ESCRILEITURAS: O MULTIFACETADO DA MULTIPLICIDADE NA FORMAÇÃO PEDAGÓGICA E NO PENSAMENTO

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ESCRILEITURAS: O MULTIFACETADO DA MULTIPLICIDADE NA FORMAÇÃO PEDAGÓGICA E
NO PENSAMENTO


Sandra Mara Corazza
UFRGS/CNPq/CAPES
Conferência de Abertura:
SEMINÁRIO NACIONAL: FORMAÇÃO
PEDAGÓGICA E PENSAMENTO
09 abril de 2015
UNIVATES, Lajeado, RS
1.
Começo esta Conferência, intitulada Escrileituras: o multifacetado da
multiplicidade na formação pedagógica e no pensamento, agradecendo o
convite e o acolhimento da UNIVATES; a confiança de Angélica Munhoz e de
Cristiano Bedin da Costa; o apoio amigo de minha orientanda de Doutorado
Polyana Olini, na competência do audiovisual. Assim como, agradeço a
presença de todos vocês, que fazem desta Conferência a legítima abertura do
Seminário Nacional: Formação Pedagógica e Pensamento. Conferência,
originalmente escrita para integrar o Vidarbário: filosofia, educação,
literatura, junto à Vidarbo de Nilson Oliveira e de sua/nossa revista
literária Pollichinelo; a qual será acompanhada, amanhã pela manhã, pela
Vidarbo de Máximo Adó.
Vou pelas Galáxias de Haroldo de Campos (2004, s/p): e começo aqui e
meço aqui este começo e recomeço e remeço e arremesso e aqui me meço quando
se vive sob a espécie da viagem o que importa não é a viagem mas o começo
da por isso meço por isso começo escrever mil páginas escrever
milumapáginas para acabar com a escritura para começar com a escritura para
acabarcomeçar com a escritura por isso recomeço por isso arremeço por isso
teço escrever sobre escrever é o futuro do escrever sobrescrevo sobrescravo
em milumanoites milumapáginas ou uma página em uma noite que é o mesmo
noites e páginas mesmam ensimesmam onde o fim é o começo onde escrever
sobre o escrever é não escrever sobre não escrever e por isso começo
descomeço pelo descomeço desconheço e me teço [...] conheço o osso o osso
buco do começo a bossa do começo onde é viagem onde a viagem é maravilha da
tornaviagem é tornassol viagem de maravilha onde a migalha a maravalha a
apara é maravilha é vanilla é vigília é cintila de centelha é favila de
fábula é lumínula de nada e descanto a fábula e desconto as fadas e conto
as favas pois começo a fala
2.
Agora, se esta fala começa aqui e mede aqui este começo, ao mesmo
tempo, testemunho e afianço e mo(n)stro que não começamos por aqui nem por
agora. E se nem aqui nem agora começamos é, por isto mesmo, que aqui
estamos. Façamos consultas rápidas, assaltos breves aos arquivos do
primeiro Grupo de Pesquisa, DIF – Artistagens, Fabulações, Variações, que
existe desde 2002; ou ao Projeto Escrileituras: um modo de ler-escrever em
meio à vida (CORAZZA, 2010), do Observatório da Educação desde 2011 até
agora; ou roubemos o atual grupo de 2015, que está nas fraldas, intitulado
Escrileituras da Diferença na Filosofia-Educação.
Essas pilhagens nos mostram que já vai longo o gonzo do tempo que faz
na luta vidarborial da escrita e da leitura, com a centralidade que lhe
atribuímos. Veremos o multifacetado da multiplicidade dessas escrileituras,
se tomarmos teses, dissertações, livros, revistas e artigos, abrigados na
Linha de Pesquisa 09, Filosofias da Diferença e Educação do PPGEDU/UFRGS; e
em outras Linhas da UFPel, sob a orientação da Carla Rodrigues; na UFMT,
com Silas Monteiro; ou na UNIOESTE, com orientação da Ester Heuser.
Da mesma maneira, podemos ler produções de outros programas de pós-
graduação, como, aqui em Lajeado, na UNIVATES, sob a coordenação de
Angélica Munhoz e de Cristiano Bedin; ou, em outros programas e cursos de
Graduação, com Gabriel Sausen Feil, Deniz Nicolay, Eduardo Pacheco, Ada
Kroef, Roger Albernaz, André Lima, Claudia Madruga Cunha, e tantos outros.
E que esta natureza plural, múltipla, rizomática, que fomos
maquinando, não seja, em hipótese alguma, escutada como autoelogio, pois
temos asco da cretinice vazia, fácil e, logo, estéril desta posição.
Consultas desse tipo somente demarcam, de imediato, a vontade de potência
do trabalho feito, como diz Klossowski (2000), enquanto uma tendência a, na
direção de, o sentido como direção, qual seja: aquilo que é apenas uma
ficção da linguagem, isto é: a total impossibilidade, em nosso trabalho, de
demarcação nítida entre filosofia, literatura, poesia, arte, cinema, teatro
e educação.
3.
Vejam, por exemplo, o que aparece escrito, como Ata de Fundação do
Grupo de Pesquisa DIF, intitulado, na ocasião, Grupo de Currículo de Porto
Alegre:
No Inverno de 2002, o DIF ( Grupo de Currículo de Porto Alegre é
criado como efeito, contingencial e necessário, dos estudos, pesquisas e
publicações sobre Currículo, que vêm sendo realizados, na Universidade
Federal desta cidade.
Sua criação é possível porque, há anos, por caminhos diversos,
constitui-se, neste lugar, um encontro, uma comunidade, de pensamento e de
práticas. Um encontro, uma comunidade, que se autoriza a experienciar
diferentes potências investigativas e expressivas do Currículo, por deixar-
se interrogar pelo pensamento da diferença, neste mundo, destes tempos de
agora.
Se o DIF marca, com um nome, o já-sabido, já-dito, já-feito, convoca,
daqui para frente, a uma responsabilidade ética de relação, trabalho e
produção, qual seja:
1) transmitir a sua experiência, para gerar e fazer circular o
inverossímil, o que
está chegando, o que está por vir;
2) irradiar e fazer convergir novos ensinos, estudos e pesquisas, para
interceptar a opinião e a doxa, a mesmice e a imbecilidade;
3) tramar, trançar e tecer amigos e colegas, parceiros e
simpatizantes, interessados e laços, afetos e amores, agenciamentos e
maquinações, saberes e sacações, conceitos e personagens, planos e
aventuras, caos e cacos, diabos e deusas, anjos e bruxas, aventuras e
escrituras, alianças e diferenças, festas e trabalhos: para que o DIF torne-
se produtivamente alegre e positivamente feliz.
Pela decisão dos presentes que, assinando esta Ata, se constituem
Membros Fundadores do DIF ( Grupo de Currículo de Porto Alegre.
Porto Alegre, 1º de julho de 2002.
Tomaz Tadeu da Silva
Sandra Mara Corazza (CORAZZA, 2014, p.206-207).
4.
Convido-os, também, a percorrerem, junto comigo, a Súmula atual da
Linha de Pesquisa 09 do Pós-Graduação em Educação da UFRGS, que indica o
seguinte: Nietzsche, sempre. Então, Deleuze e sua crítica e clínica,
filosofia, literatura, teatro, poesia, pintura, música, cinema: Hume, Kant,
Leibniz, Spinoza, Bergson, Foucault, Artaud, Melville, Sacher-Masoch,
Proust, Kafka, Woolf, Beckett, Lawrence, Miller, Bene, Bacon, Turner,
Eisenstein, Rosselini, Fellini, Resnais, Buñuel, Godard... Conexões
transversais. Disjunções inclusivas. Conjunções polívocas.
Metainfanciofísica. Máquinas de guerra, máquinas de escrever. Paisagens
plásticas.
5.
Ou, então, tomemos de assalto a minha Temática Individual, no mesmo
Programa, que se intitula Fantasias de Escrileitura: Devir-Infantil de
Currículos Nômades, qual seja: Não se pode deixar de rir quando se
embaralham os códigos: Filosofia-Arte-Ciência-Literatura-Educação. Ideias-
forças: Nietzsche, Valéry, Deleuze, Barthes e afins. Fluxos em fuga ao
infinito. Atual-virtual. A violência do Fora. Pesquisa do Acontecimento:
empiria transcendental. Formas de expressão puxam formas de conteúdo. Do
Prazer de Ler ao Desejo de Escrever. Escrileitura-artista. Imagem do
pensamento. Dinamismos espaço-temporais. Método da Dramatização: debaixo do
logos, há drama. Espírito: consciência das inconsciências. Lógica
imaginativa. Demônio da possibilidade. Comédia intelectual. Biografemática:
programa, procedimento, operação. Passagens de Vida que atravessam o
vivível e o vivido. Fantasias: entre a língua e o estilo. Máscaras,
quimeras, ficções. Docente da Diferença: artesão, esteta, pesquisador.
Esquizo-análise de minorações. Micropolítica. Abalos jubilatórios. Acerca
do devir-infantil de currículos nômades.
6.
Em 03 de outubro de 2008, forneci uma entrevista para Edgard Murano,
que saiu publicada na Revista Língua Portuguesa, cuja pauta era Teses &
Ficção. Nesta entrevista, havia uma epígrafe de Deleuze (1988, p.18-19),
escrita em Diferença e repetição, a qual, de alguma maneira, sempre
funcionou, para nós, como um farol:
Aproxima-se o tempo em que já não será possível escrever um
livro de Filosofia como há muito tempo se faz: 'Ah! O velho
estilo...' A pesquisa de novos meios de expressão filosófica foi
inaugurada por Nietzsche e deve prosseguir, hoje, relacionada à
renovação de outras artes, como, por exemplo, o teatro e o cinema.
E eu acrescentava: por que não, também, a renovação da escrileitura em
Educação?
O jornalista indagou, então: Recentemente, três livros originalmente
concebidos como teses acadêmicas ficaram entre os finalistas do Jabuti
2008. Tais teses, convém ressaltar, já tinham um formato
ficcional/experimental à época em que foram defendidas. Como você vê essa
mudança? Acha que o formato dos trabalhos acadêmicos deve ser rediscutido?
A minha resposta foi a seguinte: No caso de nosso Grupo de Pesquisa
[...] e de nossa Linha de Pesquisa [...], não apenas discutimos "o formato
dos trabalhos acadêmicos", como vimos experimentando refazer tanto a sua
forma de conteúdo quanto a sua forma de expressão, pois, uma não muda sem a
outra; e, sem as duas mudanças de formas, não há qualquer alteração de
"formato". Para isso, nos deixamos guiar pela Fantasia.
Ou seja, sabemos que podemos escrever em Educação, sem nos indagar
porque escrevemos. Sabemos também que a literatura começa no momento em que
ela própria se torna uma questão. Ora, escrever não é impor uma forma de
expressão a uma matéria vivida. A literatura está antes do lado do informe
ou do inacabamento. Escrever é, assim, um caso de devir, um processo, uma
passagem de Vida que atravessa o vivível e o vivido. No momento em que
escreve, o escritor está na literatura e comprometido com ela. É preciso
que ele seja um bom artesão e também um esteta, pesquisador de palavras, de
frases, de imagens. O Querer-Escrever (Scripturire, no sentido dado por
Roland Barthes) é uma força fantasística (fantasmática) que permite uma
nova partida em direção a uma Vita Nuova.
[...] Por isso, nos debruçamos sobre a Prática de Crítica-
Escrileitura das Fantasias: para lutar contra a secura dos corações, contra
a acídia nas relações, contra o agreste dos códigos. Para isso, lançamos
mão dos Guias Iniciáticos existentes, inspirados por filósofos, escritores,
educadores, críticos literários do Pensamento da Diferença, que podem gerar
uma espécie diferenciada de crítica-escrileitura em Educação, a qual
participa de um gesto coletivo, cuja divisa consiste nesta palavra tão
extraordinariamente simples, embora dotada de um poder infinito, e que é a
famosa palavra de Nietzsche: "Uma nova maneira de sentir, uma nova maneira
de pensar". Ou seja, o gesto coletivo consiste em auxiliar na criação de
novas sensibilidades e de novas maneiras de pensar, de pesquisar, de ler e
de escrever os componentes educacionais e seus correlatos (CORAZZA, 2014,
p.208-218).
7.
Convido-os, agora, a ouvir a leitura de trechos de uma Reportagem,
escrita pela jornalista Simone Iwasso, que foi publicada pelo jornal Estado
de São Paulo, em dezembro de 2008, intitulada Universidades aceitam
dissertações e teses fora do formato convencional e cuja chamada foi:
Textos que resvalam na ficção, como romances e ensaios autobiográficos,
causam polêmica entre orientadores.
Diz a reportagem, em seu início: Desafiando a tradição de formatos e
metodologias quase sagradas e abençoadas pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT), universidades brasileiras têm aceitado dissertações
de mestrado e teses de doutorado na forma de romances, ensaios
autobiográficos, roteiros e textos experimentais que resvalam na ficção e
na criação literária. A repercussão aparece em extremos: há os entusiastas
da flexibilização e os que defendem como imprescindível a manutenção dos
moldes acadêmicos tradicionais.
A prática, que vem ocorrendo há alguns anos nas áreas de Literatura,
Educação, Psicologia e Ciências Sociais, ganhou mais visibilidade neste
ano, após dois finalistas do Prêmio Jabuti, na categoria melhor livro de
romance, terem sido apresentados pouco antes como teses de doutoramento:
Rakushisha (editora Rocco), de Adriana Lisboa [UERJ], e A Chave de Casa
(editora Record), de Tatiana Salem Levy [PUC-RJ].
[...] Na [...] (UFRGS), foi formado um grupo de pesquisa para analisar
e estimular a busca por novas formas de expressão do trabalho acadêmico.
Ligado ao programa de pós-graduação em Educação, o grupo é coordenado por
Sandra Mara Corazza, ela mesma orientadora de pelo menos uma dúzia de teses
fora do modelo convencional. Uma delas, a de Luciano Bedin da Costa, começa
com a seguinte introdução: "É bem verdade que já estamos para lá de
cansados dos refrões pomposos, dos giros que se anunciam grandiosos, e que,
ao final das contas, não passam de meras palavras de ordem. Sejamos justos
com a coisa: dos giros, os pequenos, por favor"!
As propostas ganham amparo no crítico e intelectual francês Roland
Barthes (1915-1980), um defensor de mudanças na linguagem acadêmica e da
flexibilização na hierarquia exigida no formato acadêmico consagrado. "Há
um impulso na criação de novas sensibilidades e de novas maneiras de
pensar, de pesquisar, de ler e de escrever os componentes educacionais",
explica Sandra. "Damos suporte aos orientandos, preparamos oficinas de
escritura, seminários avançados", completa (CORAZZA, 2014, p.207-208).
8.
Em vaivém, no tempo cronológico, extraio excertos de um artigo meu de
1995, publicado em Educação e Realidade (CORAZZA, 1998), derivado dos
estudos pós-estruturalistas, quando eu cursava o Doutorado, sob orientação
do Tomaz Tadeu da Silva, intitulado Manual de auto-ajuda para intelectuais
da Educação. Como viver feliz, respondendo à pergunta: O que fazer após a
orgia? O qual apontava a dedicação multifacetada à escrileitura, como
possibilidade de renovação para a formação pedagógica e para prosseguir
pensando em Educação.
Neste artigo, parto do livro de Jean Baudrillard (1992) A
transparência do mal: ensaio sobre os fenômenos extremos, quando o filósofo
francês afirma:
Se fosse caracterizar o atual estado de coisas, eu diria que é
o da pós-orgia. A orgia é o momento explosivo da Modernidade, o da
liberação em todos os domínios. Liberação política, liberação sexual,
liberação das forças produtivas, liberação das forças destrutivas,
liberação da mulher, da criança, das pulsações inconscientes,
liberação da arte. Assunção de todos os modelos de representação e de
todos os modelos de anti-representação. Total orgia de real, de
racional, de sexual, de crítica e de anticrítica, de crescimento e de
crise de crescimento. Percorremos todos os caminhos da produção e da
superprodução virtual de objetos, de signos, de mensagens, de
ideologias, de prazeres. Hoje, tudo está liberado, o jogo já está
feito e encontramo-nos coletivamente diante da pergunta crucial: O
QUE FAZER APÓS A ORGIA?
Repito e circunscrevo a pergunta de Baudrillard, aceitando "o estado
orgiástico", como metáfora do momento explosivo da Modernidade; bem como a
situação de "pós-orgia", enquanto uma denominação adequada às condições pós-
modernas do tempo presente.
Para começar a responder à questão, escrevo: Essa é uma época difícil
para intelectuais da Educação. Houve uma enorme mudança na natureza desta
categoria social, cuja emergência ocorreu no Século das Luzes, e que vinha,
desde então, sendo univocamente significada como guardiã dos ideais
modernos e da própria República. Abalada e dividida, enquanto totalidade,
pelas problematizações pós-estruturalistas/pós-modernistas, tal categoria
abriga, hoje, o segmento constituído por intelectuais que estudam e
pesquisam desde esta perspectiva "pós".
Para estes intelectuais, coloca-se o desafio de responder à pergunta
reiteradamente formulada, em quase todos os espaços pedagógicos em que a
prática discursiva "pós" é operada, qual seja: – O que fazer, como
intelectual da Educação, após a orgia moderna? Então, indico que: Mais do
que nunca, elas e eles precisam ser espertos para responder a tal pergunta.
Neste guia da intelectualidade competente – que é, claro, o meu Manual – eu
mostro como.
Desenho, então, o que chamo de epítome, definindo o trabalho como um
manual de auto-ajuda [...], o qual traz a-chave-para-o-sucesso,
apresentando 60 maneiras de como responder à atormentadora questão "o que
fazer"?
Digo que: Lidando com instruções de base científica, mas eminentemente
práticas, o manual equipa tais intelectuais – de modo imediato e definitivo
– com um compêndio essencial para a completa realização de seu ser
integral, assim como para uma vida – biológica, intelectual e emocional –
feliz.
A seleção dos autores foi intencionalmente interessada. Para começar,
busquei respostas em produções de dois já "clássicos" do discurso pós-
moderno – Baudrillard (1992) e Lyotard (1993 [O pós-moderno explicado às
crianças]); a seguir, minha escolha recaiu sobre dois livros do campo
educacional – Silva (1994 [O sujeito da educação]) e Veiga-Neto (1995 [em
um livro que Alfredo organizou, quando tudo isso começou para nós, no
início dos anos 90 do século passado, e que foi publicado pela Editora
Sulina, intitulado Crítica pós-estruturalista e educação, e que poucos
conhecem; embora tenha sido, inclusive, traduzido e publicado na Espanha,
em 1997, pela editora Laertes de Barcelona) –, aos quais sou ligada
intelectual e afetivamente, e que, sem dúvida, foram os primeiros mais
importantes, em língua portuguesa, para pensar e operar uma prática
analítica educacional, perspectivada desde a teorização "pós"; trabalhei
também com um texto de Walkerdine (1995 [Psicología del desarrollo y
pedagogía centrada en el niño: la inserción de Piaget en la educación
temprana) [...]
Realizo, ali, um Inventário de 60 respostas, retirado desses textos;
as quais, garanto, se não [são] mais universais e baseadas em princípios,
ao menos, [são formuladas] a partir das ressignificações da Pedagogia, do
Currículo e da Cultura, que vimos constituindo (CORAZZA, 1998; 2014, p.44).
Respostas que apontam que essas ressignificações somente são possíveis se
experimentarmos a escrita-leitura, como desprendimento de nós próprios, dos
clichês, das ideias feitas, dos pensamentos prontos, das verdades acabadas,
do já pensado, já dito, já sentido.
9.
Eu, ainda, poderia citar muitas "Matérias de escrita" (Chico), muitas
produções nossas, coletivas, de vários Bandos e Matilhas, como os livros:
Composições (2003); Linhas de escrita (2004); Fantasias de Escritura
(2010); Abecedário da educação (2009); Dicionário das ideias feitas em
educação (2011); mais todos os nossos sete/oito/nove Cadernos de Notas da
Coleção Escrileituras; ou mesmo produções individuais (se elas existem),
como os meus livros mais queridos, quais sejam: Para uma filosofia do
inferno na educação: Nietzsche, Deleuze e outros malditos afins (2002);
Artistagens (2006); e Os cantos de Fouror: escrileitura em filosofia-
educação (2008); O que se transcria em educação? (2013). Sem contar as
produções que estão aí, se consolidando, como a nossa querida revista
Polichinello; ou o admirado Dicionário Raciocinado das Licenciaturas,
coordenado por Luciano Bedin; ou Parafernálias, organizadas por Wagner
Ferraz e Dani Noal, que vem se firmando, para ficar.
10.
Há muitas letras dispostas já. Algumas pitadas delas.
10.1.
Em 2006, no livro Artistagens, escrevi na seção Como um cão:
Teoria materialista. – Fazer uma teoria materialista da escrita é: 1)
expressar um mundo possível; 2) pôr eventos a bailar; 3) desmascarar a
mediocridade e a compaixão; 4) denunciar a crueldade, a hipocrisia e o
ressentimento; 5) execrar o prosaísmo, a vulgaridade e o tédio; 6)
perguntar pelo valor dos valores; 7) transvalorar a moral tradicional que
habita a educação.
Quando? (A que horas escrever?) – Pode ser a qualquer hora. A
preferida é a meia-noite, o fim da noite, a hora mais noturna, a mais
misteriosa, a mais obscura, a mais deserta, hora das bruxas e das
aparições, das falas com o demônio, hora dos grandes enigmas, hora do
trânsito, da passagem, hora na qual termina um dia e começa o seguinte,
ponto crucial entre uma jornada e outra.
Quis? (Quem?) – Quem escreve de modo artista? Ora, são os animais de
rapina, os selvagens sagazes, os franco-atiradores, os ousados, terrestres,
estrangeiros, guerreiros, legisladores, artistas, pensadores, poetas,
afirmadores, experimentadores e criadores, que agem em nome da doutrina do
círculo vicioso e dela fazem a condição sine qua non da escrita universal.
Aqueles que escrevem excedendo-se e reservando-se o direito de malograr.
Aqueles que escrevem não porque possuam um projeto de escrita e tentam
realizá-lo, mas que encetam o ato de escrever para ver se existe uma
intensidade que produza alguns efeitos. Escritores da inocência alegre de
um en-fant que só sabe falar a única palavra ajuizada: – Sim!
10.2.
No livro Os cantos de Fouror, de 2008, proferi o Manifesto (della
scrilettura cannibale), o qual começava e terminava assim:
só a antropofagia nos une
escrileituralmente
expressão mascarada da
escrita-pela-leitura e da leitura-pela-escrita
bravos combates das máquinas de guerra

única lei do mundo da escrita-leitura (écrilecture)
síndrome de Saturno
ogro que engole mais que devora
olho esbugalhado boca escancarada
um velho louco
goya
[...]
ação escrileitora
de experiências renovadas de queima do tempo nas praças
de alegria com o largado e o descoberto
de supressão das paralisias do pensamento
por procedimentos fantasmagóricos
acreditar em nada fazer estrelas
engolir inimigos sacros especialmente são paulo
lutar contra o cotidiano mecânica de fazer versos oficinas de escrita
questionários morais de leitura
humana aventura terrena finalidade
com alicerces molhados
sem derramar lágrimas
sem o mais alto sentido da vida

contra
a poesia que foi pau-brasil e pau-no-brasil
agora
escrileitura-(scriletture)-de-pau-e-pedra
sem sala de jantar domingueira
sem passarinhos cantando na mata resumida das gaiolas
sem sujeito magro compondo valsa pra flauta
sem maricota lendo o jornal
nele já não anda o presente
hoje só o fantástico

agora
textos-de-pau-e-pedra-com-e-sem-brasil
sem fórmulas pra extemporâneas expressões
senão vão sufocar
outra vez

estado de inocência absoluta
novas
perspectivas notas escalas
novos
conceptos perceptos afectos
pela invenção e pela surpresa
novas
no
10.3.
E, datadas de 2013 D.C, assaltemos as minhas luteranices (em estilo)
das "50 Teses sobre Escrileitura", publicadas, oficialmente, pela primeira
vez, no volume 16 da Pollichinelo, em 2014, dentre as quais, encontramos:
a) A introdução, que diz:
" "Com um desejo ardente de trazer a verdade sobre a Escrileitura à "
" "luz, as 50 teses seguintes serão defendidas nas catedrais de "
" "WITTCAPESBERG, CHEPPENQUE e VANNPÉDY, sob a presidência da "
" "necromanceira Warhammera Warga de Wolwea y WHASANSA, Mestra "
" "Trolla das Artes, MestrA Orca da Sagrada Misosofia, MestrA Uruka "
" "dos Heroscapers e Professora doutora Goblina de Comunicação "
" "Oficial das mesmas. Ela solicita que todos os que não puderem "
" "estar presentes para com ela disputar verbalmente, façam-no por "
" "escrito. E BEM ESCRITO. In nomine domini nostri excelsi "
" "vocationem. Amém. "
" "E algumas Teses, como as 5 primeiras: "
" "1. Práticas de Escrileitura, sem crer que um determinado tipo de"
" "leitura e de escrita, como o Científico, traz felicidade à "
" "humanidade. "
" "2. Tão rara como a paixão amorosa, a Escrileitura é região "
" "pantanosa para o mito narcísico, egos equilibrados e associação à"
" "verdade. "
" "3. A Escrileitura participa dos benefícios do próprio medo à "
" "autocatatonia complacente. "
" "4. A Escrileitura tem muita cautela com a auto-depreciação. "
" "5. Como a Escrileitura não é realizada nem por amor nem por ódio,"
" "não se queixa nem dá queixa; não recrimina nem insulta; não se "
" "idealiza, desvalorizando outras escritas e leituras. "


11.
Por aí, andamos. Mas, começo a puxar o freio da língua, sob pena dessa
Conferência parecer demasiadamente longa e correr o risco de não abrir
nada, mas obstaculizar a passagem do que está por vir. Só ajo assim, de
maneira mon(s)tradora, em função de dois motivos bem honestos (diria o
Cristiano Bedin).
1º. Para dar a ver um pouco da concretude de que, nunca, em nossos
trabalhos de pesquisa e de escrita-leitura, nos esforçamos para transformar
num possível, isto é: a impossibilidade de demarcação entre literatura,
educação, filosofia e vida. Por um motivo simples: isso não nos interessa.
E, ainda mais, por nos parecer uma renomada idiotice a preocupação em
definir um objeto que esteja delimitado por esses
âmbitos/campos/áreas/disciplinas/territórios.
2º. Em segundo lugar, opero desse modo porque, em função da já curta
duração da minha existência, daqui a pouco, estarei indo desta para melhor
(será melhor? sempre duvidei deste ditado!), e constatar que é preciso
deixar registrado, nos ouvidos daqueles que viverão, durante mais tempo, no
século XXI (que já vai à galope), algumas lutas que lutamos, que
continuamos e que vocês continuarão lutando, para arejar a mortandade em
vida, que vêm sendo, nesses últimos séculos, a leitura e a escrita em
educação.
Mesmo porque existem jovens que estão chegando, mas acham que a horta,
da qual cuidamos, que aguamos, há mais de vinte anos, e que os acolhe, lhes
dá guarida e alguma sustentação, deixando que abram portas e janelas para
múltiplas formas de conteúdo e de expressão, caiu dos Céus ou sobrou do
Dilúvio, graças a Noé; ou é inspirado pelas Musas; ou lhes pertence de
direito, por serem tão brilhantes e geniais.
12.
Quando, em verdade, em função das nossas escolhas de prioridades, de
ênfases, de inflexões nas experimentações, cada vez mais acredito que somos
iguais a El perro semi-hundido de Francisco Goya y Lucientes, conhecido
como El perro, com sua cabecinha de fora, para, no mínimo, continuar
respirando e subindo e lutando, sem morrer. Cada vez mais, nos parecemos
com El perrito, uma das mais importantes e belas telas, dentre as Pinturas
Negras de Goya, que decoravam os muros da casa da Quinta del Sordo, ficando
à esquerda da porta de entrada.
(Entre parênteses.) Interessante é que, entre 1863 e 1874, o fotógrafo
francés Jean Laurent fotografou essas Pinturas Negras, antes que elas
fossem retiradas dos muros, sob a curadoria financeira de um banqueiro
francês, para serem restauradas e transformadas em telas, com a intenção
de vendê-las na grandiosa Exposição Universal de Paris de 1878. Felizmente,
para nós todos, as obras não atraíram compradores e o próprio banqueiro as
doou ao Museu do Prado, onde se encontram até hoje.
Na fotografía, antes da remoção e restauro, ainda pode ser vista uma
paisagem de fundo, formada por uma grande rocha e por alguns vultos de
pássaros, aos quais o cãozinho parece olhar. Em seu estado atual, o quadro,
austero, apenas apresenta a cabeça de um cachorro, escondida ou semi-
afundada, sobre um plano inclinado, pintado de ocre escuro, e um espaço
vertical, em ocre mais claro; tudo isto ausente de qualquer outra figura,
seja a pedra, seja os supostos pássaros. O olhar da cabeça do cãozinho se
dirige para cima, indicando, talvez, a sua total solidão e desamparo, a não
ser a sua vontade de potência de mais vida que cria vida. (Como nosotros,
que nos amamos tanto!)
13.
Que fique bem dito: tanto os esforços individuais como os dos nossos
diversos bandos, que duram mais de duas décadas, seguem em direção a um
único ponto: que os educadores que estão vindo não aceitem nenhuma
retração, não façam nenhum recuo, não autorizem qualquer retrocesso. Como
escreveu William Faulkner, em O intruso, p.154:
Certas coisas você deve ser sempre incapaz de aguentar. Certas
coisas você nunca deve parar de se negar a aguentar. Injustiça e
afronta e desonra e vergonha. Não importa se você é muito jovem ou se
está muito velho. Nem por prestígio nem por dinheiro: nem por seu
retrato no jornal nem pela conta no banco. Simplesmente se negue a
aguentá-las.
Concessões, recuos, retrações, do nosso ponto de vista,
injustificáveis e covardes, de uma alegada pureza da educação. (Se isso
acontecer, juro que, nas madrugadas, depois que eu me for, virei puxar os
seus pés, quando dormirem. E lançarei a maldição de nunca, nunca,
nunquinha, terem um artigo aceito por um periódico Qualis A1!)
14.
Se os filósofos, desde sempre, se interrogaram sobre a literatura –
mesmo encarando-a com suspeita, temor, perplexidade, desdém, virada de
nariz, amor inconfessado ou paixão –, os que se dedicam à educação
pareceram sempre preocupados com a ingerência da filosofia e, em maior
medida, da literatura, da poesia, das artes, coibindo-se, por sua vez, de
interrogá-las, a partir dessa intersecção.
15.
Viver, educar e escrever nessa intersecção, se não impede, dificulta
pressupor que se pode apreender alguma coisa, considerada a dita "realidade
escolar", para só então adquirir habilidade para nela intervir. Neste caso,
a escrita em educação, por mais imparcial, científica ou rigorosa que
pudesse ser, conseguiria alcançar o âmago verdadeiro dos acontecimentos
cotidianos do tal e tão aclamado "chão de escola", como se ele tivesse uma
essência inabalável.
Tomaz (2007, p.314), um dia, no texto Políptico, na Educação em
Revista de Belo Horizonte, escreveu que nós escrevíamos do jeito que
escrevíamos: "porque não temos negócio com a objetividade. Nem com a
subjetividade. Não botamos nossas fichas na descontinuidade entre objeto e
sujeito. Ou entre linguagem e o mundo. Porque cremos que escrever é só
escrever".
16.
Julio Groppa e um orientando seu em 2012, na revista Textura,
registraram: "Ao que parece, o espelhamento fiel do mundo nunca foi uma das
potencialidades da escrita. Antes, sua turvação, seu desrespeito, sua
febre. De tal modo que jamais as descrições, incluindo as nossas, das
escolas deveriam ser tomadas a sério ou gravemente. São ficções, no mais
das vezes, sólidas, concretas, operacionais; e é tudo".
17.
Nesta direção, vemos como a nossa relação com o mundo da Educação (e
não somente com ele) muda de figuração. Mesmo após mais de duas décadas,
defendemos a necessidade de reconhecer e de fazer reconhecer a atitude
rebelionária e crítica de uma escrileitura em educação, junto, entre, no
meio, misturada, com a literatura e a filosofia, que permanece
inclassificável, mas nunca inibidora ou paralisante. É por isso que
preferimos ser impuros, híbridos, mestiços: para que o pensamento da
educação se transcrie sem cessar; para que, desse modo, ao menos, possa
criar as condições da esperança de renascer com uma força infinita.
18.
Nossas práticas de liberdade de escrever-e-ler não são fruto de
criatividade espontânea ou de esteticismo estéril, mas a articulação de
novas maneiras dos saberes traduzidos para as escrileituras. Deve ser por
isso mesmo que escrevemos o que e como escrevemos: porque estamos
acompanhados. E somos uma multidão, já, de estudantes, colegas professores
e todos os bandos, espalhados por aí, neste mundão velho sem porteira, que
se deixaram afetar por elas. E isto é tudo o que pode ser lido, tudo que se
abre à escrileitura de outros, sem que haja codificação de nenhuma
fantasia.
19.
Como, em 1851, quando Michelet foi exonerado do Collége de France, e
seus alunos lhe disseram, para reconfortá-lo: "Não aprendemos nada com o
senhor. Somente nossa alma, ausente, voltou para dentro de nós".
Assim, acho que também posso dizer que gostaríamos que vocês nos
dissessem, mais ou menos isso. Tal como eu, em sonho ou alucinação, escuto
vocês dizendo, por meio dos seus artigos, revistas, livros, teses e
dissertações: Não aprendemos a escrever com vocês. Somente o nosso querer-
escrever, nossa scripturire, nosso desejo de escrever, que estava ausente,
voltou para dentro de nós.
[Se assim for, acreditem, nós seremos felizes! E vocês não escreverão
mais para atender nenhuma demanda exterior; mas unicamente para contentar o
Desejo de Escrever, cujo ponto de partida é a alegria, o júbilo, a
satisfação, um êxtase, uma mutação, uma iluminação, um abalo. E, assim,
vocês terão evocado e recompensado a nossa trabalheira, para sempre. E
seremos gratos a vocês. Por ter valido todas as penas e dores, todos os
produtos fracassados e maus resultados.]
20.
Para encerrar de fato e cerrar a cortina desta Conferência – que deve
abrir, deixar passar ar fresco, não obstaculizar – concluo, retirando
excertos de um texto que escrevi há 13 anos, no livro Para uma filosofia do
inferno na educação (CORAZZA, 2002, p.92-93).
Com as nossas escrileituras em/entre/com educação-literatura-
filosofias-artes-ciências: Cavamos terras. Incubamos sementes. Sonhamos à
luz da Lua. Fazemos alianças com o Sol. Corremos com os lobos. Acendemos
fogos criadores. Estrumamos solos. Fertilizamos conceitos. Transplantamos
mudas. Plantamos bulbos para a Primavera. Descobrimos mortos. Recolhemos
ossos. Cortamos carnes. Bebemos sangue. Arrancamos peles e pelos.
Misturamos reinos. [...] Perseguimos águias e raposas. Desarmamos
predadores. Povoamos desertos. Convocamos a força do vento e do redemoinho.

Rimos e cantamos, dançamos e acarinhamos, choramos e ficamos
[raivosos]. Farejamos perigos. Afiamos nossas garras. Alienamos o conhecido
e familiar. Gritamos palavras indizíveis. Invocamos as estranhezas. Usamos
chaves proibidas. Pulamos cercas, muros, obstáculos. Rastreamos rizomas e
alegrias. Eliminamos cancros, desejos não-satisfeitos, queixas, culpas,
ofensas, fatos morais, arrazoados, tudo o que se enraíza em si mesmo.
Sopramos almas sobre o que está doente e triste. Adentramos nas grutas,
trevas, ares, tempos. Arrancamos escritos, cantos e poesias das entranhas.
Fluidificamos o que nos impede de deslizar e irromper [...].
Dizemos não às histórias impostas [...] e mergulhamos em um mundo-
entre-mundos [...]. Encontro realizado no infinito, todo feito de névoa
cósmica, inefável, rarefeita e imperceptível, que é onde [nossa
escrileitura é e não é, está e não está, e toda a sua substância é sempre
diáfana]. Névoa, por onde passam o amor e o sexo e a morte e a vida e a
criação e a destruição e tudo o que é irredutivelmente [escrita-e-leitura].
Ou seja, tudo o que é diabólico e divino, dada a sua multiplicidade, como
nações do mundo que somos.
OBRIGADA.
Referências
AQUINO, Júlio Groppa; CORAZZA, Sandra Mara (Orgs.). Abecedário:
educação da diferença. Campinas, SP: Papirus, 2009.
BAUDRILLARD, JEAN. A transparência do mal: ensaio sobre os fenômenos
extremos. (Trad. Estela dos Santos Abreu.) Campinas, SP: Papirus, 1992.
CAMPOS, Haroldo de. Galáxias. São Paulo: Ed. 34, 2004.
CORAZZA, Sandra Mara. Artistagens: filosofia da diferença e educação.
Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
CORAZZA, Sandra Mara. Escrileituras: um modo de ler-escrever em meio à
vida. Projeto de Pesquisa – Plano de trabalho (Observatório da Educação,
Edital 038/2010), apresentados a CAPES-INEP em setembro de 2010. 27p.
(Texto digitalizado.)
CORAZZA, Sandra Mara (Org.). Fantasias de escritura: filosofia,
educação, literatura. Porto Alegre: Sulina, 2010, p.143-171.

CORAZZA, Sandra Mara. Manual de auto-ajuda para intelectuais da
educação. 60 maneiras de responder à pergunta: "o que fazer após a orgia?".
Educação & Realidade, vol. 23, nº 2, jul/dez 1998, p.43-62.

CORAZZA, Sandra Mara. Memorial de Vidarbo: escrileitura
biografemática. Apresentado à Comissão Especial de Avaliação para solicitar
Promoção à Classe E de Professor Titular da Carreira do Magistério
Superior. Porto Alegre, 15 de outubro de 2014. (Texto digitado.) 506 p.
CORAZZA, Sandra Mara. Os cantos de Fouror: escrileitura em filosofia-
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CORAZZA, Sandra Mara. Para uma filosofia do inferno na educação:
Nietzsche, Deleuze e outros malditos afins. Belo Horizonte: Autêntica,
2002.
CORAZZA, Sandra Mara. 50 Teses sobre Escrileitura. Polichinello
Revista Literária, v. 16, 2014, p. 76-78.
CORAZZA, Sandra Mara; AQUINO, Júlio Groppa (Orgs.). Dicionário das
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GUIRAL, Gustavo; AQUINO, Júlio Groppa. Rumores da escrita: por um
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KLOSSOWSKI, Pierre. Nietzsche e o círculo vicioso. (Trad. Hortência S.
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TADEU, Tomaz. Políptico. Belo Horizonte, Educação em Revista, v. 45,
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TADEU, Tomaz; CORAZZA, Sandra; ZORDAN, Paola. Linhas de escrita. Belo
Horizonte: Autêntica, 2004.










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