISTEMAS OPERACIONAIS PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS USANDO ANDROID E WINDOWS PHONE INTRODUÇÃO Nos últimos anos, tem-se observado que a tecnologia para dispositivos móveis tem vem evoluindo bastante, pois hoje possui várias das funções que existiam apenas nos computadores pessoais (PC), já que podem ser usados para acessar a internet, ler e-mails, capturar imagens, ouvir músicas, assistir programas de TV, editar textos e planilhas, etc. Ao contrário dos primeiros dispositivos existentes que eram grandes e realizavam apenas ligações, os atuais aparelhos evoluíram através de pesquisas nas áreas de hardware e software de tal forma a se tornarem cada vez menores, bem como agregaram funções através do desenvolvimento de aplicativos que podem ser instalados de acordo com o Sistema Operacional (S.O.). Segundo Saccol, Schlemmer e Barbosa (2011), as tecnologias de mobilidade tornam-se importantes recursos para o alcance da rapidez desejada, principalmente, por atingir pessoas de modo ubíquo através de dispositivos cada vez menores como telefones celulares, smartphones, tablets, assistentes pessoais digitais (Personal Digital Assistants – PDAs) ou handhelds e diversos outros dispositivos eletrônicos portáteis ou gadgets com acesso à Internet. Esses dispositivos móveis apresentados possuem S.O. para gerenciar o hardware e os programas instalados no equipamento. Considerando os S.O.s usados em smartphones, tablets e até em PCs, percebe-se a possibilidade do usuário instalar os aplicativos mais convenientes às suas necessidades, tendo o S.O. como software básico capaz de gerenciar as funções do aplicativo, assim como os componentes de hardware necessários ao seu funcionamento. Conforme será apresentado na próxima seção, há diversos exemplos de S.O.s, porém com interfaces que podem facilitar ou não a utilização do dispositivo seja para instalar o aplicativo ou mesmo utilizá-lo, sendo essa uma preocupação que deve ter o desenvolvedor no instante de implementar as funções e as interfaces. Este trabalho, portanto, tem o objetivo de analisar as interfaces de dois dos principais S.O.s para dispositivos móveis no que tange aos critérios de usabilidade. Para isso, fez-se necessário usar a heurística de Nielsen (1994), as normas IEC/ISO 12207 (1998) e ISO/IEC 15504 (2003) adequando-as para a realidade dos dispositivos móveis, a fim de prover interfaces fáceis de utilizar, garantir a consistência dos dados, seguir recomendações de padrões, priorizar a prevenção de erros de usuários, minimizar a necessidade de memorização dos usuários, priorizando o reconhecimento à recordação, oferecer recursos de uso eficiente e rápido da interface, tornando-a flexível e customizada às necessidades dos usuários, eliminar informações irrelevantes, visando fornecer suporte ao projeto minimalista e à estética, oferecer aos usuários mecanismos de ajuda que lhe permitam reconhecer, diagnosticar e tratar erros, suprir os usuários de documentação e recursos de ajuda baseadas em tarefas dos usuários. Assim, conforme as próximas seções, serão analisadas as interfaces do Android OS e do Windows Phone OS, pois conforme Nielsen (2012) são os sistemas mais utilizados atualmente nos dispositivos fabricados até o ano de 2012. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação, 2013

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Esta seção trata sobre os conceitos que utilizamos para a realização da pesquisa e das análises dos S.O.s envolvidos. Os métodos de avaliação propostos neste trabalho são baseados nas heurísticas de Nielsen (1994), ISO/IEC 12207 (1998) e ISO/IEC 15504 (2003). Critérios de usabilidade de Interfaces de software A Organização Internacional para Padronização (ISO) é uma entidade que atualmente congrega os órgãos de padronização/normalização de 158 dos 195 países do mundo. A ISO aprova normas internacionais em todos os campos técnicos, exceto na eletricidade e eletrônica, cuja responsabilidade é da International Electrotechnical Commission (IEC), fundada em 1906. A IEC prepara e publica padrões internacionais para tecnologias elétricas, eletrônicas e afins. Através de seus membros, o IEC promove a cooperação internacional em todas as questões de normalização eletrotécnica e assuntos relacionados, tais como a avaliação da conformidade com as normas elétricas. Foram criadas pelos interessados em estabelecer códigos que regulam as relações entre consumidores, produtores, engenheiros, clientes e empreiteiros. Cada país elabora suas normas e, no Brasil, elas são editadas e aprovadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que foi criada em 1940. Os órgãos responsáveis por essa normalização em cada país criaram a Organização Internacional de Normalização em 1947, em Londres. É essa norma que facilita o intercâmbio de produtos e serviços entre as nações. Quando os membros da ISO de cada país se reúnem, e a norma criada é aprovada, eles organizam e editam-na como norma internacional. Após a edição da ABNT, as normas são registradas no Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO como normas brasileiras - NBR para estar de acordo com as normas internacionais aprovadas pela ISO. A Norma ISO/IEC NBR 12207 foi criada pela ISO e o IEC (International Electrotechnical Commission) dentro de um esforço conjunto dessas organizações. A ISO/IEC 12207 teve seu desenvolvimento proposto em 1988 e a primeira versão foi publicada em agosto de 1995 e em 1998 foi publicada a versão brasileira. Em 2002 e 2004 foram feitas atualizações na norma gerando as ementas 1 e 2, respectivamente, segundo Machado (2006). O objetivo da ISO/IEC 12207 (1998) é estabelecer uma estrutura comum para os processos de ciclo de vida do software, com uma terminologia bem definida, que pode ser referenciada pela indústria do ramo. A estrutura contém processos, atividades e tarefas que servem para ser aplicados durante a aquisição de um sistema que contém softwares, de um produto de software independente ou de um serviço de software, e durante o fornecimento, desenvolvimento, operação e manutenção de produtos de software. O padrão ou modelo de referência ISO/IEC 15504 foi desenvolvido como um framework para avaliação de processos de engenharia de software e da organização do projeto e do negócio. Ele organiza e classifica as melhores práticas em duas dimensões: categorias de processo e níveis de capacidade. Cada uma das categorias de processo é detalhada em processos mais específicos, ou subcategorias (Cliente-fornecedor, Engenharia, Projeto, Suporte e Organização). Este modelo visa também avaliar a capacidade da organização em cada processo, permitindo assim sua melhoria. Cada um dos processos deve ser classificado em níveis (incompleto, executado, gerenciado, estabelecido, previsível e otimizado). Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação, 2013

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Seu modelo de referência serve de base para o processo de avaliação como um conjunto padronizado de processos fundamentais, que orientam para uma boa engenharia de software. Cada uma das categorias é detalhada em processos mais específicos, ou subcategorias. O resultado de uma avaliação é um perfil da instituição em forma de matriz, onde temos os processos nas linhas e os níveis de capacitação nas colunas segundo a ABNT NBR ISSO/IEC 15504 (2003). Para Nielsen (1994), a usabilidade é um dos aspectos que podem influenciar a aceitação de um produto e se aplica a todos os aspectos do sistema com os quais a pessoa pode interagir, incluindo os procedimentos de instalação, de manutenção e deve ser sempre medida relativamente a determinados usuários executando determinadas tarefas. A usabilidade é um fator de sucesso para um software. Não utilizá-la pode significar um projeto fracassado. Os desenvolvedores, aparentemente, não se preocupam com esta característica, no entanto a análise de usabilidade de um sistema tem que ser parte integrante de qualquer ciclo de desenvolvimento. Em termos gerais, o termo usabilidade é usado para definir a facilidade com que as pessoas podem empregar uma ferramenta ou objeto a fim de realizar uma tarefa. Também pode ser definido como sinônimo de facilidade de uso, ou seja, se um determinado produto é fácil de usar, o usuário consequentemente terá uma maior produtividade, aprende mais rápido a usar, memoriza as operações e comete menos erros. Importâncias da Usabilidade A heurística de usabilidade de Nielsen (1994) trata de padrões que facilitam a usabilidade de qualquer interface gráfica, desde o uso e a compreensão, até a rapidez na realização uma tarefa. Nielsen (1994) destaca que para o sistema ter uma boa usabilidade é necessário atender aos seguintes requisitos: ser de fácil aprendizagem, ser eficiente na utilização, ser fácil de lembrar, ter poucos erros e satisfazer subjetivamente. Para o autor esses cinco atributos compõem a natureza multidimensional da usabilidade Assim, esses pontos se destinam a tornar as interfaces de computador mais fáceis de serem usadas para a melhor compreensão da mensagem veiculada. A usabilidade torna o usuário o ponto central do projeto. Ao se falar de “usuário”, deve-se entendê-lo como o trabalhador, o operador, o mantenedor, o instrutor, o consumidor do referido produto ou serviço. Exemplos de S.O. em dispositivos móveis Dentre os diversos S.O. existentes nos dispositivos móveis, o Android OS e o Windows Phone O.S foram analisados nesta pesquisa, embora se tenham outros S.O., como: iOS (Apple), Blackberry OS (Blackberry/RIM), Bada (Samsung), HP WebOS (HP/Palm), Palm OS (HP/Palm), Meego (Intel/Nokia), Symbian (Nokia) e Firefox OS (Mozilla Foundation). Android OS é um S.O. desenvolvido e mantido pela Google, sendo utilizado, principalmente, em dispositivos móveis, como smartphones e tablets. Além disso, há um repositório de aplicativos com softwares diversos, livres ou proprietários desenvolvidos com base Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação, 2013

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no S.O. Linux e é composto por um conjunto de ferramentas que atua em todas as fases do desenvolvimento do projeto, desde a execução até a criação de softwares específicos. O Android OS conta com a Google Play, loja de aplicativos, jogos, livros e filmes pagos e gratuitos. Samsung e Motorola são exemplos de fabricantes que possuem dispositivos com Android OS instalado. O Windows Phone OS é o sistema operacional para mobile da Microsoft que foi desenvolvido para substituir o Windows Mobile. A ideia é trocar o foco, dando mais atenção ao mercado de consumo e não ao mundo empresarial, como na plataforma anterior, ou seja, as vendas de softwares e jogos possibilitam novos lucros além da venda do dispositivo. O lançamento do novo sistema aconteceu no dia 21 de outubro de 2010. Nesta nova plataforma da Microsoft pode-se desenvolver utilizando o Silverlight para aplicativos de forma geral e o framework XNA para a criação de jogos. As linguagens para desenvolvimento são o C# e o Visual Basic.NET. METODOLOGIA A pesquisa está baseada na análise das interfaces do Android OS e Windows Phone OS tendo em vista incentivar as boas práticas e evitar a replicação dos aspectos negativos identificados em outros projetos de desenvolvimento. Os softwares utilizados na pesquisa são aplicativos de escritório como editores de texto, de planilhas eletrônicas e de slides, além dos emuladores dos ambientes móveis. Quanto à natureza das variáveis, pode-se aferir que serão do tipo quantitativo e qualitativo, pois pretende-se conhecer os S.O.s. para dispositivos móveis e analisá-los a luz de critérios de usabilidade de softwares. Quanto ao objetivo e grau do problema, a pesquisa é exploratória, pois se pretende conhecer o estado atual de desenvolvimento desses S.O.s, e apresentar os resultados obtidos. Além disso, pode-se também afirmar que é descritiva porque também fará uma descrição de cada um dos exemplos encontrados à luz das análises realizadas. Quanto ao procedimento, será feita uma pesquisa bibliográfica para a fundamentação teórica com pesquisa do material bibliográfico já disponibilizado sobre o tema em livros, periódicos em formato papel e/ou digital (fontes secundárias). A coleta dos dados, objeto da pesquisa, ocorrerá em um determinado espaço de tempo, nesse sentido classificada como transversal. Para isso, será realizado um levantamento amostral dos S.O.s, tomando a Internet como base da pesquisa. Os dados serão tabulados e apresentados por categorias a serem identificadas durante a preparação do instrumento de coleta de dados, tais como tipos de dispositivos e critérios de usabilidade. Foi feito um resumo sobre cada um, mostrando pontos positivos e negativos destes, se tinham versões atualizadas, quantas e o número de atualizações existentes e, ainda, quais as empresas que utilizam esses S.O.s. Pode-se dizer que foi realizado um estudo comparativo entre esses dispositivos móveis tomando como base a heurística de Nielsen, as normas IEC/ISO 12207 e IEC/ISO 15504 como está sendo mostrado na tabela seguinte (tabela1). Tabela 1: Critérios avaliativos conforme Nielsen (1994), ISO/IEC 12207 (1998) e ISO/IEC 15504 (2003).

TIPO

CRITÉRIOS

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Heurística Visibilidade do Isso significa que você precisa se certificar de que a interface de Status do sempre informe ao usuário o que está acontecendo, ou seja, todas usabilidade Sistema as ações precisam de feedback instantâneo para orientá-lo. de Nielsen Relacionamento Não usar palavras de sistema, que não fazem sentido para o (1994) entre a interface usuário. Toda a comunicação do sistema precisa ser do sistema e o contextualizada ao usuário, e ser coerente com o chamado modelo mundo real. mental do usuário. Liberdade e Facilite as “saídas de emergência” para o usuário, permitindo controle do desfazer ou refazer a ação no sistema e retornar ao ponto anterior, usuário quando estiver perdido ou em situações inesperadas. Consistência Fale a mesma língua o tempo todo, e nunca identifique uma mesma ação com ícones ou palavras diferentes. Trate coisas similares, da mesma maneira, facilitando a identificação do usuário. Prevenção de Na tradução livre das palavras do próprio Nielsen “Ainda melhor erros que uma boa mensagem de erro é um design cuidadoso que possa prevenir esses erros”. Por exemplo, ações definitivas, como deleções ou solicitações podem vir acompanhadas de um checkbox ou uma mensagem de confirmação. Reconhecimento Evite acionar a memória do usuário o tempo inteiro, fazendo com ao invés de que cada ação precise ser revista mentalmente antes de ser lembrança executada. Permita que a interface ofereça ajuda contextual, e informações capazes de orientar as ações do usuário – ou seja – que o sistema dialogue com o usuário. Flexibilidade e O sistema precisa ser fácil para usuários leigos, mas flexível o eficiência de uso bastante para se tornar ágil para usuários avançados. Essa flexibilidade pode ser conseguida com a permissão de teclas de atalhos, por exemplo. No caso de websites, uso de máscaras e navegação com tabelas em formulários são outros exemplos. Estética e design Evite que os textos e o design fale mais do que o usuário necessita minimalista saber. Os “diálogos” do sistema precisam ser simples, diretos e naturais, presentes nos momentos em que são necessários. Ajude os As mensagens de erro do sistema devem possuir uma redação usuários a simples e clara que ao invés de intimidar o usuário com o erro, reconhecer, indique uma saída construtiva ou possível solução. diagnosticar e sanar erros Ajuda e Um bom design deveria evitar ao máximo à necessidade de ajuda documentação na utilização do sistema. Ainda assim, um bom conjunto de documentação e ajuda deve ser utilizada para orientar o usuário em caso de dúvida. Deve ser visível, facilmente acessada, e oferecer uma ferramenta de busca na ajuda. Aspectos de Baseado na IEC/ISO 12207 o processo de desenvolvimento de IEC/ISO Desenvolvimento software traz atividades e tarefas para o desenvolvimento do 12207 software das quais serão usadas testes e instalação. Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação, 2013

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(1998) e 15504 (2003)

Aspectos de Operação. Aspectos de Manutenção.

Existência de um ambiente que contenha dicas, tutoriais e um canal de notícias sobre o S.O. O Processo de Manutenção é ativado quando o produto de software é submetido a modificações no código e na documentação associada devido a um problema ou a uma necessidade de melhoria ou adaptação. Seu objetivo é modificar/atualizar o produto de software garantindo sua integridade. Este processo ainda inclui as possibilidades de migração e descontinuidade do produto de software. O propósito do Processo de Manutenção é modificar um produto de software ou sistema após a sua entrega para corrigir falhas, melhorar o desempenho ou outros atributos, ou adaptá-lo a mudanças do ambiente [NBR ISSO/IEC 12207, 1998] Fonte – Pesquisa direta.

Para apresentar o resultado das avaliações, usou-se um modelo baseado na escala de Likert (1932) que identifica se o referido critério está sendo satisfeito ou não. Denominou-se, então, com as seguintes siglas AT (Atende Totalmente), AP (Atende Parcialmente), I (Indiferente), NA (Não Atende) e NAP (Não Atende Parcialmente). A escala de Likert (1932) é bipolar, medindo ou uma resposta positiva ou negativa a uma afirmação. Às vezes são usados quatro itens, o que força o sujeito pesquisado a uma escolha positiva ou negativa, uma vez que a opção central “Indiferente” não existe. O desenho da escala com respostas mais balanceadas pode resolver a questão dos desvios por aceitação às afirmações, mas as outras duas questões são mais problemáticas. Após o questionário ter sido totalmente respondido, cada item pode ser analisado separadamente ou, em alguns casos, as respostas dadas podem ser somadas para criar um resultado por grupo de itens. A pesquisa foi realizada no IF SERTAO-PE, campus Salgueiro, nos Laboratórios de Informática. Os procedimentos que servem como base ao presente trabalho constitui-se nos passos que foram mostrados anteriormente. Em uma primeira fase, foi feito o levantamento dos principais sistemas operacionais que estão sendo usados na atualidade como o Android OS e Windows Phone OS. O segundo passo foi organizar as informações levantadas sobre os S.O.s citados anteriormente. Logo após essa organização, as avaliações desses S.O.s foram realizadas usando critérios baseados na heurística de Nielsen e nas normas IEC/ISO 12207 e 15504. ANÁLISE DE DADOS Após a tabulação dos dados, gerou-se a tabela 2 com os resultados das avaliações do Android OS e do Windows Phone OS, conforme os critérios elencados a partir da heurística de Nielsen e das normas IEC/ISO 12207 e IEC/ISO 15504. Tabela 2: Resultado das avaliações. Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação, 2013

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Critérios Avaliativos baseados na heurística de Nielsen e nas normas IEC/ISO 12207 e 15504. 1. Visibilidade de Status do Sistema 2. Relacionamento entre a interface do sistema e o mundo real 3. Liberdade e controle do usuário 4. Consistência 5. Prevenção de erros 6. Reconhecimento ao invés de lembrança 7. Flexibilidade e eficiência de uso 8. Estética e design minimalista 9. Ajude os usuários a reconhecer, diagnosticar e sanar erros 10. Ajuda e documentação 11. Aspectos de Desenvolvimento 12. Aspectos de Operação 13. Aspectos de Manutenção Fonte – Pesquisa direta.

Android OS Windows Phone (Xperia mini OS pro10) (Nokia Lumia 800) AT AT AP AT AP AT NA AT AT AT NA AT AT AT AT AT AP AP AP AP AP AP AT AP AT AT

No primeiro critério, percebe-se que o Android OS e o Windows Phone OS atendem aos requisitos porque ao entrar em um menu e em submenus eles informam na interface em que página o usuário se encontra. Não informam o caminho completo, mas mostram o estado atual do sistema. No segundo critério, o Android OS atende ao requisito, mas, o padrão de botões, menus, ícones fica diferente de acordo com o fabricante. Um cliente pode comprar aparelhos de fabricantes diferentes, mas, com o mesmo S.O, porém o modelo mental do usuário será de acordo com o fabricante. O modelo mental do Android OS terá uma probabilidade maior de manter um padrão se for usado em aparelhos diferentes pelo mesmo fabricante, ao mudar de fabricante terá outro padrão. Já no Windows Phone OS, este requisito é atendido, pois várias informações contextualizadas são encontradas. Além disso, seguem um padrão de uso para modelo mental de usuário. Passando para o terceiro critério, no Android OS existe uma liberdade de uso que facilita as saídas de emergência que permitem desfazer ou refazer alguma ação, porém essas ações variam de fabricante para fabricante e a versão do Android OS testada não apresentava na tela uma informação de onde teclar para acionar uma ação. O Windows Phone OS atende a este requisito, pois, as situações inesperadas podem ser retrocedidas, desfeitas ou refeitas o caminho da ação por manter o mesmo botão de uso para voltar sempre para a tela inicial. Seguindo para o quarto critério, o Android OS não o atende porque há inconsistência na linguagem, ao tratar de uma palavra só em diferentes contextos com abreviatura e quanto ao suporte de idioma que não possui tradução total de termos usados da língua inglesa. O Windows Phone OS se revelou eficaz nesse quesito por atender às necessidades de tratar as mesmas ações sempre com as mesmas palavras, além do tratamento visual bem intuitivo. Já no quinto requisito, os dois S.O.s testados atendem ao critério, pois, ao tentar fazer ações definitivas como exclusões de mensagens ou solicitações para aplicar alguma ação Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação, 2013

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definitiva eles apresentam uma caixa de mensagem informando na interface o que usuário está prestes a fazer e se deseja continuar ou cancelar a ação. No sexto critério, o Android OS não atende ao requisito, porque não mantém um padrão de uso para todos fabricantes. Cada um faz as modificações de tal forma a incluir características personalizadas que as tornam completamente diferentes da versão de outro, fazendo com que o Android OS não mantenha o mesmo padrão de usabilidade. O Windows Phone OS atende ao requisito, mantendo as mesmas funções para diferentes dispositivos, quanto a questão de cores, botões, posicionamento de menus e ícones, sendo possível fazer a reorganização dos ícones. No que tange ao sétimo critério os dois S.O.s, mostram um padrão de uso para usuários leigos, bem como ágil para usuários avançados, permitindo que eles organizem seus próprios atalhos de menus na tela inicial. Os dois S.O.s também atendem ao oitavo critério, por possuírem uma estética minimalista. Ao invés de textos, tem ícones interativos de acordo com cada função. No nono critério, os dois S.O.s atendem ao requisito parcialmente porque informam sobre a possibilidade de erro ao realizarem uma função que eventualmente ocasione alguma inconsistência, porém não informam o que se pode fazer para sanar o erro. Avaliando o décimo critério, o modelo Android OS e o Windows Phone OS possuem menu ajuda e tutorial de uso, mas para acessar esses itens é preciso que o dispositivo esteja conectado à internet. Passando para o décimo primeiro critério, o Android OS atende ao requisito, pois, possui suporte para testes de instalação via USB e o Google ainda disponibiliza na internet uma plataforma de desenvolvimento gratuita para desenvolvedores. Já o Windows Phone OS atende parcialmente porque não possui testes para instalação via USB direto no dispositivo, mas a Microsoft disponibiliza na internet uma plataforma de desenvolvimento incluindo a possibilidade de testes. Para o décimo segundo critério, a versão do Android OS testada foi eficiente ao disponibilizar tutorial de utilização do software trazendo dicas de uso. O Windows Phone OS traz dicas de uso apenas no menu ajuda. Finalizando a avaliação no décimo terceiro critério, o Android OS e o Windows Phone OS informaram qual a versão que está sendo utilizada e se tem atualizações da versão, podendo baixar e instalar direto no dispositivo. CONSIDERAÇÕES FINAIS Percebeu-se, portanto, que apesar do Windows Phone OS ser o S.O mais recente no mercado, somou mais pontos do que o Android OS ao atender a maioria dos requisitos e manter um padrão de usabilidade muito bom, pois é o que atende mais aos critérios utilizados pela avaliação. O Android OS teve um bom resultado, mas percebe-se ainda a existência de certos itens dos critérios que precisam ser melhorados, como por exemplo, o quarto. Ele não atende ao requisito, porque foi encontrado inconsistência na linguagem, ao tratar de uma palavra só em diferentes contextos com abreviatura e quanto ao suporte de idioma que não possui tradução Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação, 2013

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total de termos usados da língua inglesa. Poderia fazer como o Windows Phone OS, tratando as mesmas ações sempre com as mesmas palavras. Já com relação ao sexto critério ele não atende ao requisito por não manter um padrão de uso do S.O, pois por ser um S.O livre, os fabricantes têm a liberdade de deixar a interface como desejar, as empresas alteram ou adéquam as interfaces às suas necessidades ao ponto que dificultou o trabalho de análise. Poderia existir um consenso entre os fabricantes para manter ou disponibilizar as interfaces mais semelhantes. Espera-se que esta pesquisa possa contribuir com o desenvolvimento de softwares para dispositivos móveis através do conjunto de critérios para análise apresentados. Dessa forma, poderão melhorar as interfaces dos usuários, deixando-as mais rápidas e mais eficientes no uso de suas funções, uma vez que o S.O. é o principal software de interação entre usuário e máquina. Os resultados poderão ser utilizados pelos desenvolvedores de softwares e de S.O. para dispositivos móveis com o intuito de produzir uma aceitação de seus produtos pelos clientes, oferecendo-lhes uma maior satisfação. REFERÊNCIAS 1.

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ISO/IEC 12207 – Tecnologia da Informação – Processos de ciclo de vida de software. Rio de Janeiro: ABNT, 1996.

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LIKERT, Rensis. Uma técnica para a Medição de Atitudes. Arquivos de Psicologia, 1932.

4.

MACHADO, Cristina F. Definindo Processos do Ciclo de Vida de Software Usando a Norma NBR ISO/IEC 12207 e Suas Ementas 1 e 2. Lavras: UFLA/FAEPE, 2006.

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NIELSEN, Jacob. Engenharia de Usabilidade, San Francisco, CA: Morgan Kaufmann, 1994.

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8.

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