Souvenirs Gastronômicos como Lembranças de Viagem: um estudo de caso em Curitiba – Brasil

September 3, 2017 | Autor: Franciele Manosso | Categoria: Gastronomy, Tourism
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Souvenirs Gastronômicos como Lembranças de Viagem: um estudo de caso em Curitiba – Brasil

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A REVISTA

Graziela Scalise Horodyski, Franciele Cristina Manosso, Camila Bizinelli & Todos os números Último número José Manoel Gândara Sobre a revista Índice Traduções : Submeta um artigo EN ‐ Gastronomic Souvenirs as Travel Souvenirs: A Case Study in Curitiba, Brazil Plano Resumo Palavras‐ Texto chave

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• Os souvenirs gastronômicos • Caracterização do Destino Turístico Curitiba • Metodologia de Pesquisa • Resultados • Considerações finais

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Résumé O  consumo  de  lembranças  é  uma  das  atividades  realizadas  pelos  visitantes durante  a  experiência  turística  em  determinada  destinação.  Dentre  os  diversos tipos  de  souvenirs  ofertados  ao  redor  do  mundo,  os  alimentos  e  as  bebidas  se destacam por tratar­se de bens carregados de significados relacionados ao espaço geográfico e turístico, detendo atributos capazes de gerar sensações e prolongar a experiência  da  viagem.  Além  disso,  proporcionam  às  pessoas  que  recebem  esse tipo  de  lembrança,  como  um  presente,  uma  parte  da  experiência  vivenciada,  a que  denominamos  de  souvenir  gastronômico.  Uma  variedade  significativa  de produtos  pode  ser  considerada  como  souvenir  gastronômico,  contudo  há  cinco variáveis  fundamentais  para  a  compreensão  de  seu  conceito,  sendo  estas: alimentos e bebidas; identificação; embalagem; identidade; transporte. Com esse pressuposto,  o  estudo  objetivou  identificar  e  analisar  a  oferta  de  souvenirs gastronômicos  de  Curitiba,  destino  turístico  urbano  localizado  na  região  sul  do Brasil.  Sendo  caracterizado  como  um  estudo  de  caso  de  caráter  empírico  e exploratório,  em  que  a  investigação  iniciou­se  a  partir  de  um  levantamento bibliográfico,  seguido  de  uma  pesquisa  de  campo  visando  à  identificação  de alimentos  e  bebidas  ofertados  nos  estabelecimentos  de  comercialização  de souvenirs,  através  do  recorte  espacial  delimitado  pelo  circuito  viário  da  Linha Turismo, ônibus turístico da cidade. Como resultado, constatamos que a oferta de souvenirs  gastronômicos  em  Curitiba  é  variada,  porém  sobressaem  bolachas, chocolates, vinhos  e  cachaças,  que  estão  relacionados  com  a  identidade  cultural de Curitiba e da região na qual a cidade está inserida. Mots­clés souvenir  gastronômico  –  identificação  ­  embalagem  –  transporte  –  identidade  ­ Curitiba­Brasil Texto completo  A  experiência  turística  envolve  uma  série  de  atividades  que  geram  sensações  e emoções diversas às pessoas, desde a expectativa da escolha de um destino e o usufruto  da  viagem,  até  o  retorno  ao  local  de  origem  e  a  recordação  das experiências  vivenciadas.  Uma  das  atividades  que  frequentemente  compõe  a experiência da visitação é a procura e aquisição de lembranças do espaço turístico. Souvenirs  são  objetos  que  materializam  e  prolongam  a  experiência  de  uma

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Via@ ­ Varia viagem,  pois  carregam  significados  diversos  para  os  turistas  que  os  consomem, relacionados à identidade cultural do destino turístico ou algum aspecto referente à percepção do turista com relação às visitas realizadas durante a sua experiência de visitação. Nesse sentido, os produtos alimentares e as bebidas que podem ser adquiridos  em  um  determinado  destino  podem  ser  considerados  como lembranças,  e  incluídos  na  categoria  de  souvenir  gastronômico,  objeto  da presente discussão.  Dada a necessidade de se compreender a importância deste tipo de produto para os destinos turísticos, foi realizada uma pesquisa de campo na cidade de Curitiba, capital  do  estado  do  Paraná,  no  sul  do  Brasil,  com  o  objetivo  de  identificar  e analisar os souvenirs gastronômicos ofertados. Para  este  trabalho  foram  propostos  cinco  elementos­chave,  sendo  estes orientadores  do  levantamento  de  dados  e  posterior  análise,  a  citar:  alimentos  e bebidas;  identificação;  identidade;  embalagem;  transporte.  Considerando  estes elementos,  este  estudo  parte  da  seguinte  problemática:  os  souvenirs gastronômicos  de  Curitiba  contemplam  as  características  adequadas  à  sua comercialização?  Para a realização da pesquisa de campo, foi definido um recorte espacial delimitado pelo  circuito  da  Linha  Turismo,  um  serviço  de  transporte  coletivo  que  abrange vinte e quatro pontos de parada, contemplando os principais atrativos turísticos do município.  Assim,  se  pode  identificar  e  analisar  in  loco  a  oferta  de  alimentos  e bebidas nos estabelecimentos de comercialização de souvenirs localizados dentro e no entorno próximo destes atrativos. A partir disso, constatou­se que dos vinte e quatro  pontos  de  parada  da  Linha  Turismo  quatorze  apresentaram  oferta  de souvenirs  gastronômicos,  com  características  variadas,  cujas  peculiaridades possibilitaram  a  realização  de  uma  análise  que  versa  sobre  as  experiências turísticas e questões de identidade cultural deste espaço geográfico. Desta forma, este artigo se inicia com uma discussão teórica acerca do conceito de souvenir,  direcionando­se  para  um  aprofundamento  sobre  os  souvenirs gastronômicos e as questões que envolvem esta  discussão,  sob  uma  abordagem da  geografia,  do  marketing  e  do  turismo.  Em  seguida,  se  apresenta  o  destino turístico em questão, bem como se localiza espacialmente o município e o recorte espacial  adotado  para  esta  pesquisa  em  particular.  No  tópico  dedicado  a metodologia,  se  explicam  detalhadamente  os  critérios  para  a  identificação  e análise  do  objeto  de  pesquisa,  os  souvenirs  gastronômicos.  Finalmente,  são apresentadas  as  análises  dos  resultados,  direcionando  para  novas  investigações sobre a temática.

• Os souvenirs gastronômicos  Neste tópico abordaremos o conceito de souvenir, os produtos alimentícios  como souvenirs, e os itens necessários para a caracterização do souvenir gastronômico, a citar: identificação, embalagem, transporte e identidade. O conceito de souvenir Presente em grande parte dos destinos turísticos ao redor do mundo, o mercado de souvenirs abrange uma relevante variedade de itens relacionados diretamente com  o  espaço  geográfico  onde  é  ofertado,  ou  muitas  vezes,  oriundos  de  outras regiões e até mesmo países, mas que, por razões diversas, atraem a atenção do turista,  que  os  adquire.  Alimentos  e  bebidas  são  comumente  ofertados  e consumidos  como  lembranças  dos  destinos  turísticos,  abrindo  diversas possibilidades de discussão a respeito do conceito de souvenir gastronômico sob o aspecto da experiência turística (demanda) e a identidade local (oferta). Contudo, considera­se fundamental iniciar a discussão com o conceito de souvenir. Apesar  de  seu  caráter  banal,  conforme  apontam  diversos  autores  (Zulaikha  e Brereton,  2011;  Nyffenegger,  2010;  Machado  and  Siqueira,  2008;  Gordon, 1986),  o  souvenir  é  um  objeto  dotado  de  inúmeros  significados  relacionados  à identidade e a imagem turística de um determinado destino, cuja escolha para o consumo  ocorre,  muitas  vezes,  pela  percepção  que  o  turista  possui  de  um determinado atrativo  ou  espaço  geográfico,  bem  como  as  experiências  turísticas vivenciadas em uma viagem (Machado e Siqueira, 2008).  Neste  contexto,  verificou­se  que  os  estudos  sobre  o  universo  do  souvenir envolvem diversas abordagens, as quais se destacam pelos aspectos relacionados à  identidade  sociocultural  destes  produtos  (Shen,  2011;  Nunes,  2008  ;  Reis, 2008;  Machado  e  Siqueira,  2008;  Peach,  2007;  Medeiros  e  Castro,  2007; Horodyski,  2006;  Norrild,  2004;  Ruschmann,  1999),  a  representação  dos mesmos  dentro  do  espaço  geográfico  (Swanson,  2004),  a  relação  da  oferta  de souvenirs com o marketing (Wicks et al, 2004; Schlütter, 1998), motivações para o consumo (Swanson e Horridge, 2004; Oh et al, 2004; Kim e Littrell, 1999), a categorização dos souvenirs (Gordon, 1986) e a relação experiencial com este tipo

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Via@ ­ Varia de  produto  (Chunxiao  e  Tingyue,  2010;  Mitchell  e  Orwig,  2002;  WANG,  1999; Love e Sheldon, 1998). A partir das pesquisas realizadas pelos referidos autores, é possível afirmar que o souvenir é um objeto capaz de ‘materializar’ a experiência da visitação e prolongar as sensações vividas pelas pessoas após o retorno de suas viagens turísticas. Dada a abrangência do conceito de souvenir, considerando a grande quantidade de itens que compõe este mercado, Gordon (1986) propôs uma categorização, a partir de características objetivas, representadas na figura a seguir:

Figura 01: Tipologia do Souvenir FONTE: Elaborado pelos autores, baseados em Gordon (1986).

Observando­se  a  figura  anterior,  percebe­se  que  diversos  objetos  são comercializados  para  turistas  como  lembranças  do  espaço  visitado,  abrindo inúmeras possibilidades de discussão  em  torno  de  um  produto,  que  a  princípio  é limitado aos artigos com a inscrição ‘lembrança de’, mas que consistem em uma significativa “indústria de recordações” (Schlüter, 1998), com objetos produzidos, ou não, com fins de comercialização turística e que, além do impacto econômico evidente, merecem ser estudados a partir de seus significados. Neste  sentido,  Love  e  Sheldon  (1998)  verificam  que  existe  uma  distinção  entre turistas experientes e pouco experientes em viagens ao que concerne à relação de consumo  de  souvenirs.  Os  primeiros  se  preocupam  em  viver  experiências autênticas  e  durante  esses  momentos  adquirem  um  determinado  produto,  que muitas vezes não é comercializado em uma loja ou feira de souvenirs, e que pode nem ter sido produzido para este fim (Love e Sheldon, 1998).  Analisando  às  tipologias  de  Gordon  (1986),  pode­se  supor  que  estes  turistas costumam comprar aqueles objetos inseridos na categoria de ‘produtos locais’. Por outro  lado,  turistas  com  menor  experiência  em  viagens  buscam  principalmente artigos  com  a  marca  do  destino  visitado,  cuja  preocupação  é  a  comprovação  de que a visita foi realizada. Neste sentido, o consumo pode estar ligado ao objeto em si, e não aos seus significados, podendo­se citar os produtos pictóricos, as réplicas e ícones, além dos produtos com marca e os objetos ‘peace of the rock’ (Gordon, 1986; Love e Sheldon, 1998). A  partir  do  enfoque  da  oferta  (Gordon,  1986)  e  da  demanda  (Love  e  Sheldon, 1998) foi possível compreender a abrangência dos objetos que compõe o conceito de  souvenir,  bem  como  as  características  prováveis  dos  consumidores  dos produtos inseridos nas variáveis apresentadas. Uma destas variáveis, inserida na categoria  de  ‘Produtos  Locais’  (Gordon,  1986)  está  a  dos  produtos  alimentícios, que será discutida no tópico a seguir. Os produtos alimentícios como souvenir O termo ‘souvenir gastronômico’, adotado para o presente estudo, foi proposto a partir da expressão ‘food souvenir’, utilizada por diversos pesquisadores como Lee e  Huang  (2008);  Morgan  e  Pritchard  (2005),  Swanson  (2004);  Norrild  (2004); Mitchell  e  Orwig  (2002),  Kim  e  Littrell  (2001).  Sob  a  mesma  vertente,  alguns autores  que  tratam  do  tema  também  utilizam  a  expressão  ‘local  food’  para alimentos  e  bebidas  produzidas  na  região  onde  são  ofertados  como  lembranças dos  destinos  turísticos  (Shen,  2011;  Swanson  e  Horridge,  2004;  Norrild,  2004; Lehto, Cai, O'Leary e Huan, 2004; Swanson, 2004).  Sendo assim, esta pesquisa parte da concepção de que o souvenir gastronômico é um  produto  derivado  de  alimentos  ou  bebidas,  com  identidade  diferenciadora, identificação  da  origem,  embalagem  adequada  e  transporte  facilitado;  que  seja capaz  tanto  de  materializar  a  experiência  da  visitação  e  prolongar  as  sensações vividas  pelas  pessoas  após  o  retorno  de  suas  viagens  turísticas  quanto  permita compartilhar lembranças com outras pessoas e motivar novas viagens. Isso  não  significa,  porém,  que  todos  os  consumidores  de  souvenir  gastronômico sejam  motivados  pela  gastronomia  local,  tampouco  pelos  aspectos  culturais  que envolvem  este  setor,  afinal,  existem  consumidores  de  souvenir  que  desejam

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Via@ ­ Varia produtos  motivados  pela  marca  do  destino,  ou  outros  fatores  já  discutidos  por Gordon  (1986)  e  o  alimento  ou  bebida  seriam  apenas  itens  que  comprovam  a viagem  realizada.  Por  isso,  Shen  (2011)  classifica  os  consumidores  de  souvenirs como  culturais  e  comerciais,  considerando  que  parte  dos  turistas  entende  e valoriza  a  cultura  local,  mas  nem  todos  tem  a  mesma  preocupação  (Love  e Sheldon,  1998),  portanto  o  consumo  de  produtos  alheios  à  identidade  local  não pode ser considerado uma atitude negativa. Nesse  sentido,  entende­se  que  a  análise  do  conceito  de  souvenir  gastronômico não  pode  limitar­se  a  questões  de  autenticidade,  pois  a  variedade  de  produtos existentes  no  mercado  de  souvenirs  evidencia  que  os  turistas  possuem  anseios diversos  em  relação  às  lembranças  que  desejam  levar  dos  destinos  visitados, possivelmente  relacionados  à  sua  própria  experiência  turística,  que  abrange  as expectativas da viagem, a experimentação de um determinado espaço geográfico, o retorno para casa e as lembranças do destino visitado (Garcia­Mas e Garcia­Mas, 2005). Considerando estas questões, entende­se que o estudo do souvenir gastronômico deve  considerar  cinco  elementos  que  compõe  as  suas  características  principais, tendo por base aspectos da oferta (Gordon, 1986) e da demanda (Love e Sheldon, 1998), bem como as contribuições conceituais dos diversos autores que tratam da temática (Shen, 2011; Lee e Huang, 2008; Morgan e Pritchard, 2005; Swanson e  Horridge,  2004;  Lehto,  Cai,  O'Leary  e  Huan,  2004;  Swanson,  2004;  Norrild, 2004;  Mitchell  e  Orwig,  2002;  Kim  e  Littrell,  2001,  2001),  a  citar:  Alimentos  e Bebidas; Identificação; Embalagem; Identidade;  Transporte,  conforme  a  figura  a seguir:

Figura 02: Elementos que compõe o souvenir gastronômico Fonte: Elaborado pelos autores (2012)

É  essencial  destacar  que  os  cinco  elementos  apresentados  na  figura  anterior contribuem para o entendimento e análise do souvenir gastronômico, porém, não são necessariamente interdependentes, conforme as diferentes características dos souvenirs  e  de  seus  consumidores  (Love  e  Sheldon,  1998;  Gordon,  1986).  Para se  discutir  estas  questões  é  necessário  compreender  cada  elemento  proposto.  A seguir,  serão  abordadas  as  variáveis  denominadas:  identificação,  embalagem, transporte  e  identidade.  A  variável  alimentos  e  bebidas  será  tratada posteriormente  através  da  pesquisa  empírica,  possibilitando  analisar  a  relação entre  as  questões  conceituais  com  a  realidade  do  mercado  de  souvenirs gastronômicos em Curitiba. Identificação A variável ‘identificação’ refere­se ao rótulo e a marca de alimentos e bebidas, que transmitem  informações  diversas  e  que  possibilitam  identificar  o  produto  à

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Via@ ­ Varia imagem  turística  e  territorial  do  destino  onde  o  mesmo  é  ofertado  como  um souvenir. A  imagem  de  um  destino  turístico  é  a  soma  do  produto  global  ofertado,  mais  o conjunto  de  ações  comunicativas.  Essa  imagem  é  percebida  pelos  turistas, conforme as informações recebidas e as experiências vividas em um determinado destino turístico  (Gândara,,  2008),  que  consiste  no  conjunto  de  conhecimentos adquiridos  durante  a  viagem,  bem  como  impressões  e  sensações  particulares sobre  o  lugar  (Schlütter,  1998  ;  Ejarque,  2005).  A  comunicação  em  destinos turísticos é uma prática organizada e conjunta de construção de  uma  identidade própria, projetando a imagem de um destino turístico, bem como transmitindo as experiências que envolvem a oferta turística como um elemento de diferenciação (Valls, 2004; Bigné, Font, Andreu, 2000). Uma das formas de se ‘materializar’  a imagem  turística  para  a  demanda  é  a  comunicação  através  da  marca  (Azeglio, 2005), que pode estar associada ao souvenir gastronómico.  O souvenir, neste sentido, pode funcionar como um canal de comunicação, e  os alimentos e as bebidas, especialmente, reforçam a marca através  das  sensações provocadas  depois  da  viagem,  tanto  pelo  que  oferecem  ao  paladar,  como  pelos significados diversos que carrega (Gândara, Gimenes e Mascarenhas, 2009). Tais significados estão ligados à identidade do produto (que será tratado adiante) e às informações transmitidas pelo seu rótulo. O  papel  do  rótulo  é  fornecer  informações  que  permitam  ao  consumidor  escolher um  determinado  produto,  bem  como  prepará­lo  e  conservá­lo  de  maneira adequada  (Machado,  Santos,  Albinati  and  Santos,  2006).  Os  autores  salientam que, no Brasil, as informações corretas sobre alimentos e bebidas nos rótulos são regidas conforme o Código de Defesa do Consumidor (1990), que orienta o acesso às  informações  sobre  conteúdo  líquido,  identificação  de  origem,  lote,  prazo  de validade,  instruções  sobre  preparo  e  uso,  razão  social  do  produtor  e  dados  do importador, quando necessário.  No caso do souvenir gastronômico, considera­se fundamental o cumprimento das normas  de  cada  país  sobre  as  informações  necessárias  aos  consumidores  de alimentos  e  bebidas.  Contudo,  acredita­se  que  os  turistas  desejam,  além  das informações básicas sobre o alimento ou bebida, uma comunicação adequada para a identificação do espaço geográfico onde o produto é produzido e comercializado. O  nome  do  destino  pode  ser  considerado  uma  marca  turística  relevante,  bem como,  outras  formas  de  representação  simbólica  (Rabassa,  2012;  Fandinõ  e Xaime, 2002), que, quando presentes no rótulo, podem agregar valor ao produto. Com  base  em  Guadalupe  (2000)  acredita­se  que  tais  informações  podem contribuir  com  a  formação  da  identidade  do  alimento  ou  bebida,  diferenciando­o no mercado. Umas das estratégias utilizadas para diferenciar alimentos e bebidas no mercado é a Identificação de Origem Controlada (Souza, 2006; Ribeiro, Matos e Fernandes, 2008; Cabrales e Gonzalez, 1974) and Protected Luna, Giesbrecht e Lima, 2007). Trata­se  de  uma  iniciativa  que  teve  início  entre  produtores  rurais  europeus,  e expandiu­se em todo o mundo como forma de valorizar a qualidade da produção de um determinado território, através da identificação da origem, que possibilita a valorização do  espaço  geográfico  onde  existe  a  produção  e  o  saber­fazer  de  uma comunidade, protegendo a paisagem natural e cultural. Dentre diversos exemplos, pode­se citar o Vinho Champagne e Bordeaux (França) e o Café (Colômbia).  Nos  casos  citados  e  tantos  outros  existentes,  a  comunicação  integrada  (Valls, 2004; Bigné, Font, and Andreu, 2000) entre território e produtores proporciona o desejo  de  consumo  destes  bens,  consumidos  muitas  vezes  como  souvenirs  por turistas  que  visitam  regiões  produtoras  de  artigos  com  identificação  de  origem, que dá ao destino turístico sua identidade, em muitos casos. Da mesma forma, os produtos  divulgam  a  região  e  a  identidade  cultural  do  território  em  que  está inserido através da comunicação do rótulo e as informações ali contidas podem ser um fator decisivo para a aquisição de um produto (Guadalupe, 2000).  Embalagem Na  perspectiva  do  marketing,  a  embalagem  de  um  produto  consiste  em  um mecanismo  de  comunicação.  Neste  tópico,  propõem­se  a  abordar  a  embalagem pelas suas funções essenciais, que dizem respeito a sua função básica de embalar e/ou agrupar produtos, bem como, facilitar o transporte, protegendo a integridade dos mesmos (Pereira, 2006; Guadalupe, 2000).  Kotler (1998) afirma que a embalagem é um conjunto de design e fabricação de um  recipiente  ou  envoltório  para  um  produto,  cujas  principais  finalidades resumem­se em consumo (venda ou apresentação), distribuição física, transporte, exportação e armazenagem. Além disso, o autor acredita que a embalagem tem se  tornado  uma  potente  ferramenta  de  marketing  e  que,  se  for  bem  projetada, pode  criar  valor  de  conveniência  para  o  consumidor  e  valor  promocional  ao fabricante. Faria  e  Souza  (2008)  destacam  a  necessidade  de  planejamento  de  custos  em

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Via@ ­ Varia torno das embalagens considerando as necessidades do consumidor e o preço final do  produto.  Em  geral,  as  embalagens  são  produzidas  com  vidro,  papel,  plástico, metal,  madeira  e  tecidos,  e  a  postura  socioambiental  em  relação  ao  uso  de embalagens  vem  sendo  uma  preocupação  entre  os  consumidores.  Por  isso,  os autores  orientam  quanto  o  desenvolvimento  de  tecnologias  para  o  fornecimento de  embalagens  sócio  e  ambientalmente  adequadas,  inclusive  como  forma  de comunicar uma imagem positiva sobre o produto embalado.  No  caso  do  souvenir  gastronômico  é  relevante  destacar  que  o  seu  consumidor necessita  de  embalagens  que  garantam  a  proteção  de  alimentos  e  bebidas  nos deslocamentos  das  viagens  em  diferentes  meios  de  transporte,  principalmente quando estes produtos devem ser despachados como bagagem pelas companhias aéreas. Assim como resistentes, as embalagens devem ser fáceis de transportar, serem o mais leve e ocuparem o menor espaço possível. A variedade de tamanhos das embalagens encontradas nas lojas para comercializar as Tortas de Santiago da Galícia e as Ensaimadas de Maiorca são exemplos. Além disso, cabe aos produtores de souvenirs gastronômicos fornecerem embalagens extras, quando necessário, e esteticamente  atraentes,  considerando  que  muitos  destes  produtos  serão ofertados  como  presentes  quando  chegarem  à  cidade  de  origem  do  turista (Hjalager, Corigliano, 2000). Transporte O souvenir gastronômico é um produto normalmente transportado em viagens, o que envolve o deslocamento de alimentos e bebidas entre regiões e países. Para este estudo serão abordadas as normas e legislações brasileiras, entendendo que existem normas  específicas  para  a  entrada  de  alimentos  e  bebidas  em  cada  país (Hjalager, Corigliano, 2000). No Brasil, a principal responsável pelas  normas  que regulam  a  entrada  e  a  saída  de  alimentos  e  bebidas  é  a  Agência  Nacional  de Vigilância  Sanitária  (ANVISA),  sendo  apoiada  pelo  Serviço  de  Vigilância Agropecuária Internacional (VIGIAGRO), responsável pela inspeção das  bagagens dos passageiros que entram no país (ANVISA, 2012), sendo que os decretos para tal  é:  a  Portaria  SVS/MS  nº326,  de  30  de  julho  de  1997,  juntamente  com  a Resolução ANVISA nº275, de 21 de outubro de 2002.  Com base nestes organismos, os alimentos e bebidas restritos à entrada no país, sem  uma  certificação  sanitária  são:  frutas  e  hortaliças  frescas;  sementes;  carne de  qualquer  espécie  animal,  in  natura  ou  industrializada  (embutidos,  presunto, salgados  e  enlatados);  leite  e  produtos  lácteos;  produtos  apícolas  (mel,  cera, própolis);  ovos  e  derivados;  pescados  e  derivados;  estes  produtos  devem  ser fiscalizados,  pois  requerem  condições  de  armazenamento  especiais  para  que  se evitem riscos à saúde (ANAC, 2012), devido principalmente o perigo iminente de proliferação de bactérias, fungos e vírus que causam danos à saúde da população (ANFFA  SINDICAL,  2012).  Nesses  casos,  a  Agência  Nacional  da  Aviação  Civil (ANAC) sugere que se adquiram os produtos importados dessa natureza em free shops  do  país  de  origem  do  turista,  para  que  não  ocorra  contaminação  desses produtos.  Caso  haja  necessidade  de  trazer  a  mercadoria,  é  imprescindível  a apresentação das certificações de importação e sanitária (ANAC, 2012). Existem  produtos  alimentícios  liberados  de  origem  vegetal  com  um  grau  de processamento  maior,  tais  como:  óleos,  álcoois,  frutos  em  calda,  chocolate,  café torrado  e  moído,  gomas  açucaradas,  sucos,  corantes,  frutas  e  hortaliças  pré­ cozidas,  vinagre,  picles,  vegetais  em  conserva,  arroz,  farinha  e  erva­mate industrializada (ANAC, 2012). Em relação, as bebidas alcoólicas devem­se destacar os vinhos, que tem o limite de 12 garrafas de uma mesma marca ou 18 garrafas quando estas são de fabricantes distintos, sendo que as bebidas só podem viajar como  bagagem  despachada.  Os  produtos  perecíveis  devem  ser  acomodados  em embalagem  à  prova  de  vazamentos,  de  abertura  acidental  ou  de  mau  cheiro, sendo que não devem pesar mais de cinco quilos (BRASIL, 2012). Cabe  destacar  que  a  Vigilância  Sanitária  e  o  Ministério  da  Saúde  decretam,  por meio  do  Número  26.048/86:  não  é  permitido  transportar,  conjuntamente,  com os  alimentos,  pessoas  e  animais;  no  transporte  de  alimentos,  deve  constar  nos lado  direito  e  esquerdo,  de  forma  visível,  dentro  de  um  retângulo  de  30  cm  de altura por 60 cm de comprimento, as palavras “Transporte de  Alimentos,  nome, endereço  e  telefone  da  empresa.  Produto  Perecível  (quando  for  o  caso)”;  os materiais  utilizados  para  a  proteção  e  fixação  dos  alimentos  (cordas,  encerados, plásticos e  outros)  não  devem  constituir  fonte  de  contaminação  ou  dano  para  o produto; a carga e/ou descarga não devem apresentar riscos de contaminação ou dano para o produto; não é permitido o transporte concomitante de matéria prima ou  produtos  alimentícios  crus  com  alimentos  prontos  para  o  consumo;  não  é permitido o transporte concomitante de dois ou mais produtos alimentícios, se um deles apresentar risco de contaminação para  os  demais  (PORTARIA  N.  CVS  ­  15, 1991). Deve­se destacar que os aspectos salientados nesse tópico dizem respeito ao  Brasil,  sendo  que  em  outros  países  há  apenas  algumas  pequenas  diferenças quanto às leis de transporte de alimentos. Hjalager  e  Corigliano  (2000)  salientam  que  as  políticas  dos  alimentos  podem

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Via@ ­ Varia determinar o papel da alimentação na atividade turística, principalmente, quando se  discute  o  transporte  do  souvenir  gastronômico,  pois  devido  às  restrições existentes  alguns  alimentos,  muitas  vezes  considerados  ‘símbolos’  culturais  dos destinos e, que podem ser trabalhados como souvenirs gastronômicos, sendo  os quais:  o  Presunto  de  Parma  (Itália),  Pata  Negra  (Espanha),  entre  outros,  desse modo, tanto os países de origem do souvenir quanto os turistas que o consomem devem  estar  atentos  a  essas  questões,  para  que  haja  um  consenso  para  o transporte desses produtos. Identidade Para  Hjalager  e  Corigliano  (2000)  a  comida  é  um  fator  importante  pra  imagem dos destinos e está se tornando cada vez mais um produto turístico. Pode­se dizer que as identidades se caracterizam por evocarem uma procedência que reside em um  passado  histórico  com  o  qual  elas  continuariam  a  manter  certa correspondência.  E  neste  sentido,  a  identificação  é  estabelecida  a  partir  do reconhecimento  de  alguma  origem  comum,  ou  de  características  que  são compartilhadas  com  outros  grupos  ou  pessoas,  ou  ainda  a  partir  de  um  mesmo ideal (Hall, 2000). Discussões acerca da identidade sociocultural dos souvenirs são abordadas  por  Shen  (2011);  Nunes  (2008);  Reis  (2008);  Machado  e  Siqueira (2008);  Peach  (2007);  Medeiros  e  Castro  (2007);  Horodyski  (2006);  Norrild (2004); Ruschmann (1999). Pollak  (1992)  entende  a  construção  da  identidade  como  um  fenômeno  que  se produz  em  referência  aos  'outros',  aos  critérios  de  aceitabilidade,  de admissibilidade, de credibilidade e que se faz por meio da negociação direta com os 'outros',  convergindo  com  Cuche  (2002)  que  trata  da  identidade  como  uma construção elaborada em uma relação que opõe grupos aos outros com  os  quais se  está  em  contato,  gerando  contrassensos  simbólicos,  nos  quais  se  baseiam normas de vinculação, precisamente conscientes por parte dos indivíduos. Logo, pode­se dizer que o próprio conceito de identidade implica na  distinção  dos princípios,  valores  e  traços  que  a  marcam  perante  outras  culturas,  povos  ou comunidades  (Santod,  2004).  Além  disso,  cabe  afirmar  que  a  identidade relaciona­se, em sua essência, a um sentimento de pertencimento, mais do que “ser”,  trata­se  de  “sentir­se  como”  (Cuche,  2002).  Nesta  perspectiva,  se  o identificar  significa  diferenciar,  através  da  imputação  de  uma  identidade característica  a  alguém,  a  identificação  alude  à  ação  em  que  alguém  se  torna semelhante  e  díspar  a  outro  através  de  comparações.  Sobre  esta  questão, Haesbaert  (1999)  afirma  que  na  esfera  humano­social  identificar  é  sempre identificar­se;  isto  é,  um  processo  reflexivo  e,  portanto,  um  processo  de identificar­se  com;  um  processo  relacional,  dialógico,  implantado  numa  relação social. Considera­se importante analisar o sentido de identidade a partir de um ponto de vista  geográfico.  De  acordo  com  Knafou  et  al  (2008),  a  abordagem  geográfica  é relevante para o desenvolvimento dos indivíduos, sendo uma dimensão essencial nas  sociedades  humanas.  Além  disso,  a  identidade  pode  ser  considerada  um conceito  estratégico,  como  indica  Hall  (2002),  e  pode  ser  categoricamente estabelecida a partir dos territórios, como sugere Haesbaert (2002), sendo, então, preciso  estimar  ainda  mais  a  dimensão  espacial,  com  vistas  ao  pleno reconhecimento das diferenças e identidades. Neste contexto, pode­se considerar que a identidade territorial está alicerçada na valorização emblemática do território pelos indivíduos, já que qualquer território é um  espaço  vital,  uma  área  de  identidade  e  de  apego  e  um  espaço  onde  valores são representados e comunicados (Tuan, 1990; Anton Clavé, 2010). Sobre essa questão,  Haesbaert  (1999),  afirma  que  toda  identidade  territorial,  acaba  por  ser fruto de uma identidade social determinada essencialmente por meio do território. O que, por conseguinte, acaba expondo a identidade territorial como um produto social  da  territorialização  das  ações  cotidianas  ocorridas  no  território (Bonnemaison, 2002). Sendo que, esse último, seria o sustentáculo e o fruto das atuações  dos  agentes  sociais,  que,  no  procedimento  de  assimilação  espacial, determinam  significados  atrelados  à  identidade,  cujos  limites  obedecem  aos  do território (Haesbaert, 2005). A  partir  desta  visão,  vale  ressaltar  que  a  construção  de  identidades  pode  se  dar em  distintas  ‘escalas’  geográficas,  desde  a  local,  regional,  nacional,  até  a  global (Azevedo,  2011).  Em  muitos  casos,  pode  haver  a  ocorrência  da  apropriação  de identidades  nos  diferentes  âmbitos  geográficos  ao  se  referir  ao  processo  de construção  da  identidade  nacional  (Dutra,  2004).  No  caso  brasileiro,  que  se destaca,  nomeadamente,  pelo  fenômeno  de  apropriação  de  manifestações culturais  específicas  a  certos  grupos  sociais,  por  parte  do  resto  da  sociedade  e, desta forma, ocorre sua transformação em símbolos nacionais, como são os casos da  feijoada  e  do  churrasco,  dentre  outros.  A  tequila  (México)  e  Cachaça  (Brasil) podem  ser  exemplos  de  souvenirs  gastronômicos  relacionados  à  identidade.  A partir do tópico seguinte, serão abordados  os  aspectos  da  identidade  de  Curitiba, através da pesquisa empírica desenvolvida.

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Via@ ­ Varia • Caracterização do Destino Turístico Curitiba Curitiba, capital do estado do Paraná, é um destino turístico urbano, pertencente à  Região  Turística  Rotas  do  Pinhão  –  Curitiba  e  Cidade  Metropolitana  (MTUR, 2012;  SETU,  2012).  Possui  1.751.907  habitantes  e  compõe  a  Região Metropolitana  de  Curitiba,  com  vinte  e  seis  municípios  e  com  uma  população  de 3.223.836  pessoas  (IBGE,  2010).  Em  2010,  recebeu  o  valor  estimado  de 3.410.219  turistas  (IMT,  2011)  que  gastaram  na  cidade,  em  média,  91,15 dólares por dia.  De  acordo  com  estudo  do  Instituto  Municipal  de  Turismo  (2010),  a  demanda turística  de  Curitiba  provém,  em  primeiro  lugar,  do  próprio  estado  (36,8%),  em seguida, da região sudeste do Brasil (32,8%) e em terceiro lugar, da região suldo pais  (18,5%).  As  principais  motivações  identificadas  para  visitar  a  cidade  são ‘lazer, recreação e descanso’ (36,0%), ‘negócios e motivos profissionais’ (26,3%) e ‘visita a parentes e amigos’ (23,5%).  A  imagem  da  cidade  está  relacionada  ao  seu  planejamento  urbano,  que  a  torna peculiar  e  atrativa  em  diversos  aspectos,  principalmente  no  que  se  refere  ao transporte  coletivo  e  à  presença  de  trinta  e  oito  áreas  verdes,  dentre  as  quais parques, jardins, e bosques, considerados os atrativos turísticos mais expressivos para  seus  visitantes.  Além  disso,  outro  aspecto  de  relevância  da  cidade  é  a  sua formação  histórica  e  cultural,  fortemente  marcada  pela  presença  de  diversas etnias  que  influenciam  e  assinalam  a  sua  paisagem  urbana,  tornando­a  ainda mais atrativa. (Ribeiro e Silveira 2006). Ainda  ao  que  se  refere  ao  apelo  turístico  da  cidade,  cabe  citar  que  a  partir  dos anos  90,  a  gestão  municipal  de  Curitiba  tem  desenvolvido  diversos  projetos destinados  ao  transporte  turístico  que  circula  entre  os  principais  atrativos  da cidade. Verificam­se distintas propostas de roteiros ao longo dos anos, bem como diversas  melhorias  e  aprimoramentos  nos  ônibus  utilizados  (Silva,  2012; Hildebrand, Graça,  and  Milano,  2001;  Hardt  and  Hardt,  2010;  Gândara,  Albach, and Vieira, 2008; Custódio, 2006; Kaick, Hardt and Oba, 2006).  O  modelo  atual  de  transporte  turístico,  denomina­se  Linha  Turismo,  e  é  gerido pela URBS – Urbanização de Curitiba S.A. (URBS, 2011). O veículo utilizado é um ônibus modelo double decker (dois andares), com informações trilíngues, e desde 2008,  contempla  vinte  e  quatro  atrativos,  cada  qual  com  um  ponto  de  parada, realizando um percurso de 45 quilômetros.  Sendo assim, o roteiro da Linha Turismo proporciona ao visitante um circuito para ser  realizado  em  um  dia,  porém  orienta  o  passageiro  quanto  aos  passeios  que podem  ser  realizados  nos  outros  dias  de  estadia,  considerando  que  o  bilhete possibilita  um  embarque  e  quatro  reembarques  (URBS,  2012),  cujos  pontos  de parada  são  definidos  pelo  passageiro  conforme  seus  interesses  e  preferências individuais.  A  abrangência  e  a  diversidade  de  atrativos  que  compõe  este  roteiro  favorece  o atendimento  satisfatório  de  diversos  segmentos  de  turistas  e  a  implantação  de um sistema de transporte turístico, integrado a diversos atrativos, estimulando a visitação, aumentando a circulação de turistas nestes espaços, conforme pode ser visualizado no mapa a seguir:

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Mapa 01: Distribuição Espacial do Comércio de Souvenir em Curitiba FONTE: Horodyski e Gândara (2012)

O  Mapa  01  localiza  o  comércio  de  souvenir  da  cidade  de  Curitiba,  a  partir  dos atrativos  existentes  na  Linha  Turismo,  para  que  desse  modo,  possa­se  observar de  que  maneira  os  mesmos  interagem  com  a  atividade  turística  presente  no destino.  O  próximo  tópico  abordará  a  metodologia  de  pesquisa  utilizada  para  a construção deste estudo.

• Metodologia de Pesquisa  Para  realizar  uma  discussão  sobre  souvenirs  gastronômicos,  esta  pesquisa  se desenvolveu  a  partir  de  um  estudo  de  caso  no  município  de  Curitiba,  estado  do Paraná  –  sul  do  Brasil,  com  o  objetivo  de  identificar  e  analisar  a  oferta  de alimentos e bebidas comercializados em estabelecimentos de venda de souvenirs neste destino turístico. Como  forma  de  operacionalizar  a  pesquisa  de  campo,  foi realizado  um  recorte  espacial  delimitado  pelo  Circuito  da  Linha  Turismo,  ônibus turístico  de  Curitiba,  que  contempla  vinte  e  quatro  pontos  de  parada,  que abrangem os principais atrativos turísticos da cidade. Foram  pesquisados  todos  os  pontos  de  parada  da  linha,  verificando­se  os estabelecimentos de comercialização de souvenirs, que poderiam ser lojas e feiras livres,  desde  que  localizados  dentro  do  atrativo  ou  ao  seu  entorno,  em  uma distância possível de ser percorrida no período de trinta minutos, tempo disponível para o próximo embarque no ônibus em direção a outro ponto de parada. Como fatores  determinantes  para  a  definição  do  estabelecimento  comercial  a  ser pesquisado,  a  pesquisa  teve  como  critério  que  deveriam  ser  verificados  na  placa ou  na  vitrine  das  lojas,  ou  em  alguma  forma  de  sinalização  das  barracas  os termos: souvenir, lembrança, artesanato, produtos típicos. A  partir  desta  identificação,  foram  levantados  todos  os  produtos  relacionados  a alimentos e bebidas ofertados nos estabelecimentos comerciais estabelecidos para a  pesquisa,  categorizando  os  mesmos  de  acordo  com:  tipo  de  produto, identificação,  embalagem,  identidade  e  transporte.  Os  resultados  desta  pesquisa foram  analisados  e  validados  por  emparelhamento  com  estudos  e  discussões anteriores, relacionadas a este tema.

• Resultados  A partir do levantamento de dados, foi organizado o quadro a seguir, com todos os itens  do  setor  de  alimentos  e  bebidas  identificados  nos  estabelecimentos comerciais de souvenir, sendo que os mesmos estão concentrados pelos pontos de

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Via@ ­ Varia parada  da  Linha  Turismo.  Dos  vinte  e  quatro  pontos  pesquisados,  quatorze apresentaram  a  oferta  de  souvenir  gastronômico,  conforme  pode  ser  observado no quadro 04 a seguir:

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Quadro 04: Resultados da Pesquisa de Campo – Souvenir Gastronômico Fonte: Elaborado pelos autores (2012).

Análise e Validação dos Resultados A  pesquisa  de  campo  se  mostrou  pertinente  para  a  compreensão  da  oferta  de souvenirs gastronômicos em Curitiba, e considera­se ampla a variedade de itens, conforme  se  pôde  verificar  no  quadro  04.  A  partir  de  uma  análise  empírica  e teórica, serão realizadas algumas discussões sobre o que foi levantado durante a investigação, com suporte teórico dos autores que embasaram o marco teórico do presente estudo. Sendo  assim,  verificou­se  que  existem  diversos  produtos,  dentre  alimentos  e bebidas,  que  se  inserem  no  grupo  dos  souvenirs  com  marca  (Gordon,  1986), especialmente os chocolates, de diversas fábricas locais, com formas relacionadas à símbolos da identidade cultural de Curitiba (Pollak,1992; Cuche, 2002), como o pinhão (fruto da araucária, árvore característica do estado do Paraná), bem como figuras  atribuídas  aos  principais  patrimônios  histórico  e  culturais  do  município. Também se identificou barras de chocolate com o nome da cidade em destaque no produto,  pelos  quais  se  verifica  a  importância  do  nome  no  souvenir  para determinados tipos de turista (Rabassa, 2012 ; Fandinõ e Xaime, 2002).  Os  chocolates  produzidos  especificamente  para  serem  ofertados  aos  turistas  de Curitiba  são  ofertados  em  vários  pontos,  tais  como  a  Ópera  de  Arame,  Santa Felicidade, Setor Histórico e Mercado Municipal. Neste último atrativo, salientam­ se  que  existe  uma  ampla  oferta  de  produtos  como  hortaliças,  frutas,  legumes, grãos, produtos de origem animal, flores, doces cristalizados, dentre outros. Dada a  dimensão  do  mercado,  os  critérios  nestes  estabelecimentos  se  mantiveram conforme a metodologia, que orienta quanto  a  apresentação  de  lojas  e  barracas com  informações  sobre  a  oferta  de  souvenirs.  Por  isso,  para  o  levantamento adequado à metodologia, foram elencados apenas os chocolates com a marca de Curitiba de duas lojas distintas.  Neste  grupo  ainda  encontram­se  vinhos,  cervejas  e  licores  que  apresentam  em destaque no rótulo o nome da cidade (Rabassa, 2012 ; Fandinõ e Xaime, 2002), bem  como  o  nome  do  bairro  tradicional  de  Santa  Felicidade,  cuja  identidade cultural  (Santos,  2004;  Hall,  2002;  Haesbaert,  1999)  herdada  por  imigrantes italianos influenciou a produção de vinhos e outros produtos. Nesse caso, o rótulo é  capaz  de  comunicar  parte  dos  aspectos  da  identidade  cultural  de  Curitiba, contribuindo também com a promoção turística deste destino (Machado, Santos, Albinati e Santos, 2006 ; Guadalupe, 2000), sendo um instrumento de marketing (Guadalupe, 2000; Valls, 2004; Bigné, Font, Andreu, 2000) para o bairro, que é eixo gastronômico da cidade.  Ainda  no  aspecto  da  identidade  cultural  de  Curitiba,  destacam­se  produtos  que receberam  influências  de  outras  etnias  que  povoaram  a  região  e  caracterizam Curitiba  como  uma  cidade  pluricultural.  Como  exemplos,  foram  verificados bolachas, tortas, strudel de influência alemã, ofertados no Bosque Alemão, e, da mesma forma, tortas polonesas, no Bosque do Papa, que homenageia a imigração polonesa.  Nestes  dois  casos,  nota­se  que  os  produtos  ‘alemães’  possuem  maior possibilidade  de  serem  consumidos  como  souvenir,  pois  apresentam  embalagens adequadas para o transporte (ANVISA, 2012), bem como rótulo com informações sobre  o  produto  e  a  marca  da  confeitaria  (Machado,  Santos,  Albinati  e  Santos, 2006).  Algumas  tortas  servidas  no  local  podem  ser  transportadas  e  a  empresa oferece embalagem de plástico, assim como as tortas polonesas. Acredita­se que os turistas que podem se interessar por este tipo de produto fazem parte do grupo

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Via@ ­ Varia de  indivíduos  que  busca  consumir  elementos  autênticos  dos  destinos  turísticos, sem preocupação com a marca (Love e Sheldon, 1998). No  entanto,  foram  identificados  diversos  produtos  com  marca  ‘orgânico’, relacionados a produção ecológica, livre de agrotóxicos, que possivelmente atraem a atenção de turistas mais experientes em viagem e com maior preocupação em ter  contato  com  a  cultura  do  outro  (Love  e  Sheldon,  1998).  Esta  marca  não  é diretamente associada a imagem turística de Curitiba, mas pode proporcionar uma percepção positiva em relação ao espaço geográfico visitado. Estes produtos foram identificados em uma feira de orgânicos no Passeio Público, em que se encontram desde  frutas  e  hortaliças,  a  bolachas,  tortas,  focaccias,  doces,  compotas, conservas,  sucos,  cereais,  coalhadas,  mel,  dentre  outros.  Deve­se  observar  que nem todos possuem características de um souvenir,  podendo  despertar  o  desejo do  consumo  no  próprio  local  (como  a  coalhada,  por  exemplo),  mas  os  itens embalados  adequadamente  e  com  rótulo  podem  se  converter  em  souvenirs gastronômicos aos turistas que valorizam a produção orgânica.  Os  produtos  orgânicos  citados  anteriormente  são  produzidos  na  região metropolitana  de  Curitiba,  demonstrando  a  importância  de  uma  abordagem  da identidade  territorial  de  Curitiba  e  os  municípios  ao  seu  entorno  (Tuan,  1990; Anton  Clavé,  2010,  Hasbaert,  1999  ;  Bonnemaison,  2002  ;  Haesbaert  2005, Azevedo, 2011). No âmbito do turismo, alguns alimentos e bebidas produzidos em importantes destinos turísticos complementares a Curitiba são comercializados em vários pontos de parada da Linha Turismo, tais como a Bala de Gengibre, a Bala de Banana  de  Antonina,  a  Banana  e  Mandioca  Chips  e  a  Cachaça  de  Morretes,  de cana de açúcar, banana ou mel, artigos considerados típicos do litoral do Paraná.  Ampliando­se a escala geográfica, diversos elementos relacionados a identidade da região  sul  do  Brasil  são  ofertados  como  souvenir  gastronômico  em  Curitiba,  tais como  a  erva­mate,  chimia,  vinhos,  queijos,  embutidos  e  sucos  de  uva.  Na perspectiva  do  turista  estes  produtos  fazem  parte  da  identidade  de  Curitiba, considerando sua percepção em relação à região na qual o município está inserido, que envolve três estados: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em  se  tratando  da  escala  nacional,  uma  grande  variedade  de  produtos  são encontrados dentre as lembranças para os turistas, inclusive com a marca ‘Brasil’ associada. Destacam­se a cachaça, a goiabada, doces de leite e cocadas. A maior parte  é  proveniente  do  estado  de  Minas  Gerais,  situado  na  região  sudeste  do Brasil,  conhecida  no  país  por  sua  produção  de  alimentos,  influenciando significativamente o mercado de souvenir gastronômico. No  entanto,  foram  encontrados  vários  tipos  de  alimentos  e  bebidas  que aparentemente não estão relacionadas à identidade local, tais como o fois gras e o alfajor.  Considerando  a  proximidade  do  estado  do  Paraná  com  a  Argentina,  bem como  a  presença,  ainda  que  menor  que  outras  como  alemãs  ou  polonesas,  de imigrantes  franceses  no  Paraná,  pode  ter  havido  a  influência  destes  povos  na oferta  de  souvenirs  gastronômicos.  Nota­se  que  muitas  destas  lojas  e  feiras  são frequentadas  pela  própria  população  de  Curitiba,  o  que  possibilita  aos empreendedores ampliar sua oferta de produtos.  A  pesquisa  de  campo  realizada  possui  limitações.  A  mais  significativa  se  deve  ao recorte  realizado  para  o  levantamento  de  dados,  que  foi  necessário  devido  à dimensão  do  município  de  Curitiba.  Contudo,  ao  delimitar  uma  parte  do  espaço urbano,  exclui­se  grande  parte  de  estabelecimentos  comerciais  e  gastronômicos que  oferecem  diversos  tipos  de  alimentos  e  bebidas  aos  turistas,  tais  como confeitarias,  panificadoras,  lojas  de  chocolate,  restaurantes  de  características étnicas e regionais, além dos produtos característicos da região como o barreado e o  pierogue,  comumente  encontrados  em  supermercados,  consumidos  pela população e acessível aos turistas.

Considerações finais A partir da pesquisa realizada, foi  possível  verificar  a  abrangência  e  variedade  da oferta  de  alimentos  e  bebidas  nos  estabelecimentos  comerciais  de  souvenir  em Curitiba. Considerando os elementos relevantes do souvenir gastronômico para a demanda turística, abordados neste estudo, o problema de pesquisa que buscava responder  se  os  souvenirs  gastronômicos  de  Curitiba  contemplam  as características  adequadas  à  sua  comercialização  foi  elucidado  com  êxito.  Logo, pode­se afirmar que os objetivos foram alcançados, tendo em vista que o presente trabalho  visava  identificar  e  analisar  o  souvenir  gastronômico  de  Curitiba­Brasil. Quanto  à  metodologia,  considerou­se  que  foi  relevante  realizar  um  recorte espacial para a pesquisa de campo, para que fosse possível conhecer in loco cada estabelecimento  comercial,  bem  como  ter  contato  com  os  produtos,  para  se analisar embalagens, rótulos, possiblidades de transporte bem como a identidade do produto com Curitiba e região, em consonância com o marco teórico realizado previamente. Sendo  assim,  constatou­se  que  o  estudo  do  souvenir  gastronômico  é  bastante amplo  e  passível  de  diversas  análises  que  versam  sobre  as  cinco  variáveis apresentadas,  mas  que  possivelmente  podem  ser  mais  aprofundadas  e  até

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Via@ ­ Varia ampliadas. Entende­se que o estudo do souvenir gastronômico é interdisciplinar, e para  esta  discussão  foram  utilizados  referenciais  teóricos  principalmente  da geografia,  do  turismo,  da  gastronomia  e  do  marketing.  Ao  mesmo  tempo,  esta pesquisa  foi  relevante  para  compreender  os  elementos  necessários  para  a comercialização  de  souvenirs  gastronômicos,  a  partir  da  perspectiva  do  que  a demanda  turística  considera  relevante,  ou  seja,  identificação,  embalagem, transporte e identidade. Finalmente,  tem­se  que  reafirmar  a  carência  de  estudos  sobre  a  temática,  e compreender  que  este  artigo  é  fruto  de  uma  abordagem  que  se  inicia,  abrindo possibilidades diversas de investigação, contribuindo com várias áreas de pesquisa. Da mesma forma, o estudo limitou­se a porção do espaço urbano onde circula  a Linha Turismo, demandando novos estudos que abranjam outras áreas da cidade de  Curitiba,  que  podem  apresentar  inúmeras  peculiaridades  sobre  a  oferta  de alimentos e bebidas, muitas vezes atrativas ao consumidor­turista.

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CITAR ESTE ARTIGO Referência eletrônico: Graziela Scalise Horodyski, Franciele Cristina Manosso, Camila Bizinelli & José Manoel Gândara, Souvenirs Gastronômicos como Lembranças de Viagem: um estudo de caso em Curitiba – Brasil, Via@, Varia, n°2, 2014, publicado o 23 de janeiro de 2015. URL : http://www.viatourismreview.net/Article34_PT.php

AUTORES Graziela Scalise Horodyski

Mestre em Turismo e Hotelaria pela UNIVALI. Professora do Departamento de Turismo da UEPG. Doutoranda em Geografia pela UFPR. E‐mail: [email protected]

Franciele Cristina Manosso

Bacharel em Turismo pela UFPR. E‐mail: [email protected]

Camila Bizinelli

Bacharel em Turismo pela UFPR. E‐mail: [email protected]

José Manoel Gândara

Doutor em Turismo e Desenvolvimento Sustentável Universidad de Las Palmas de Gran

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Via@ ­ Varia Canaria; Professor e Pesquisador do Departamento de Turismo e do Mestrado e Doutorado em Geografia e do Mestrado em Turismo da Universidade Federal do Paraná. E‐mail: [email protected]

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