Deficiência auditiva e o atendimento a surdos por órgãos públicos.

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO PÚBLICA 1°Ciclo – Módulo 1 Relatório nº 06/2014-2

RELATÓRIO DE CONSOLIDAÇÃO

Belo Horizonte / MG 2ºsemestre / 2014

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO PÚBLICA 1°Ciclo – Módulo 1 Relatório nº 06/2014-2

RELATÓRIO DE CONSOLIDAÇÃO Relatório sobre a consolidação do Trabalho Interdisciplinar apresentado aos professores do 1º Ciclo – Módulo I do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Pública para análise e avaliação.

Orientador: SOUZA, Cledson William de

NOMES DOS ALUNOS: BARRETO, Gabriel CARVALHO, Marcelo KEY, Klaus PAES, Lucas REIS, Enio SACCO, Renato SANTANA, Clayton

Belo Horizonte / MG 2ºsemestre / 2014

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................04 1.1 Descrição do Problema............................................................................................04 1.1.1 Deficiência auditiva e o atendimento a surdos por órgãos públicos..................................................................................................04 1.1.2 Design Thinking e suas fases de construção de soluções...................... 5 1.2 Justificativa:............................................................................................................06 1.2.1 disciplinas e/ou vivência dos professores do módulo...........................06 1.2.1.1 Vivencia dos alunos...................................................................06 1.2.1.2 Vencendo as barreiras da comunicação (visão do leigo)..........................................................................................06 1.2.1.3 Como é percebida a surdez por um familiar?............................07 1.2.1.4 Como vemos as instituições de ensino para surdos?.................07 1.2.1.5 Como os Correios buscam atender aos surdos ?.......................08 2 DESENVOLVIMENTO: Imersão, Ideação e Prototipagem..............................................09 2.1 Pesquisa de Campo: Objetivos e Justificativas.......................................................09 2.1.1 Planejamento.........................................................................................09 2.1.2 Preparação.............................................................................................09 2.1.3 Coleta de dados e entrevistas................................................................10 2.1.3.1 Pesquisa “Sombra”....................................................................10 2.1.3.2 Entrevista com interprete...........................................................11 2.1.4 Resultado da Imersão............................................................................11 2.1.5 Explicação.............................................................................................12 2.2 Ideação....................................................................................................................13 2.2.1 Listas de Ideias......................................................................................13 2.2.1.1 Aplicativo para Celular com teclado em LIBRAS como opção ao tradicional “QWERTY” (utilizados em computadores ou smartphones)..............................................................................13 2.2.1.2 Programa de capacitação em LIBRAS nos órgãos públicos......................................................................................13 2.2.1.3 Tradutor Online..........................................................................13 2.2.1.4 Dicionário da Língua Brasileira de Sinais / LIBRAS................14 2.2.1.5 Tradutor Lingüístico Português / LIBRAS................................14 2.2.1.6 Editor de Legendas MAGpie (Media Access Generator)..................................................................................14 2.2.1.7 SAMI e SMIL-Software de acessibilidade em computadores.............................................................................14 2.2.2 Listas das Principais Idéias....................................................................15 2.2.2.1 Capacitação do Efetivo responsável pelo atendimento ao público.......................................................................................15 2.2.2.2 Software personalizado por Órgão Público com os principais 2

serviços disponíveis...................................................................15 2.2.2.3 Exigência de comprovação de proficiência em LIBRAS aos aspirantes a cargos públicos na área de atendimento dos Órgãos Públicos......................................................................................16 2.3 Prototipagem...........................................................................................................16 2.3.1 Descrição dos Materiais utilizados........................................................16 3 Detalhamento da proposta...................................................................................................16 4 CONCLUSÃO: Impacto, evolução e análise......................................................................17 4.1.1 Avaliação da solução.............................................................................17 4.1.2 Eventuais riscos da solução proposta....................................................18 4.1.3 Diferencial da solução proposta............................................................18 4.1.4 Capacitação em massa:..........................................................................18 4.1.5 Mudança de Paradigma.........................................................................18 4.1.6 Baixo custo de implementação..............................................................19 4.1.7 Perspectivas futuras...............................................................................19 4.2 Conclusão................................................................................................................21 5 REFERENCIAS: ...............................................................................................................22 6 ANEXOS ...........................................................................................................................23

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1-INTRODUÇÃO O Brasil possui mais de 5,7 milhões de Pessoas1 com deficiência auditiva e surdas. São cidadãos, consumidores de produtos e serviços, estudantes, eleitores e assim como os ouvintes tem necessidades e o direito de comunicar se, e também receber atendimento nos órgãos

públicos

municipais,

estaduais

e

federais,

postos

de

saúde,

hospitais,

escolas,universidades, correios, terminais rodoviários, ferroviários, aquaviários, aeroportos e cartórios entre outros. O Tema do trabalho é a Inclusão Social e busca apresentar os problemas enfrentados pelos surdos na busca de atendimento junto a órgãos públicos, para tanto será utilizado método de busca de soluções Design Thinking2, pelo qual construiremos propostas de solução ao problema proposto. 1.1 Descrição do Problema: A proposta do tema foi definida após brainstorming envolvendo os alunos da Disciplina Projeto Aplicado aos Fundamentos da Gestão Pública, quando foi definido o problema a ser explorado, qual seja, “Como proporcionar atendimento qualificado para deficientes auditivos em órgãos públicos”. Este trabalho se propõe a apresentar o tema, a metodologia de estudo e as impressões individuais sobre o assunto, que correspondem a fase de imersão do tema. 1.1.1 Deficiência auditiva e o atendimento a surdos por órgãos públicos; Para Giuseppe... [et al], denomina-se deficiência auditiva a diminuição da capacidade de percepção normal dos sons, sendo considerado surdo o indivíduo cuja audição não é funcional na vida comum, e parcialmente surdo, aquele cuja audição, ainda que deficiente, é funcional com ou sem prótese auditiva.(GIUSEPPE... [et al] ,2012). Para Kazumi, a palavra “portador”, usada para designar uma pessoa que tem deficiência, não deve ser usada, e é incorreta. Quem tem uma deficiência não a “porta”, como se fosse um objeto que você pode ou não portar. Ela “tem”. Portanto, o correto é "pessoa com deficiência" (KAZUMI, 2005) Segundo o IBGE, no senso 2000, 4,6 milhões de pessoas possuem deficiência auditiva, e 1,1 milhão são surdas, totalizando, aproximadamente, 5,7 milhões de pessoas. 1

Segundo Senso 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e estatística – IBGE.

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Design Thinking é “uma abordagem focada no ser humano que vê na multidisciplinaridade, colaboração e tangibilização de pensamentos e processos, caminhos que levam a soluções inovadoras para negócios.” (VIANNA...[et al],2012,p. 12) 4

No Brasil, os surdos são incluídos pela legislação dentro da categoria “deficientes”, segundo Maia, a Lei Federal n° 10.098, de 19 de dezembro de 2000, atribui como responsabilidade do Poder Público, o dever de promover: a eliminação de barreiras na comunicação, a formação de profissionais tradutores-intérpretes de língua de sinais e a garantia do direito ao acesso das informações transmitidas pelos serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens pelos surdos/as, conforme os seguintes artigos: Art. 17. O Poder Público promoverá a eliminação de barreiras na comunicação e estabelecerá mecanismos e alternativas técnicas que tornem acessíveis os sistemas de comunicação e sinalização às pessoas portadoras de deficiência sensorial e com dificuldade de comunicação para garantirlhes o direito de acesso à informação, à comunicação, ao trabalho, à educação, ao transporte, à cultura, ao esporte e ao lazer. Art. 18. O Poder Público implementará a formação de profissionais intérpretes de escrita em braile, linguagem de sinais e de guias intérpretes para facilitar qualquer tipo de comunicação direta à pessoa portadora de deficiência sensorial e com dificuldade de comunicação. Art. 19. Os serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens adotarão plano de medidas técnicas com o objetivo de permitir o uso da linguagem de sinais ou de outra subtitulação para garantir o direito de acesso à informação às pessoas portadoras de deficiência auditiva na forma e no prazo previstos em regulamento.

1.1.2 Design Thinking e suas fases de construção de soluções: Para o desenvolvimento desse trabalho, será usado o método chamado Design Thinking. Segundo Vianna...[et al], Design Thinking é “uma abordagem focada no ser humano que vê na multidisciplinaridade, colaboração e tangibilização de pensamentos e processos, caminhos que levam a soluções inovadoras para negócios.” (VIANNA...[et al],2012,p. 12). O processo utilizado no Design Thinking geralmente é dividido em quatro fases. Na primeira fase tem por objetivo a aproximação do contexto do projeto. Essa aproximação gera uma massa de informações que dificulta a identificação de oportunidades e desafios a serem vencidos. Essa fase é denominada como imersão (VIANNA...[et al], 2012). A segunda fase, chamada de análise e síntese, tem por objetivo organizar as informações de modo a apontar padrões que auxiliem a compreensão do todo e identificação de oportunidades e desafios. (VIANNA...[et al], 2012). Este autor esclarece ainda que a terceira e quarta fase denominadas ideação e prototipagem: Busca-se gerar idéias inovadoras através de atividades colaborativas que estimulem a criatividade. Normalmente, utilizam-se as ferramentas de síntese desenvolvidas na fase de Análise como base para a geração de soluções que sejam direcionadas ao contexto do assunto trabalhado. As 5

idéias criadas são, então, selecionadas - em função dos objetivos do negócio, da viabilidade tecnológica e, claro, das necessidades humanas atendidas - para serem validada na etapa de Prototipagem, essa fase tem como função auxiliar na tangibilização das idéias, a fim de propiciar o aprendizado contínuo e a eventual validação da solução.(VIANNA...[et al],2012, p.17).

1.2. Justificativa 1.2.1 As disciplinas e/ou vivência dos professores do módulo: Em relação às disciplinas do módulo, será importante o desenvolvimento de conceitos jurídicos apresentados nas disciplinas: Direito Constitucional e Direito Administrativo, principalmente quanto à legislação que envolve o tema, na mesma medida será importante a aplicação dos conteúdos da disciplina “Teoria da Administração” para o desenvolvimento das soluções que envolvam gestão de processos e de pessoas. Por fim, mas não menos importante, a disciplina “Gramática” será imprescindível para uma construção textual que proporcione um texto ordenado e coeso. Quanto às vivências dos professores com pessoas surdas, eles tiveram pouco contato em sua vida profissional e pessoal, no entanto, destacaram-se nos relatos dos professores as dificuldades dos alunos surdos quanto à forma de apresentação tradicional das matérias e a necessidade do tradutor de Libras, situação prevista no capitulo IV do Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro 2005, em seu parágrafo terceiro, in verbis: §3º As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal, estadual, municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar atendimento educacional especializado aos alunos surdos ou com deficiência auditiva.

No entanto, vencida a barreira da comunicação, os alunos surdos apresentam bom desempenho acadêmico, inclusive se destacando pelo empenho. 1.2.1.1 Vivência dos alunos. 1.2.1.2 Vencendo as barreiras da comunicação (visão do leigo); Tentar se comunicar com uma pessoa surda é como tentar se comunicar com um estrangeiro. Salvo quando o surdo consegue ler e escrever, é impossível haver um diálogo. Utilizando a tecnologia dos celulares, há alguns aplicativos que podem ser baixados para conseguirmos comunicar com eles, porém não há nenhum aplicativo que consigamos entender o que eles nos respondem em sua língua, a libra. Ou seja, por mais que nós, leigos, tentemos uma comunicação, esta estará restrita apenas a nós que perguntamos. Por mais que você pergunte, ou queira uma informação de forma escrita, muitos deles não conseguem responder. Ainda há muito que aprendermos sobre o mundo dos surdos para podermos ajudá-los em suas dificuldades nos estabelecimentos públicos e privados. 6

1.2.1.3 Como é percebida a surdez por um familiar? Muitas vezes a surdez passa despercebida pela maioria das pessoas, entretanto, em um ambiente familiar, melhoramos nossa percepção do quanto esta dificuldade pode afetar não só a família, mas a qualidade de vida do indivíduo acometido. No dia a dia, as dificuldades enfrentadas pelo surdo são perceptíveis, mesmo que neste contexto o grau de deficiência seja moderado. A dificuldade de se entender o que o falante quer dizer, muitas vezes, leva a uma má interpretação do assunto e do humor, levando muitas vezes a respostas ásperas ou equivocadas, o que potencializa a má comunicação. Paralelamente, a frustração em não entender bem e não se fazer entender como gostaria, diante de pessoas sem deficiência, favorece o desestímulo de se buscar determinadas soluções ou interesses diante de situações externas, como em nosso contexto, na esfera dos serviços públicos. Por outro lado, as dificuldades enfrentadas pelo indivíduo muitas vezes servem de estimulo para continuar se superando e buscar a realização pessoal nos estudos, no trabalho e na vida social, e ao contrário do que parece, o cotidiano deste familiar é normal do ponto de vista generalista: estuda, trabalha, diverte-se, tem acesso à cultura e ao entretenimento e tem o convívio familiar normal. 1.2.1.4 Como vemos as instituições de ensino para surdos ? A Educação especial, como modalidade de educação que perpassa todas as etapas e níveis de ensino, está definida nas diretrizes nacionais para a Educação Especial Básica que regulamenta a garantia do direito de acesso e permanência dos alunos com necessidades educacionais especiais, e orienta para a inclusão comum do sistema regular de ensino. Como elemento integrante e indistinto do sistema educacional, realiza-se em todos os níveis das instituições escolares, cujo projeto, organização e prática pedagógica devem respeitar a diversidade dos alunos, a exigir diferenciações nos atos pedagógicos que contemplem as necessidades educacionais de todos. Os serviços educacionais especiais, embora diferenciados, não podem desenvolver-se isoladamente, mas devem fazer parte de uma estratégia global de educação e visar suas finalidades gerais. A atenção à diversidade da comunidade escolar baseia-se no pressuposto de que a realização de adequações curriculares pode atender a necessidades particulares de aprendizagem dos alunos. Ela está focalizada no direito de acesso à escola e visa à melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem para todos, irrestritamente, bem como as perspectivas de desenvolvimento e socialização. A escola, nesse contexto, busca consolidar o respeito às diferenças, enquanto não elogia a desigualdade. As diferenças não são vistas como obstáculos 7

para o cumprimento da ação educativa, mas podendo e devendo ser fatores de enriquecimento. Essas instituições são importantes por estarem preparadas para atender aos alunos surdos, orientá-los para o seu crescimento, desenvolvimento e encorajá-los para atingir metas e objetivos, e mostrar que sua deficiência não deva ser um empecilho para conquistas futuras. 1.2.1.5 Como os Correios buscam atender aos surdos ? Para que o trabalho seja o mais abrangente possível, incluímos, além das vivências pessoais, a visão de um prestador de serviço público, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Esta empresa tem em sua missão a responsabilidade social, ao lado da ética, competitividade e lucratividade, além disso, tem como um dos principais valores a Sustentabilidade, que visa promover o equilíbrio entre os aspectos social, ambiental e econômico, para garantir a lucratividade, respeitando as pessoas, a sociedade e o meio ambiente. Para facilitar a comunicação com pessoas com deficiência auditiva, os Correios oferecem aos seus empregados o curso a distância “Aprendendo Libras (Linguagem Brasileira de Sinais) como Segunda Língua - Nível Básico". A iniciativa vem ao encontro do Decreto Federal 5.626, que determina que empresas concessionárias de serviços públicos e órgãos da administração pública federal devem garantir às pessoas surdas tratamento diferenciado, por meio do uso e difusão da LIBRA. Somente em Minas Gerais foram treinados cerca de vinte por cento do efetivo total de 12.857 empregados, quando a legislação exige apenas cinco por cento. Outro ponto importante a ser ressaltado é a existência de guichês especializados em Libras em 25 agências em Minas, responsáveis por mais de mil atendimentos em 2013. Como empresa pública, os Correios têm compromisso explicito com o processo de inclusão social, adequando-se às normas vigentes e ao alinhamento às políticas federais para as minorias. Por ser a maior empresa pública do país presente em todos os municípios, será interessante no desenvolvimento deste trabalho apontar soluções para a universalização do atendimento aos surdos.

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2 DESENVOLVIMENTO: Imersão, Ideação e Prototipagem 2.1 Pesquisa de campo: Objetivos e justificativas O objetivo desta pesquisa é tentarmos entender as dificuldades encontradas pelos surdos em órgãos públicos, e o que poderíamos fazer para ajudá-lo.Com essa pesquisa, pretendemos, da forma mais abrangente possível, fazer com que os surdos tenham atendimento como qualquer outra pessoa, sem discriminação e preconceito. 2.2 Planejamento: Para esta etapa do trabalho é necessária uma pesquisa de campo preliminar que auxilie a equipe no entendimento do contexto a ser trabalhado e forneça insumos para a definição dos perfis de usuários, atores e ambientes ou momentos do ciclo de vida do produto/serviço que serão explorados na imersão em profundidade. A pesquisa de campo foi realizada em três etapas: preparação, execução (coleta de dados) e análise. 2.2.1 Preparação O primeiro passo foi à preparação, que é o momento em que se criam materiais de sensibilização de impacto com base no resultado da fase de problematização que estimule o interlocutor a refletir. Muitas vezes levantam-se questões que não ficaram claras e desenvolvem-se/escolhem-se ferramentas para o próximo ciclo (volta à captura). Durante a preparação definiu-se dois métodos de pesquisa de campo: Sombra e entrevista: Para Vianna (2012), método de pesquisa “sombra” é o acompanhamento do usuário (ou outro ator do processo) ao longo de um período de tempo que inclua sua interação com o produto ou serviço que está sendo analisado. Enquanto “sombra”, o pesquisador não deve interferir na ação do usuário, apenas observá-lo. O objetivo é entender como a pessoa se relaciona com o contexto do tema estudado, que tipo de artefatos e atores estão envolvidos, quais as emoções, expectativas e hábitos. Assim, identificam-se oportunidades e necessidades latentes que muitas vezes não seriam verbalizadas ou explicitadas numa entrevista ou sessão generativa. (VIANNA et al, 2012, p.52).

O pesquisador segue o indivíduo de maneira pouco intrusiva para acompanhar sua interação com o produto ou serviço em questão. Sem perguntar ou interferir no contexto, o “sombra” deve registrar suas observações em um caderno, fotografar e/ou filmar discretamente o processo. Para construção de uma amostra mais relevante, também foram realizadas entrevistas, que segundo o mesmo autor é um método que procura, em uma conversa com o entrevistado, obter informações através de perguntas, cartões de evocação cultural, dentre outras técnicas.

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As informações adquiridas permeiam o assunto pesquisado e os temas centrais da vida dos entrevistados. Entrevistas são particularmente úteis para obter a história por trás das experiências de vida do entrevistado. O entrevistador deve estimular o participante a explicar os porquês desses relatos para que consiga compreender o significado do que está sendo dito. Através das entrevistas, é possível expandir o entendimento sobre comportamentos sociais, descobrir as exceções à regra, mapear casos extremos, suas origens e conseqüências. (VIANNA et al, 2012, p.17).

O pesquisador geralmente vai ao encontro do pesquisado em sua casa, trabalho ou outro ambiente relacionado ao tema do projeto, e conversa sobre assuntos relevantes seguindo um protocolo predeterminado que pode ser flexibilizado em função da conversa. Ao mergulhar no ponto de vista de cada pessoa, percebem-se as perspectivas diferentes de um todo, sendo possível identificar polaridades que auxiliarão no desenvolvimento de personas, fornecendo, assim, insumos para a geração de idéias na fase de ideação. Para direcionamento da entrevistas, foi desenvolvido questionário que visa captar as informações à análise desta fase do trabalho, anexo 01. 2.2.2 Coleta de dados e entrevistas 2.2.2.1 Pesquisa “Sombra” Para a pesquisa “sombra”, acompanhamos uma pessoa surda alfabetizada e falante em libras. Orientamos esta colaboradora que se dirigisse a uma agência de Correios e tentasse realizar um serviço para tornar o experimento mais eficiente no propósito de identificar as reais condições do atendimento. Esta colaboradora da pesquisa simulou não conhecer a língua escrita, apenas Libras. A colaboradora foi até a agência dos Correios e apresentou uma folha de papel escrito (a carta) sem o envelope, dois nomes e dois endereços, todos separadamente, para serem entregues ao atendente para que este tentasse se comunicar com a colaboradora para descobrir o remetente, destinatário, endereço do remetente e do destinatário, e que tipo de envelope seria utilizado. O objetivo era dificultar o entendimento para observarmos como o atendente se comunicaria com a colaboradora para resolver esses problemas. Durante o experimento observamos que neste órgão não havia informações visuais, tampouco intérprete para facilitar a comunicação entre o atendente e a nossa colaboradora. Sendo assim, a comunicação foi difícil e só após ela demonstrar que sabe ler e escrever que conseguiu escolher o meio de envio, quem é o remetente, destinatário e seus respectivos endereços. 10

2.2.3 Entrevista com Interprete Em outro momento foram entrevistados oito surdos que se comunicam através da língua de sinais, leitura labial ou ambos. Para que houvesse compreensão total dos entrevistados, fizemos uso de um intérprete que traduziu as perguntas e nos auxiliou na condução das entrevistas. Os participantes foram entrevistados em grupo, sendo que dois dos entrevistados permitiram sua filmagem e os demais participaram, mas solicitaram que não fossem filmados. A entrevista ocorreu no Centro de Tratamento de Correspondências dos Correios em Belo Horizonte, e contou com a participação de Surdos que trabalham neste órgão através de parceria entre ECT e a Empresa CODABE. Com o auxilio da intérprete pediu-se que respondessem as questões do questionário, anexo 01, e que dessem exemplos de comunicação que consideraram adequadas e inadequadas quando procuraram por atendimento em órgãos públicos, bem como sugestões para melhorar essa comunicação. As entrevistas foram gravadas em DVD; os áudios foram transcritos literalmente para análise. Os entrevistados sugeriram que os profissionais de saúde deveriam conhecer as particularidades das pessoas surdas e as diferentes formas adequadas de se comunicar com eles, com muita ênfase na disponibilidade de intérpretes de língua de sinais nos órgãos públicos e outros serviços. 2.3 Resultado da Imersão: Na pesquisa de campo apuramos a grave deficiência, não só da instituição estudada, mas de toda a estrutura de atendimento público. Durante a entrevista, foram recorrentes os relatos de falta de preparo dos locais e das pessoas que prestam atendimento aos Surdos. Com base nesses relatos, ficou evidente a necessidade de implementação de ferramentas de tradução que permita a interação entre usuário e atendentes do Setor Público. Seguem abaixo imagens da agência onde ocorreu a pesquisa sombra. Não foi permitida imagem do interior da unidade e fotos da entrevista em grupo.

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Figura 1 Intérprete Eliane

Figura 2 Entrevistados Marcio e Lucas

Figura 3Agência Jaraguá experiência "Sombra"

2.4 Explicação Após as pesquisas, observamos que é muito precário o atendimento aos surdos em órgãos públicos. Sendo assim, tentaremos elaborar algo que abranja o máximo de surdos possível, no que se refere a quantidade de servidores públicos aptos a se comunicarem com eles.

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2.2 Ideação: Nesta etapa do trabalho foram realizados diversas brainstorms, em que as informações adquiridas nas etapas anteriores e as vivencias individuais foram utilizadas na construção soluções. 2.2.1.Listas de idéias 2.2.1.2 Aplicativo para Celular com teclado em LIBRAS como opção ao tradicional “QWERTY” (utilizados em computadores ou smartphones). Trata–se de um aplicativo a ser instalado em um smartphone do cidadão surdo. O aplicativo adicionaria a funcionalidade de um teclado virtual na tela do aparelho com os símbolos da Linguagem Brasileira de Sinais. Assim, o surdo digitaria os sinais de LIBRAS e o visor mostraria a letra do alfabeto correspondente, permitindo a formação de palavras em português a partir de símbolos de LIBRAS. O Estado desenvolveria em suas secretarias de TI e disponibilizaria o aplicativo nos sites dos órgãos. Ao digitar no teclado de LIBRAS, a tela do smartphone mostrará a palavra em português tradicional, assim, o surdo/mudo conseguirá traduzir sua linguagem para o português, bastando apresentar a tela ao receptor. 2.2.1.3 Programa de capacitação em LIBRAS nos órgãos públicos. Anualmente, o servidor público concursado e empossado mais recente de cada setor do órgão (um de cada área: RH, Financeiro etc..) deverá realizar um curso de LIBRAS financiado pelo Estado/Município/DF/União. Começa a se criar uma nova geração de servidores capacitados em libras e aptos a comunicar com surdos externos ou até mesmo internos (servidores surdos). 2.2.1.3 Tradutor Online Serviço de intérprete online para auxiliar os servidores públicos na comunicação com surdos. O tradutor online é uma conversa a três. Quando do atendimento ao surdo, o servidor público usa o seu computador para fazer uma vídeo–chamada para um tradutor online. Esse tradutor ficará online e disponível para atender a qualquer vídeo–chamada de um órgão público, iniciando-se assim uma conversa a três para melhorar a comunicação e facilitar o atendimento. O servidor público, ao compreender as solicitações do surdo, prestaria serviços mais específicos e com maior efetividade.

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2.2.1.4 Dicionário da Língua Brasileira de Sinais / LIBRAS É um Dicionário que mostra, na língua de sinais brasileira, a palavra pesquisada em língua portuguesa. Um exemplo desse tipo de tecnologia é o dicionário “LIBRAS” desenvolvido pela Acessibilidade Brasil. O responsável pelo atendimento digita o termo procurado e, através da tela do computador, é feita a conversão para Libras. Esse dicionário contém mais de 6.000 verbetes e palavras sinalizadas e pode ser acessado gratuitamente pela internet. 2.2.1.5 Tradutor Lingüístico Português / LIBRAS Implementação de Estações de trabalho com o ANA – Tradutor Lingüístico Português / LIBRAS. É um sistema que transforma a Notações-Libra em uma animação em tempo real em que são utilizadas as mais modernas tecnologias de Computação Gráfica. Essa tradução é um processo extremamente complexo sem que haja sistema semelhante no mundo e nem referência literária a respeito. O produto final do projeto será criar uma engine (máquina) de animação 3D da Notação--Libras que poderá ser usada em diversos produtos e aplicações visuais. A partir desse modelo, é possível a geração de animação em tempo real, baseado em texto obtido através de texto escrito e, no futuro, via reconhecimento de voz. 2.2.1.6 Editor de Legendas MAGpie (Media Access Generator) É um editor de legendas para conteúdos de vídeo desenvolvido pelo National Center for Accessible Media (NCAM). Durante o tempo de espera do atendimento, podem ser vinculados vídeos com esclarecimento sobre os serviços desenvolvidos pelo órgão e o aplicativo captura o áudio e converte para a respectiva legenda. Dessa forma, o surdo pode se inteirar, tanto sobre o serviço que necessita, quanto com os que poderá precisar. A mesma mídia pode ser apresentada no site do órgão. Há processo de execução facilitado, é abrangente e pode ser adquirido gratuitamente. 2.2.1.6 SAMI e SMIL-Software de acessibilidade em computadores. SAMI – Troca de Mídia Acessível Sincronizada e SMIL – Linguagem de Integração Multimídia Sincronizada. São opções de acessibilidade existentes no Windows, como, por exemplo, o Sinalizador de sons que permite ao Windows fornecer alguma sinalização visual quando um som for emitido;

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O atendente pode verbalizar as opções para a leitura labial do surdo e o computador representará as palavras chave apresentando figuras para a confirmação do Surdo. Capacidade de mostrar sons, ou seja, legendas para falas e sons emitidos. 2.2.2 Listas das Principais Idéias. 2.2.2.1 Capacitação do Efetivo responsável pelo atendimento ao público. O Órgão Público deverá proporcionar o treinamento aos seus atendentes mediante terceirização de cursos de capacitação em LIBRAS junto a empresas licitadas ou por meio de recursos próprios (organização própria dos cursos), cumprindo assim o Art.4, §1, Alínea i, do Decreto Presidencial 6.949/2009. A mão de obra qualificada proporciona a inclusão social da população surda, permitindo a esses cidadãos usufruírem de serviços e benefícios estatais, integração na sociedade e o exercício de cidadania. O custeio desta operação tem o potencial de ser relativamente baixo, uma vez que ferramentas de treinamento e capacitação já são disponibilizadas de forma gratuita. Como exemplo, temos o curso de LIBRAS da Controladoria Geral da União (CGU) que pode ser acessado em sua página Web. Vulnerabilidades do projeto: Devemos levar em consideração a alocação de recursos financeiros para a implementação do projeto, o afastamento temporário dos efetivos de suas atividades em função da capacitação e a reciclagem periódica deles. Ademais, a utilização de material gratuito de terceiros pode inviabilizar o projeto em caso de suspensão ou descontinuidade da ferramenta de instrução a ser utilizado. 2.2.2.2 Software personalizado por Órgão Público com os principais serviços disponíveis. Contratar desenvolvedores de software mediante licitação ou desenvolvê–lo por meios próprios.Dispensa a necessidade de capacitação do efetivo, excetuando–se a margem prevista em lei. Vulnerabilidades do projeto: Elevado custo de desenvolvimento e implementação, além de suporte técnico e eventuais atualizações do software em função das atualizações e implementações de novos serviços.

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2.2.2.3 Exigência de comprovação de proficiência em LIBRAS aos aspirantes a cargos públicos na área de atendimento dos Órgãos Públicos. Esta proposta visa a auto-capacitação dos candidatos de concursos públicos, para cargos de atendimento ao publico, a se capacitarem em LIBRAS de forma independente. E essa capacitação deverá ser comprovada por meio de Provas ou Provas e Títulos, conforme Art. 37, II, da Constituição Federal de 1988. Uma lei específica definiria o conhecimento em LIBRAS como pré–requisito para o ingresso à carreira pública para cargos específicos de atendimento ao público. O Órgão responsável definiria os critérios de comprovação do conhecimento e seria responsável por programas de reciclagem. Como as pessoas despendem grande dedicação na preparação para as provas de concursos públicos, essa energia seria canalizada também para a capacitação de milhares de pessoas em LIBRAS, contemplando aprovados e não aprovados. Ao mesmo tempo, cria–se uma geração de servidores públicos capacitados em LIBRAS, aptos a acolherem o público surdo, permitindo a eles o exercício de sua cidadania e integração social. Outra vantagem seria o baixíssimo custo de implementação para o Estado, uma vez que o candidato seria o responsável por sua capacitação e, dessa forma, auxiliar-lhe-ia no cumprimento da Lei Federal 10.098/2000 de forma ampla. Vulnerabilidades do projeto: Mudança da metodologia de avaliação dos candidatos, necessidade de legislação específica para a implementação do projeto alteração da Lei de Acessibilidade e necessidade de reciclagem ou aprimoramento dos servidores pós seu ingresso no serviço público.

2.3.Prototipagem: Nesta etapa a idéia que se destacou na fase da ideação será “materializada” através da produção de modelos que demonstrem a tangibilidade e exeqüibilidade do projeto. 2.3.1 Descrição dos materiais utilizados Para desenvolver o protótipo, foram utilizados: cartolina, folha A4, cola bastão, fita adesiva duas faces. 2.3.2 Detalhamento da proposta Esta proposta visa à auto-capacitação dos candidatos de concursos públicos para cargos de atendimento ao público e a se capacitarem em LIBRAS de forma 16

independente. Essa capacitação deverá ser comprovada por meio de Provas ou de Provas e Títulos, conforme Art. 37, II, da Constituição Federal de 1988. Uma lei específica definiria o conhecimento em LIBRAS como pré–requisito para o ingresso à carreira pública para cargos específicos de atendimento ao público. O Órgão responsável definiria os critérios de comprovação do conhecimento e seria responsável por programas de reciclagem. Como as pessoas despendem de grande dedicação na preparação para as provas de concursos públicos, essa energia seria canalizada também para a capacitação de milhares de pessoas em LIBRAS, contemplando aprovados e não aprovados. Ao mesmo tempo cria-se uma geração de servidores públicos capacitados em LIBRAS aptos a acolherem o público surdo, permitindo a este o exercício de sua cidadania e integração social. A principal vantagem seria o baixíssimo custo de implementação para o Estado, uma vez que o candidato seria o responsável por sua capacitação e, desta forma, auxiliar-lhe-ia no cumprimento da Lei Federal 10.098/2000 de forma ampla. Como resultado da prototipagem foram elaborados a timeline do processo de produção da idéia, proposta de Lei da obrigatoriedade da fluência em LIBRAS para concorrentes ao serviço público, modelo de com se apresentaria um edital deste concurso e um exemplo de questão para esta avaliação.

2.4.Impacto, evolução e análise 2.4.1 Avaliação da solução A proposta de auto-capacitação em LIBRAS como pré-requisito para o ingresso no serviço público para os cargos de atendimento ao público se mostra uma solução realista no sentido de concretizá-la e abrangente no sentido de sua execução. Anualmente, milhões de cidadãos se candidatam a cargos públicos e, para tanto, preparam-se. Ao canalizar seus esforços para o aprendizado de LIBRAS com o intuito de ser aprovado em concursos públicos, o candidato não apenas se capacita, mas permite a inclusão social de surdos em seu próprio ambiente. A solução proposta não apenas garante a disponibilidade de serviços públicos ao surdo pelo mero cumprimento de uma lei, mas garante sua cidadania e a

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preservação de seus direitos pela própria abrangência do projeto, cumprindo então os princípios mais fundamentais que garantem a dignidade da pessoa humana. 2.4.2 Eventuais riscos da solução proposta A proposta de auto-capacitação em LIBRAS enseja a mudança da metodologia de avaliação dos candidatos de concursos públicos. Uma nova disciplina na grade curricular dos editais de concursos públicos far-se-á necessária à contratação de novos profissionais educadores e intérpretes em LIBRAS para a formulação, avaliação e correção das questões do novo conteúdo, podendo onerar as bancas avaliadoras e/ou os órgãos que contratam seus serviços. Há também a necessidade de uma nova legislação específica para a implementação do projeto sob forma de Lei, neste caso, demandando o debate político e o controle constitucional preventivo a fim de realizar a alteração da Lei de Acessibilidade 10.098/2000. Alem disso, faz-se necessária a periodicidade de reciclagem ou aprimoramento dos servidores públicos após seu ingresso na carreira pública, pois o não exercício de suas capacidades pode levá-los ao esquecimento das habilidades e conhecimentos, e assim, degradar a qualidade do atendimento ao público. Cursos de reciclagem e capacitação podem onerar a Administração Pública, sendo assim, novas fontes de custeio e/ou parcerias com fundações e entidades não governamentais de amparo ao surdo podem se fizer necessárias para a manutenção do projeto. 2.4.3 Diferencial da solução proposta: Como diferencial de nossa proposta, destacamos os seguintes pontos: 2.4.4 Capacitação em massa: Os candidatos de concursos públicos já despendem grande esforço e dedicação em sua preparação para os certames e avaliações de concursos públicos. Direcionando seus esforços e capacidades para a capacitação em LIBRAS, milhares de pessoas estariam aptas à comunicação com os cidadãos surdos e, como vantagem, não apenas os aprovados estariam aptos, mas o os não aprovados também, o que torna o esforço útil. 2.4.5 Mudança de Paradigma: Com a implementação do projeto, a renovação do quadro de servidores públicos já contemplaria a ampliação e melhorias no atendimento ao publico surdo, 18

criando assim uma nova geração de servidores públicos capacitados em LIBRAS, aptos a acolherem o público surdo, permitindo a estes o exercício de sua cidadania e integração social. 2.4.6 Baixo custo de implementação: O baixíssimo custo de implementação perfaz um importante fator para que o Estado se sinta convencido da viabilidade do projeto, uma vez que o próprio candidato arcaria com eventuais despesas por sua capacitação, e assim, beneficiando a administração pública no cumprimento amplo da Lei Federal 10.098/2000. 2.4.7 Perspectivas futuras: Para demonstrar o impacto, tentamos trazer os dados a nível nacional. Porém, ao considerar que, em geral, as pessoas que prestam concurso não o fazem apenas para uma instituição e nem somente uma vez (o que influenciaria no dado candidato por vaga), tomamos por base os dados de apenas uma empresa (Correios - de âmbito nacional) para ilustrar tal impacto; dados estes que, por si só, demonstram tamanha mudança na inclusão social de atendimento ao surdo. FUNCIONÁRIOS DOS CORREIOS Total de funcionários

126000

100,00%

Funcionários no atendimento

27000

22,00%

Candidatos por vaga

67

Logo= 27.000 x 67 = 1.809.000 Isto significa que 1.809.000 pessoas estudariam LIBRAS apenas para esse concurso. Considerando que todos os atuais 27.000 funcionários dos Correios no atendimento tivessem passado por este processo seletivo e considerando a media de 67 candidatos por vaga do último concurso, podemos conjecturar que teríamos ao todo 1.809.000 pessoas que teriam estudado libras. Apenas este número de apenas um concurso, já causaria grande impacto pois corresponde a mais da metade de todos os servidores públicos. Com base neste exercício mental podemos imaginar qual seria o numerário se este projeto fosse aplicado em todos os concursos.

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Para demonstrar a abrangência do projeto utilizamos como espaço amostral dados relativos ao funcionalismo público no Brasil e de importantes de três importantes empresas presas públicas brasileiras, com estes dados podemos fazer um exercício de extrapolação dos números: Banco Brasil

CEF

CORREIOS

TOTAL

Total de empregados

118000

99300

126000

346000

Empregados no atendimento

48380 (41%)

95705 (96%)

27700 (22%)

171785 (49%)

Figura 4 Efetivo Banco do Brasil, CEF e Correios.* (valores aproximados)

Ao avaliar o efetivo das empresas públicas Banco do Brasil, CEF e Correios, figura 4, constatamos que cerca de 49% do seu efetivo dedicado ao atendimento ao cidadão (média), ou seja, se implementado o projeto, cerca de 171.785 funcionários estariam aptos ao atendimento inclusivo. Ao aplicarmos estes parâmetro ao funcionalismo público em âmbito nacional, figura 4, teríamos ao longo do tempo 49% dos 3.128.923 funcionários públicos, ou seja aproximadamente 1.4700, profissionais aptos ao atendimento inclusivo.

Figura 5 Perfil dos Estados Brasileiros 2012 - IBGE

Ao longo dos anos teríamos 100% dos funcionários públicos que atendem ao cidadão, fluentes em LIBRAS.

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3.2 Conclusão: A proposta visa utilizar todo o potencial da sociedade civil em benefício da inclusão dos deficientes auditivos, ao implementar o projeto, milhares de pessoas serão alfabetizados em LIBRAS. Alem da disseminação desta linguagem e da conseqüente diminuição de preconceito e aumento da inclusão desta importante parcela da população.

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7 REFERÊNCIAS: ALMEIDA, M. C. Auditoria: um curso moderno e completo. São Paulo: Saraiva, 1994. AMARAL, Gilberto Luiz do. Governança Tributária: imprescindível para as empresas. Disponível em: http://www.governancatributaria.com.br/. Acessado em 08 de maio de 2013. BANCO DO BRASIL: Relatório Sustentabilidade Disponível em: Acesso em: 11 nov. 2014. CAIXA ECONOMICA FEDERAL: Relatório Sustentabilidade Disponível em:http://www1.caixa.gov.br/relatorio sustentabili dade 2013 /v02/quem-faz.html> Acesso em: 11 nov. 2014. EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS: Princípais Números. Disponível em : . Acesso em: 11 nov. 2014. FERNANDES, E. Teorias de Aquisição da linguagem. In: GOLDFELD, M. Fundamentos em fonoaudiólogia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. G1 NOTICIAS: Disponível em http://g1.globo.com/concursos-e-emprego/noticia/2013/07 /caixa-vai-ampliar-em- 98-mil-o-n-de-funcionarios-ate-2015.html> Acesso em: 11 nov. 2014. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2010 GIUSEPPE, Rinaldi... [et al]. Série Atualidades Pedagógicas; n. 4. Brasília: SEESP. 1997. GÓES, M.C.R. Linguagem, Surdez e Educação. Campinas: Autores Associados, 1999. KAZUMI, Romeu: Disponível em: http://surdonasala.blogspot.com.br/p/nomenclaturas-naarea-da-surdez.html KISS, E. Design Thinking: design como inspiração para inovação e transformação organizacional. São Paulo, mai. 2010. Disponível em: http://www.rededesignbrasil.org.br/blog/design-thinking-design-como-inspiracaoparainovacao-e-transformacao-organizacional. Acesso em: 10 out. 2014. PINHEIRO, T. ABCDesign: Um novo “d”esign. Disponível . Acesso em: 10 out. 2014.

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SERRAT, O. Design Thinking. Knowledge Solutions, Mar. 2010. n.78 Disponível em: . Acesso em: 21 out. 2014. VIANNA, Mauricio... [et al]. Design thinking : inovação em negócios. Rio de Janeiro: MJV Press, 2012.

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ANEXOS: Anexo 01 Questionário Aplicado após a pesquisa: Sombra Questionário Atendente. Anexo 02 Questionário Aplicado após a pesquisa: Sombra Questionário Surdo. Anexo 03 Questionário Aplicado durante Entrevista Questionário Respondido pelos Surdos. Anexo 04 Modelo de Lei. Anexo 05 Modelo de Edital. Anexo 06 Modelo de Prova LIBRAS.

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