Questões sobre tempo, filosofia da história e historiografia

Share Embed


Descrição do Produto

PROGRAMA DE DISCIPLINA


"Disciplina: Questões sobre tempo, filosofia da história e historiografia "
"Área de Concentração: Poder e Linguagens "Obrigatória: não "
"Linha de Pesquisa: Ideias, Linguagens e Historiografia " "
"(Linha 2) " "
"Departamento: PPGHIS/DEHIS "Unidade: ICHS "
"Carga "Teórica"Prática"No de "Duração/Seman"Carga Horária "
"Horária "8h "- "Créditos "a "Semestral "
"Semanal " " "4 "4 h/a "60h "
" "
"EMENTA "
"A disciplina tem por objetivo problematizar o tempo como questão fundamental e"
"desafio para historiografia contemporânea. Em uma palavra, esta disciplina "
"busca problematizar "tempo" como provocação a uma historiografia teoricamente "
"(ou mesmo filosoficamente) orientada para uma análise das historicidades. A "
"suposta "morte" das modernas filosofias da história (ou filosofias "
"especulativas da história), como sugeriu Odo Marquard, foi um resultado lógico"
"do crescimento da especialização das ciências humanas. A historiografia "
"tornou-se, graças a isso, dona de seu próprio campo, senhora de si e "
"responsável por uma filosofia crítica a respeito de sua produção: muitas vezes"
"a mescla de teoria e epistemologia da história. Isso assegurou, entre muitas "
"outras coisas, sua enorme capacidade de controle e as condições de sua "
"reprodução sob protocolos epistêmicos rigorosos. Mas não se pode mais dizer "
"que todo tipo de informação histórica está hoje sob o controle dos "
"historiadores. Internet, redes sociais, história pública, história digital, "
"web 2.0, boom memorialístico, jornalismo e o chamado "real time journalism", "
"testemunhos de toda sorte etc. Ademais, o enorme interesse público por passado"
"e memória, por história e identidade, por justiça e reparação ultrapassam "
"enormemente a esfera de controle e atuação da historiografia acadêmica e "
"especializada. "
"A própria concepção de tempo se multiplica diante de "passados que não "
"passam", traumas, memórias, testemunhos, entre outros, complexificando nosso "
"entendimento dessa dimensão fundamental da existência humana. Mas se o tempo "
"objetivo (dos homens, das sociedades, etc., o chamado tempo histórico) foi a "
"dimensão que definiu a História enquanto Área de especialidade, o que fazer "
"quando o tempo não é mais o mesmo? Se tempo não é um meio neutro no qual "
"existimos, quantificável, homogêneo e linear, que tipo de problema a "
"historiografia terá de enfrentar diante disso? "
"Proponho uma disciplina que tem por fito pensar sobre o presente e o futuro da"
""história dos historiadores", como dizia Paul Ricoeur, sem com isso encerrar "
"nosso debate numa apologia cega à torre de marfim, à empiria ou a "
"especialização. Também não se trata de proselitismo corporativista. Mas sobre "
"como podemos contribuir para que a historiografia repense a si própria em "
"função das questões éticas e políticas que atravessam este discurso? Como "
"podemos contribuir não apenas para responder questões, mas igualmente ajudar a"
"reformular questões fundamentais, largamente esquecidas ou ignoradas, "
"participando de debates que clamam por nossa participação e responsabilidade? "
"Para tanto, analisaremos debates sobre tempo e modernidade, historiografia e "
"epistemologia, educação, linguagem, narrativa e identidade, filosofias da "
"história, memória e esquecimento, presença e latência, diferença, ética e "
"política, políticas do tempo, entre outras. "
" "
"CONTEÚDO PROGRAMÁTICO "
"Introdução: Berber Bevernage e Chris Lorenz "
"1) Modernidade e tempo "
"Koselleck "
"Gumbrecht "
"Hartog "
"A.Assmann "
"Paul Osborne "
"2) Algumas críticas às filosofias da história "
"Nietzsche "
"Hayden White "
"Odo Marquard "
"Gumbrecht "
"3) Teorias da Presença "
"Ankersmit "
"Eelco Runia "
"Gumbrecht "
"Ethan Kleinberg "
"4) Ética e história "
"Dossiê 2004 History and Theory "
" "
"BIBLIOGRAFIA: "
" "
"ANKSERSMIT, F. Tiempo. In: MUDROVCIC, M. I. e RABOTNIKOF, N. "
"(coords). En busca del pasado perdido: temporalidad, historia y "
"memoria. Mexico: Siglo XXI Editores, UNAM, 2013. "
"______. Presence and mith. History and Theory 45, october 2006, "
"p.328-336 (Forum On Presence); "
"______. Sublime dissociation of the past: or how to be(come) what "
"one is no longer. History and Theory, october 2001, p.295-323; "
"______. THE ETHICS OF HISTORY: FROM THE DOUBLE BINDS OF (MORAL) "
"MEANING TO EXPERIENCE, History and Theory, Theme Issue 43 (December"
"2004), 84-102; "
"ASSMANN, Aleida. Memória funcional e memória cumulativa: dois modos"
"da recordação. In: ______. Espaços da Recordação: formas e "
"transformações da memória cultural. Campinas, SP: Editora Unicamp, "
"2011. p.143-158. "
"______. Transformations on modern time regimes. In: BEVERNAGE, B.; "
"LORENZ, C. (orgs.). Breaking up time: negotiating the borders "
"between present, past and futures. Göttingen: Vandenhoeck and "
"Ruprecht, 2013. p.39-56; "
"ASSMANN, Jan. Collective memory and cultural identity. New German "
"Critique, n.65, Cultural History/Cultural Studies (Spring – Summer,"
"1995). p.125-133. "
" "
"BAETS, Antoon de. A DECLARATION OF THE RESPONSIBILITIES OF PRESENT "
"GENERATIONS TOWARD PAST GENERATIONS, History and Theory, Theme "
"Issue 43 (December 2004), 130-164; "
"BEVERNAGE, B. e LORENZ, C. Breaking up time – Negotiating the "
"borders between present, past and future. An introduction. In: "
"BEVERNAGE, B.; LORENZ, C. (orgs.). Breaking up time: negotiating "
"the borders between present, past and futures. Göttingen: "
"Vandenhoeck and Ruprecht, 2013. "
"BEVERNAGE, B. History, memory and state-sponsored violence: time "
"and justice. New York: Routledge, 2012; "
"BEVERNAGE, B. Transitional Justice and Historiography: challenges, "
"Dilemmas and Possibilities. Macquarie Law Journal, v.13, 2014, "
"p.7-24; "
"BLUMMENBERG, Hans. The legitimacy of modern age. 7th Ed. Cambridge,"
"MS; London: The MIT Press, 1999; "
"CRACRAFT, James. IMPLICIT MORALITY. History and Theory, Theme Issue"
"43 (December 2004), 31-42; "
"FICO, C. História do tempo presente, eventos traumáticos e "
"documentos sensíveis: o caso brasileiro. Varia História, v.28, "
"n.47, p.43-59, jan/jun.2012; "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
"FICO, Carlos. A história que temos vivido. In: VARELLA, Flávia; "
"MOLLO, Helena; PEREIRA, Mateus H. F.; MATA, Sérgio R. da. Tempo "
"presente & usos do passado. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2012. "
"p.67-100; "
"FREUD, Sigmund. Luto e melancolia. In: ______. Obras Completas "
"(vol. 12): introdução ao narcisismo, ensaios de metapsicologia e "
"outros textos (1914-1916). São Paulo: Companhia das Letras, 2010. "
"p.170-194; "
"GORMAN, Jonathan. HISTORIANS AND THEIR DUTIES, History and Theory, "
"Theme Issue 43 (December 2004), 103-117; "
"GUMBRECHT, Hans Ulrich. Depois de aprender com a história. In: "
"______. Em 1926: vivendo no limite do tempo. Rio de Janeiro: "
"Record, 1999. p.459-485; "
"______. Depois de depois de aprender com a história. In: NICOLAZZI,"
"Fernando; MOLLO, Helena M.; ARAUJO, Valdei L. (Orgs.). Aprender com"
"a história? O passado e o futuro de uma questão. Rio de Janeiro: "
"Editora FGV, 2010; "
"HALBWACHS, Maurice. Memória histórica e memória coletiva. In: "
"______. A Memória Coletiva. São Paulo: Vértice, 1990. p.53-88; "
"HARTOG, François. Capítulo 4 – Memória, história presente. In: "
"______. Regimes de historicidade. Presentismo e experiências do "
"tempo. Belo Horizonte, MG: Autêntica Editora, 2013 (Coleção "
"História e Historiografia 8). p.133-191; "
"HUYSSEN, A. Present pasts: urban palimpsets and the politics of "
"memory. Stanford: Stanford University Press, 2003; "
"HUYSSEN, Andreas. Passados presentes: mídia, política, amnésia. In:"
"______. Seduzidos pela memória: arquitetura, monumentos, mídia. 2 "
"ed. Rio de Janeiro: Aeroplano Editora/UCAM/MAM-RJ, 2000. p.9-40; "
"JENKINS, Keith. ETHICAL RESPONSIBILITY AND THE HISTORIAN: ON THE "
"POSSIBLE END OF A HISTORY "OF A CERTAIN KIND", History and Theory, "
"Theme Issue 43 (December 2004), 43-60; "
"KLEINBERG, Ethan; GOSH, Ranjan (Eds.). Presence. Philosophy, "
"history and cultural theory for the twentieth first century. New "
"York, London: Cornell University Press, 2013; "
"KOSELLECK, R. Futuro passado: Contribuição à semântica dos tempos "
"históricos. Rio de Janeiro: Contraponto, Editora da PUC-RJ, 2006; "
"______. "História" como conceito mestre moderno (Cap. VI) e "
"Perspectiva (Cap. VII). In: ______ (et al.). O conceito de "
"História. Belo Horizonte, MG: Autêntica Editora, 2013 (Coleção "
"História e Historiografia 10). p.185-222 e p.223-225; "
" "
" "
" "
"______. Estratos do tempo. Estudos sobre história. Rio de Janeiro: "
"Contraponto; Editora da PUC-Rio, 2014; "
"LACAPRA, D. Escribir la historia, escribir el trauma. Buenos Aires:"
"Nueva Visión, 2005; "
"LORENZ, C. Blurred Lines: History, Memory and Experience of Time. "
"International Journal for History, Culture and Modernity, v.2, n.1,"
"2014, p.43-62; "
"LUHMANN, Niklas. The future cannot begin: temporal structures in "
"modern society. Social Research, Vol. 43, No. 1, Interaction "
"Between European and American SocialScience (SPRING 1976), pp. "
"130-152; "
"NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Segunda consideração intempestiva: da"
"utilidade e desvantagens da história para a vida (1874). Rio de "
"Janeiro: Relume Dumará, 2003; "
"NORA, Pierre. Entre memória e história. A problemática dos lugares."
"São Paulo, Projeto História, São Paulo, vol. 10, dez. 1993, p.7-28;"
"OSBORNE, Peter. The politics of time: Modernity and avant garde. "
"London, New York: Verso, 1995; "
"PALTI, E. J. Giro linguístico e historia intelectual. Bernal: "
"Universidad Nacional de Quilmes Editorial, 2012; "
"PHILLIPS, M.S. On historical distance. New Haven, Yale University "
"Press, 2013; "
"RICŒUR, Paul. A memória, a história, o esquecimento. Campinas, SP: "
"Editora da Unicamp, 2007; "
"ROSSI, Paolo. O passado, a memória, o esquecimento. São Paulo: "
"Editora Unesp, 2010. p.15-38 e p.39-63; "
"RUNIA, Eelco. Moved by the past: discontinuity and historical "
"mutation. New York: Columbia University Press, 2014; "
"______. Presence, History and Theory 45 (February 2006), 1-29; "
"RÜSEN, Jörn. Como dar sentido ao passado: questões relevantes de "
"meta-história. História da Historiografia, n.2, mar. 2009, "
"p.163-209; "
"SARLO, Beatriz. Tempo passado: cultura da memória e guinada "
"subjetiva. São Paulo: Companhia das Letras; Belo Horizonte, MG: "
"Editora UFMG, 2007. p.23-44; "
"SELIGMANN-SILVA, M. Direito pós-fáustico: por um novo tribunal como"
"espaço de rememoração e elaboração dos traumas sociais. In: ARAÚJO,"
"M. P. FICO, C. e GRIN, M. (orgs.). Violência na história: memória, "
"trauma e reparação. Rio de Janeiro: Ponteio, 2012. "
"SPIEGEL, G. The future of the past: history, memory and ethical "
"imperatives of writing history, Journal of the philosophy of "
"history, n.8, p.149-179, 2014; "
" "
"TOZZI, V. The epistemic and moral role of testimony, History and "
"Theory, n.51, p.1-17, 2012; "
"VANN, Richard T. HISTORIANS AND MORAL EVALUATIONS, History and "
"Theory, Theme Issue 43 (December 2004), 3-30; "
"WEINRICH, Harald. Lete: arte e crítica do esquecimento. Rio de "
"Janeiro: Civilização Brasileira, 2001; "
"WHITE, Hayden. The practical past. Historein, Athens, vol. 10, "
"2010, p.10-19; "
"WHITE, H. O fardo da história. In: ______. Trópicos do discurso: "
"ensaios sobre a crítica da cultura. São Paulo: Edusp, 1994; "
"YERUSHALMI, Yosef Hayim. O mal-estar na historiografia. In: ______."
"Zakhor: história judaica, memória judaica. Rio de Janeiro: Imago "
"ed., 1992. p. 95-120; "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
" "
Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.